Ab Aeterno escrita por lol_mandy_o_o


Capítulo 7
A caminho de Ilíria




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   Quando terminei de limpar Sophie botei-a para dormir. Fiquei na cama até que ela dormisse, quando saí dei de cara com Thomas. Imaginei que ele fosse desviar, mas ele me puxou pelo braço e me levou para um pouco longe das barracas.

            − Belle... eu... não imaginava que pudesse admitir isso em frente ao rei, eu também a amo, e muito, só imaginava que...

            − Faz tempo que não me chama de Belle. Tudo bem...só não me rejeite, é só o que peço.

            − Não faria isso.

            Ele se aproximou de mim, estávamos bem juntos, o bastante para se quiséssemos darmos um beijo. Ele foi se aproximando, nossos lábios já quase se tocavam...

            − Os dois poderiam parar− A voz de Stephan soou − Thomas era para você estar cuidando dos arredores, se algum animal se aproximasse nos comeria com a maior facilidade.

            − Belle ele tem razão, vou voltar para a guarda, venha te levarei até sua barraca. Tenha uma boa noite alteza.

            − Igualmente. Anna, não devia estar aqui a essa hora da noite, ainda mais com um homem.

            − Desculpe-me alteza.

            Thomas me levou até a minha barraca, quando ele me deixou lá pude ouvir a bronca que levou de Stephan, não gostei disso.

            Logo já estava perdida em sonhos e pensamentos, essa noite seria tranqüila.

            O sol mal tinha nascido no horizonte quando Thomas veio me acordar, ele somente me cutucou para que levantasse. Como não queria acordar o anjinho resolvi deixá-la dormindo, saí e já estavam todos unidos lá fora, e não são todos do nosso grupo, todos os grupos estavam lá.

            − Belle, alguns Arclaros feridos foram achados a dez quilômetros ao sul, temos que ir para lá, vamos cuidar dele e seguir até a grande cidade de Ilíria, ao chegar lá falaremos com o mago Igian, ele nos dirá o que está havendo. Dependendo do que for, não voltaremos. Se for algo normal como briga de território dos animais ou época de acasalamento, voltamos.

            − Tudo bem− Disse

            − Nós vamos arrumar as barracas e enquanto isso pode ir comendo algo, se quiser que deixemos a sua barraca por ultimo para Sophie deixamos.

            − Obrigada eu acho melhor assim.

            Segui para comer algo, tinha chá e pão, rapidamente comi e guardei um pouco para dar a Sophie.

            Lho chegou e me pediu para pegar Sophie.

            Fui até lá e a acordei, Sophie parecia um anjinho dormindo, os doces olhinhos se abriram.

            − Vamos meu anjinho, temos que sair, acorde− Eu disse passando a mão pelos cabelos dela.

            − Houn... mamãe deixe-me dormir?

            Levei um susto com o “mamãe” mas resolvi não deixar transparecer esta surpresa.

            − Vamos meu bem, temos que sair agora, já deixei que dormisse, vamos.

            − Ta. Mamãe to com fome.

            − Levante-se que dou-lhe pão.

            Ela se levantou e eu dei pão para ela, ainda estava sonolenta quando a levei para fora. Thomas ficou olhando.

            − Belle, pode deixar que eu a levarei nos braços− Disse ele olhando calmamente para Sophie.

            − Obrigada Thomas.

            Saímos logo após, Thomas levava Sophie no colo, eu já estava cansada de saber que andaríamos dez quilômetros. Ainda desconfiava dos Arclaros, mas o problema é que Ilíria ficava a cento e vinte quilômetros ao leste do lugar onde estávamos. Só Arclaros conseguiriam correr tanto em pouco tempo.

            No meio do caminho paramos para descansar as pernas, nesse momento também Lho fez Alícia solta-lo para que dali em diante ele levasse Sophie no colo, claro que Alícia faltou morrer de ciúme.

            Durante o caminho fiquei pensando nos terríveis Rognarüs, estes animais era umas quinze mil vezes piores do que Arclaros. Eram uma espécie de toupeira de corpo esguio. Não tem olhos, sentem tudo ao seu redor por meio de bigodes. Suas bocas são extremamente grandes e os dentes de leões são minúsculos comparados com os deles, suas presas afiadas chegam a ter um metro e meio e um metro de diâmetro. Eles tem até oito metros incluindo a calda, esta que é grossa e dura como pedra. Amam carne humana.

            Rognarüs eram raros, existiam poucos mas estes eram muito fortes, um único Rognarü tinha a força para destruir um exercito de mil e duzentos homens. A única forma de matá-los é cortar os bigodes que os orientam, depois disso enfiar uma espada na garganta. São animais terríveis.

            Chegamos ao lugar indicado, soube disso quando vi um bando de mais ou menos quarenta Arclaros deitados no chão, eles estavam morrendo. Seus urros se ouviam a distancia, muitos já estavam mortos com várias mordidas gigantes espalhadas por todo o corpo. Thomas chamou a atenção de Lho, tirou Sophie de Lho e a pegou para si.

            − Lho você é o encantador aqui, vá lá e cuide para que eles não ataquem enquanto cuidamos deles. Dion ajude Lho. Os outros venham comigo.

            Havia várias formações rochosas ao nosso lado, Thomas nos levou para atrás de algumas, fez um sinal para que parássemos.

            − Stephan, Belle, Alícia, Sophie, Roran, Joseph e Claus, vocês ficarão aqui. Os outros virão comigo para cuidar de alguns Arclaros...

