Segredos do Passado escrita por benihime


Capítulo 3
Palavras Esquecidas


Notas iniciais do capítulo

Surpresas escondidas nesse capitulo!
Apenas quem ler vai descobrir! Nos vemos nas Notas Finais!



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Konoe avaliava os relatórios de danos da ala médica, quando Tatsumi veio correndo para dentro do escritório. Estava suando e tinha uma expressão de pânico no rosto – as palavras do Conde o deixaram muito aflito.

— Chefe! Problemas! – ele pegou ar para prosseguir – O Conde pediu para avisar que um dos livros sumiu. – Tatsumi não prosseguiu em meio a dúvida de Konoe.

— Livro? – ele parecia tentar assimilar o assunto – Um daqueles livros!? – repentinamente ele tomou um enorme susto.

— Acho que estamos falando da mesma coisa. – Tatsumi ainda não entendia a gravidade da situação – O Conde disse que Muraki o levou e que devemos caça-lo para recuperar o livro. – Konoe rapidamente já estava separando fichas e documentos para fazerem isso – Além disso, pediu que Tsuzuki-san fosse falar com ele urgente. – novamente Konoe parecia se desconcertar.

— Não pode ser! – o chefe tremia da cabeça aos pés – Ele não pode ter levado aquele livro! – Konoe acabou de joelhos, muito assustado.

— Chefe, o que tem de tão importante nesses livros? – Tatsumi não se acalmaria sem saber.

— Espero que você nunca descubra. – Konoe tentava se recompor – Você ainda tem que avisar o Tsuzuki, certo? – Konoe foi direto, praticamente expulsando Tatsumi da sala.

— Sim. Com licença. – a contragosto, Tatsumi saiu enquanto Konoe já dava ordens para que Muraki fosse caçado.

No quarto de Hisoka, Tsuzuki o vigiava dormir. Pelo exame completo, parecia que Muraki não tinha feito nada abusivo, porém o que se passou o atormentou além de suas capacidades – seja lá o que possa ter sido, talvez fosse melhor nem saber. Se visse Muraki outra vez, iria faze-lo se arrepender eternamente de mexer com Hisoka desse jeito outra vez.

— Hisoka. – ele viu o menino abrir os olhos devagar.

— Tsuzuki... – ele quase começou a entrarem pânico novamente, pois seu corpo não se movia.

— Calma. Você apenas esta paralisado pela exaustão. – Tsuzuki sabia exatamente o que o estava atormentando – Vai passar logo. Enquanto isso você precisa descansar. – ajeitando um pouco a cama, ele fez Hisoka tentar dormir novamente.

— Idiota. – constrangido, foi tudo que conseguiu dizer antes de dormir.

Batidas leves na porta chamaram a atenção de Tsuzuki e ele viu Tatsumi chama-lo para fora.

— Tatsumi, o que foi? – ele falava baixo para não acordar o parceiro.

— Parece que o Muraki invadiu a mansão do Conde e roubou um livro muito importante, durante o descontrole do Kurosaki-kun. – ele foi direto, deixando Tsuzuki muito irritado – Eu não sei a importância do livro roubado ou como ele entrou e saiu daqui, mas o Conde ordenou que o Muraki fosse caçado e ele quer falar com você.

— Tudo bem. – ele olhou para o quarto – Você pode me avisar se acontecer algo com o Hisoka enquanto estou lá?

— Eu irei te avisar se algo acontecer. Vá depressa, pois parece algo urgente e que nós não podemos saber detalhes. – Tatsumi fez Tsuzuki travar e se virar com um olhar severo – É isso mesmo. O Conde nada me disse e o chefe Konoe pareceu bastante perturbado, mas também nada me disse. Tem algo errado!

Com o alerta dado, Tsuzuki se foi e Tatsumi encarou o quarto preocupado e irritado. “Kurosaki-kun... Tsuzuki-san... O que vocês vão enfrentar dessa vez nas mãos daquele louco!?”. Seus pensamentos o atormentavam.

