Os desejos que não se manifestam escrita por Necromi


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Hellou, fofos ~ ♥

Faz quatro ferrados anos que não escrevo fanfic nenhuma. Tive problemas pessoais e depois me foquei 100% em personagens originais e afins, mas me deu vontade de voltar para a vida de fandom e cá estou eu! OIDAJDOAIDJOIDAS

Um dos fandom que ando redescobrindo um amor gigantesco é KnB, por isso precisava ser dessa belezura mesmo meu retorno. ♥ Um dos meus OTPs é NijiAka e nunca vejo nada deles no site, por isso trago a menção do casal aqui! :)

Espero que gostem!

Ps: Estou voltando agora, qualquer erro em nomes dos negos me perdoem e me corrijam, pls. OIDAJDSOAIDJOIDA



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/779310/chapter/1

OS DESEJOS QUE NÃO SE MANIFESTAM

Capítulo Único

Chovia como o inferno aquela semana, especialmente durante a tarde para a noite, quando o sol sumia do horizonte.

Incidentes induzidos pela chuva foram anunciados nos jornais, mas isso não pareceu abalar o cotidiano da maioria dos japoneses, incluindo o de Nijimura.

Estava em frente ao espelho, experimentando o que deveria ser a décima camiseta em menos de cinco minutos. Logo seriam onze.

— Tsc. Por que nada do que eu tenho parece combinar com shows de rock?

Nijimura olhou para trás, onde ficava sua velha guitarra pendurada na parede. Era um modelo bem vagabundo e havia anos que não pegava nela, mas guardava com certo carinho. Era vermelha, a cor favorita de seu pai. Se lembrava do dia em que ele escolheu, pouco antes de falecer.

— Uma roupa preta ficaria melhor, não é?

Enquanto vasculhava seu guarda-roupa, o som metálico se misturou com o toque do seu celular. Tardou a atender, o que levou a ter que ouvir as reclamações de Aomine do outro lado.

— Quê? Por que o Kise não vai?

Aomine explicava com indiferença; Kise havia se ocupado com mais um dos seus voos fora de agenda. Desde que ele decidiu comprar um lugar novo, aceitava qualquer coisa para ter mais dinheiro.

Nijimura resmungou.

— Ok. Te vejo em trinta minutos?

"Sim", respondeu baixo, não desligando. A persistência na linha fez Nijimura ficar mudo. "Parece que a polícia tem notícias do Akashi".

— Do Akashi? Faz três meses que não atualizam o ca-

"Eu sei, mas fiquei sabendo que foram falar com o pai dele".

Nijimura olhou na direção da guitarra vermelha.

— Me fale disso depois, logo eu chego aí.

"Tchau", desligou.

Um suspiro pesado veio junto a um grunhido, de repente se jogando sentado na cama, mantendo os olhos no espelho. Ele refletia a parede amarelada que contrastava com o vermelho forte e o instrumento.

— A polícia tem notícias... — murmurou. Seus olhos cinzentos começavam a se perder da realidade, e sua cabeça adentrava aos pensamentos repetitivos.

Fazia quanto tempo que Akashi foi dado como desaparecido? Um ano e meio? Um ano e seis meses? Era muito tempo, mas pouco para o pai ter desistido da procura como anunciado semanas atrás. Talvez aquilo tenha sido um grande incentivo para a polícia trabalhar e sair da reputação de serem inúteis, já que Masaomi tinha nome suficiente para provocar aquele medo neles.

Por mais que todos os amigos de Akashi tenham expressado revolta quanto à desistência de Masaomi, Nijimura não ficou surpreso. Era algo que esperava, visto que o relacionamento familiar murchou ainda mais quando o namoro do filho com um homem chegou aos ouvidos do pai.

Não houve escândalos, típico da família Akashi, mas soube que algo havia acontecido no instante que o namorado surgiu cabisbaixo, guardando qualquer resquício de sentimentos deprimentes sob a cabeleira ruiva.

Não havia o consolado aquele dia, pois sabia que ele preferia daquele jeito. Mesmo assim, uma semana depois começaram a morar juntos.

— Logo vão te achar. Eu sei disso.

Nijimura franziu as sobrancelhas, de repente parecendo perder o gás para se divertir. A tristeza esmagadora voltou a apertar seu coração e sua garganta.

Sentia muita a falta dele. A polícia logo encontraria Akashi.

Coçou os olhos e se levantou de supetão, tentando substituir o sentimento insistente pela breve adrenalina.

— Não preciso pensar nisso. Não agora. Ele vai voltar. Ele vai voltar.

Respirou fundo, andando a passos rápidos até o guarda-roupa de novo, caçando qualquer peça preta e folgada para o show.

