♥ Mahou Shoujo ★ no Sekainowari ♥ escrita por Eien SZ


Capítulo 2
Stage 2 - "Eu desisto"


Notas iniciais do capítulo

Yo! Bem vindo ao capítulo 2 ^



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O sol daquele primeiro dia após o suposto Fim do Mundo se fazia presente por meio de sua legitima luz que passava pela janela do quarto, e ia de encontro direto com o solo. Nesse instante, se alguém por acaso olhasse para a parte mais iluminada do quarto, normalmente poderia ver algumas sombras dos objetos do quarto sendo reproduzidas ali. Entretanto, nessa ocasião, as sombras que se podiam ver não eram apenas a dos cômodos do quarto. Ao lado da sombra da cama, havia uma outra... Tinha um formato humano, porém suas características não lembravam nada as da Morikawa.

— Eiiii! Mizunooo! – Alguém a chamava pelo seu primeiro nome, enquanto a mesma ainda dormia. – Hora de acordar!

Uma voz familiar.

Morikawa ainda sonolenta, aos poucos descerrava seus olhos, com seu corpo sendo chacoalhado pela pessoa que a chamava. Com sua visão ainda distorcida, ela visualizava uma imagem estranha.

— Ahhn... – Gemeu preguiçosamente, com a boca aberta e quase babando. – Já estou indo... – Disse sem pensar, sonolenta.

Até que, depois de mais alguns segundos sendo chacoalhada, ela enfim despertou. E pode ver quem estava ali, acordando ela. Seus olhos se arregalaram nesse momento.

Era uma pequena garota, que parecia ter por volta de 12 anos. Mas o que se destacava em sua aparência eram seus cabelos que eram puramente brancos do topo da sua cabeça até os seus ombros, mas a partir dali para baixo, ele se tornava resplendor-mente dourado, indo até a sua cintura.

Perante àquela estranha situação, Morikawa ainda surpresa fez uma pergunta lógica, porém não tão lógica para ela, que na verdade já reconhecia a garota.

— Q-Quem é você...? – Questionou erguendo seu corpo.

E a resposta não fez cerimônia para vir mais direta impossível.

— Não se lembra de mim? Sou eu, a Zoe! – Disse alto e em bom som. – Eu voltei para ficar com você!

Um momento de silêncio exerceu presença no contexto, com os raios de sol reluzindo nos cabelos daquela pessoa, e o vento da fresca manhã arrepiando os pelos do corpo da mais velha.

— ...

Morikawa não estava acreditando naquilo. Ela cogitou a hipótese de ainda estar dormindo.

“Mas que merda é essa...? Como assim...? Meu cerebro está prestes a entrar em colapso... Isso não existe. Como isso pode acontecer...? Que merda é essa...? Por que eu estou vendo ela...? O que diabos está acontecendo...?” Pensava estática. Aquilo era demais para a cética cabeça dela.

— Você não me respondeu. – Insistia a outra. – Não se lembra de mim?

“Eu posso vê-la... E ouvi-la... Ela... MAS QUE P**** É ESSA?” A garota não aceitava o que presenciava naquele momento.

— Me responda... Eu preciso saber. – Continuava a dizer, um pouco receosa da resposta.

Depois de amaldiçoar a lógica e a si mesma, era a hora da Morikawa falar. De alguma forma ela precisava lidar com aquela situação. Ela respirou fundo, e proferiu.

— Sim. Eu me lembro. – Disse com clareza, olhando nos olhos da outra. – Você é realmente a Zoe?

“O que diabos eu estou fazendo...? Estou conversando com ela? Ela está realmente na minha frente? Eu não posso acreditar... Essa situação está totalmente fora de controle. Não tenho a mínima ideia de como isso vai terminar, e isso me irrita. Afinal, o que está acontecendo aqui?!”

Ao ouvi-la, Zoe sorriu largamente.

— Sim, sou eu! Que bom que se lembra de mim! Eu voltei Mizuno! Voltei para ficar com você! – Disse euforicamente.

