The Princess of Scotland escrita por Samy Meireles, Samara Meireles


Capítulo 6
Throb


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores
Espero que tenham passado um ótimo Natal e ano Novo.
Aproveitem o capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/779301/chapter/6

Pela manhã, Percy tratou deixar uma carta com seus agradecimentos ao Duque, eles partiram ao primeiros raios de sol. 

Um dia e meio depois, estavam em Margate, onde pegariam um barco até Bruges na Bélgica, evitando passar pela França.

—Já comprei as passagens, sairam caras por conta dos cavalos. - Alex disse

O embarque deles seria as 14:00 horas, eles já tinham almoçado e agora esperavam perto do porto para partir. 

—Seria mais fácil comprar-mos outros cavalos lá. - Annabeth comentou

—Princesa, se fossemos comprar novos cavalos sairia mais do que leva-los, precisamos economizar, não sabemos o que pode acontecer. - Alex olhou para Annabeth, a troca de olhares dele significava alguma coisa que Percy, observando tudo não conseguia entender

As duas horas, os seis já estavam no barco, poucos minutos depois indo em direção a Bruges. Duraria um dia e meio a viagem, e Alex tinha pago com três refeições: a da janta de hoje, o café da manhã e  almoço do outro dia, tendo em vista que estariam lá no meio da tarde. 

O quarto onde apenas Annabeth teve o privilégio de passar a noite era simples, mas era muito mais do que Percy, Alex e os outros tinham, afinal, dormiriam ao relento, no convés. 

—Bom dia princesa. - Percy desejou, enquanto Annabeth sentava-se no banco ao lado deles 

—Bom dia, saighdearan. - ela respondeu

Percy mordeu um pedaço da maçã.

—O que significa saighdearan? 

—Soldados. - fora Alex quem respondera

—Hm. 

Quando Percy via Annabeth, daquele jeito, em um navio partindo rumo a outro país, sem todas as regalias de uma princesa, ele sabia que ela não era qualquer princesa, mas sim A princesa. 

—Cò às a tha a ’Bheurla a’ tighinn? (O inglês é de onde? ) - Dun questionou para Alex

—Lunnainn. - Alex respondeu e então virou para Percy, como se não quisesse esperar ele perguntar - Dun perguntou de onde você é. 

—Lunnainn é Londres?

—Exatamente. 

—Donnchadh  A ’faighneachd carson a tha fuireach ann an Iorc a’ feumachdainn inbhe, nach e fear a th ’ann? ( Duncan pergunta, porque a estadia em York requer status, ele não é um qualquer é? ) - Keith perguntou, sabendo que o que falava tinha sim sentido

Annabeth, que parecia concentrada em seu pêssego, foi quem respondeu.

—Tha e na dhuine uasal, tha. Ach thàinig thu chun t-seirbheis agam, tha e dìleas dhomh. (Ele é um nobre, sim. Mas veio a meu serviço, é leal a mim. )

—Feumaidh sinn fhathast faighneachd, a Bhana-phrionnsa, a bheil sinn air a ’mhisean seo gus am faigh do mhòrachd air pòsadh a chuir air dòigh. (Ainda nos cabe questionar, princesa, se estamos nessa missão para que sua alteza fuja de um casamento arranjado. ) - Ronald disse, ainda duvidando dos reais motivos daquela fuga

—Tha e an-asgaidh a dhol, ach nuair a thig mi air ais, cha bhith e comasach dhomh a bhith ag obair nam gheàrd tuilleadh. (É livre para ir, mas quando eu voltar, não poderá mais trabalhar em minha guarda. ) - ela respondeu de forma dura, seu olhar para o soldado foi de agressividade

—Duilich, do mhòrachd. (Perdão, alteza.) - murmurou

—Duilich é o que? - Percy questionou 

—Perdão. - Annabeth respondeu

—Você podia me dar umas aulas até o almoço. - ele propôs, enquanto disfarçava olhando para o sol

Annabeth o olhou, lhe parecia boa ideia, não aguentava mais ver Alex tendo que explicar tudo que falavam, apesar de Percy já saber algumas palavras. 

—Certo. Coma logo então.

********************************************************

Percy e Annabeth sentaram-se em bancos de frente para o mar, vários marujos passavam por eles prontos a realizarem suas funções. 

—O que quer saber? - ela perguntou 

—Palavras, expressões. 

— Sabe como é “eu”?

—Mise. 

—Mise. - ela corrigiu o sotaque

—Mise. - ele acertou

—Certo. Diga “eu vejo o sol”. 

—Mise… - ele fez uma careta- Eu não sei o resto.

—Mise é dito quando você diz a palavra “eu” separada das demais, quando em expressões se usa “mi”. 

—Mi…

—Chì mi a ’ghrian.

—Chì mi a ’ghrian.

—O sol é ghrian. Lua é ghealach, estrelas é reultan. - ela explicou - Agora diga sol, lua e estrelas. 

—Como é “e”?

—Agus. 

—Ghrian, ghealach agus reultan? 

—Isso. - ela pensou - Dor é pian. 

—Pian.

—Tha mi ann am pian, estou com dor. 

—Tha mi ann am pian. 

—Até que sua pronúncia não é tão ruim. - ela riu - Alex te ensinou algumas coisas? 

—Tha. - ele respondeu 

—Tha fios agam, eu sei. 

—Tha fios agam.

—Tha fios agam de sin, eu sei disso. 

—Tha fios agam de sin, gu math. 

Annabeth sentiu suas bochechas corarem, gu math, ele havia chamado-a de bonita.