Um grunhido veio de novo quando terminou de se vestir. Estava de sobrancelhas franzidas.

A polícia tinha notícias. Que notícias eram?

Sentia tanto a falta dele...

Ele voltaria. Sabia que ele voltaria. Esperava há muito tempo por aquilo. Seu pai sempre dizia que desejar as coisas com força obrigava o mundo a manifestar o que queria. E queria ele de volta.

Olhou a hora no celular. Ainda faltava quinze minutos para se encontrar com Aomine, e ele provavelmente se atrasaria bastante. Dava tempo para comer ou até ver algum vídeo aleatório, mas não queria ficar ali.

Permanecer naquele quarto fazia

Nijimura se lembrar dele, o que, dado sua ansiedade, seria questão de minutos para entrar em mais um de seus ataques neuróticos.

Ele voltaria. Ele precisava voltar.

Varreu seu criado-mudo para pegar o que precisaria. A carteira, as chaves e, claro, sua paleta autografada da sorte, que foi assinada por um qualquer que fez um show bom, mas que não se lembrava no nome.

Olhou para a guitarra vermelha de novo antes de ir até a porta do quarto. Seu celular vibrou com uma mensagem provavelmente de Kise que chegara mais cedo, mas foi o grunhido baixo que o fez parar de andar.

Aquele maldito sonzinho irritante, que anunciava a existência da qual não sentia falta.

Nijimura se afastou da porta, decidindo ir até a parede amarelada. Passou os dedos suavemente pela guitarra pendurada no alto, se lembrando de novo do seu pai.

Desejos fortes obrigavam o mundo a manifestar seus desejos.

Agachou-se para ficar de cócoras, tendo os olhos a ficarem alinhados com o par de esferas vermelhas. Estavam assustadas, sem esperança. A vastidão de medo no carmim surgia com frequência, sempre que se aproximava.

Com um movimento vagaroso, subiu a mão até o rosto alvo, agarrando com força a mandíbula. Havia pouca bochecha para se saltar contra seus dedos. Os ossos dele começavam a aparecer já havia algum tempo, mesmo as costelas agora estavam tão amostra quanto seu pavor constante.

— Ouviu? A polícia tem notícias. — Nijimura aproximou o rosto, seus traços transparecendo nojo de repente. — Logo vão te achar, Akashi. Eu não sou tão bom assim.

O rapaz fechou os olhos quando o aperto ficara insuportável. Lágrimas desceram à medida que os sons metálicos das algemas ficaram descontrolados com a agitação dos seus pulsos. Suas pernas dobradas tremiam; queria chutar seu agressor, mas, àquela altura do campeonato, sabia o que receberia se o fizesse.

— Daqui dois dias você vai ser escondido em um lugar onde ninguém vai te ouvir gritar. — Os dedos se fecharam com mais brutalidade, provocando gemidos fortes a saírem do rapaz.

Nijimura sorriu.

— Se não me devolver o Imperador em dois dias... — Não completou. Mesmo assim sentiu o pavor dele.

Jogou a cabeça de Akashi contra a parede, fazendo sua guitarra sacudir um pouco. Com o grito abafado pelas fitas, sentiu a possibilidade de o ataque neurótico acontecer evaporar aos poucos, finalmente o libertando para ter um bom dia.

— O Imperador amava chuva como ninguém — murmurou em luto, se levantando. Queria sentir o calor dele de novo enquanto seus corpos congelavam sob a tempestade. — Eu sinto muito a falta dele... Não me decepcione, Akashi.

Nijimura deixou o rapaz para trás e saiu do quarto, assumindo sua postura habitual para se divertir com seus amigos. Desejava com tanta força o Imperador novamente. Por que ele não voltava? Por que seus desejos nunca se manifestavam? Nem quando pediu tantas vezes que seu pai sobrevivesse?

Quando entrou no carro, teve vontade de desistir da ideia. Talvez ele nunca voltasse. Poderia estar errado.

Mas conforme o céu ficava limpo de novo e as nuvens iam embora, a esperança foi voltando.

Um dia ainda veria a chuva novamente com o Imperador.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? ♥

Fico preocupada com a minha falta de capacidade atual de fazer algo fofo ou até normal, mas vida que segue. -N

Evitei colocar aviso x e y na história por questão de spoilers, mas se isso for proibido, por favor me deem um toque. UAHSUAHSAUHSAUSA

Eu não revisei e escrevi no bloquinho do celular, então qualquer erro me perdoem.

Agradeço imensamente a quem leu. Caso você >queira< deixar seu feedback fique à vontade. Aceito abertamente críticas construtivas também. ♥

Beijos na bunda, sz.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os desejos que não se manifestam" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.