Melodias do Coração escrita por Luana de Mello


Capítulo 5
Completude


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Deus, me dê forças, estou começando a enlouquecer, estou definhando de angustia; tento conter os nervos, tento parecer alguém normal e centrado, busco no fundo do meu ser, a pessoa que tenho sido nos últimos onze anos, mas é em vão, porquê a simples possibilidade de ser ela me tira o sono, a paz, me rouba tudo. A verdade é que quando eu vi pela primeira vez a prima de Neji, eu pirei, minhas pernas ficaram bambas, minhas mãos suaram e eu achei que ia vomitar; passei mal mesmo, e o resto da aula eu fiquei de olhos pregados nela. E para piorar minha loucura, ouvi a sua irmã a chamar de Hinata, foi nesse momento que meu cérebro deu pane e eu parei de pensar com coerência, e quando ela confirmou que esse era seu nome, eu fiz a coisa mais irracional que podia, eu a abracei; abracei como se minha vida dependesse daquilo, e dependia ou depende, nem sei mais, só estou muito pirado nessa ultima semana, eu não como direito, não durmo, só penso naquela Hinata que meu coração insiste em dizer que é a minha Hinata. Quando eu a abracei, ele dizia a toda batida louca: "é ela, é ela, é ela...", enquanto minha cabeça só dizia: "que seja ela, que seja ela, Deus que seja ela...". Passei os últimos dias a admirando, admirando seus belos olhos, que são iguais aos da minha lembrança, o rosto bem desenhado, a voz suave e calma, a boca bem desenhada, os trejeitos; tudo está igual ao que me lembro, ela toda é a minha Hinata, a única coisa que mudou um pouco foi o cabelo, está comprido e extremamente lindo, mas ainda assim eu sinto em meu coração que é ela, o problema é que não tive uma oportunidade de falar com ela sozinho e confirmar, parecia até um complô contra minha sanidade, e isso está acabando comigo, essa dúvida está me corroendo a alma.

 — Naruto-sensei! — uma vozinha fina me chama a realidade — O sensei está no mundo da lua.

Ouço a pequena Beatriz brincar e os colegas caem na gargalhada, é verdade, estou desatento hoje, por muito pouco quase pus minha reputação a perder na aula de Jujutsu, foi muito difícil manter o foco na aula; só que ainda tenho mais uma turma me esperando para a aula, acontece que tive que inverter duas turmas e trocar horários a pedido de um aluno, então ainda tenho uma aula de Krav Maga para dar. Saio junto com meus alunos para fora da sala, preciso pegar minha garrafa d'água no refeitório, por isso acompanho as crianças até a saída da academia.

— Não esqueçam de treinar o exercício que passei. — digo lhes chamando a atenção.

— Sim sensei! — eles respondem em uníssono.

Olho meu relógio e suspiro resignado, ainda tenho mais uma hora aqui e estou cansado, com sono e com fome, vou me virando para ir ao refeitório e tomo um enorme susto.

— Kami-sama! — digo pondo a mão no coração — Quando é que iam me falar que estavam ai?

Tento acalmar meus batimentos e respirar fundo, enquanto os malucos que eu chamo de amigos se acabam de rir.

— Você tinha que ver a sua cara verme. — Sasuke fala pondo as mãos na barriga.

— Eu não sei como isso seria bom de alguma forma, mas a Ino quis participar. — Sai comenta dando de ombros.

— Eu vou esganar vocês! — Falo bravo, mas paro logo em seguida.

Sentada nas poltronas da academia, está ela, quietinha junto da irmã e de Neji que assiste tudo com cara de tédio.

— O que fazem aqui afinal? Eu disse que só saímos depois do meio dia. — pergunto intrigado, de olhos fixos em Hinata.

— Bom, eu quis me prevenir e fiz todos saírem mais cedo e virem para cá esperar, antes que a Sakura começasse a ficar indecisa e atrasasse a viagem. — Sasuke conta secando os olhos.

— Perdeu tempo, ainda tenho que passar em casa para pegar minha mochila e Kurama. — falo pegando as fichas de registros da recepção — E uma das regras era que a testa não devia nos atrasar.

