Capítulo 12 – Acampamento

— Alice, eu já disse que não vamos levar isso! – Emmet disse levemente irritado enquanto, pela quarta vez, tirava uma bolsa de seu porta-malas que a irmã insistia em colocar.

— Você só está querendo ser chato, qual é o problema? Não é como se não tivesse espaço no carro! – Ela respondeu se colocando entre ele e o porta-malas.

— Ok, eu vou intervir! – Rosalie levantou a voz para apaziguar a situação, assumindo a postura de “professora” – Emmet, realmente, o seu porta-malas é enorme e não estamos levando tantas coisas, essa bolsa não fará muita diferença. – Ela disse e Alice já abriu um enorme sorriso. – Mas, Alice, pelo amor de deus, estamos indo acampar no meio da floresta, não creio que seja a melhor situação para levar um globo de luzes coloridas... – seu sorriso morreu na hora e Emmet lhe mostrou a língua o que fez Rosalie revirar os olhos.

— Então está decidido! Vocês são dois bestas e a bolsa vai, mas não saíra do carro! – Edward se meteu voltando a colocar a bolsa no porta-malas deixando seus irmãos incrédulos.

Eu suspirei tentando me concentrar na parte engraçada daquela cena, mas estava difícil. Estávamos na garagem dos Cullens carregando o Jipe do Emmet, eu me apoiava no carro de Alice enquanto os observava de longe.

A verdade é que eu estava muito nervosa... nunca havia acampado na vida. Nem montar uma cabana com cobertores no meio da sala eu cheguei a fazer. Eu estava completamente perdida e morrendo de medo de fazer papel de idiota no meio deles.

— Hey, relaxa, eles não são assim sempre. – Edward veio para perto de mim tentando me tranquilizar e eu sorri agradecendo, ele estava tentando pelo menos.

Ouvimos um barulho de carro chegando na calçada, era Jasper, o último integrante de nossa aventura que chegou. Obviamente esse acampamento fora ideia de Alice.

— Ele chegou! – Ela disse animada e logo se dirigiu aos seus irmãos. – Por favor, não estraguem tudo! – Eu ri com o desespero dela e Edward apertou meus ombros em um abraço de lado.

— É só uma noite, você se sairá bem! – Ele disse e beijou minha testa, antes de me conduzir até o carro.

Pegamos cerca de 1h de estrada, seguida por um trecho de terra que me fez duvidar se realmente estávamos indo a algum lugar, mas assim que Emmet estacionou eu pude entender o porquê de demorar tanto para chegar.

O lugar gritava natureza. Se eu já havia ficado chocada com La Push, isso a fazia parecer uma metrópole. Eram diferentes tons de verde que rodeavam troncos altíssimos, pedras cobertas de musgo e os mais diferentes sons de pássaros que me deixaram atordoada por um momento.

Descarregamos o carro para encarar uma pequena trilha que nos levou a uma clareira, na qual havia alguns troncos tombados e uma fogueira apagada, o que indicava ser um lugar comumente usado para acampamento. Não sei exatamente o porquê, mas notar isso me deixou mais calma por um momento.

— Ok, pessoal, vamos começar a montar as barracas! – Emmet anunciou assumindo o papel de guia, líder, instrutor ou sei lá o quê. – Temos três barracas, uma será minha e de Rose – Disse dando uma piscadinha para a namorada o que fez sua irmã revirar os olhos. – Uma para Bella e Alice, e outra para Edward e Jasper. Todos de acordo?

Concordamos em uníssono e começamos o processo. Apesar de já ter assumido o namoro há uma semana, a ideia de passar a noite juntos em uma barraca sozinhos havia me apavorado, era tão diferente e tão novo, foi um alívio quando Edward me perguntou se tudo bem se eu dividisse a barraca com a Alice, se era estranho para mim imagina para ela e o Jasper que nem são um casal.

— Bella, por acaso você viu uma ponteira igual a essa? – Alice me perguntou me tirando de meus pensamentos. Rapidamente busquei pelo que ela pedia na pilha a minha frente e a entreguei.

Como eu nunca havia montado uma barraca antes, fui designada como a ajudante, o que não era nada mal, eles me mostravam o que queriam e eu entregava, simples e confortável para mim.

As barracas já estavam praticamente prontas, quando foi decidido que iriamos almoçar nosso piquenique na beira do lago que havia lá perto.