—Eu pronunciei certo? Tenho certeza que funcionará com algumas mulheres... 

Annabeth ficou séria, por um breve momento achou que ele a chamara de bonita.
—Tenho certeza que funcionará com qualquer uma, o gaélico é belo, quase como um francês. - ela tentou disfarçar sua frustração

Le français est la langue des romantiques. O Francês é a língua dos românticos.   

 Annabeth abriu um sorriso fraco, mas o suficiente para Percy não desconfiar que seu elogio  lhe causou algum sentimento. 

—Fruta, measan.  - ela continuou

—Measan.

—Ròsta, assado.

—Ròsta.

—Glasraich, legume. 

—Glasraich. 

—Uaine, verdura. 

—Uaine.

—daimh, bò, reithe. Boi, vaca, carneiro, nessa sequência. 

—Daimh, bò, reithe. 

—Beurla, inglês. 

—Beurla.

—Beatha, vida. Bàs, morte.

—Beatha agus  Bàs. 

Annabeth sorriu. 

—Muito bem, eu pensei que demoraria bem mais para entender. 

—Annabeth? - Alex chamou, ele estava a pelo menos dois metros de distância

—Dè a th ’ann?- ela se virou para ele e perguntou

—Feumaidh mi bruidhinn riut. (preciso conversar com você) 

Annabeth assentiu, colocou a mão no ombro de Percy, dando uma leve apertada e partiu com Alex. Percy somente foi ve-la novamente na hora do almoço, ela estava distante dele, não falou nada com ninguém, apenas trocou poucas palavras com AJ.

Ela terminou mais rápido que todos e saiu sem avisar, Percy se aproximou de Alex. 

—O que houve com ela? O que disse a ela?

Alex deu de ombros.

—Não falei nada, só falamos sobre o trajeto. 

—E por que ela parece tão quieta? 

Alex parou de comer e o encarou. 

—Ela tem responsabilidades Percy, ela não me conta tudo, se quer saber o que ela tem, pergunte. 

Alex voltou a comer, ele queria ignorar Percy, sabia bem o que tinha conversado com Annabeth, ambos se preocupavam com o futuro. Não havia escapatória, ela sabia que podia fugir o quanto quisesse, uma hora seria pega e teria de se casar. Mesmo que seu coração mantivesse sua fidelidade a Viastiny, seu corpo terrestre deveria se entregar a ser esposa, mãe e rainha. Nada impediria o rei da França de acha-la, mas ainda sim, ela precisa tentar achar uma justificativa para deusa permitir que ela quebrasse seu voto de castidade, Annabeth já tinha passado pela desprazer de não ser respondida, nessas horas procurava a princesa Austríaca, que nunca tinha sido evitada, quando não era respondida, Annabeth sempre viajava até lá, e sabia que não demoraria muito para que os franceses fossem mandados até ela. 

Depois do almoço, Percy ficou treinando as palavras que já tinha aprendido, as vezes via Ronald ou Keith passando, mas nenhum deles trocava uma palavra com ele. 

Não passava das três da tarde quando Percy avistou a costa, haviam chegado a Bruges. Ele resolveu procurar Alex, mas este apareceu acompanhado de Cam e Dun. 

—Vamos desembarcar o mais rápido que pudermos, Annabeth quer estar em Bruxelas para passar a noite. Uma estalagem simples na capital belga deve ser o suficiente. - Alex avisou para Percy, que estava olhando da borda no navio a terra à vista

—Sem pausas? - Percy se virou para eles

—Sim. - Cam respondeu

Percy sorriu, conseguiu entender o sim em escocês do companheiro. Parecia-lhe mais normal agora.

—Onde está a princesa? - perguntou antes de Alex e os outros saírem

— Descansando. - Alex respondeu 

Percy assentiu e eles saíram. Quase 20 minutos depois, eles estavam no porto de Bruges, com  os cavalos desembarcados e prontos para partir para a capital. Percy partiu estava a frente, ao lado de Alex e Cam, Annabeth sozinha no meio e Dun, Keith e Ronald atrás. 

Quase seis horas de cavalgada depois, estavam em Bruxelas. Procuraram a estalagem mais próxima da saída da cidade.
—Não acho necessário, vamos acampar perto da cidade. - Annabeth ordenou, Alex a olhou com dúvida - Devemos economizar. - explicou

Ninguém contestou, procuraram um bom lugar para montar acampamento. Para a janta, Annabeth pediu que Keith fosse até algum lugar que lhes pudesse vender peixes para assar, já era noite e Keith teve de implorar em uma estrebaria para que lhe vendessem apenas o peixe por um preço justo. 

Percy se ofereceu para ajudar Annabeth a montar sua tendabarraca, mas Ronald e Dun já tinham ordens expressas para isso. Ele dormia contando estrelas, pensando em como sua vida tinha mudado nesse último mês. Ele não tinha por que voltar, seria caçado, não tinha porque ficar, não era sua época. Adormeceu com a mente a mil, e volte e meia, pensamentos sobre a loira vinham a sua mente, fazendo com que seu coração palpitasse forte. 

********************************************************




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários? Críticas? Sugestões?
Podem notar que nos próximos capítulos Percy vai começar a compreender o gaélico, primeiro em palavras, então fases, até finalmente ser fluente mesa língua que sinceramente é linda.
Comentários são bem vindos, e se tiver certo número, posto mais um capítulo ainda esse mês.
Até mês que vem amores ❤



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Princess of Scotland" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.