Mudança de Passarela escrita por VFarias


Capítulo 6
Um lugarzinho reservado no céu.


Notas iniciais do capítulo

CÉU, INFERNO, MUNDO ESPIRITUAL, MUNDO CARNAL...

Até onde se consegue crer em tudo isto?
Até onde nosso cérebro consegue imaginar ou pressupor ou até mesmo supor algo assim?
As religiões, todas elas em sua sabedoria cabida a dinastia delas mesmas tem explicações sobre todos estes "ambientes", cada uma delas é mais fascinante que outra, mas qual delas trás a verdade, qual delas vai me trazer realmente mais para perto de Deus?
Então eu pergunto mais uma vez: até onde você consegue ?
Até onde você vê?
Até onde você busca uma verdade?
Até onde você se limita ao dizer?
Até onde você se abstêm de saber mais?
Até onde você crê que Deus, ou seja lá que nome você de, esta nas paredes de uma casa?
Até onde você suportará a vida em função de não saber o que é real ou não?

KKKKKKKKKKKKKKKKK

Papo de doido né?
Mas ai será que pro céu vai de avião e pro inferno de elevador?



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Narrativa- Colin.

Laura e eu nos encontramos com Victor e Nicole, era a menina que ele estava ficando recentemente curiosamente ela era a melhor amiga de Laura assim como Victor era meu. Coincidência ou não isto era bem legal.

Mas eu não conseguia tirar por mais de 5 minutos o episódio com Pietro no corredor de minha mente.

O que foi aquilo que eu senti, Santo Mickey eu só sentia aquilo com meninas, porque estava sentindo isto com ele, logo com ele, independente porque com um HOMEM.

Isso não fez o menor sentido para mim, precisava deixar isso tudo para lá e seguir em frente.

Eu também ficava procurando minha irmã, não por querer cuidar da vida dela, não isso não, minha irmã era esperta e ligeira de mais para tanto, mas ainda assim era minha irmã mais nova e eu queria saber se ela estava bem ou não, principalmente depois do acesso de raiva de Pietro.

— Não se preocupe a última vez que eu a vi ela estava com o meu irmão. - disse Laura a mim, ela me conhecia bem de mais.

— Isso não e muito tranquilizador. – retruquei, pensando na raiva dele.

— Olha eu sei que Pietro e um idiota. – disse ela. – mas se tem uma pessoa que o coloca no lugar, está pessoa é a Sofia!

Era verdade, Pietro era um babaca na maioria das vezes, mas se tratando da minha irmã, ele a tratava muito bem, e até ria com sinceridade o que sem dúvida era algo que raramente ele fazia com alguém, acho que só vi com ela mesmo.

Nós 4 nos divertimos muito e isso era algo bem legal, não pensei que namorar me faria sentir assim, e nem que me divertiria tanto assim em um "rolê" de casal, mesmo Nicole não sendo realmente namorada do Victor.

Porém gostei, talvez tenha sido uma boa ideia realmente aceitar este namoro com a Laura, pelo menos por enquanto esta sendo assim.

Uma das coisas mais engraçadas em festas de colégios é que os seus funcionários de cantinas e coisas do gênero que não vendiam bebidas alcoólicas no intuito de não haver nenhuma no recinto, entretanto eles esquecem de como os alunos são astutos quando se trata de álcool, e eles garantiam que houvessem bebidas, e isto era sempre.

Por um lado eu gostava, afinal eu bebia, mas por outro nos tínhamos que lidar com os bêbados inconvenientes e isto é um porre.

Eu estava dançando com Laura quando Victor se aproximou da minha orelha e falou: Sua irmã está te procurando e parece estar preocupada.

Quando finalmente encontrei a minha irmã ela estava um pouco afastada da pista de dança e parecia um pouco aflita, quando ela me viu correu até mim, ela realmente estava preocupada.

— Colin eu preciso da sua ajuda! – disse ela afobada e com um tom de bastante urgência.

— Calma, me diz o que houve? – Pedi tentando tranquiliza-la.

— Eu sei que ele e um idiota com você, eu sei que ele te trata como lixo e tudo mais, mas se alguém da escola o vir assim ele vai ser expulso e ele esta tentando entrar em uma faculdade federal não pode ter o currículo tão manchado com uma expulsão. – disse minha irmã ignorando meu pedido de calma.

— Do que é que você está falando? - questionei a ela, ficando irritado por ela não estar fazendo nenhum sentido.