— Er, Alice, - disse me aproximando dela que terminava de prender a última extremidade de nossa barraca no chão. – Onde é o banheiro? – perguntei na maior inocência. Mas em resposta ela apenas ficou vermelha por um momento até começar a rir.

— O que houve, meninas? – Edward perguntou se aproximando.

— Eu não sei... – respondi confusa. – Eu só perguntei aonde era o banheiro e ela reagiu dessa forma.

Eu mal havia terminado de falar e todos os meninos já acompanhavam a Alice na risada, foi quando eu notei que aquilo era um acampamento e que eu provavelmente estava sendo ingênua de mais.

— Vem, Bella, eu te mostro. – Rosalie, a única que não ria da minha cara, disse de uma forma gentil enquanto me guiava até uma parte mais afastada do acampamento.

Realmente, aquele não foi um dos meus melhores momentos e eu gostaria de estar mais preparada para ele, mas também não foi terrível. Voltei a me encontrar com o resto do grupo e saímos em direção ao lago, passando pela segunda trilha do dia.

A paisagem do lago era linda, eu com certeza estava ficando mal acostumada. A água era de um verde escuro, o que indicava sua temperatura gélida, e os arredores eram emoldurados pelos altos pinheiros tão característicos da região.

Perto da água o solo era uma mistura de areia e pedras, também havia troncos tombados por lá, então nos estabelecemos para almoçar. Realmente toda a atividade que eu havia feito até então me deixara com bastante fome.

O almoço foi divertido com os Cullens compartilhando suas histórias de acampamento e mais uma vez eu me peguei encantada com aquela família e a união e carinho que um nutria pelo outro, mesmo com todas as zoações e brincadeiras.

Após todos terminarem de comer, Edward se levantou sacando sua câmera da mochila pronto para registrar a paisagem e, enquanto Emmet ensinava as meninas a fazer pedrinhas quicarem na água, eu me aproximei de Jasper, sentando-me ao seu lado.

— E ai chefe? – o saudei empurrando de leve seu ombro com o meu.

— Diga, New Yorker. – ele respondeu divertido. – Sobrevivendo?

— Há! Muito engraçado... mas sim, estou, aos trancos e barrancos... literalmente – respondi me lembrando dos meus tropeços na trilha. – Mas não era sobre isso que eu queria conversar... – joguei verde.

— É claro que não era. – Ele respondeu sorrindo e em seguida deu um gole no seu cantil de água.

— Ah, Jasper, qual é! Faz uma semana que aconteceu o casamento e eu não tive nenhuma informação... eu sou uma pessoa curiosa!

— A Alice não te falou nada? – ele perguntou surpreso.

— Não... e eu também não quis perguntar, porque acho que ela meio que está se vingando por eu não ter falado nada sobre o Edward antes...

— É, faz sentido. – ele concordou e então passou a encarar o cantil em suas mãos. – A gente se beijou, na festa. – Completou sem graça e eu não pude deixar de abrir um grande sorriso, feliz por eles. – Mas... desde então nada.

— Como assim nada? – franzi a testa. – Não foi bom?

— Eu não sei! Para mim, foi ótimo... e ela pareceu gostar também. – Ele levantou a cabeça, mas agora olhava para Alice na beira do lago. – Mas desde então, eu tenho tentado, de diferentes formas, chamar ela para sair, mas ela sempre desconversa... e quando eu finalmente consigo... ela transforma nessa viagem grupal! Nada contra vocês, é só que...

— Eu sei, é frustrante... mas realmente, que estranho isso, porque todas as vezes que eu falei com ela, inclusive hoje antes de você chegar, ela parecia super na sua – respondi pensando alto. – As vezes ela está traumatizada, sabe... por causa da última vez.

— É... pode ser, eu só não quero forçar nada, sabe? – Ele respondeu me olhando preocupado. Nesse momento Rose veio se aproximando de nós, mas logo parou quando viu que estávamos conversando “sério”.

— Atrapalho? – Ela perguntou receosa.

— Que nada, Rose, estamos apenas discutindo a vida amorosa do Jasper – respondi divertida e notei meu chefe revirando os olhos ao meu lado. – Na verdade você poderia inclusive nos ajudar.

Rose se sentou com a gente e Jasper gentilmente explicou toda a situação para ela.

— Realmente, essa atitude não parece com a Alice... ela deve estar assustada mesmo. – Disse e então olhamos juntos para minha cunhada que corria do irmão que tentava molhá-la. – Admiro você não querer forçar nada, Jasper, mas acho que se continuarem nessa não irão a lugar nenhum, digo por experiência própria – ela piscou para mim. – Por que você não tenta ter uma conversa franca com ela e explicar o que sente?

