All over again escrita por Shinobu


Capítulo 4
Capítulo 4 - O incidente de 49 anos atrás


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões pela demora em postar esse capítulo!!! Sinto muito mesmo ;---;
Mas o próximo vai sair bem mais rápido, juro :)
Ah, outra coisa, a partir desse capítulo o nome dos personagens não estará mais escrito ao lado das falas, só queria avisar mesmo.



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— E deixa eu adivinhar, dessa vez seu plano é me usar como refém?

Sachiko dá um leve sorriso. - Você consegue mesmo perceber as coisas rápido, realmente tenho uma neta esperta.

— Não precisa ser nenhum gênio para adivinhar o óbvio.

— É, creio que sim.

— Sabe, apesar de tudo, nunca achei que você teria coragem de me usar em um de seus planos. Acho que não me surpreendo com mais nada que você faça, já que agora eu sei que posso esperar qualquer coisa vindo de você.

— Também foi inesperado pra mim. Mas você não tem porque reclamar.

— Hã!?

— Você não é a primeira, e provavelmente não vai ser a última. Houveram muitos outros antes de você, e pode ter certeza de que com a maioria deles eu não fui tão boazinha quanto eu estou sendo ou vou ser com você.

— Então está querendo dizer que eu devia me sentir privilegiada?

— É claro que sim! Minha querida...posso estar usando você como refém, mas você não é como qualquer outro prisioneiro, você é minha neta! E eu não sou um monstro, nunca faria nada para te machucar. E enquanto estiver "presa" aqui, também não vou deixar que ninguém o faça. Não deixarei que nada te aconteça, portanto você não tem que se preocupar com nada.

— Nossa, quanta gentileza, até fico comovida. Você é mesmo um anjo...

— De qualquer forma, não me entenda errado. Ao contrário do que deve estar imaginando, não uso as pessoas para benefício próprio, é tudo por um bem maior. E acredite, eu também não estou feliz com essa situação, afinal eu não queria ter que usar minha própria neta como refém, mas nem sempre as coisas são como a gente quer, você sabe. Juro que se pudesse usar qualquer outra pessoa para fazer de isca, assim eu teria feito. Só que infelizmente as circunstâncias não permitiram, mas por esse bem maior, não me importo de usar quem quer que seja...Pelo menos também estarei pagando um preço muito baixo, já que você vai sair ilesa dessa.

— E por que eu, exatamente?

— Porque seria muito mais fácil e prático em vários aspectos. O fato de ele ter um interesse pessoal em você também pesou bastante, e é também por esse mesmo motivo que eu tenho certeza de que ele virá. A propósito, vocês "se conheceram" em um sonho, não foi?

— Sim, isso foi a algumas semanas atrás. Com o dia a dia eu acabei esquecendo desse sonho, mas quando encontrei ele, não demorei muito para me lembrar de tudo.

— Ah, que bela história...daria um ótimo romance, não acha? - A Marinheira apoiava a cabeça nas mãos enquanto sorria. - É absurdo, mas ainda é adorável. Mas me diga, você confia mesmo numa pessoa que você só viu uma vez, e ainda por cima, em um sonho?

— Por que não? Pode ter sido só um sonho, mas ainda assim eu o conheci e confio nele.

— Francamente, você é mesmo muito idiota...Você pode muito bem estar sendo enganada, sabia?

— Não acho que seja o caso. Ele estava sendo sincero, eu conseguia ver nos olhos dele.

— Ora, sinto que temos alguém apaixonada aqui, é isso mesmo? Rs

— E daí? O que você tem a ver com isso?

— Nada. É que isso pode acabar sendo muito doloroso pra você.

— Ah, não o precisa se preocupar comigo, eu vou ficar bem. Porque dessa vez não vou deixar que as coisas terminem como você quer.

— Ei, ei, ei, você está me desafiando?

— Interprete como quiser.

— Você é mesmo muito atrevida. Mas eu gosto disso. Muito bem então, vamos ver quem vai vencer esse jogo.

— Isso é um jogo pra você?

— Qual o problema? Apenas tento ver as coisas de uma maneira divertida.

— Sei. Ok, sem problema, já que isso é um jogo pra você, então eu vou te mostrar como se joga.

— Vai me mostrar como se joga? - A azulada mais velha ri - Cuidado, não acha que está um pouco confiante demais?

— Não estou confiante demais, é você que me subestima.