— Dá um tempo Naruto! — Ela grita e para de olhar a revista que tem em mãos.

— Na verdade não precisa ir em casa. — ouço Neji falar pela primeira vez hoje — Seu pai já nos deu tudo, sua mochila, as chaves da cabana e o monstrinho já está no carro!

— Neji! — vejo Hinata abrir a boca e falar brava com o primo e fico bobo — Ele não é um monstrinho, é muito fofo!

Olho para eles surpreso, não estou entendendo nada, primeiro porquê o único monstrinho que conheço e que sei que Neji chama assim é Kurama, segundo porquê ele não é fofo, é enorme e bota medo em qualquer um por ser um Pitbull da raça Stuffawler, o terceiro porquê é como é que Hinata conseguiu chegar perto do Kurama e sair ilesa, quando ele não se dá bem com estranhos? 

— Longa história. — Shikamaru se pronuncia vendo que fiquei confuso e Temari revira os olhos — Só sei que quando chegamos lá, tio Minato nos entregou suas coisas e o seu monstrinho, depois ele nos deu as chaves e nos desejou boa viagem.

— É meu amigo, parece que seus pais querem a casa só para eles. — Kankuro faz graça e eu o olho feio, mas não tenho tempo de responder, minha próxima turma acaba de chegar.

— Naruto-sensei! — Victória grita escandalosa e eu reviro os olhos irritado.

Viro as costas para os meus amigos, que seguram suas risadinhas irônicas e me preparo para voltar para a sala de aula; queria muito ter ido até o refeitório, minha boca está seca. Preparo meu psicológico para aguentar as gracinhas das alunas, elas podem ter parado de me dar presentes, mas continuaram alfinetando e dando indiretas. Como se os anjos estivessem do meu lado hoje, vejo Kurenai se aproximando de nós com minha garrafa em mãos.

— Achei que fosse precisar, depois do Jujutsu e das crianças, não sei como ainda está em pé. — ela me entrega a garrafa e sai rindo.

— Valeu Kurenai. — grito para ela ouvir e me viro para minha sala, tomando bons goles d'água.

— Vamos Naruto-sensei! — dessa vez é Amanda que grita e bate o pé impaciente.

Deus me dê paciência, afinal essas malucas pagam meu salário e não posso ser mal educado, não foi isso que minha mãe me ensinou.

— Naruto-kun. — essa voz faz toda minha irritação passar, me viro para ela sorrindo — Estava pensando, e queria muito ver uma aula sua, será que teria problema se nós assistíssemos?

— É, boa ideia Hinata. — Gaara fala de olho nas alunas.

— Claro que pode Hina-chan. — respondo de pronto e ela fica corada.

Vou até ela e pego em sua mão sem cerimonia, isso ficou bem comum nesses primeiros dias, desde segunda feira, sempre que vamos a algum lugar ou estamos fazendo alguma coisa, eu pego Hinata pela mão ou ficamos muito próximos; no começo o pessoal achou estranho e ficavam incomodando e fazendo piadinhas, mas agora é normal e eles nem notam mais. Mas não podia ser diferente, eu tenho uma enorme afinidade com ela, é natural estar assim com ela, como foi aquele dia há anos atrás; e Hinata parece gostar desse meu jeito, ela não reclama nem se afasta, e isso é mais uma prova que só pode ser ela o meu anjo. Meus amigos me seguem pelos corredores até minha sala, assim como as minhas alunas; entro na sala e ligo o ar condicionado, arrumo algumas almofadas para o pessoal sentar e me direciono para o centro do tatame com a minha caixa de utensílios em mãos.

— Primeiro de tudo meninas, alongar. — falo esticando os braços e elas me seguem — Depois a resistência e o aquecimento.

Alongamos bem cada membro, cada articulação, ouço as alunas reclamando no processo como sempre fazem; mudo para o exercício de resistência para que elas fiquem quietas, baixo minhas mãos tocando o chão, ficando curvado, em seguida ergo as pernas para cima, ficando assim de cabeça para baixo.

— Ah não Naruto-sensei, se eu cair, você vai ter que cuidar de mim. — Bianca guincha do seu lugar.

