The Princess of Scotland escrita por Samy Meireles, Samara Meireles


Capítulo 13
Savoir


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos, aqui está o capítulo desse mês.



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Quando chegaram, Francis e Louis lhe avisaram que poderia ficar o resto da tarde livre, até a festa acompanhada de banquete chegar, ao cair da noite. 

Annabeth pediu que cuidassem de seus homens e deixou ordens claras de que Alex e Percy deveriam estar em quartos próximos ao céu. Louis achou estranho, mas depois de acompanhar Annabeth até seu quarto deixou os rapazes em um quarto simples, cuidando exclusivamente do pedido da princesa. Francis já havia sido requerido assim que chegou, por isso deixara as questões domiciliares para Louis. 

Um quarto generoso foi oferecido a Annabeth. E ela adorou, fazia muito tempo que não tinha o luxo que costumava ter em casa. Ela não se importava, claro, mas não podia ser hipócrita a ponto de dizer que não gostava do luxo. 

Ela ouviu batidas na porta, provavelmente eram as empregadas  que Louis tinha designado para ela. 

—Entre. - ela disse

A porta foi aberta, revelando duas mulheres, uma com os cabelos castanhos claro, olhos cor de mel, alta, um corpo mediano, não mais que uns trinta anos. A outra, que veio logo atrás tinha os cabelos num castanho escuro quase preto, os olhos castanhos escuros, altura mediana, corpo magro, devia ter uns vinte a vinte cinco anos.

—Votre Altesse. - a primeira disse - Je m'appelle Clara. - ela fez uma reverencia

Annabeth tentou associar a pronúncia Clarrá há algum nome conhecido. 

—É Clara, na sua língua senhorita. - a outra disse, notando a reflexão da princesa - Eu me chamo Silvi, Silvie no inglês.  O Barão de Fontette nos designou para ajuda-la a se preparar para o banquete. 

—Certo. 

Banho, perfumes, essências… Annabeth conhecia o luxo, mas não como o da França. Parecia ter levado uma eternidade o banho que lhe fora concedido. Clara e Silvie a lavaram de cima a baixo, e depois de seca, os perfumes foram passados em cada parte de seu corpo. 

O próximo passo era sua roupa, escolhida a dedo de acordo com as modas francesas.

Um vestido amassado com mangas estreitas e elegantes, uma camisola com mangas penduradas, punhos de renda no vestido, gola de renda ou de renda, um chapéu de feltro decorado com pena e aba virada eram as modas na época. Depois de vestida, e com toda a maquiagem, Annabeth não pode se reconhecer. Ao se ver no vestido, riu. 

—Algum problema, Princesse? - Silvie perguntou

—Não, é só diferente da moda no meu país. 

—Isso está na moda em toda europa, Lady Annabeth. 

—Que tal tirar esse chapéu? - ela olhou para Silvie - Me parece muito estranho.

—Madame, se casar com o Delfim, tem que estar ciente que terá de usar isso para o resto da vida. - Silvie ressaltou

—No entanto, se eu escolher o Barão de Fontette, poderei ser livre? 

—Creio que não. O Barão de Fontette é muito respeitado no reino, o rei Henri o estima mais que o Delfim. 

—Eles tem idades parecidas? E como sabe de tanto?

—O Delfim tem 22 anos lady, o barão, 20. As fofocas correm por aqui, se é isso que questiona, o rei saiu daqui com a pretensão de fazer da Princesse Annabeth a próxima baronesa de Fontette, ou a próxima rainha da França.

Annabeth a encarou.

—Ele invadiu meu país apenas para isso?

Silvie ajeitou seu vestido. 

—Os boatos dizem que sim.  

—Silvi, arrête de parler! - Clara repreendeu, Silvie baixou a cabeça

—O que foi? - Annabeth perguntou

—Nada, ela apenas me lembrou que estamos demorando demais, temos que ir. Seremos suas damas de companhia. 

—Certo, mas eu vou sem esse chapéu!

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Versalhes era deslumbrante, cada compartimento que Annabeth passava, sentia o poder do país em que residiria pelo resto da vida, país na qual seria rainha. Não tinha mudado sua decisão, Francis era o escolhido, não por ser o Delfim, mas por ser parecido com ela, mesmos interesses. Louis, era tímido e tudo que apresentou de compatibilidade foi o amor por viajar. 