— É, acredito que isso possa funcionar... na verdade, era o que eu tentei fazer algumas vezes essa semana, mas nunca consigo ficar sozinho com ela.

— Bom, isso a gente pode dar um jeito... é só eu e Rose nos afastarmos com os meninos... – sugeri sorrindo maliciosa e logo fui acompanhada pela loira.

— Nossa, sim, vamos! – ela respondeu animada. – Meu deus, me sinto no colegial novamente. – brinca.

— Obrigado, meninas, pelo apoio. – ele sorriu sem graça.

— Ah, que isso Jazz, nós, os agregados, precisamos nos unir. – brinquei e em seguida estávamos rindo os três juntos.

— Quem diria, né, que em um mês tanta coisa podia acontecer... – Jasper comentou me empurrando de leve com o ombro enquanto observava Edward se aproximar. Caraca, faz um mês que eu cheguei... parece que faz anos. Pensei comigo mesma, mas logo minhas reflexões foram interrompidas, pela fala de meu namorado.

— E então, Bella, pronta para mais uma aula? – Perguntou sorrindo indicando a câmera em suas mãos.

— É claro! – Respondi animada e o segui, deixando meus amigos fazendo comentários divertidos nas minhas costas.

Eu e Edward já passamos bons momentos juntos, mas com certeza os meus favoritos era quando ele me explicava sobre a fotografia. Era tão bonito e ao mesmo tempo sexy ver ele querendo dividir comigo aquilo que é sua paixão, com certeza fazia eu me sentir a pessoa mais especial do mundo, só de estar ali.

Pouco tempo depois o sol começou a abaixar e Emmet veio nos chamar para voltarmos ao acampamento e começarmos o processo de acender a fogueira. Está aí uma parte que eu estava ansiosa, sentar na fogueira e aquecer marshmellows.

Juntamos nossas coisas e começamos a seguir a pequena trilha de volta, dessa vez com menor luminosidade, o que dificultava um pouco para mim. Acabei sendo a última da fila, logo atrás de Edward.

Me parecia tão anti natural entrar no meio da mata quando começava a escurecer, mas eles sabiam o que estavam fazendo e preferi não comentar nada para não ser zoada de novo. O problema é que dessa vez havia barulhos no meio do mato que não tinha antes e isso estava me deixando tensa. Acelerei meu passo para ficar mais perto do meu namorado.

— Edward? – Disse cutucando o seu ombro. – Você está ouvindo esses sons?

— Ah sim, não se preocupe, é normal quando anoitece. – Ele respondeu sorrindo sem parar de caminhar. Eu já estava me tranquilizando até ele completar. – Provavelmente é só um animal passando por aqui.

O problema é que na minha cabeça de garota de cidade grande ou chame como quiser, “um animal” não é um esquilo, ou um coelho, ou algo bonitinho e pequeno. Quando você me diz que um animal está passando por uma floresta ao escurecer, eu já assumo que é a porcaria de um urso gigante e assustador.

Assim, na próxima vez que eu voltei a ouvir o barulho, eu não parei para racionalizar, simplesmente passei a correr e gritar que nem uma doida assustada. Lógico que isso acabou assustando os outros, porque aquilo era super natural para eles, mas, na minha cabeça, eu estava correndo pela minha vida. E continuei assim, ultrapassando todos, até que meus pés foram parados por um obstáculo e eu caí de cara em um amontoado de galhos.   

Logo todos estavam ao meu redor preocupados, mas assim que eu consegui virar e me sentar, mostrando que estava viva, eles começaram a gargalhar. E até eu, no momento que notei a besteira que tinha vivido, os acompanhei.

— Eu achei que tinha um urso... – respondi sem graça.

— Tudo bem Bella, todos nós já passamos por isso... a diferença é que foi na infância - Emmet disse brincando e estendendo a mão para me ajudar a levantar.

Eu o acompanhei na risada e peguei sua mão apoiando nele para levantar, com minha outra mão afastei meu cabelo que estava cheio de folhas cobrindo parte dos meus olhos. Nesse momento os olhares de todos ficaram sérios e no próximo segundo Edward já estava ao meu lado, muito preocupado.

— Bella... sua testa – Ele disse afastando mais meus cabelos e analisando minha cabeça em busca de mais ferimentos.

— Não é nada demais, eu sou desastrada mesmo. – disse tentando tranquilizá-lo, o que não teve muito efeito.