Na mansão, Tsuzuki foi guiado por Watason até o corredor da sala de livros e deixado sozinho para seguir em frente. Ele não se preocupou em acelerar o passo. Simplesmente andou, entrou pela porta negra e parou dentro da sala, quando a mesma se fechou atrás de si. Bem ao fundo a luz de uma vela surgia e a mascara do Conde se destacava.

— Tsuzuki-san, venha até aqui. – ele chamou e o shinigami não se moveu.

— O que aconteceu, Conde? – ele estava sério e concentrado ao seu entorno.

— Já sabe que Muraki roubou um destes livros, certo? – ele suspirou, perguntou e viu Tsuzuki confirmar sua questão – Tsuzuki, durante este caso eu o proíbo de usar seus shikis! Você e Hisoka deveram auxiliar com informações sobre Muraki, já que o conhecem melhor, porem nunca estarem desacompanhados ou sem supervisão! Watari e Gushoushin vermelho serão o reforço extra de Hisoka e Tatsumi e o Gushoushin azul os seus. – Tsuzuki ouvia sério as ordens do Conde – E você esta proibido de sair daqui sem acompanhante e sem avisar a mim e Konoe sobre isso.

— Conde, creio ter direito a exigir uma satisfação aqui. – Tsuzuki não se deixaria enganar ou perder o foco – Tais ordens e reações são muito exageradas para o roubo de um simples livro.

— Um simples livro!? – o Conde mudou de tom, se levantou e, em um único estalar de dedos, velas se acenderam.

As prateleiras abrigavam livros antigos e bem preservados, selados com correntes e magias antigas e, na estante ao fundo, logo atrás do Conde, um espaço vazio e único se destacava dentro de um vidro grosso e com feitiços descritos em sua superfície. Tsuzuki estava pasmo com todo aquele cuidado e proteção por apenas livros.

— Estes livros carregam registros históricos e esquecidos pelo tempo, palavras que marcam a trajetória das criaturas que se movem nas sombras da humanidade, dos seres originais de cada raça e dos momentos em que tabus foram quebrados e criados, vidas perdidas e salvas, palavras amaldiçoadas e abençoadas e véus erguidos e rompidos. – Tsuzuki paralisou perplexo – Nunca que alguém deve ler estes registros e, acima de tudo, nunca alguém como Muraki deve ter acesso as informações contidas no livro que roubou.

— Mesmo com todo os cuidados, você ainda não vai contar qual o conteúdo do livro que buscamos, correto? – Tsuzuki não seria facilmente enganado.

— Que nem você nem ninguém envolvido neste caso descubra! Quando acharem aquele livro, tragam-no de volta sem abri-lo! Jamais profanem aquelas palavras! Isto é uma ordem! – ele deu a palavra final e Tsuzuki sentiu que ali era o limite. Cumprimentou-o e saiu.

Tsuzuki voltou a ficar com Hisoka. Os shinigamis de todas as jurisdições deveriam achar Muraki! Qualquer mínima pista era reportada ao quarto da ala médica onde Hisoka estava com Tsuzuki – além de Tatsumi, Watari e os dois pássaros também estarem lá. Tsuzuki contou a eles o que sabia sobre o livro e explicou as restrições impostas pelo Conde.

Por mais que não estivessem confortáveis em trabalhar com esse segredo, cumpririam suas ordens; mesmo perdendo as noites de sono. Hisoka tinha crises noturnas de gritos e tremedeiras, durante pesadelos com Muraki e tudo que já fizera a ele. Todos acordavam, Tsuzuki precisava tira-lo da crise e depois ele ainda tinha que se acalmar para dormir outra vez.