Sua chegada não foi anunciada, ela apenas adentrou pelo grande salão. Ouro, luxo, tudo naquele palácio ostentava. 

Damas, cavalheiros e seus títulos podiam ser percebidos por seus trajes. As damas usavam vestidos parecidos com o seu, mas ela incluíam o chapéu, quando ela passava, chamava a atenção pela falta do acessório. Os homens, usavam camisas de linho, calção que vinha  até logo abaixo do joelho e gibão, que era como um casaco. Os homens de títulos superiores usavam capas na altura do quadril, alguns com mangas, geralmente pendurados artisticamente no ombro esquerdo. Homens de posições mais baixas, usavam uma jaqueta de couro substituindo o gibão. Haviam muitas pessoas, Annabeth não conseguia contar. 

—Está com fome? - Silvie perguntou - Tenho certeza que sim. Vamos até a mesa.

Annabeth a seguiu até uma grande mesa, no início da lateral direita do salão, eram  aperitivos, ela supôs. 

—Prove um macaron. - Silvie ofereceu 

Annabeth aceitou, não era nada mal. 

—Um vinho?

— Tem Whisky? - Silvie fez uma careta - Gin? Cerveja?

—As mulheres não costumam beber esses tipos de… bebidas. 

Annabeth soltou uma risada. 

—Imaginei. Porém nesse momento o que me agradaria seria um bom whisky. 

Silvie e Clara trocaram um olhar. 

—Je vais regarder dans la cuisine. - Clara declarou saindo

—Clara foi em busca de um de seus pedidos. 

A loira assentiu.  Olhou ao redor, pessoas conversavam, algumas olhavam para ela com dúvida outras com inveja. 

—Princesa. - a voz de Percy veio de trás dela

Annabeth se virou para olha-lo. Ele e Alex vestiam-se como franceses, a jaqueta de couro , que era sinal de baixo título, era vista em Alex, Percy usava gibão. Ela imaginou que ele tivesse dito algo.

—Pensei que não os veria aqui. - ela observou

—Não veria, mas conversamos com o barão de Fontette, falei de meu título e ressaltei que Alex deveria estar junto, como um comandante. Ele concordou, Contanto que nos vestissemos a caracter. - Percy sinalizou a própria roupa

—A corte francesa é luxuosa demais para o meu gosto. - Alex comentou, olhando para todos aqueles homens e mulheres, reparou na mulher a sua frente, vestida como uma francesa - E quem é essa?

—Essa é Silvie. Silvie, esse é Alexandre Castellan, chefe da minha guarda pessoal. - eles trocaram um cumprimento rápido - Este… - ela olhou para Percy com desdém - É Percy Jackson, um …

—Lord Inglês. - Percy completou

Silvie o olhou.

—Lord? - a dúvida repousava sobre ela

—Seigneur, oui, madame. - ele sorriu - Eu sou um lord por herança. Um guerreiro formidável devo acrescentar, também comando a guarda pessoal de Sua Alteza. 

—Fala francês?

—Couramment, mademoiselle. 

Annabeth alternou o olhar entre Silvie e Percy, a fama dos franceses não era falsa. Um bando de libertinos. 

—J'ai trouvé du gin dans la cave, le prince François a donné l'autorisation de le récupérer. - Clara disse, entregando um copo a Annabeth

—Gin? - Percy arqueou uma sobrancelha para ela

—Eu pedi alguma bebida mais interessante que vinho, foi o que conseguiram. - ela deu de ombros

—Mlle, je suis Lord Perceu Jackson, mais ils m'appellent Percy. - Clara estendeu a mão para ele, que depositou um suave beijo nas suas falanges. 

—Êtes-vous venu avec l'entourage de la princesse Annabeth?

—Oui. Je fais partie de ta garde personnelle.

Maldição. Ele sempre tinha que flertar na presença dela?

Eles ouviram a conversa cesar, uma trombeta tocar e então um homem começou a falar, do lado ao trono separado para os reis, no final do salão.