— Bella, deixa eu limpar isso e dar uma olhada, acho que precisará de pontos... – respondeu sério enquanto me guiava de volta para o acampamento que estava relativamente perto.

— Edward... não sei se é uma boa sairmos daqui agora, já escureceu e tem a outra trilha até o carro, você sabe como ela fica confusa de seguir a noite. – Emmet disse sério ao irmão. Edward afirmou com a cabeça concordando e então voltou a me olhar seriamente.

— Bella, você confia em mim? – Seu olhar era muito intenso e eu já havia deduzido o que ele pretendia fazer, então apenas concordei com a cabeça.

Uma vez no acampamento, Edward me deixou sentada em um dos troncos do local enquanto foi atrás de sua bolsa de primeiros socorros. Jasper e as meninas começaram a acender o fogo.

Meu namorado voltou e sentou-se ao meu lado, me entregou um comprimido para dor e, em seguida, passou a limpar o ferimento. Emmet se aproximou de mim com uma garrafa de vodka.

— Acho que você precisará disso. – Ele disse sorrindo e eu aceitei, entornando a garrafa em seguida.

— Não vou nem perguntar por que você trouxe isso. – Edward disse ao irmão enquanto separava seus equipamentos.

— Nunca se sabe, maninho. – Ele deu de ombros e então, para minha surpresa, sentou-se ao meu outro lado. – Pode apertar minha mão se quiser, eu aguento. – Sorri com sua fala e segurei sua mão.

Edward então costurou minha testa. Foram quatro pontos apenas e, realmente, doeu menos do que eu esperava, mas talvez isso seja por conta da bebida que eu goleava entre um ponto e outro. Quando ele terminou, eu já estava mais do que altinha.

Meu namorado continuou preocupado, mesmo depois de eu lhe garantir que estava bem e que, de forma alguma, aquilo era sua culpa. Ele insistia em querer tentar voltar, mas eu lhe garanti que estava bem. E eu estava mesmo, tudo girava de uma forma tão bonita!

Com a fogueira pronta e eu costurada, começamos a assar nosso jantar, seguido por marshmellows, que meu deus, eram muito bons.

— Acho que estou apaixonadaaa – disse arrastado enquanto pegava mais uma daquelas delícias.

— Vish, Edward, perdeu. – Alice disse zoando o irmão.

— Ou não, Alice, vai que agora ela começa chamar ele de “meu marshmelowzinho” – Emmet completou arrancando mais risadas de todos, até de Edward.

Continuamos a comer e conversar, contar histórias e, até arriscamos tentar cantar, mas logo desistimos. Após um tempo, quando as conversas já começavam a morrer, Rosalie quebrou o silêncio.

— Bom, gente, a fogueira está muito gostosa, mas eu já estou morta... vou deitar-me – disse se levantando e olhando para seu namorado.

— É, galera, já vamos nessa. – Emmet sorriu acompanhando a namorada. Rosalie então lançou um olhar para o Jasper com quem diz “é agora”.

Um tempinho depois que eles saíram, Jasper pigarreou nervoso.

— Er, Alice, o que acha de irmos até o lago vermos as estrelas? – Ele perguntou tentando parecer casual.

— Hmmm acho ótimo, deve dar para ver bem melhor de lá – ela disse olhando para o céu, e então virou-se para mim e Edward. – Querem vir também?

Nesse momento, juntei todos meus dotes cênicos e dei uma leve gemida de dor enquanto colocava a mão no meu curativo.

— Não sei se é uma boa Alice... – Edward respondeu me abraçando pelos ombros. – Mas divirtam-se!

Eu pude ver o nervosismo no olhar de Alice, que ela afastou com um suspiro sorrindo então para Jasper. Eu, nada discreta devido ao álcool, concordei com o Edward e, em seguida, aproveitando que a Alice não via, dei uma piscadela para Jasper, fazendo meu namorado revirar os olhos ao meu lado e me apertar mais forte.

— O quão real foi esse gemido de dor? – Edward perguntou após os dois saírem. E eu sorri amarelo.

— A Alice tem evitado ficar sozinha com o Jasper por medo de dar merda de novo... ai eu e Rose mexemos uns pauzinhos... – respondi enquanto brincava com o zíper do seu casaco.

— Hmmm entendi. -  Ele sorriu, acariciando meus cabelos. Ficamos em silêncio um tempo até ele completar. – Eu gosto do Jasper, espero que dê certo.

