Uma canção de Sakura e Tomoyo: beijos e despedidas escrita por Braunjakga


Capítulo 15
A sala de comando




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Tomoeda, 25 de agosto de 2002

 

A casa amarela dos Kinomoto já contava com duas viaturas da agência nacional de polícia na frente para proteger todo mundo, mas hoje, estava com quatro viaturas cercando o quarteirão.

Dentro da casa, Chiharu, Naoko, Rika, Yamasaki, Sakura, Syaoran, Kero, Touya e Fujitaka estavam reunidos ao redor da mesa da sala de estar. Sonomi também estava lá, mas sem Tomoyo. Em seguida, Subaru e Hikaru entraram na casa, segurando algumas pastas. 

Sakura estava muda e calada desde o começo da reunião, sentindo uma sensação esquisita na barriga e no peito desde o começo. O estado di resto da meninada era ânimo puro. Fujitaka, Sonomi e Touya, os mais velhos, estavam mais preocupados, assim como Sakura estava. 

— Nem se eu contasse mentiras por mil anos, eu nunca ia imaginar que a Sakura e o Shoran tivessem poderes mágicos! É uma daquelas coisas que nem mesmo eu acreditaria se me contassem! – Yamasaki, o rapaz de cabelos pretos espetados, gargalhava.

— Isso é porque você não foi mordido por aquela coisa! Você não para pra pensar que eu poderia ter morrido? Que a Sakura e o Shoran estão ameaçados? Não tem graça nenhuma! – Chiharu, a moça de cabelos em forma de cone, deu um cascudo no amigo.

— Calma, Chiharu! Eu perdi o meu pai e ainda tentaram trazer ele de volta pra causar mais mal pra gente! Você está certa, mas não é só nossos amigos que estão sob ameaça! Todo mundo tá sob ameaça! Eu só queria me esquecer que as histórias de terror são reais, só por um momento… Me sinto muito culpada por tudo isso...  – comentou Naoko, a garota de óculos redondos e cabelos tigela, quase chorando.

— É por isso mesmo que a gente tá aqui, não é agentes? A gente tá aqui pra dar um fim a tudo isso… A gente não é o culpado por isso tudo, as cartas vieram parar nas nossas mãos do nada. Você, Naoko, ficou escrevendo naquele livro estranho, eu peguei uma espada pra lutar contra a Sakura. Todo mundo se envolveu nisso! – advertiu Rika, a moça de cabelos curtos cor de vinho.

— Tinha que ser a monstrenga pra abrir o livro das cartas! – Touya zombava da irmã.

— Eu não sou monstrenga, droga! – gritou Sakura, empurrando o irmão de tão estressada que ficou. Ela já estava muito tensa com toda aquela concentração de gente e não viu graça nenhuma nas palavras do irmão.

— Peraí, gente! Aqui ninguém tá botando a culpa em ninguém não! As cartas são travessas mesmo, elas que ficaram causando com a gente. Agora, se tem doido vindo atrás da gente por causa disso, o problema é dele… – explicou Kero.

— Vamos deixar algumas coisas claras aqui, está bem? Eu não pedi, nem sequer solicitei que a carta “escudo” viesse se meter dentro do cofrinho onde eu guardava o buquê da Nadeshiko. Portanto, eu não aceito ser chamada de culpada por ter qualquer contato com essas cartas! – berrou Sonomi.

— Tá vendo, foi o que eu disse! – disse Kero.

— Mas também, eu não acho que esse doido não seja problema nosso. Se tem um doido vindo atrás da minha filhota, é problema meu sim! – continuou a Empresária. Todo mundo cochichou, concordando ou discordando com a mulher de cabelos channel vinho. – Vejo que nem todo mundo aqui concorda comigo, mas vejam: essas cartas saíram do livro e vieram se meter com a nossa vida, um livro que, pasmem, tinha que estar na casa do Fujitaka mesmo! – Sonomi soltou um olhar fulminante contra o pai de Sakura. Ele apenas sorria e acenava para todo mundo. – Um livro que foi aberto pela pobre da Sakura sem ele colocar um aviso bem grande, dizendo que a coisa toda é perigosa! Pode um negócio desses? Agora, a responsabilidade é nossa pra consertar tudo isso, tudo o que essas cartas causaram!

— Eu tão pouco sabia, Sonomi, eu tão pouco sabia que as cartas causariam tanta confusão. Eu mesmo teria mandado o livro pra polícia se soubesse disso…  – disse Fujitaka se defendendo, fazendo “não” com as mãos.

Subaru e Hikaru pigarrearam, chamando a atenção de todo mundo. Até mesmo a discussão parou. Hikaru começou:

— Independente de quem começou isso ou não, eu posso dizer, pela minha experiência pessoal, que magia não é uma coisa que a gente escolhe pras nossas vidas. É uma coisa que aparece nas nossas vidas e temos que controlar com nossas forças de vontade e desejo de fazer o bem… 

— Digo o mesmo de mim, eu não escolhi isso, minha família sempre veio de uma linhagem mágica que está destinada a proteger eternamente o Japão. Imagina vocês acordarem um dia e se deparar com essa mensagem: a partir de hoje, você será treinado para defender o Japão. Imagine uma criança ouvindo isso, sentindo ser jogadas nas costas uma responsabilidade que não pediu, assim tão fácil do dia pra noite? É a mesma coisa que está acontecendo com a Sakura aqui. – disse Subaru. Todo mundo concordou silenciosamente e se calou. Hikaru continuou:

— Como eu falei, uma vez que a magia aparece nas nossas vidas, temos que ter a responsabilidade para arcar com o peso dela, principalmente vocês, Sakura e Syaoran. Vocês dois são detentores de objetos mágicos muito cobiçados por organizações mágicas criminosas. Vocês dois têm que se impor e mostrar que não vão deixar eles levar esses itens assim facilmente. Vocês tem que enfrentar eles! A gente pode até dar um apoio, mas quem tem que fazer esse trabalho são vocês.  