Sa Majesté le Roi Henri II de France. (Sua Majestade, O rei Henri II de França. )

Henri entrou pela lateral, dando de cara com seu trono. Ele se sentou, calmo e extravagantemente arrumado. Recebeu uma reverência por todos que passavam. 

Sa Majesté la Reine Catherine de Médicis. (Sua Majestade, A rainha, Catarina de Médici.)

Catarina entrou pelo mesmo local que o marido, se sentou ao lado dele com toda a pose e formosura de uma rainha. E de uma Médici pensou Annabeth, já conhecendo a família italiana.

—Son Altesse Royale, Delfim, François. (Sua Alteza Real, o Delfim, Francis. )

Francis entrou sorrindo, posicionou-se ao lado do pai. Ele estava arrumado, diferente da roupa simples, porém não menos luxuosa que estava mais cedo, agora usava  um gibão com asas largas e mangas apertadas, combinando com calção completo com pregas suaves na cintura.

— Sua Alteza Real, o príncipe Charles, Duque de Orleães.

Charles posicionou-se ao lado do irmão mais velho.

—Sua Alteza Real, o príncipe Alexandre Édouard Henri. 

Ele se colocou ao lado de Charles. 

—Sua Alteza Real, a princesa Isabel de Valois.

Isabel, era a perfeita imagem da mãe, cabelos loiros e olhos castanhos, ela se posicionou ao lado da mãe. Não mais que 18 anos. 

— Sua Alteza Real, a princesa Cláudia de Valois. 

Claudia já se parecia com o pai, o mesmo cabelo castanho e os olhos azuis. Ela se pôs ao lado da irmã. Provavelmente 16 ou 17 anos

—Sua Alteza Real, a princesa, Margarida de Valois, Duquesa d'Étampes. 

Margarida era loira, olhos azuis, não mais que 16 anos

—Sua Alteza Real, o príncipe, Francis, Duque de Alençon, Duque de Anjou e Duque de Berry

Francisco devia ter uns 12 anos, e entrou mais apressado, quase correndo, recebeu um olhar repreensivo de Francis. Ele tinha os olhos castanhos, loiro. 

O rei se levantou, ergueu a mão em sinal de atenção.

Chers sujets, aujourd'hui est une journée spéciale, aujourd'hui je vous présente ma future belle-fille, la princesse d'Ecosse, Annabeth de Chase. Je la reçois à bras ouverts, forme par le mariage, des liens sains avec son pays bien-aimé. Bienvenue, bonne fête, tout a été préparé pour votre arrivée. (Caros súditos, hoje é um dia especial, hoje lhes apresento minha futura nora, a princesa da Escócia, Annabeth de Chase. Recebo-a de braços abertos, formo através do casamento, laços saudáveis com seu amado país. Seja bem vinda, aproveite a festa, tudo foi preparado para sua chegada. )- ele ergueu a taça de vinho que lhe fora oferecida para Annabeth, que sorriu e ergueu sua taça de gin, mas ninguém precisava saber disso

Apesar de não entender uma palavra, esperava que tivesse agido certo. 

Os olhares de todos sobre si pareciam a de lobos sobre sua presa. 

—Que le banquet commence! - Henri bebeu o vinho de seu taça e bateu  palma duas vezes rapidinho

Rapidamente, nobres da corte francesa se sentaram nas mesas da lateral esquerda e outros nas mesas da lateral direita, pouco depois da grande mesa de aperitivos. Annabeth pode ver de forma mais ampla a quantidade de pessoas ali, havia pelo menos 200 e menos que 500, algo entre esse número, ela supôs. 

—Une table vous a été réservée, à côté de la famille royale. - Clara declarou 

—Aquela mesa, mais a frente, é para nós. - Silvie apontou com a cabeça

Eles andaram até a mesa com dois bancos grandes nas suas laterais. Diferente das outras mesas, e igual a da próxima mesa, a pelo menos três metros de distância onde se encontrava os filhos da França, esta mesa era de madeira maciça de cedro,  a madeira apresentava tonalidade marrom avermelhada. Com certeza rara e nobre. 

