— Eu vou ter meu próprio quarto! — Fred comemorou, montando a vitrine com os novos produtos. — Eu nunca tive meu próprio quarto!

Cassiopeia sorriu. Ela havia contado a ele sobre a casa assim que havia voltado do jantar com Jorge naquela noite, e Fred a viu com os olhos esta manhã antes de os três abrirem a loja.

— Fico feliz por você ter gostado. — Ela afirmou, limpando a prateleira mais perto de si. — Você está pensando em pintar as paredes? A tinta velha está descamando, dá pra ver os tijolos do outro lado.

Ele apenas deu de ombros.

— Se sobrar tinta, tudo bem, mas eu não me importo. — Ele afirmou, ainda muito empolgado. — Eu nunca tive meu próprio quarto e sou adulto! Pelo amor de Merlin, eu até compartilhei o útero com ele! — ele brincou, apontando para o irmão com o polegar.

Ele então se virou para Cas e suspirou.

— Você não precisava fazer isso. — Ele apontou, mordendo o lábio inferior. - Eu ficaria bem em casa com os nossos pais.

— E separar vocês dois? — A loira questionou, erguendo as sobrancelhas. — Eu nunca faria isso.

Ele sorriu e caminhou para o lado dela rapidamente, segurando seu rosto com um aperto suave e brincalhão e beijando sua bochecha várias vezes, alto e animado.

— Você é incrível! — Ele exclamou. — Se você tivesse uma irmã tão legal quanto você...

— Eu tenho o Draco. — Ela observou.

Os olhos de Fred se arregalaram rapidamente.

— Mesmo que eu gostasse de caras, eu nunca… — Ele começou, parando quando ela ergueu as sobrancelhas para ele.

— Sim?

Fred corou.

— Eu não… Gosto muito do seu irmão.

Ela nem respondeu. Não era uma surpresa.

Cassiopeia moveu o rosto quando notou alguém do lado de fora da loja e sentiu seu corpo ficar tenso quando notou a presença de sua mãe.

Ela se virou, saindo, e a garota saiu da longa antes ela que estivesse muito longe, correndo em sua direção. O frio atingiu sua pele como milhares de pequenas facas, mas ela ignorou a dor.

— Mãe. — Ela chamou, e a puxou pelo cotovelo.

Narcisa parou, congelando em seu lugar, e Cassiopeia respirou fundo.

— Eu queria falar com você. — A jovem loira disse, mantendo a voz firme e firme. — Eu não sabia se deveria lhe enviar uma carta, mas há algo que você deve saber.

Sua mãe se virou lentamente, sua expressão tão estoica quanto a da filha, e esperou em silêncio pelo que ela tinha a dizer.

— Irei me casar. — Ela declarou. — No Natal.

Os olhos de Narcisa se arregalaram quando a surpresa se espalhou por seu rosto, sendo rapidamente coberta novamente.

— Eu suponho que devo parabenizá-la? — Ela disse, mais na forma de uma pergunta do que qualquer outra coisa.

— Você pode fazer o que quiser. — Cassiopeia simplesmente disse, desviando o olhar quando seus próprios olhos ameaçaram lacrimejar.

"Não aqui, não agora", disse a si mesma.

— Cassiopeia… — Ela começou a falar, mas Cas levantou a mão.

— Eu achei que seria melhor que você soubesse de antemão. — Ela decidiu. — Você é minha mãe, mesmo depois de me deserdar. Achei que você gostaria de saber.

A garota finalmente fez silêncio e Narcisa apenas continuou olhando para ela.

— É o garoto Weasley? — ela questionou.

— É.

Ela baixou os olhos por um momento antes de olhar para ela novamente, virando-se e deixando a filha.

Cassiopeia fechou os olhos, respirando fundo e voltando para a loja.

— Cas. — Jorge sussurrou, tocando o braço dela.

— Está bem. Eu estou bem. — Ela afirmou. — Vamos voltar ao trabalho. Nós podemos falar sobre isso quando estivermos sozinhos.