— Façam o exercício ou cancelo a aula. — respondo tranquilo já voltando a posição normal — Cinco segundos!

— O Naruto é tão mandão. — ouço Lee sussurrar para Tenten.

Elas fazem o exercício e eu conto, em seguida as faço correr no lugar, fazer polichinelos, agachamentos e prancha; para só então começar a aula.

— Certo, peguem as facas e se dividam em duplas. — digo pegando uma também fazendo sinal para a novata se aproximar — A posição correta para você esquivar de qualquer ataque, é de lado, você deixa o alvo do inimigo menor e aumenta suas chances. Quando o indivíduo ataca usando uma faca, ele faz movimentos rápidos e curtos, geralmente mirando no mesmo lugar. Eles buscam sempre acertar a barriga, ou quando querem te fazer de refém, eles puxam o cabelo e poem a faca no seu pescoço.

Demonstro cada um dos ataques usando a novata como exemplo, já que é a única que não faz gracinha; sinto os olhos de Hinata e do pessoal fixos em mim e isso me deixa nervoso, mas me controlo ao máximo. Eles parecem muito surpresos comigo e não entendo o porquê.

— Quando o individuo colocar uma faca no seu pescoço o que deve fazer Karui? — pergunto fazendo o movimento e pegando levemente em seu cabelo, ela prontamente poem a sua mão entre o pescoço e meu braço o segurando, evitando o contato com a lâmina, e com o outro braço, golpeia minhas costelas bem próximo ao diafragma como ensinei — Muito bom, você aprendeu rápido, agora me golpeie; movimentos rápidos, curtos e concentrados em um só ponto.

Lhe entrego a faca e faço sinal para as demais prestarem atenção, me posiciono de lado mantendo a minha base firme; Karui faz várias investidas contra mim, as bloqueio todas usando o antebraço. Em um dos movimentos, ela ataca e eu bloqueio, giro o tronco para o lado ao mesmo tempo que lhe seguro o braço, imobilizo sua mão, e levemente demonstro o movimento de torção para desarmar o oponente, e logo em seguida a  imobilizo no chão.

— Quando você estiver sendo atacada por um individuo armado, nunca parta para cima do oponente, deixe ele atacar e use o que estiver ao alcance para se defender; pode ser uma cadeira, um guarda chuva, uma vassoura, qualquer coisa que faça distância entre você e a arma. — explico ajudando Karui a levantar — Em último caso use o braço como mostrei, e somente se tiver uma abertura, tente desarmar o oponente. Mas para isso sua base deve estar boa e você tem que ter certeza do que está fazendo. Nunca tente imobilizar um individuo armado, movimentos de imobilização requerem uma grande proximidade, e isso pode custar sua vida; o primeiro passo é bloquear os ataques, o segundo é desarmar e o terceiro é imobilizar, tudo dentro das três condições que falei: uma abertura, uma base forte e certeza do que está fazendo. Agora repitam com suas duplas e se revesem.

Karui vai fazer par com sua colega, e eu passo a andar pela sala nos próximos trinta minutos que se seguem, corrigindo algumas posturas e auxiliando quem realmente precisa. Paro para beber mais água e olho meus amigos concentrados nas alunas, só agora que notei que eles estavam gravando tudo e vou em direção a eles para pedir que parem com isso, mas sou barrado no caminho.

— Naruto-sensei, acho que machuquei o pulso. — Suzanna grita chamando a atenção.

Ótimo, era tudo que eu queria mesmo,  bufo irritado e vou ver o que aconteceu. Pego o pulso dela e analiso, não vejo nenhum sinal de lesão ou de inchaço.

— Está muito ruim? — ela pergunta se encostando em mim.

— Não, você não machucou, deve ter se confundido. — respondo me afastando dela — Vamos encerrar por hoje pessoal, semana que vem retomamos a lição!

Ouço várias reclamações enquanto elas guardam as facas na caixa e vão saindo da sala com suas mochilas, eu passo então a organizar a sala, vejo o pessoal se aproximando de mim empolgados.

— Gostaria de sair para beber algo mais tarde, Naruto-sensei? — Suzanna fala se abaixando de forma ousada na minha frente.