Assim que se sentaram, as mulheres no direito, encostado na parede, e os homens do lado esquerda,  com as costas para onde mais tarde haveriam danças, servos lhes trouxeram os pratos, talheres, duas garrafas de vinho do mais refinado e por fim, os pratos da noite. 

—Coq an vin. - apontou Silvie - Galo com temperos. Aquele é Quiche Lorraine, uma mistura de bacon, creme de leite, manteiga e noz-moscada. - ela indicou - E aquele último ali, Boeuf Bourguignon, carne de vaca cozida à exaustão no vinho tinto com legumes.Comemos a carne acompanhada de purê ou pão, que já deve estar vindo. 

Dito e feito, um dos servos trouxe uma cesta de pães e outro uma tigela pequena de purê. 

—Esses são os pratos da noite. - Silvie avisou, já pegando um pouco do Quiche - Aproveitem.

Seguindo os passos de Silvie, cada um se serviu conforme o olhar, pelo que era mais atrativo. 

Provados os três pratos, meia hora depois, o rei levantou a mão para que servissem a sobremesa. 

—Mais comida? - Alex perguntou, ao ver serviçais indo em direção as mesas - Todo dia é isso?

Os demais riram. Alex não estava acostumado com tanta comida, apesar daqueles que convivem em castelo estarem, também acharam instigante o quantidade oferecida a eles. 

—Dessert sucré. - Clara disse

—Y a-t-il aussi des collations salées? - Percy perguntou para ela

—Oui. Mais le roi ne l'aime pas beaucoup, c'est rare quand il l'a. 

—O que é esse? - Annabeth perguntou, assim que o servo colocou o primeiro prato individual

—Clafoutis. É uma torta de cereja preparada com uma massa leve com leite, açúcar e um creme de farinha. 

Pratos pequenos com um pedaço da torta foram servidos para cada presente. Antes que pudessem começar, os serviçais já trouxeram a próxima sobremesa em um prato do mesmo tamanho da anterior. 

— Mille feulle ,massa folhada, intercaladas com creme de baunilha e açúcar.

—Acabou? - Alex perguntou

Silvie riu. 

—Tem mais um, ali vem ele. 

E para surpresa de Alex, os serviçais trouxeram mais um prato com aquele desconhecido doce. Todos se viam agora com três pratos de doces diferenciados a sua frente. 

—Os baba au rhum são bolinhos regados de xarope de rum, cobertos com frutas e chantilly.

—Eu não aguento mais comer. - a voz de Percy saiu divertida

—Você costuma gastar muitas energias, então deve comer. - comentário de Annabeth despertou a curiosidade de Silvie

—Vocês estão juntos há muito tempo? - Silvie perguntou

Alex tossiu. 

—Digo, você Percy, está há muito tempo na guarda pessoal da princesa? 

Percy refletiu. 

—Um bom tempo. Acho. - respondeu

—E gosta de trabalhar para ela?

Percy olhou para Annabeth, que tinha a expressão debochada. 

—Sim. - ele respondeu sinceramente, olhou para Annabeth, um sorriso nos lábios

—Lady Annabeth? - a voz de Francis veio de trás de Percy

—Sim? - ela o olhou

—Bonne nuit. - ele desejou aos demais - Poderia tira-la alguns instantes de seus companheiros? 

—É claro. - ela se levantou,pegou a mão que Francis havia estendido para ela ao se aproximar e juntos eles sairam pelo salão

—Quero te apresentar minha mãe. 

Eles caminharam até os tronos, onde Henri e Catarina conversavam. 

—Madre. - ele chamou, em italiano -

—Sì, mio amato Francesco. - ela olhou para eles, o olhar intercalado entre Annabeth e o filho 

—Questa è Miss Annabeth, principessa di Scozia. - ele a apresentou

Annabeth fez uma reverência. 

—Troppo carino, sei sicuro di essere scozzese?

—Mamma, non essere cattiva.

Catarina a olhou.

—Bem vinda, princesa Annabeth. 

—Obrigado, majestade. 

—Já escolheu qual deseja?

Direta pensou, Como uma Médici.

—Catarina! - Henri riu - Você sempre foi tão discreta.

—E não foi isso que me impediu de surtar com seus filhos bastardos? - ela lhe lançou um olhar desafiador

Henri se encolheu. 

