— Ela é só uma amiga mãe nada alem disso – respondi constrangido.

Sabia da relutância de mamãe com Ramona.

— Ah, mas saiba meu filho que há muitas outras garotas por aí... – começou papai.

— Sei disso pai, mas deixa eu no meu ritmo está bem? Ainda não encontrei a pessoa certa.

— Sei que se esforça meu filho – disse papai, mamãe apenas nos observava.

— Então, vai sair?

— Não pai, não vou – respondi – Estou cansado e amanhã tenho aula cedo.

Me levantei e coloquei o prato na pia.

— Claro – disse papai e pelo canto do olho o vi olhar para mamãe.

— Então, querido, nenhuma das outras garotas da escola faz seu tipo? – perguntou mamãe.

Dei de ombros enquanto lavava meu copo de suco natural.

Consegui senti – los me observarem e me esforcei para não ficar constrangido ou vermelho como tomate.

— Não seja tão duro consigo mesmo Gabriel – disse papai – Sei que não vamos com a cara de Ramona, mas isso não significa que não aceitaremos que você traga outra garota pra gente conhecer... De um outro tipo de relacionamento quero dizer...

— Tem bastante gente na minha escola papai e não se preocupe comigo, uma hora dá certo.

— Tudo bem, tudo bem – disse mamãe cortando o assunto – Não é da nossa conta – disse ela constrangida.

Suspirei aliviado, aquela conversa só me deixou com ainda mais coisas para se pensar.

— Acabei aqui – disse colocando o prato e o copo numa toalha de silicone – Vejo vocês amanhã cedo.

— Boa noite, Gabriel – disse papai beijando o alto de minha cabeça.

— Boa noite filhote – disse mamãe me dando um abraço e um beijo no rosto quando passei.

Não menti em momento algum pra eles, não estava planeando um relacionamento até então.

Me deitei em meu quarto e pensei novamente em como seria minha vida dali pra frente.

—

— Gente um colega meu da escola me ajudou e muito num dever de português que me embolei hoje – comecei contanto a história para meus tios que logo se interessaram, já que nunca falava de meus amigos.

— Sério meu bem? – disse tia Anna sorridente e meu tio me olhava também sorrindo.

Sorri de volta.

— Esse menino dever ser muito estudioso mesmo – disse tio Lúcio – Pra conseguir te ajudar num dever de português no qual eu sei que mesmo você não entendendo você acharia uma forma de entender sozinha.

— Mas que bom que hoje no trailer não estava tão movimentado e você teve tempo pra estudar e com ajuda de bons amigos tudo fica muito mais legal e divertido – disse tia Anna colocando os pratos na mesa.

— Oi gente – disse Luciano entrando dentro de casa mancando e na hora que se sentou fez uma careta.

— Oi meu filho – disse tio Lúcio o observando – O que aconteceu pra você chegar em casa todo estropiado?

— Fui fazer uma corrida com a Flávia e a personal dela e tropecei e me ralei todo – respondeu Luciano.

— E essa malhação toda tá trazendo algum tipo de retorno? – perguntou tia Anna com duplo sentido.

— Ainda não, mas com tombo ou não ela vai ter uma queda por mim – disse Luciano reclamando da dor.

Todos nós ali rimos de Luciano por toda hora colocar a mão em uma parte do corpo e reclamar de dor.

Luciano disfarçando a dor do lado de Flávia:

https://images.app.goo.gl/GPjr2vmjsyPhe7NXA