— É... eu também. – sorri olhando para cima e encontrando seu olhar. Em seguida ele me beijou calorosamente.

Ficamos mais um tempo abraçados, ora falando merda, ora se beijando, ora só curtindo a companhia um do outro. Quando o fogo começou a apagar e eu, a bocejar, Edward sugeriu me levar até minha barraca, pois duvidava seriamente da minha competência em conseguir abrir o saco de dormir.

Entramos na barraca engatinhando, ele abriu meu saco de dormir e eu me enfiei lá dentro me acomodando. Ele beijou minha testa e se virou para sair.

— Hey – disse sonolenta. – Fica mais um pouco... até a Alice voltar. – pedi já fechando os olhos. – Vai que o urso aparece.

Ele deu risada e em seguida senti o calor do seu corpo deitando-se ao lado do meu. Me colei a ele, para que coubéssemos no saco de dormir, e me permiti adormecer ali em seus braços.

...

Acordei na manhã seguinte e a primeira coisa que senti foi uma dor latejante de cabeça, acho que em parte pelos pontos, e em parte pela ressaca de ter bebido meia garrafa de vodka sozinha.

Tomei coragem para abrir os olhos e encarar a luminosidade. Olhando para o lado encontrei Edward dormindo com uma face serena e sorri, havia sido uma boa noite. Optei por deixar que ele continuasse a dormir e me levantei tomando cuidado para não o acordar. Saindo da barraca encontrei Rose e os meninos preparando o café em uma nova fogueira recém acendida.

—  Bom dia, Bella Adormecida! – Emmet brincou ao me ver.

— Está mais para Bella Ressaca – Jasper completa me entregando uma xícara de café.

— Na mosca, chefe. – Respondi pegando a caneca agradecida.

Ouço um barulho atrás de mim, e me viro para ver Edward sair da barraca se espreguiçando. Ele cumprimenta a todos e então se aproxima de mim, checando os pontos e trocando o curativo em seguida. Era gostosa a sensação de ser cuidada por ele.

— Ok, gente, todos dormiram bem e tals... mas a pergunta que não quer calar é: o que aconteceu com as barracas? – Rose perguntou como quem não quer nada ao ver Alice saindo da barraca que seria dos meninos.

— Vixe... eu estava bêbada de mais, não me pergunte – respondi tentando me safar, mas logo percebi a conotação que essa resposta poderia ter, então optei por entornar minha caneca de café, vermelha de vergonha.

— Alice e Jasper foram dar uma volta e nós ficamos aqui na fogueira um tempo, quando Bella começou a ficar com sono eu a ajudei a ir até a barraca e ela me pediu para ficar la até a Alice voltar.... mas ela não voltou – Edward explicou.

— Claro que voltei!... – Alice respondeu indignada. - ... só que para outra barraca – completou sorrindo amarelo e deixando Jasper mais vermelho do que eu.

— Quer saber? Esquece, não quero mais saber - Rose disse fazendo careta e todos a acompanharam.

— Jesus... não quero nem pensar o que teria acontecido se tivéssemos descarregado aquele globo de luzes do carro... – Emmet comentou divertido e em seguida recebeu tapas da irmã.

Ficamos mais um tempo por lá, mas logo desmontamos o acampamento e voltamos para a cidade. Edward pegou seu carro que estava na casa dos seus pais e me levou para a pousada, após eu recusar gentilmente o convite de Esme para almoçar, eu estava doida para tomar um banho e me deitar na minha cama.

Durante todo o caminho até a pousada Edward me encheu de perguntas para se certificar se eu estava bem mesmo, se eu não queria ir ao hospital, se eu sentia dor, até que eu tive que o interromper.

— Edward, relaxa, sério, eu adorei tudo, uma pena apenas que eu estava alcoolizada demais para curtir melhor nossa noite... – joguei no ar e em seguida senti sua postura dar uma enrijecida ao meu lado, exatamente o efeito que eu queria.

Como já estávamos na frente da pousada, me debrucei sobre o cambio do carro para lhe dar um beijo antes de sair em direção a casa. Comecei o beijo calmamente, mas Edward retribuiu de uma forma mais intensa, mais urgente.

Nos separamos ofegantes e demos mais alguns selinhos antes de eu sair do carro e abrir a porta do banco de trás para pegar minha mochila. Me debrucei na janela do carona antes de ir.

— Te vejo amanhã? – perguntei.

— Eu e Dog estaremos lá – sorri com sua resposta e saí de uma vez.