—E então, menina? Quem escolheu? - Catarina voltou sua atenção para Annabeth

— Ainda não escolhi, majestade. - Annabeth respondeu

—Pelo jeito que mio amato Francesco te olha, espero que seja ele!

Annabeth riu em resposta consigo mesma. 

—Catarina, não implique. Por que vocês não dançam? Francis pode te ensinar alguns passos da nossa la culture. 

—Concordo, meu pai. Vamos? - Francis a olhou

—Oui. 

Francis riu. 

—Essa foi uma ótima pronúncia. 

—Obrigado. - ela respondeu, pensando em quem lhe ensinará isso

—Antes, deixe-me te apresentar alguns de meus irmãos.

—Você tem mais?

—Os meio irmãos, é claro.

Eles andaram até o inicio do salão, onde de pé, se encontravam uma moça, um rapaz que parecia um padre, Claúdia e Charles. 

Frères, permettez-moi de vous présenter.— ele disse 

—S'il te plait. - Charles respondeu

Voici la princesse Annabeth de Chase d'Écosse. S'il vous plaît, parlons en anglais pour qu'elle comprenne

Comme vous préférez, Delfim. - Charles respondeu, tomando um gole de seu vinho

—Annabeth, essa é minha meia irmã, Diana de Valois. 

Diana fez uma reverência e Annabeth retribui, ela tinha os olhos azuis do pai, mas seu cabelo pertencia a mãe, provavelmente, um tom  preto. Devia ter uns 16 anos. 

 _E este é meu outro meio irmão, Henri, abade e Grão-Prior da França. 

Henri segurou sua mão e ali lhe depositou um singelo beijo. Ele tinha os cabelos ruivos, que chamariam a atenção para o questionamento de sua paternidade se não fosse por sua mãe ser ruiva, os olhos cor de âmbar, novamente como os da mãe. Mais tarde Francis lhe contou que Henri tinha sua paternidade questionada, mas que a única coisa que lhe garantia um lugar na corte era uma mancha de nascença parecida com a do pai. 

— E esse é o  Duc d'Orléans. Mas você já viu na Escócia. 

—Sim. Me lembro. Como vai Duque?

Charles sorriu. 

Bien et toi? Bem e você?

—Bem. 

Charles ergueu a taça em resposta. 

Antes que Francis pudesse puxar assunto com os irmãos, inteirar Annabeth na roda, ele foi abraçado e puxado para trás, por um garotinho. 

Hercules! J'ai une dame! — a voz de Francis saiu repressiva - Venez vous présenter.

—Olá, pequeno. - ela sorriu e o menino também

—Este é Hércules Francisco de Valois, Duque de Anjou. Meu irmão varão mais novo. - Francis o abraçou, tendo um enorme carinho pelo pequeno 

—Eu o vi na apresentação. - ela sorriu

—Deve ter achado estranho me chamarem de Francis né? -  ele sorriu - Eles me chamam assim não sei por que, acho que é porquê fica mais bonito que Hércules. Pra mim só Francis é o verdadeiro Francis. 

—Aé? E quem é o verdadeiro Henri?

Hércules fez uma careta.

—Bem, meu pai é Henry, Alexandre também é Henry, mas aqui todos os chamamos de Alexandre. E tem o Henry, meu meio irmão. Não sei dizer quem é quem, pra mim tanto faz. Chamo cada um de maneira diferente mesmo. - ele deu de ombros

—Você é um menino esperto. 

Hércules sorriu, adorava ser bajulado. 

—Você vai se casar com Francis? 

—Talvez comigo, Herc. - a voz de Louis veio de trás deles 

Charles abriu um sorriso, aquilo seria engraçado. Henri suspirou, Diana e Cláudia se distanciaram. 

Louis se posicionou ao lado de Francis.

Putain de voleur de prétendants! 

Annabeth não entendeu, mas pela cara que Charles fez, certamente não era coisa boa. 

Baron, frère, s'il vous plaît, cela n'est pas nécessaire. — Francis respondeu

Louis assentiu. Olhou para Annabeth com um sorriso esperançoso. 

—Permita-me essa dança senhorita? 

Francis se pôs entre ele e Annabeth.