A cada frase ouvida, Morikawa perdia mais o controle da situação, e de seus sentimentos. Seu coração estava estranho. Ela não sabia como reagir a essas sensações. Mal sabia o que dizer em resposta nesse momento. Ela preferia refutar isso de alguma forma. Tudo menos aceitar o que via.

Foi quando do nada, algo corroborou para com sua negação. A porta do quarto dela se abrira, pela mãe dela. A garota tomou um susto ao vê-la.

— Já está na hora de se arrumar, filha. – Disse a mãe tranquilamente. Mas ao ver os arregalados olhos de Morikawa, ela estranhou. – Tudo bem com você...?

Naquele momento, todas ali presentes se olhavam. De um lado do quarto, Morikawa via Zoe, e sua mãe logo atrás dela na porta do quarto. No meio do quarto, Zoe olhava para as duas sem saber o que fazer. E no outro lado, na porta... A mãe via apenas a sua filha!

“É como se... Ela não estivesse vendo a Zoe.” Analisou ainda tensa. Nessa hora, tudo fez sentido. “Ah... Sim. Entendi. Eu sabia que só podia ser coisa da minha cabeça.” Pensou suspirando aliviada, e sorrindo conformada para sua mãe.

— Sim. Estou ótima. – Respondeu. – Já estou me levantando.

— Se apresse. – Finalizou a mãe, saindo do quarto e fechando a porta.

— Sua mãe não mudou nada. – Foi o que Zoe logo disse, animada.

Foi ignorada.

Morikawa se levantou, e começou a se preparar para ir para escola, como se nada daquilo tivesse acontecido.

— Mas você mudou muito Mizuno! Está quase uma adulta! – Dizia com orgulho e admiração.

Foi ignorada.

A loira garota esperava inocentemente por uma resposta da Morikawa, mas ela nem sequer a olhava. Isso incomodou a Zoe, que encheu as bochechas de amolação.

— Não é legal ignorar os amigos... Depois de tanto trabalho para mim conseguir voltar... Você não quer mais ficar comigo? Eu voltei para ficar com você... Pra sempre!

...

Um breve silencio se manifestou, até finalmente ser quebrado pela fala de Morikawa, que não conseguia ignorar essas frases que ouvia.

— Você... Não existe... – Respondeu a garota, emburrada.

Essas palavras mudaram a atmosfera do local. Ambas sentiram por ouvi-las. Ambas ficaram em silêncio...

— Por que diz isso...? – Questionou Zoe.

— Minha mãe... Não viu você. Você é coisa da minha cabeça.

— Não diga isso! Você está errada Mizuno! – Respondeu aborrecida.

“A voz dela é tão alta e natural que é difícil ignorar. Me sinto muito estranha sempre que a escuto.” Pensava expressivamente desconfortável.

— Tudo bem. Vamos acabar com isso então. Me prove que você não é uma alucinação da minha cabeça. Se me provar, eu acreditarei em você. Se não, eu quero que vá embora daqui para sempre. – Desafiou confiantemente, e aborrecida também.

— Tch! Isso é muito fácil! Veja bem então! – Declarou a outra, aceitando o desafio com mais confiança ainda. Tal confiança acabou abalando a confiança da própria Morikawa.

Aquele era o momento. Zoe começou a caminhar tranquilamente pelo quarto, até chegar onde estava a mochila escolar da Morikawa. Então, ela lentamente se agachou, segurou a mochila com uma das mãos, e a levantou...

— ... – Morikawa perdeu a fala.

— Viu só? Eu sou real! – Afirmou, caminhando até a outra garota, e entregando a mochila para ela.

Morikawa sem palavras, apanhou a mochila, e mais uma vez não sabia o que dizer. Ela se manteve em silêncio.

“Como isso pode acontecer...? Eu acabei de receber a mochila... Ela... Consegue interagir com esse mundo?” Se perguntava totalmente sem chão. Isso era algo inacreditável.