— É o Pietro, ele bebeu todas as garrafas que havia disponíveis e que ele podia pagar, ou seja, bebeu de mais, eu escondi ele no banheiro para que ninguém o visse, mas a gente precisa levar ele para casa. – disse minha irmã. – Eu sei que ele é um babaca com você maninho, mas faz isso por mim se não for por ele!

— Tá! – respondi, muito a contra gosto, ele devia se sentir o cara mais sortudo do mundo por eu realmente amar minha irmã e não conseguir dizer não para ela, porque sinceramente por mim ele podia ficar onde estava e tudo certo, mentira eu não era assim, eu era o oposto disto.

Eu era um idiota por estar lá correndo para ajudar aquele idiota, mas eu, bom eu me acharia ainda mais idiota se eu não o ajudasse, por que eu tinha que ser tão bom assim?

— Cara, estou indo embora com as meninas e vamos levar Pietro para casa porque ele esta mal. – digo ao Victor.

— Sem problemas cara, mas você não quer ajuda? – perguntou ele.

— Não, pode curtir o resto da festa cara, não precisa estragar seu role por esse idiota beberrão. – digo a ele revirando os olhos, Victor também era muito bom e provavelmente viria ajudar se eu pedisse, mesmo ele não gostando do Pietro.

Fui em direção ao banheiro onde estava o Pietro junto com as meninas, ele estava sentado no chão ao lado de uma privada com a cabeça quase dentro do vaso que continha seu vomito. Desviei o olhar daquela cena deprimente, Deus me livre ficar assim um dia.

— Laura você dirige? – pergunto a ela, não lembrando se ela tinha tirado carteira de motorista ou não.

— Sim. – responde ela.

— Ótimo então você vai levar o carro do Pietro com Sofia, e eu o levo no meu carro. – explico a minha ideia. – eu só espero que ele não vomite no meu carro porque se não eu vou jogar ele no meio da estrada.

— Colin, é você? – perguntou ele com a voz toda embriagada.

Ele devia estar realmente mal, estava me chamando publicamente pelo meu nome e sem nossos pais estarem presentes.

Ele olhou para cima com os olhos semicerrados tentando enxergar por trás da cortina de bebedeira e por fim completou.

— É o Colin menino de ouro. – disse ele e eu apenas revirei os olhos, mas agora parecia mais com o Pietro que eu conhecia.

— Vem mocinha, vamos levar você para casa. – digo pegando o braço dele e puxando ele para cima. Graças ao meu Mickey ele não estava sujo, porque ai sim seria uma luta contra mim mesmo e meu estomago para chegar perto dele sem vomitar.

Passei um dos meus braços pela cintura dele e um dos dele pelo meu ombro e comecei a carregar ele para o estacionamento do Colégio Dourado.

— Ele pesa. – digo, achando engraçado até isto já que tínhamos praticamente a mesma estrutura corporal. – quem diria que um ego poderia ser tão pesado assim.

— Não fala assim do meu irmão Colin eu sei que ele e um idiota com você... – disse Laura.

— Olha só, eu estou ajudando ele não estou? – a questiono um pouco irritado por ela estar defendendo ele sendo que eu não falei nada de mais, não comparado a tudo que ele já disse para me ofender.

O carreguei escondido para fora da escola, tarefa esta que não foi nada fácil, uma vez que não conhecia direito os corredores da escolas e também haviam seguranças em todos os lugares, fora os inspetores e coordenadores que ficavam vasculhando para ver se pegavam algum aluno fazendo algum ato que eles julgassem indevido.

Quando chegamos ao estacionamento ele pediu pra pararmos.

— Eu vou... – começou ele.

Ele reclinou para frente e eu o segurei com as duas mãos em sua cintura enquanto ele vomitava ainda bem que não caiu uma gota se quer em mim e ainda bem que ele avisou e vomitou bem antes de entrar no meu carro.  

— Acabou? – perguntei quando ele parou de vomitar.

Ele não respondeu em palavras, apenas balançou a cabeça em positivo.

Apanhei um lenço no meu bolso e tentei entregar para ele, mas aparentemente ele estava fraco de mais para sequer erguer o braço pega-lo e se limpar, então eu limpei seu rosto em cada parte que estava suja, Deus espero que isso já valha o meu passaporte em uma viagem direto para o céu!

O carreguei um pouco mais, até o meu carro e lá Laura pegou a chave dele em seu bolso e seguiu com Sofia para o carro dele.