— Hoe! – O dois ficaram em choque.          

— Senhora Hikaru, a senhora mesma disse que há uma polícia mágica pra proteger a gente desses “bandidos com poderes mágicos”. Você mesma disse que vai nos ajudar. Agora, como você fala para a Sakura que ela tem que se virar sozinha e partir pra cima deles? – indagou o pai da cardcaptor. 

— Essa é a formação de um mago, Senhor Fujitata. – interrompeu Subaru. – A coisa mais certa que a gente tinha que fazer era apreender o livro das cartas, Kero e Yue com a gente, caso ela não tivesse poderes para aguentar tudo isso!

— Hey, a mim ninguém vai pôr a mão não, hein! – exclamou Kero, fechando os pequenos punhos de raiva. 

— Nós temos poder para isso, nós somos a polícia mágica e as cartas, como foi bem dito, representa um perigo enorme se for deixada solta por aí ou se cair me mãos estranhas. – explicou Hikaru. Todo mundo se calou. – Mas, não se preocupem. Se eles fossem mais organizados, podem ter certeza que não deixaríamos a Sakura sozinha nessa. Isso também faz parte da formação de um mago, ela tem que encarar um cara do nível dela. A gente concluiu com as investigações que dá pra ela encarar esse assunto sozinha.

— Peraí, como assim? – Sakura levantou-se da cadeira e bateu com as mãos com tudo na mesa. 

— É fácil, Sakura, com o sistema de vigilância que a gente montou, deu pra perceber que as pessoas envolvidas nos ataques em Tomoeda são apenas duas: duas pessoas encapuzadas de preto. – Subaru estendeu um mapa de Tomoeda enorme sobre a mesa – Elas não têm localização física exata, mas pelos padrões que a gente detectou pelas câmeras nos últimos dias, eles tem feito o seguinte movimento. – Subaru pegou uma caneta e ligou alguns pontos do mapa. Todo mundo ficou boquiaberto quando ele terminou.

— Mas esse ponto aqui é a minha casa! – Disse Rika.

— E depois ele veio pra minha! – exclamou Yamasaki.

— É, e depois deve ter andado até a minha também. – apontou Chiharu.

— Até no meu hotel!? – disse Syaoran.

— E eu era a próxima mais uma vez, né? – disse Naoko. 

— Eles foram até no templo Tsukimine, que absurdo! – comentou Sonomi.

— Tô vendo que os passos dele passam pela mansão Daidouji e termina aqui, na nossa casa, né? Isso quer dizer… – disse Touya, intrigado.

— Isso quer dizer que eles, apesar de serem poucos, estão estudando os nossos movimentos, guardando os horários de troca de agentes nas viaturas, buscando alguma brecha na segurança. Pelo padrão que a gente observou, eles vão voltar na mansão Daidouji hoje de madrugada, só que agora pra atacar! – disse Hikaru. 

— Pra atacar? – Sonomi sentiu uma pontada no peito e uma falta de ar. – Mas não têm ninguém vigiando minha casa hoje, a polícia já retirou a viatura que tava lá, dizendo que não precisava! MInha filha tá sozinha lá com o pé engessado! 

Hikaru agarrou as mãos trêmulas de Sonomi e disse com olhar firme:

— Sonomi-san, a retirada da viatura foi totalmente intencional! Pode deixar que está tudo controlado!

— Como pode estar tudo controlado com a minha filha em perigo!?

— Porque ela é a nossa isca! E, sendo nossa isca, pode ter certeza que está tudo bem com ela! – disse Hikaru.

Fujitaka, inquieto, se levantou da cadeira.

— A Sonomi está certa, uma coisa dessas a gente não pode permitir! A gente é pai e mãe também!

— Fujitaka… – Sonomi falou pela primeira vez naquele dia o nome daquele homem que odiava tanto, com os olhos brilhantes de lágrimas, se derretendo toda e sentindo toda a empatia que ele sentia por ela naquele instante.

— Quem vocês acham que bolou esse sistema de vigilância? – perguntou Subaru. Todo mundo de calou, menos Sakura 

— Eu sei! A única pessoa que conhece cada canto de Tomoeda tão bem quanto a gente! A única pessoa que me acompanhou esse tempo todo… E sabe tudinho das cartas, como elas foram capturadas…

Syaoran foi o próximo a se levantar, preocupado e trêmulo.

— Vocês estão querendo dizer que a Tomoyo armou tudo isso?

— Ela mesma se ofereceu para ser nossa isca. É a chance de a gente capturar um dos responsáveis por ter matado nosso colega Kenji e resolver esse caso de uma vez por todas! – concluiu Subaru.

Todos estavam atônitos. Sonomi começou a chorar, para surpresa de todos, nos braços de Fujitaka. 

— Gente, como a Tomoyo é doida pra encarar esses caras de frente? – disse Naoko.

— Tomoyo-chan… – Sakura sentiu um aperto no peito e Syaoran colocou as mãos nos ombros dela. Ela agradeceu pela ajuda, mas preferiu levantar-se da mesa e caminhar até a janela.

— Tá tudo bem, Sakura? – perguntou Kero. Ela não respondeu. Touya e Syaoran olhavam Sakura com preocupação. Ela apenas olhava as estrelas com a mão agarrada no peito, onde estava a chave do lacre. Pra quem olhava Sakura daquele jeito, era como se ela quisesse rasgar aquela corda, roubar o livro das cartas da mão do pai, usar a chave e usar as cartas.

Ela realmente queria fazer isso.

 

Continua… 


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