—A primeira dança dela é minha!

Louis fechou os punhos, vendo isso Charles rapidamente pegou a mão de Annabeth e a puxou para a pista de dança, onde diversos casais divertiam-se. 

—Perdoe meus irmãos. Costumam brigar por tudo. Imite meus passo. 

Charles se movimentava conforme o ritmo da música e ela tentava o seguir sem passar vergonha.

—Era pra eu ser esposa de Louis não era? - ela perguntou

—Era. 

—O que fez Francis querer disputar? O fato dele ainda não ser casado e seu irmão bastardo se casar antes?

Charles suspirou. 

—Não sei dizer. Mas ele amava sua antiga noiva. 

—Se ele a amava, por que desfazer tal noivado por uma dúvida? 

Charles se inclinou, a música se encerrou. 

—É proibido falar disso. Já fui desleal com minha palavra mencionando o amor do Delfim para com sua antiga noiva. Nada posso lhe responder. 

Annabeth segurou as laterais do vestido e se inclinou. 

—Posso ter a honra de conversar em particular com a moça, irmão? - Louis olhou para Annabeth e depois apertou de leve o ombro do irmão

—Fique a vontade. 

Charles sorriu para ela, fez uma reverência e saiu. 

—Gostaria de lhe apresentar alguém? - ele lhe ofereceu a mão - Já que vai ficar por aqui, nada melhor do que conhecer as amantes do rei.

Ela sorriu. 

Ele a levou até uma roda com pelo menos seis mulheres.

—Annabeth, essa é Jane Stuart, mãe de Henri. 

Jane Stuart fez uma reverência completa, sabendo seu lugar no palácio, mesmo como amante do rei e mãe de um de seus filhos, sabia sua posição. 

—Muito prazer, princesa. 

—O prazer é meu.

—Essa é a condessa Alice de Flanpes. Roux Chapelle, Angelle  Laviolette. - todas fizeram uma reverência - Essa é mãe de Diana,  Filippa Duco. 

—Princesa Annabeth, estamos felizes em tê-la presente conosco. 

—Agradeço a hospitalidade, lady. - a loira sorriu

—Nicole de Savigny, Baronesa de Fontette.Minha mãe. - Louis apresentou, um sorriso estampado no rosto, ele lhe ofereceu a mão e a mãe aceitou com carinho. 

—Então é que seria esposa do meu filho antes do delfim decidir rouba-la dele? 

Annabeth abriu um sorriso surpreso. 

—Bem, creio que sim, baronesa. 

—E já escolheu? Toda a corte comenta. - ela soltou um risinho no final

—Mamãe… - Louis repreendeu

— Ainda não. Mas, será anunciado para todos, tenho certeza. 

Nicole sorriu em resposta.

—Permita-me uma dança? - Louis ofereceu a mão

Annabeth assentiu e aceitou sua mão. Eles andaram até o centro do salão, haviam poucos dançando.

—O que acha da corte francesa? - Louis perguntou

—Refinada demais. 

—Espere só para ver conforme o tempo passar, aqui é tudo voltado ao luxo. Olhe as paredes… - ele indicou com a cabeça - Tudo é feito do mais puro luxo. 

—Tudo aqui envolve luxo, não tenho certeza se consigo me adaptar. Gosto de coisas simples também, muito luxo me incomoda. 

—Suponho então que não queira viver na corte… - ele a olhou

—Nessa? Acho que não.

—Francis não poderia lhe oferecer uma vida fora daqui.

—Você poderia? - ela arqueou a sobrancelha

Louis riu. Ela era bem observadora. 

—Meu pai me dá muitos afazeres aqui, é fato. 

—Você é o que? O bastardo favorito?

Louis a olhou espantado. Mulheres não tinham tamanha falácia sobre esses tipos de assuntos, e se falavam deles, eram cordiais. 

—Bastardo favorito? Acho que sou. Mas a Henri ele deu uma abadia e o título de grão-prior. O meu no entanto, já era de minha mãe. 

—Mas ele não lhe dá várias funções?

—Básicas, sim. Ele tentou até me dar uma esposa, mas Francis quis competir mesmo já tendo tudo. 