Morikawa havia se questionado se a Zoe conseguia interagir com o mundo dela. Um segundo depois, sua dúvida foi respondida de uma vez por todas... Isso porque Zoe imprevisivelmente foi até ela... E lhe deu um verdadeiro abraço.

Após isso, Morikawa já não conseguia mais duvidar... Ela sentia as aceleradas batidas do coração da Zoe, batendo junto com o também acelerado coração dela. Um sentimento inexplicável tomou conta dela. Memórias do passado vieram em sua cabeça, enquanto seus olhos lacrimejavam. Ela não deixou de também abraçar a Zoe nesse momento.

“Eu fui totalmente derrotada por ela.”

*

Já em sua sala de aula, Morikawa fitava seus colegas como se dissesse “Eu avisei”. Afinal, no fim o mundo não acabou. Quando a atividade para casa foi pedida pela professora, poucos alunos a entregaram.

— Bem, espero que estejam cientes das consequências. – Disse a professora.

Enquanto os alunos se lamentavam pelo destino de suas notas, Morikawa ainda estava com problemas para acreditar no que estava acontecendo. Isso porque logo ao lado dela, sentada em uma carteira vazia, estava a Zoe. Porém, ninguém além da Morikawa podia ver ela.

— Ei Mizuno, isso é muito entediante. Quando vamos voltar para casa? – Perguntava ela, com o corpo estendido sobe a mesa, expressando extremo tédio.

— Vai levar mais um tempo... – Disse com um suspiro.

Mas o que ela não lembrava, era que apenas ela podia ver e ouvir a Zoe, porem todos podiam ouvir ela. Ao ouvirem Morikawa falar sozinha, a sala inteira a olhou com olhos confusos. Só então a ficha caiu para ela, que corou de vergonha.

— O que você disse, Morikawa? – Perguntou a professora.

— ... – Ela não tinha respostas.

“Vai demorar pra mim absorver essa situação e aceitá-la... Ver a Zoe assim de novo... Por que?”

“Aquele sonho... Não foi coincidência.”

“Eu a vi em meu sonho... Eu a vi junto comigo. Foi como um flashback do passado.”

“O... Passado...”

Nessa hora, enquanto mais uma vez suspirava, ela se lembrou de tudo.

“Quando criança eu tive uma amiga imaginária... E o nome dela era Zoe.”

“Desde os 7 anos de idade, nós crescemos juntas e nos tornamos melhores amigas.”

“Um forte laço foi construído por nós duas, por 5 anos.”

“Porém, tudo acabou quando tínhamos 12 anos...”

“Tudo acabou quando eu cresci.”

“Ou... Quase isso...”

Ela olhava para a garota.

“Ela voltou, exatamente como era a 5 anos atrás. Exatamente como foi até nos separarmos. Não envelheceu...”

Então, ela agora se lembrou da conversa que tiveram antes de irem para a escola.

[Algumas horas atrás]

“- Eu voltei para ficar com você!

— Por que...?

— Porque somos amigas!

— E onde você esteve esse tempo todo?

— Eu, estive em casa...

— “Em casa”? Está difícil entender...

— Os detalhes não importam. Apenas me responda uma coisa, Mizuno...

— E o que seria?

— Você quer ficar comigo? – Foi absurdamente direta, com seriedade no olhar.”

*

— Waaaaah! – Se esticava Zoe, se espreguiçando após ficar tanto tempo sentada. – Finalmente a aula acabou!

As duas estavam na rua, voltando para casa.

— Evite falar comigo quando estivermos em publico... Ou eu simplesmente não vou conseguir te responder.

— Foi engraçado ver a sua cara quando todos olharam pra você. – Disse sorrindo.

— Não teve graça... – Respondeu levemente emburrada.

Era por volta das 5 da tarde naquele momento. As duas continuaram caminhando em silêncio após isso, sem dizerem mais nada. Apenas o barulho dos passos delas era ouvido. Não tinham pessoas na rua... Aquele momento, era um dos primeiros momento em que elas estavam totalmente a sós.