Abri a porta do meu carro no lado do carona e o sentei lá dentro, e seguimos viagem para a casa dele.

Durante o percurso para casa dele ainda tive que parar 2 vezes no acostamento para que ele vomitasse, e depois disso ele dormiu, o que para mim foi a melhor coisa, porque assim ele parou de falar coisas sem sentido.

Quando cheguei em sua casa, subi a rampa e estacionei o mais próximo da entrada da casa, Laura e Sofia já estavam lá abrindo a porta, pela graça de Thor os pais dele já estavam dormindo e com isso não ouvimos gritos, xingos e nem nada do tipo, o pai do Pietro era bem pior que o meu quando se tratavam de broncas inesperadas e surtadas.

O problema é que Pietro também estava dormindo, e não acordava de jeito nenhum.

— Você vai ter que carregar ele no seu colo. – disse Laura e eu pude perceber que ela estava contendo o riso.

— A meu... – digo chateado e começando a ficar realmente irritado comigo mesmo.

— Vai maninho, não custa nada. – diz Sofia. – além do mais nem Laura nem eu aguentamos com ele.

Assim que coloquei ele para fora do carro em pé, ele fez o favor de acordar, vomitar e desmaiar, tudo em sequencia, e em poucos segundo de diferença.

Fui obrigado a tirar a camiseta dele, já que desta vez ele vomitou nela toda, e eu é quem não ia carregar um ser todo vomitado, só então o peguei no colo e levei para dentro tomando o máximo de cuidado para não bater a cabeça dele nos batentes das portas, o que devia me garantir pelo menos um jantar no avião de viagem ao céu, afinal o garoto já era retardado não precisava de um traumatismo craniano para piorar tudo.

Coloquei ele em sua cama, Laura e Sofia já providenciaram uma calça de moletom para por nele, ajudei a duas segurando ele para que elas tirasse a calça suja e colocasse uma limpa nele, evitei de ficar olhando para ele, mais por uma questão de respeito mesmo, ele estava vulnerável e se fosse comigo não ia querer ninguém olhando minhas partes mesmo eu estando de cueca, não era algo agradável, muito embora eu estivesse acostumado a ver homens de cueca ou até mesmo nus devido a minha profissão e eu sabia que ele também, e até mesmo que me vissem nas mesmas condições, eu não ligava, mas aquela situação era completamente diferente.

Quando o deitei na cama ele fez algo muito inesperado, ao tentar me desvencilhar dele, ele puxou minha camiseta fazendo com que eu sentasse na cama dele.

— Colin... – disse ele todo meigo e simpático o que convenhamos me assustou.

— A cara eu preciso ir embora. – digo revirando os olhos, eu não estava entendendo nada do que estava acontecendo, esse jeito dele todo meigo comigo, querendo a mim ao lado dele, não fazia o menor sentido.

— Colin...

— Fala Pietro!

Mas ao invés de falar ele me puxou para mais perto dele, colocando sua cabeça sobre minha perna e passando um dos braços pelas minhas costas.

O que esse garoto estava fazendo, Santo Mickey me ajuda!

— Sofia eu acho melhor você trocar de lugar comigo. – sugeri.

Ela se prontificou na mesma hora, porém quando tentei sair para que Sofia ficasse no meu lugar Pietro segurou firme em minha camiseta impedindo que eu saísse.

— Pietro a Sofia vai ficar aqui com você e eu vou embora... – tentei dizer.

— NÃO! – disse ele sério e bêbado.

— Não? – Questionamos nós 3 juntos: Sofia, Laura e eu.

— Quero o Colin. – disse ele sem abrir os olhos.

Vi que as duas estavam segurando uma risada, eu já estava me arrependendo de estar ajudando este idiota.

— Parece que alguém bêbado não o despreza maninho. – disse Sofia segurando o riso da própria piada.

— Cala a boca e pega aquela almofada para mim, vou embora assim que ele dormir direito. – digo confiante da atitude a ser tomada por mim. – E se eu vou ter que ficar aqui, vocês duas também vão!

Elas se acomodaram no sofá que havia no quarto dele e eu coloquei a almofada atrás da cabeça para encostar.

Curiosamente agora em total silêncio, pude ver que eu estava... Bom... digamos que até confortável daquele jeito.

Porém, ainda tentei sair mais uma vez, e novamente ele segurou minha roupa.

— Colin... – chamou ele segurando minha camiseta. – fica! – pediu ele.

Então eu encostei minha cabeça na almofada e dormi.


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