A música terminou. 

—E a antiga noiva dele?

—É proibido falar desse assuntos, princesa. 

Antes que Annabeth pudesse responder Francis chegou.

—Uma volta comigo, que tal? 

Louis revirou os olhos. 

—Claro. - ela sorriu para Louis e fez uma reverência simples

Francis lhe ofereceu a mão e juntos eles saíram do salão. 

—Que tal irmos ao jardim? - ele sugeriu

—Meio tarde para isso, não acha? 

Francis riu. Já passava das nove horas da noite.

—Tem razão. Esse palácio é enorme, mas relacionado a diversão a noite, é meio complexo. 

—Não que você não tenha companhias a procurar. 

Francis a olhou.

—Você é direta. Fala o que pensa. É uma mulher de coragem. 

—Alguns homens chamariam de imprudente. 

—Eu não sou qualquer homem. 

Francis a parou na janela, segurou suas mãos. 

— Você faz meu coração bater razoavelmente forte. - ele riu - Digo, ele bate mais forte com você. Desde quando a vi, naquela pintura…

— Me viu em uma pintura? 

—Sim, foi trazida uma pintura para Louis, eu a vi e fiquei apaixonado. 

— Mais apaixonado por mim do que por sua antiga noiva?

Francis gelou. 

— Você não devia saber disso. Esse assunto é proibido.

—Porque tanta proibição? Disseram-me que você a amava…

—Quem te disse isso?

Francis avançou contra ela, suas mãos seguravam firme os braços da loira. Annabeth olhou para suas mãos nos braços dela e depois para ele com um olhar de interrogação.

—Desculpe. Esse assunto é delicado.

Ele não retirou as mãos dos braços dela, pelo contrário, deixou cair uma delas para sua cintura e a outra pousou suavemente em sua bochecha. 

—Se te preocupa, gosto muito mais de você. - ele declarou, o rosto se aproximando do dela lentamente

Annabeth separou os lábios involuntariamente, como se esperasse pelo beijo. Francis, vendo que o corpo dela não recuava, beijou-a. 

—Princesa Annabeth. 

A voz fez com que Francis e a loira se afastassem rapidamente. 

—Lord Perceu. - ela se afastou mais de Francis, ficando agora um passo na sua frente

—Lord ? - Francis se pôs ao lado dela

—Sim. Ele é um lord, trabalha para mim. É o segundo filho de um marquês inglês. - ela respondeu

—Ah. Inglês? - Francis perguntou, um frio subiu por sua espinha 

—Delfim. - Percy fez uma reverência - É uma honra conhecer a França, é um país magnífico. 

—A França é magnifica sim. Você trabalha para a princesa a muito tempo?

Percy olhou para Annabeth. 

—Desde que tinha dezesseis anos, senhor. 

—Então a trouxe para cá? E também a ajudou a fugir? 

—Sim, Delfim.

—Agradeço  por trazer a princesa Annabeth segura até aqui, apesar das… - ele a olhou com uma sobrancelha arqueada - Conturbações que tivemos. 

—É uma honra trabalhar para ela. - Percy sorriu - Gostaria de ter uma palavra com você, princesa.  São assuntos de estado. 

Francis olhou para Annabeth, certa tristeza no olhar. 

—Bom, vou me retirar. Amanhã conversamos princesa? 

—Sim, certamente. 

Francis sorriu para ela, cumprimentou Percy e voltou ao salão.

—Então já fez sua escolha. - ele observou

Ela bufou. 

—Isso não te interessa. 

—Sou apresentado como Lord e que trabalho para você, acho justo que ao menos me diga qual dos dois príncipes você quer. - ele soltou uma risada debochada - Se bem que depois do beijo que eu vi acho que o barão não tem chance. 

—Eu não te devo satisfação. 

Annabeth saiu andando, sem se preocupar com ele. Percy sentiu seu sangue ferver. Princesa mimada

—Ei! Espere ai! - ele correu atrás dela

—O que é? - ela perguntou sem parar, só queria ir para seu quarto, estava cansada e ter Percy enchendo seu saco não a deixava feliz

—Você está chateada por que atrapalhei seu momento com o delfim? 

Annabeth soltou uma risada nervosa.