Morikawa sentia que devia falar algo, afinal, ela ainda não estava entendendo nada. Porém não sabia como iniciar o diálogo. Já a Zoe, caminhava sorridente e confiante, tranquilamente.

Morikawa estava desconfortável com a situação. O silêncio do momento era estranho. Até que, do nada, ela sentiu algo. Algo havia tocado em sua mão. Zoe.

A loira garota havia se aproximado dela, e segurado sua mão esquerda. As duas agora andavam de mãos dadas.

— ... – Ela não sabia o que fazer. Não sabia o que sentia.

— Senti a sua falta... – Proferiu Zoe. – Você também sentiu a minha?

Esse foi o gatilho. Mesmo sendo estranho, Morikawa sentia que precisava continuar a conversa. Precisava por para fora o que sentia, para acabar com essa confusão dentro de si mesma.

— Desde aquele dia... Eu mudei. Meus dias nesse mundo foram bem mais chatos do que quando estávamos juntas.

— Que bom que também sentiu minha falta! Mas não se preocupe Mizuno, eu voltei, e agora podemos nos divertir como fazíamos antes! – Disse com um tom de auto-gabação.

— Zoe... De onde você veio? Por que só voltou agora?

— Eu já te disse, os detalhes não importam...

— Eu preciso saber... Preciso entender o que está acontecendo. O que você é...? Por que só eu posso te ver...?

— Sou sua amiga imaginária... Sua melhor amiga. É obvio que só você pode me ver. Sempre foi assim, não se lembra?

— Sim... Mas não era como é agora... Você... Está mais...

Nessa hora, ela sentiu a mudança na força do aperto das duas mãos. Zoe estava tensa...

— Eu estou mais...? – Questionou.

— Não é nada... – Disse suspirando carregadamente. – O mundo não acabou, mas parece que desde o suposto “fim do mundo”, tudo mudou...

Ao ouvir isso, Zoe expressou um pouco de tristeza. Como se algo estivesse a consumindo por dentro.

— Ei, Mizuno. O que você acha desse mundo?

As duas ainda caminhavam juntas.

— O que? – Estranhou.

— Você aceita que esse mundo seja... Como ele é? Se você pudesse, mudaria algo nele?

Morikawa ficou em silêncio por um tempo, pensando, e certamente respondeu.

— Sim. Eu certamente mudaria esse mundo se tivesse a chance.

— ... – Zoe apenas ouviu.

As duas continuaram caminhando pelos desertos becos daquela cidade, até que, ao virarem o corredor, deram de cara com uma cena um tanto estranha.

Dois homens cercavam uma garota, que encostada na parede não tinha para onde fugir. Estavam tocando nela... abusando dela. A garota assustada, apenas pedia em voz baixa para que parassem com aquilo e que deixassem ele ir, mas eles não davam ouvidos.

Morikawa e Zoe arregalaram os olhos ao verem aquela cena. Não levou nem um segundo para um dos homens ver a garota maior, que foi nessa mesma hora que ela virou as costas e saiu andando com passos largos e apressados.

— Fique de olho para ver se eles vão nos seguir... Se isso acontecer, me avise que eu irei sair correndo. – Disse em voz baixa para Zoe, que era arrastada por ela, já que ainda estavam de mãos dadas.

— O-Ok... – Concordou a menor, chocada e perturbada.

As duas se distanciaram daquele local, sem dizerem mais nada. Felizmente nenhum deles as seguiu... porém a experiência não foi nada agradável. As duas expressavam estarem pensativas. Expressavam estarem frustradas.

— Por que eles estavam fazendo aquilo...? – Disse Zoe, após tanto pensar.

— São marginais... Errados. – Respondeu a outra. – Esse é o mundo em que vivemos...

— Se estão errados... Por que nós não os fizemos parar...?

— E o que você acha que poderíamos fazer?

