Chat Noir estava brincando com a minha almofada cor-de-rosa, a jogando para cima e pegando novamente.

— Você vai acabar acertando a lâmpada do meu quarto! – alertei e ele riu.

— Plagg, claws in! – desfez a transformação e se jogou na minha cama – Queria aproveitar pra dizer que você é uma amiga horrível! Estou aqui desde às três da tarde e você não me trouxe um cookie.

— Tem no pote.

— A Tikki não deixa eu pegar.

— São meus! – a kwami vermelha fez uma careta.

— Então é só ir lá embaixo pegar, não é como se você não fosse de casa! – revirei os olhos e continuei costurando.

— Sua mãe vai pensar que eu só venho aqui pra comer.

— E não é verdade?

— Ei! – Adrien protestou – Pra sua informação, Dupain-Cheng, eu venho ver você, ok? Casualmente eu acabo comendo uma coisa ou outra. Mas seus pais têm uma padaria, você me alimentar é quase que um serviço público. – ri e girei a cadeira, ficando de frente para o loiro.

— A cada dia que passa você fica mais sem noção! – Adrien levantou e foi até mim.

— Estou perfeitamente lúcido se quer saber! – sorri e fiquei de pé também.

— Já vi que você não vai me deixar em paz até que eu vá pegar algo pra você comer. Então, se me der licença... – fiz menção de ir para a cozinha, no entanto, Adrien segurou o meu pulso e me trouxe para si. – O que foi?

— Tem outra coisa que eu quero agora mais do que um croissant.

— E o que é? – perguntei mesmo que já soubesse de certa forma.

— Você.

Adrien se aproximou e selou seus lábios com os meus e eu retribui o beijo colocando meus braços ao redor do pescoço dele. Logo fomos cambaleando até a minha cama e ele me colocou deitada lentamente, deitando por cima de mim.

Seus beijos desceram até o meu pescoço e então eu coloquei minhas mãos em seus cabelos, os deixando completamente bagunçados.

— Marinette, o jantar está pronto! – paramos de nos beijar e Adrien levantou rapidamente, rindo e estendendo a mão.

— Salva pelo gongo. – fiz uma careta para ele enquanto aceitava a sua ajuda para levantar.

— Engraçadinho... Já estamos indo! – gritei a última parte para a minha mãe e coloquei a mão na boca, me repreendendo por ter dito – Merda! – murmurei.

Meus pais sabiam que Adrien e eu meio que namorávamos, no entanto eles simplesmente adoravam ele tanto que ficavam incomodando e falando coisas que me deixavam constrangida. Para o meu quase namorado não tinha tanto efeito, já que ele tinha perdido qualquer vergonha na cara que já teve um dia.

— O Adrien está aí? – ela questionou depois de alguns segundos.

— Aham! – respondi receosa, encarando o loiro que ria da minha cara.

— Então venham de uma vez, se não vai esfriar!

— Ops, se entregou! – ele debochou e eu soquei o seu braço – Ai!

— Vem logo que eu estou com fome. Deixa que eu mato você depois.

***

— Esse foi o jantar mais divertido que eu já participei! – Adrien disse assim que entramos no meu quarto e eu peguei uma das minha almofadas e joguei nele, que riu mais ainda.

— É mesmo? – ironizei – Qual foi a sua parte favorita? Foi quando a minha mãe perguntou quando vamos nos casar ou quando meu pai perguntou se pretendemos ter filhos cedo?

 - As duas na verdade. Gosto de ver que seus pais pensam no futuro, são bons empreendedores. Não é à toa que fizeram esse grande investimento que é você.

— Para o bem da minha sanidade mental eu vou fingir que eu não ouvi isso. – o ignorei enquanto me dirigi para a minha cadeira, pronta para voltar a costurar.

Meus planos foram interrompidos pelo Agreste que girou minha cadeira, fazendo com que eu ficasse de frente para ele.

— Não acredito que você vai me ignorar de novo!

— Eu preciso terminar isso. – praticamente choraminguei – E depois ainda eu tenho o dever de física para fazer.

— Posso fazer o seu dever de física. – por mais que parecesse tentador, não podia ficar deixando Adrien fazer os meus deveres, assim nunca aprenderia a matéria. – Assim você termina suas tarefas mais rápido e nós podemos dormir de conchinha.

— Não, obrigada. E você não pode dormir aqui hoje.

— Por que não?

— Porque amanhã temos aula e sempre que você dorme aqui em dias de semana é uma correria pra te acordar há tempo de ir pra casa. – ele fez o biquinho, o maldito biquinho extremamente fofo que me fazia desarmar – Não ouse fazer o biquinho!

— Você não me deu escolha, agora aguente a fofura do biquinho! – tentei ficar séria, mas quando vi que não conseguiria, desviei o olhar suspirei – Perdeu!

— Eu odeio você.

— Seu “eu te amo” soa diferente. – riu e eu fiz careta.

— Vai logo fazer o meu dever de física, antes que eu mude de ideia. – respondi rápido, trocando o assunto. Eu e Adrien ainda não falamos “eu te amo” um para o outro e esse assunto me deixava nervosa.

Adrien sentou no carpete e fez o meu divã de mesa para fazer o meu dever de física. Até daria meu lugar para ele, mas eu precisava usar a máquina de costura.

Sorri vendo ele de costas, até assim o desgraçado conseguia ser bonito.

— Ah! Quase ia me esquecendo, o Nino disse que a Alya está planejando um encontro duplo com a intenção de juntar nós dois, então já vai se preparando que ela provavelmente vai nos convidar essa semana. – o loiro avisou. Alya sempre disse que eu e Adrien formamos um belo casal, mas nós sempre negávamos, pois sempre nos víamos como apenas amigos.

Porém tudo mudou depois que descobrimos as nossas identidades. Começamos um quase namoro secreto. Meus pais sabiam de nós dois, mas Alya e Nino, não. Não que fosse um problema contar para eles, só que nós não queríamos que ninguém soubesse ainda e eles são meio descuidados com esse tipo de coisa.

— Depois as garotas que são fofoqueiras. – ironizei. – Mas tudo bem.

— Ei, ele apenas ficou sabendo da informação e repassou sem o consentimento da namorada. – encarei ele com um olhar julgador – E eu jamais faria isso com você.

— Bom saber. – ri – Afinal, a Alya é a namorada dele. E o que eu sou, Agreste? – não que eu estivesse exigindo que ele fosse o meu namorado ou coisa do tipo. Porém eu estaria mentindo se dissesse que não estava nem um pouco curiosa sobre o status do nosso relacionamento.

— A mulher mais linda do mundo, serve? – sorri instantaneamente com a resposta – Mas se você também quiser ser a minha namorada, não vejo problema.

— Hum... Não sei se quero. – Adrien virou na minha direção e me encarou – É claro que eu estou brincando!

— Que susto! – colocou a mão sobre o coração, me fazendo rir – Então estamos namorando?

— É, acho que sim.