Vozes dos Ancestrais escrita por Fanny Tanlakian


Capítulo 6
Sensações ruins


Notas iniciais do capítulo

Oii mais um capítulo!!!



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Se despedem do homem saindo do carro, a psicóloga andava mostrando o lugar onde estudava para srta. Death. No meio do caminho encontram Claire que estava conversando com um homem, a mulher se jogou no colo do jogador parecendo ter recebido uma notícia muito boa. Distraída não percebe Lucy chegar por trás dando um susto, num reflexo acaba quase batendo na amiga.

Sentam numas mesas ao redor da árvore, todo ambiente era calmo pessoas dialogavam e davam risadas.

— Esta é a enfermeira que cuida da minha avó e vai nos ajudar na tese.

— Oi sou Lucinda.

A morena sorri somente, estava absorta com o redor não deveria sair muito além do bairro onde morava. Lena chega alguns minutos depois e se apresenta também, a moça loira já pega seu notebook e começam digitando os primeiros parágrafos do trabalho. O sr. Richardson um senhor de quase setenta anos era exigente, analisava cada vírgula não se importaria em reprovar a classe toda, já os fez escrever manuscrito todo o contexto das principais escolas de pensamento em psicologia.

Lucy uma mulher alta e cabelos escuros, naquela manhã fria seu pescoço estava enrolado por um cachecol roxo, ajeitava seu óculos no rosto segurando seu copo de café quente observava a mulher na sua frente. Era bonita vestia toda de branco, transmitia uma timidez mas segurança.

— Prontas meninas? - indagou Lena.

— Liguei o gravador - disse Beatrice.

As três amigas ficaram de frente para a enfermeira que respondia as perguntas.

— Conte para nós inicialmente o que você acha a respeito de surtos psicóticos.

Ela olhou o céu azul matinal parecia refletir para responder, ficou uns segundos pensando até falar algo.

— Acredito que essas crises fazem a pessoa afetada ter ideias e percepções anormais, assim como uma perda de contato com a realidade e mudanças de comportamento, produzindo uma ruptura da realidade de maneira temporal.

— Já presenciou algo assim na....? - perguntou a loira mas não sabendo o nome da idosa.

— Madame vê, ouve e sente coisas.

— Por exemplo?

— Toda noite é trancada num certo horário, sou obrigada a entrar no quarto quando ela fica muito intensa.

— Ah..... o que ocorre realmente?

— Ela joga os objetos todos no chão para fazer barulho, pois eles poderiam ouvir.

— E quem pode ser?

— Não tem como saber.

— Essa senhora já citou algum nome em específico?

— Não pelo que me lembro, apenas fala informações confusas.

— Entendo. Qual foi o último surto dela?

— Faz uns dias, a madame anda durante o dia meio ansiosa como se algo viesse pegá-la.

Beatrice estranhou muito todas as noites via sua avó ser trancada por contas dos gritos e agressividades, a mulher mentia. Até entendia um pouco aquela casa tinha outros elementos incompreensíveis, mas porque esconder as crises, madame estava mal precisava de ajuda. Desde que chegou se perguntava a razão da senhora não frequentar um psicoterapeuta, além disso havia os remédios nunca viu ela sendo medicada, recordava vagamente srta. Death mencionando dar alguns comprimidos porém não viu isso pessoalmente.

As mulheres dão uma pausa após várias perguntas, agora estavam no banheiro Lena lavava o rosto tremendo de frio enquanto a outra amiga ficou encostada na porta encarando a enfermeira sentada olhando os outros passarem.

Nas aulas de Psicologia Clínica na Análise do Comportamento, o sr. Hastings sempre tinha uma piada a se fazer, normalmente ninguém na sala entendia mas todos davam sorrisos sem graça, pois o homem tinha a feição de alguém que tiraria sua nota se não gostasse de você. Beatrice desenhava alguma coisa aleatória no livro, a voz do professor era distante quando terminou sua a loira deu um tapa leve no ombro dela.

— Ei que formas são essas?

— Como assim?

Lena aponta para o livro em cima da mesa, nas folhas brancas tinham símbolos feitos rapidamente a psicóloga reconheceu ser os mesmos do livro. Consegui reproduzir algo que vi apenas uma vez? E nem percebi, refletiu ela. Fecha imediatamente impedindo a mulher fazer mais perguntas.

Se despedem restando apenas as duas conversando sentadas na lanchonete, a morena faz uma cara estranha enquanto ouvia o gravador.

— Ah Bea escuta - disse dando os fones para a outra.