Nessa hora, foi como se a menor de certo fosse responder Morikawa. Mas antes disso acontecer, ela se conteve. Logo aquela mesma expressão estranha se manisfestou, como se algo a consumisse por dentro. Ela manteve-se em silêncio...

As duas agora seguiam por um caminho diferente, já que tiveram que dar meia volta para se afastarem daquela cena. Nesse novo caminho, algo chamava a atenção delas. As lojas.

— Essa rua. Essas lojas. Eu me lembro delas! – Exclamou a garota, alegre.

—Nós costumávamos vir aqui comprar brinquedos quando menores... – Comentou Morikawa.

“Essa rua me trás boas lembranças. Lembranças do passado. Lembranças dos nossos sorrisos.” Foi o que as duas pensaram naquele momento, embora com expressões diferentes. Zoe sorria de boca aberta, encantada. E Morikawa, não sabia como se comportar naquela situação. Ela mais uma vez se encontrava confusa com seus sentimentos.

De todas as lojas, cada uma lhes traziam lembranças. Porém, em certo momento da caminhada, elas receberam uma memória um tanto pesada demais.

“Esse lugar...” Pensaram as duas, surpresas.

Era mais uma loja. Uma loja de roupas e fantasias cosplay. E logo na vitrine, todos podiam ver o que era exposto. E isso foi o que descarregou uma descarga de lembranças. As maiores lembranças de todas.

O que era exposto, era uma fantasia. Uma fantasia de Mahou Shoujo.

“Mahou Shoujo... Esse subgênero foi um dos meus vícios até os 12 anos. Um vício que eu larguei depois que a Zoe se foi...” Pensou Morikawa.

“Nós duas éramos Mahou Shoujos. Brincávamos juntas vestidas com essas roupas. Éramos as duas mais felizes do mundo!” Ao mesmo tempo pensava Zoe.

Elas se lembraram do sentimento... E principalmente, do que sempre repetiam juntas em suas brincadeiras.

“Nós purificaremos esse mundo!” Foi o que ambas ouviram, em grito e em coro, dentro de suas cabeças. Nessa hora, as duas estremeceram e se arrepiaram juntas.

Porém, isso mais tinha significados para Zoe, que sentiu todo aquele peso em cima de si novamente. Um peso que ela evitava de tirar das costas.

Coincidentemente, junto com ela, Morikawa também se encontrava “perturbada”. Desde os estranhos acontecimentos desde que acordou, até a frustrante experiência de pouco tempo atrás, por algum motivo despertava insatisfação na garota.

Por acaso, uma coisa leva a outra... E foi isso o que ocorreu. Ao se lembrarem dessa frase, ambas agiram de determinadas formas...

— “Nós purificaremos esse mundo...” – Proferiu Morikawa, frustrada. – Éramos crianças.

Isso foi o gatilho. O gatilho para que Zoe agisse. Ela não podia deixar tudo como estava.

— Está errada... – Proferiu Zoe, séria. – Não desista do nosso sonho, Mizuno! Nós... Nós... Nós... – Repetia ela, como se reunisse forças para enfim dizer... – NÓS PODEMOS PURIFICAR ESSE MUNDO!

— ... – Morikawa não soube o que dizer. Mas nem teria tempo de fazê-lo, porque logo depois Zoe agiu.

— Venha comigo, preciso te mostrar uma coisa! – Disse indo correndo para os becos desertos e sem nenhum movimento, arrastando a mão da maior.

— E-Ei. Não me arraste assim. Já parou para pensar no quão estranha é a imagem das pessoas que não podem te ver? Vão achar que sou louca correndo com o braço esticado por ai... – Disse ela, enfim chegando em um local onde não tinha ninguém, junto com a outra.

— Mizuno, eu vou te provar, que nós podemos sim purificar esse mundo! – Disse convencida, ignorando totalmente o que a outra tinha acabado de dizer.

—...? – A outra não entendia. Apenas suspirou como sempre suspira, carregadamente.