            − Mas nem que você me pague− Disse Joseph nervoso − Vou com você! − Ele disse mais alterado ainda.

            − Joseph você é mestre em espada, se algo acontecer Roran e Claus não serão o bastante para defender o rei, duas mulheres e uma criança. Preciso de você aqui.

            − Por que você não fica− Disse Joseph batendo o pé no chão como uma criança.

            − Porque eu sou o líder dessa expedição, se ainda não percebeu EU sou seu superior. E eu MANDO que você fique.

            Joseph fez cara feia, ainda nervoso se rendeu e sentou no chão escorado em uma pedra.

            − Os outros venham comigo.

            Assim Thomas e os outros desapareceram de minha vista.

            Horas a fio se passaram e nenhum deles voltava. Após alguns minutos de minha observação Lho chegou.

            − Conseguimos cuidar de quinze Arclaros, somos trinta pessoas, assim vão duas pessoas por Arclaro. Passaremos a noite aqui. Nós que estamos cuidando dos Arclaros vamos continuar a fazendo isso até o por do sol, vocês subirão estas rochas até o ponto mais alto o possível. Estas são ordens de Thomas.

            − Desde quando Thomas ordena a vida de um rei? − Disse Stephan direcionando a mão para si mesmo.

            − Desde que o rei não saiba se defender sozinho e Thomas tenha que cuidar dele− Disse Lho insolente− A partir de agora Thomas cuida de todos nós, ele está fazendo o que pode para nos manter vivos, não acabe com o trabalho dele.

            Stephan fez biquinho.

            − Subam até o mais alto possível. Joseph você levará Sophie. − Disse Lho.

            − Tudo bem− Joseph disse.

            Todos nós nos levantamos e procuramos uma parte adequada para subir. Eu odiava escalar e agora teria que subir numa super montanha. Começamos a escalada e logo eu fiz o favor de me machucar, cortei meu pulso em uma pedra afiada, Joseph olhou para mim e fez um comentário maldoso.

            − Você precisa da minha ajuda mais do que sua filha.

            − Ana! A pequena é sua filha? − Stephan perguntou terrivelmente assustado.

            − Não, mas é como se fosse! − Eu respondi.

            Continuei tentando subir em uma rocha meio afiada, Roran desceu e me ajudou a subir.

            − Seria bem melhor se você não tivesse usando um vestido. − Ele disse.

            Roran foi me ajudando a subir. Com muito esforço conseguimos chegar a parte mais alta. Roran estava acabado. Joseph estava rindo da cara dele.

            Fiquei olhando o quanto Joseph era um cara estranho. Ele era alto e muito forte, a blusa que usava quase rasgava acima de seus músculos. Ele tinha uma grande cicatriz que ia de uma parte da testa passava pelo olho e acabava na bochecha. Seus olhos negros eram tão profundos que era possível se perder dentro deles. Era um homem bruto e terrível.

            Ouvimos barulhos vindos de uma parte da rocha.

            A cabeça de Thomas apareceu e agilmente ele pulou para o lugar onde estávamos.

            − Pela manhã nós saímos. Os Arclaros estão bem, depois de muitas magias conseguimos curar as feridas. Levamos todos eles para uma floresta mais ao leste, lá eles caçarão e voltarão para cá pela manhã. Todos nós já estamos subindo, vamos passar a noite aqui que é mais seguro.

            − Tudo bem chefe! − Joseph disse brincando.

            Eu me sentei no chão e coloquei Sophie deitada no meu colo. Thomas veio em nossa direção e se sentou ao meu lado. Ele passava a mão na cabeça de Sophie e a olhava com um carinho imenso. Foi por aquele homem que me apaixonei.

            A noite caiu e foi difícil organizar cerca de vinte e oito barracas naquele pequeno espaço, claramente minha barraca e a de Alícia foram as primeiras a serem arrumadas. Cada um fazia comida para quem quisesse, a esta altura do campeonato nossos mantimentos já estavam se acabando, por isso resolvi fazer uma sopa, avisei para Thomas que com o que tínhamos só dava para fazer um sopa para seis pessoas, ele se conformou e disse que Stephan, Roran, Claus, ele, eu e Sophie comeríamos dessa sopa.

            Fui rapidamente pegando a parte de Sophie, ela estava quase morta de fome, já não estava tão fofinha como quando entrara em nossa caravana, estava magrinha. A dei a sopa e ela disse que estava maravilhosa. Logo Thomas também apareceu com fome.

            − Belle, acho melhor você comer logo antes de Stephan, senão ele vai comer a parte dele e ainda a sua.

            − Terminarei de dar a de Sophie e comerei.

            Terminei de dar a comida a Sophie e a botei na cama, ela devia estar cansada. Fui lá e comi minha parte, após terminar voltei para a barraca e me deitei ao lado de Sophie. Esperei que ela dormisse e saí. Haveria uma reunião para avisar de como seria a expedição até Ilíria.

            Me sentei ao lado dos outros e esperei até que todos chegassem.

            − Olá, falarei agora sobre o como vai ser nossa expedição− Thomas fez uma pausa− Teremos que ir a dois nos Arclaros, temos que ser rápidos, pela manhã os Arclaros já estarão bem, poderão correr a toda velocidade. Faremos uma viajem de em média um dia, não pararemos então levem comida nos bolsos, vai ser uma viajem difícil.


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Notas finais do capítulo

acho que ficou meio grande.
REVIEWS? eu mereço né?



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