Quando coloca para ouvir os sons de sussurros começam, tinha muitas vozes falando ao mesmo tempo, atrás chiava bastante não entendia o que queriam pronunciar. Um grito agudo e alto atravessa o áudio, logo depois tudo fica mudo por alguns segundos, até alguém dizer bem baixo ´´Nós somos a lei que vai julgar esse mundo, você me ouve ? Sei que sim´´.

— E-esqui..... deve ter algum..... talvez esteja quebrado, esses ruídos...

— Mas eu apenas percebi o chiado. Tinha mais coisa?

— N-não deve ter sido imaginação minha.

— E agora? Ficamos sem nosso testemunho.

— Eu chamo ela de novo amanhã.

Ela encara atrás da amiga nas moitas perto da saída a mulher pálida as observava com seus olhos vazios. Beatrice solta um grito assustando todos fazendo até Lucy derrubar o café no chão.

— Que porra é essa?

— Desculpe eu pago outro.

— Caralho está suando muito.

O ser some quando um caminhão passa pela rua.

— Já é hora de ir - falou se levantando.

— Mas nem vieram te buscar ainda.

— Vou de ônibus mesmo.

— Esper eu te le....

Uma buzina a interrompe Mário chegava no seu carro animado, no banco traseiro srta. Death segurava algumas sacolas sorrindo tinham feito compras.

— Não gostei dela.

— Porque? - questionou para a morena.

— Ela me da calafrios, minha avó dizia que pessoas assim tem energia ruim, são perigosas.

— Ciúmes tem outro nome agora? - brincou dando um soco fraco no ombro da mulher - Tchau chata.

— Se cuida filhote de Freud.

— Apelido clichê hein.

— Cala a boca - falou vendo a outra entrar no carro e ir embora.

                                ...............

Chegou no seu quarto jogando a mochila na cama respirou fundo querendo tomar coragem para ir até o sótão. Com certeza muitas respostas estavam naquele local, pegou sua lanterna qualquer coisa aquilo poderia servir de arma, foi até os degraus e subiu receosa aproveitando que todos se encontravam no andar de baixo. A entrada estava bem travada abriu num rangido, deu pequenos passos encarando as várias caixas jogadas nos cantos das paredes.

Chamou a atenção inúmeras prateleiras cheias de frascos contendo diversas coisas estranhas como animais deformados. Além de potes com ervas, livros empilhados e objetos que não sabia definir.

Escutou barulhos de alguém se remexendo atrás de um tubo gigante de vidro onde dentro tinha uma água esverdeada chegando mais perto viu uma criatura marrom peluda parecia híbrido de urso com leão, tinha patas grandes além da juba como o do felino.

— Ah.... está vivo?

— Ele não te ouve porque agora é hora de dormir.

A mulher se vira e encontra aquela garota sem olhos que tinha mordido ela, era estranho vê-la falar e saber onde exatamente estava mesmo não enxergando.

— Q-quem é você?

— Tabitha.

Paralisada e sem saber deu alguns passos para trás batendo na parede, olha pela a janela de fato embaixo ficava a sacada do seu quarto.

— Vive aqui?

— Sim, ninguém iria me aceitar assim.

— Pois é o mundo tem suas injustiças. Mas...... isso não dói?

— Deveria?

Ela não responde até porque desconhecia o que poderia falar naquele momento. As paredes tremem ouve cantos de várias mulheres a menina pega na mão dela levando na direção da saída.

— Rápido vai embora antes que ela chegue.

Beatrice já descia os degraus mas antes questiona de quem fugia, contudo a garotinha é puxada antes de dizer e a entrada se fecha num barulho. No corredor a psicóloga ficou parada não acreditava tudo aquilo ser real, sua mente insistia em rejeitar.

— Cuidado menina eles podem te enganar - falou a senhora repentinamente.

— Oi v-você viu tudo?

— Não contarei a ninguém - assegurou - Escuta no primeiro dia srta. Death mencionou uma lista que eu te daria?

— Sim, eu acho.

A velha pega com suas mãos tremendo uma folha amarelada e entrega para ela.

— Leia sempre em voz baixa e durante a noite.

— Porque?

— É uma amarração, vai prender quem te marcou e possíveis espíritos que possa te atacar.

— Eu não estou marcad.....

Madame pega a mão dela mostrando o vermelhão da mordida que tinha se transformado num círculo com uma estrela dentro, agora ardia como se tivesse cortada a carne.

— O que é isso?

— Descobriram realmente é a herdeira que vingará os ancestrais - disse num sorriso.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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