— Você está pronta? Está pronta para vivermos nosso sonho juntas?

— Do que está falando...? – Se questionava, até se surpreender com oque do nada Zoe tirou de seus bolsos.

Eram duas pedras. Dois cristais. Um branco e um escuro.

— E-Esses cristais... – Ela se lembrou.

— Você se lembra? Esses eram nossos cristais mágicos. Usávamos eles para nos transformarmos.

— Espera... Está dizendo que... Não... Não pode ser. Você está brincando comigo?

— Você está pronta? Está pronta para vivermos nosso sonho juntas? – Repetiu a pergunta, decidida.

— Você só pode estar brincando... Tudo bem. Eu estou pronta. Me prove isso. – Desafiou, sem conseguir acreditar.

Então aconteceu. Ao pressionar o cristal branco, uma forte luz branca cresceu exponencialmente de dentro dele, cobrindo todo o corpo da garota, enquanto ela... Lentamente, peça por peça, membro por membro, se transformava em uma Mahou Shoujo.

Quando terminou, Zoe vestia uma nova roupa. Uma fantasiosa roupa branca com linhas douradas. Uma imagem resplendora e magnífica. Ela sorria empolgadamente, enquanto via a profunda expressão de surpresa de sua amiga.

— O que achou? Aposto que gostou! Eu sou uma Mahou Shoujo, Mizuno! – Disse sorrindo.

“Não tenho palavras. Eu desisto.”

— ...

— Agora é a sua vez! – Diz lançando o outro cristal para Morikawa, que por pouco não deixou cair, pelo fato de estar perplexa com o que estava acontecendo com a sua vida. – Transforme-se, Mizuno!

A esse ponto, Morikawa já não duvidava de mais nada. Ela havia se cansado de ser surpreendida pela Zoe. Apenas aceitou, sem choradeira. Porém, isso tornava tudo ainda mais tenso. Se tornar uma Mahou Shoujo? Isso seria demais para ela. Mesmo assim, ela não tinha mais nada a perder.

— E-E como eu faço isso?

— Imagine. Imagine-se transformada, enquanto pressiona o cristal. Acontecerá automaticamente. – Respondeu.

— C-Certo... Então... Lá vai.

Morikawa fechou os olhos, e imaginou. Nesse momento, ela se lembrou da imagem que tinha de si mesma em sua cabeça, a 5 anos atrás. Sua personalidade abandonada... Aquela que ela era, ali se manifestou. Enquanto a luz do cristal crescia exponencialmente, seus membros aos poucos se transformavam, cobertos por uma luz vermelha. Dessa luz, ironicamente ao transbordar de seus negros cabelos, todos os lisos feios se tornaram azuis escuros.

Havia terminado. Ela realmente tinha se transformado em uma Mahou Shoujo, com uma magnífica roupa negra com detalhes vermelhos, e um novo cabelo.

Ao verem como ela ficou, as duas se impressionaram, mas a Zoe foi a que mais demonstrou a surpresa.

— Você está incrível! Incrivel! Essa roupa... Essa é a Mizuno que eu conheço! – Dizia com os olhos brilhando, orgulhosa.

— Eu sou uma... Mahou Shoujo? – Se perguntava, com cara de boba.

— Sim, você é. Nós somos.

— ...

— Agora, vamos. Temos um trabalho para fazer, como as Mahou Shoujo que somos. – Disse com seriedade.

— Aonde vamos?

— Ainda pergunta? Nós vamos salvar aquela garota que deixamos para trás! – Respondeu com um imprevisível e gigantesco salto, que a mandou direto para o telhado da loja ao lado.

Morikawa até se assustou com o que viu.

— C-Como...? Que salto foi esse?

— Por que não tenta também? – Perguntou sorridente. – Vou indo na frente. Me siga se for capaz! – Desafiou empolgada, e saiu correndo pelos telhados.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo!
OBS: O terceiro pode demorar até semana que vem >.> Gomen...



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