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Em uma casa antiga, a figura de branco vinha pelas escadas escuras. As cicatrizes de queimadura no rosto e, as que as roupas tentavam ocultar, nos membros e abdômen se destacavam, um sorriso cínico aparecia e o olho mecânico destacava a expressão sombria de Muraki. Estava em sua casa e foi imediatamente ao porão, onde guardava suas pesquisas de feitiços e poderes. Ali, perfeitamente postado em um suporte, o livro roubado permanecia – um livro negro com letras vermelhas como sangue, destacando: “Sombras além do Véu”.

Muraki foi gravemente ferido nas chamas de Touda, porem mata-lo não era fácil e agora tinha um “novo” objetivo: Tsuzuki. Sua obsessão por ele já era grande e agora imensurável! Sem poder cumprir seu objetivo de renascer seu meio irmão para mata-lo ele mesmo, ele agora só tinha Tsuzuki e Hisoka, claro. O menino era uma boneca muito preciosa para ele e um meio de acesso a Tsuzuki que ninguém mais podia dar.

Como deveria ter morrido e não morreu e era dotado de grande potencial espiritual, Muraki começou a interferir no mundo dos mortos. Inclusive se deu o insano prazer de enganar um demônio e, na sequência, consumi-lo por seus poderes. Foi com o demônio que conseguiu as informações sobre o livro. O clã dos demônios não pretendia deixar isso passar, porem não tinham permissão superior para intervir. A ordem era clara: deixar os shinigamis e o doutor se matarem.

Muraki foi até o livro negro e começou a desvendar suas palavras – sendo imediatamente atraído pelo prefácio de apresentação.

“Mundos divididos pelo véu, mundos que jamais devem se encontrar. Encontros podem mudar corações e emoções, para o bem e para mal. Sombras em um lado do véu, um antigo terror esquecido. Humanos em um lado do véu, seres de carne e sangue vermelho. Quando o véu afina, as sombras e os humanos dividem o mesmo plano.

Sombras mudam humanos e humanos mudam sombras. Sentimentos afloram para o bem e para o mal. Sombras e humanos se unem pelo coração e pela espada. Seres nascem da esperança e monstros do desespero. O véu se ergue novamente, alguns ficam e outros vão. Linhagens passam e, as vezes, os descendentes das sombras retornam.

Sobre o brilho prateado da lua, a vida humana segue. Sobre o brilho vermelho da lua, existências se extinguem. Sobre o escuro da lua, as sombras reinam.”

Era isso! Exatamente o livro que queria! Dando sequência a leitura, tinha dezenas de linhagens com possibilidade de gerar descendentes das sombras. Duas lhe chamaram a atenção: a sua e a de Tsuzuki; sendo que, pelo registro, o shinigami era descendente direto de uma sombra poderosa, infelizmente não especificada ali.

O registro ainda contava com históricos dos descendentes, o mais atualizados possível. E foi diretamente ao que buscava: o histórico de Tsuzuki. Seu nascimento, infância, quando enlouqueceu, morreu e virou shinigami, quando firmou contrato com seus shikis... Tantos detalhes que haviam sido descritos, na esperança de serem esquecidos, agora estavam em suas mãos.

Agora tinha grandes informações! Com tamanho poder, Tsuzuki poderia lhe ser extremamente útil em seus assassinatos, destruir shinigamis e demônios e se tornar seu novo brinquedo de experiências e prazer – podia ter uma bela coleção de bonecas com ele e Hisoka. Com aquilo, para ele, também fazia sentido seus poderes anormais e sua capacidade física fora do comum – agora Muraki sabia porque, como um humano, podia usar encantamentos nas escalas que usufruía, sem dificuldades.

Tudo que precisava era convidar os personagens principais de seu evento e usufruir do prazer de cada segundo dali em diante. Com sua invasão e o roubo do livro, talvez fosse ser mais difícil que os shinigamis permitissem a saída de Tsuzuki da Enma Cho; precisaria de um bom convite e, repentinamente, uma divertida ideia lhe surgiu.


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Notas finais do capítulo

Terminando com a surpresa que comentei! Aguardem ansiosos pelo curso da trama e onde esse livro irá levar nosso Shinigamis.



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