—Acha que eu estou chateada por isso?

Percy parou.
—Acho que sim… ?

Annabeth virou o corredor que dava para os seus aposentos. 

—Você é lerdo demais. - ela bufou

Ela abriu a porta, ia fecha-la ,mas Percy segurou com uma das mãos

—O que você quer? Por que sei bem que aquela desculpa de assuntos de estado não era real. 

Percy a encarou seriamente, mil sentimentos passando por ele. Ele tirou a mão da porta e a colocou no rosto dela, se aproximou mais. Annabeth tentou tirar sua mão, ela estava com raiva dele por muitas coisas e a lembrança de Lucille com ele não ajudava em nada. 

Percy segurou seu pulso com as mãos, retirando a que estava em seu rosto. 

—Me solta. - ela ordenou 

Percy apertou com um pouco mais de força os pulsos dela, ela se debateu de novo, Percy a trouxe junto a si, ela colidiu com seu peito, ele soltou os pulsos dela e suas mãos foram para sua cintura, ele esperava que ela não batesse nele. Ela quis bater nele, quis muito, mas a aproximação de seus corpos lhe causou excitação, não raiva.  

—O Delfim te beijou como eu naquela noite? - ele sussurrou, seus lábios roçando os dela em tom de provocação

Ela engoliu em seco, precisava focar. 

—Melhor… - respondeu

Percy  sorriu.

—Melhor? Eu duvido. 

—Faz tanto tempo que eu até esqueci. - o tom era de deboche, mas Percy viu uma brecha

—Esqueceu? Então é melhor lembrar. 

Percy a beijou, não de um jeito calmo e romântico, mas apressado e selvagem. Para sorte dele, a mão dela puxou seus cabelos, desceu para o pescoço dele, puxando-o  para ela. Ele empurrou a porta com a pé, fechando-a. Abriu os olhos, sem parar de beijar a loira, para ver onde estava a cama, guiou-a calmamente até a beirada da cama, sentou-a devagar, sem parar de beija-la. Ele segurou seu rosto com as mãos. depositou um beijo rápido e então a olhou. Uma parte de si achava completamente errado o que estavam fazendo e o que pretendiam fazer. 

Annabeth não entendeu por que ele parou e a encarou, ela não raciocinava direito, só queria saber do beijo dele. Ao ver que ele não se mexia, ela puxou sua camisa de linho para fora da calça. Era tudo que Percy precisava, certeza. Ele a puxou para um beijo, ela soltou seu gibão, ele tateou em suas costas a abertura  daquele vestido.
—Que porcaria! - ele murmurou, tentando abrir, já de pé 

Annabeth riu, ajudou-o a tirar sua camisa, passou a mão por seus braços fortes, peitoral definido… 

Lucille.  

Uma voz ecoou em sua mente,  o nome lhe deu um sabor amargo na boca e quando Percy tentou beija-la ela recuou, fugindo dele, ele quase caiu na cama, não esperava que ela fugisse assim.  Annabeth se afastou dele, pelo menos um metro. Ele a olhou confuso.

—Não sou como as outras mulheres, como as outras que você pode usar e depois jogar fora. 

Percy tentou entender.

—Eu não acho que você seja como qualquer mulher que eu já conheci. - ele fez uma careta - E outra, que mulheres que eu usei e joguei fora? 

—Jura? - ela colocou as mãos na cintura, brava - Lucille por exemplo?

—Lucille? - ele a olhou com desdém - Aquela louca me atacou!

—Te atacou? Não foi isso que eu vi. 

Percy se levantou, procurou a camisa, colocou.

—Eu  não sei o que você viu, mas eu não toquei naquela mulher. 

—Você está dizendo isso porque quer me levar pra cama!

Percy riu. 

—Acha mesmo que eu mentiria pra te levar pra cama? - Percy pegou o gibão - Quer saber? Esquece, não preciso disso. 

Annabeth observou ele passar por ela e sair sem se importar. Ela respirou fundo. Não precisa se rebaixar a esse nível, não precisava dele. 


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Notas finais do capítulo

Eai, gostaram? Comentários sobre? Teorias sobre o futuro?
Até mês que vem !! ♥



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