— Acontece que eu sei do que é capaz. E sendo sincera, acha que vai ser o suficiente para escapar? Você nem faz ideia do que pode estar por vir.

— Não, você não faz ideia do que eu sou capaz. E eu não preciso saber, e também não me importo com o que pode estar por vir. Eu vou simplesmente seguir em frente, e fazer meu melhor para superar qualquer desafio.

— Ótimo! Isso só deixa as coisas mais interessantes! Mal posso esperar para ver como isso vai acabar...

— Por que você está fazendo isso? Qual o sentido disso?

— Eu apenas estou tentando fazer meu trabalho. Não é nada pessoal.

— Não é nada pessoal? Como assim? Só pode estar de brincadeira comigo...Você odeia piratas, e isso não é novidade, mas não adianta tentar fingir, pelo menos não pra mim, que o seu ódio por eles é não é uma coisa pessoal. - A Marinheira ficou brevemente em silêncio. - E de tirou isso? - Sua voz demonstrava tensão.

— Seu ódio é muito mais profundo, vai além de algo baseado no senso comum, pelo menos eu sempre achei isso. E as coisas que você diz, o seu jeito de pensar, as coisas que você faz, sua forma de agir no geral, só me faziam ter cada vez mais certeza de que tinha alguma coisa...errada, ou que você estava sim escondendo alguma coisa. Ou acha mesmo que eu nunca percebi?

— Chega! Eu não tenho que ficar me justificando para você! Eu sei o que eu estou fazendo, sei o que me motiva, e eu sei por quem eu faço o que eu faço e isso já é suficiente! Fracamente...quando você ficou tão petulante e insolente!?

— Eu só estou tentando te entender!

— Você não tem nada a ver com isso, por isso precisa entender nada! E acho que seria bom que aprendesse a não se meter em assuntos que não lhe dizem respeito!

— E desde quando isso não me diz respeito?

— Desde o momento em que VOCÊ decidiu que se tornaria o que eu mais desprezo e fez todo o meu investimento ir por água abaixo!

— Pode ter certeza de que seu investimento não foi em vão, e que eu farei bom uso dele, por isso não se preocupe. Mas ninguém é obrigado a aceitar um destino que não quer. Por isso, naquele dia, o que eu decidi foi que eu viveria a MINHA própria vida, e não a vida que você tinha escolhido pra mim!

— Eu só queria garantir que você tivesse um bom futuro e você fez o favor de jogar tudo no lixo!

— Mentira! A única coisa que você queria era que eu herdasse o seu ódio para garantir que ele não morresse com você! E aposto que com a minha mãe foi a mesma coisa...

— Ah, sua mãe...Sua mãe foi completamente irresponsável e acabou sendo mais uma decepção na minha vida, e você está indo pelo mesmo caminho! Mas pelo menos ela foi sentada quando finalmente aceitou que eu passasse a cuidar de você...

— O que quer dizer...?

— Quero dizer que antes de irem embora, consegui convencer sua mãe a te deixar aqui comigo. Mas olha, não foi fácil...sua mãe não queria te deixar de jeito nenhum...Eu fiquei mal por ela, e pelo seu pai também, mas não me arrependo. Porque no fim foi isso que te salvou.

E ao invés de ficar me contrariando, você devia demonstrar o mínimo de respeito e gratidão por mim, sua ingrata! - Por um breve momento a Marinheira repensa o que acabou de dizer - ...Oras, Onde estou com a cabeça? Não posso cobrar isso de você, afinal você nunca soube disso.. Desculpe, fui um pouco injusta com você.

— Tudo bem. Mas já que está colocando as cartas na mesa, por que não me conta logo toda a verdade e acabamos com isso logo? Seja honesta comigo pelo menos uma vez na vida.

— Você adora me provocar, não é? - Sachiko suspira- Muito bem, praga, me convenceu. Vou te dizer o que quer tanto saber.

— Sou toda ouvidos.

—Bom...a muitos anos atrás...essa ilha foi invadida por um bando pirata. O capitão ordenou que todos os moradores entregassem todo o dinheiro que tinham. E é claro que nós não queríamos começar um conflito com eles, até porque a nossa derrota era evidente, seria burrice resistir, então assim fizemos. "Eles roubaram tudo, tudo, que tínhamos mas pelo menos nos livramos deles." Foi o que eu, inocentemente, pensei. Mas eu estava completamente errada...

— ...O que aconteceu?

— ...Um verdadeiro massacre.

 

              (To be continued)


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ^^



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