New Wave escrita por Bruna Gabrielle Belle
(Eu me sinto estúpido e contagioso)
Durante o café da manhã mamãe e papai conversavam sobre o ocorrido da noite anterior.
Difícil, mesmo.
— O Gabriel está correndo risco de ser processado e de ir pra cadeia por causa de estender a festa.
Apenas me aproximo da mesa sob o olhar de mamãe sob mim e pego uma maçã e quando me viro pra saída papai assovia.
— Nada de sair dessa propriedade e de ir para aquela garagem dos fundos o senhor está de castigo.
Paro no meio do caminho e me viro na direção de papai e ele me encara.
— Isso mesmo rapazinho, não quero saber de ensaio teatral e nem de musica de rock naquela garagem e muito menos que você saiu pra andar e conversar com seus amiguinhos irresponsáveis.
— Castigo? Que coisa mais antiga – digo e mordo a maçã que está em minhas mãos, papai se levanta e me olha de cima novamente. Retribuo seu olhar ainda mastigando a maçã.
— Há um garoto no hospital correndo risco de morte e você bonitão de ir pra cadeia! E você diz que ficar de castigo é coisa antiga. – diz papai irritado com minha atitude, pego o resto da maçã e coloco sob a mesa.
— Não foi minha culpa, eu já te contei o que eu vi naquela noite – respondo papai que respira fundo.
— Não é isso que está na cabeça do delegado Gabriel se isso chegar a promotoria e ser encaminhado ao juiz que no caso não será eu por eu ser seu pai não tenho esse direito e você estará em maus lençóis.
Assim que amanheceu eu e meus tios corremos para a delegacia levar alguma coisa para Luciano comer, quando chegamos próximos as celas o vi sentado no canto mais distante dos outros presos.
Coitado.
— Como esta se sentindo meu filho? – perguntou minha tia Anna afagando seus cabelos quando ele se levantou e veio para perto da grade.
— Horrível e a hora não passa por nada, quando que eu vou pra casa? – pergunta ele comendo um biscoito.
— Não conseguimos encontrar o nosso advogado, mas o defensor disse que hoje à noite você sai daqui.
— Com quem você estava naquela noite no píer Luciano? – perguntei diretamente e ele me encarou.
— Estávamos eu, Richard o menino que está internado e o Gabriel, mas a gente tava no pub e saiu pra andar na chuva e um homem de preto apareceu e todo mundo saiu correndo e quando eu vi o Gabriel pulou na água pra pegar o Richard e eu entrei até conseguir alcançar eles dois e os puxei pra beira.
— Vocês dois então só tentaram salvar o garoto da tentativa de assassinato, mas não viram quem deu o tiro? – perguntou meu tio Lúcio, Luciano apenas balançou a cabeça positivamente, minha tia suspirou.
— Você não viu ninguém além desse homem de preto correndo atrás de vocês certo? – disse tia Anna.
— Sim, foi só isso, a gente correu e o Richard caiu à gente viu o buraco da bala e só nada além disso.
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