— Obrigado Suzanna, mas eu já tenho compromisso. — nego saindo dali e indo até meus amigos.

— Você tem namorada? Por isso foge da gente igual o Diabo foge da cruz? — ela insiste olhando para as minhas amigas.

— Olha, isso realmente não é...— eu começo a falar irritado, até ouvir outra voz muito irritada.

— Naruto-kun, estamos atrasados! — Hinata fala me puxando pela mão, me levando para fora da sala.

Olho para meus amigos que estão tão surpresos quanto eu, eles correm para nos alcançar, vejo as minhas alunas ficando para trás espantadas.

— Valeu Hina-chan. — digo sem graça enquanto a sigo para fora da Academia.

— Disponha! — ela responde serrando os dentes.

Mas o que foi que deu nela? Por que está tão brava? Só não tenho tempo de pensar, logo o pessoal nos alcança.

— Cara o que foi aquilo? É sempre assim? Você é muito sortudo Naruto! — Kankuro pergunta curioso.

— Já foi pior. — respondo olhando Hinata de esguelha.

— Já foi mesmo. — Sasuke fala rindo — Esse verme ganhava presentes, um dia ele ganhou uma caixa com uma calcinha dentro, e esse tonto abriu na frente da tia Kushi!

— Eu nem sabia o que era seu imbecil! — me defendo e sinto o aperto de Hinata aumentar na minha mão.

— Cara, eu preciso virar um professor dessas coisas. — Gaara diz animado.

— Eu gostei muito da sua aula Naruto.— Tenten fala empolgada  — Estou pensando em me matricular!

— Vai me dizer que também vai dar em cima do Naruto agora?! — Neji fala enciumado?

— Credo nii-san, não sabia que você e a nee-san eram tão ciumentos! — ouço Hanabi falar rindo e me surpreendo.

Então ela ficou mesmo com ciúmes de mim? Vejo Hinata ficar muito vermelha e se atrapalhar um pouco e acabar tropeçando, ela quase cai no chão, mas a seguro; e quando faço isso, acabo ficando muito próximo dela e vejo em seu pescoço uma delicada correntinha brilhando, isso faz meu coração acelerar tanto que acho que é possível que o ouçam. Deus é ela, tenho quase certeza, é a minha Hinata! Só preciso ver esse colar que ela usa direito, e saberei a verdade. Me afasto dela sentindo meu rosto esquentar, eu estava olhando muito fixamente para seu pescoço e tenho certeza que Hinata viu, pois seu rosto está muito mais vermelho que antes; mas em nenhum momento solto minha mão da sua. Um latido alto e forte me chama de volta a terra, vejo Kurama sentado na traseira da S10 4x4 cabine dupla de Neji; o pessoal colocou água e comida para ele fazer a viagem, além da sua cama. Fico abismado vendo Hinata lhe fazer carinho e ele abanar o rabo feliz, essa é mais uma prova de que é ela, até Kurama se lembra dela, por mais que ele fosse um filhote de menos de quinze dias, ele se lembra de Hinata. Eu me afasto do pessoal e vou até o vestiário masculino tomar um banho e me trocar para a viagem, pego no meu armário o meu capacete e volto para meus amigos.

— Então já se dividiram? — pergunto parando ao lado de Neji.

— Sim, comigo vão Hanabi, Tenten, Lee, Chouji e Shikamaru. — Neji responde — Temari, Gaara e Kankuro vão com a outra camionete e vão levar nossas coisas, já que seu monstrinho toma todo o espaço da minha carroceria.

— Certo, e você leva o restante do pessoal? — pergunto me virando para o Sasuke.

— Sim, eu levo a Sakura, Ino, Sai e Konohamaru que já devia ter chegado. — Sasuke responde olhando para os lados.

— Como assim o Konohamaru? Quando foi que ele voltou? — pergunto perdido.

— Cara, tu é um verme mesmo. — Sasuke debocha — Teu primo volta da excursão e você nem sabe, em que mundo você vive?

— Engraçadinho, eu nem parei em casa para saber pateta. — rebato irritado, mas aí me dou conta de outro detalhe — Espera aí, e a Hinata onde vai?

— Com você seu lesado. — agora é Gaara quem tira uma comigo.

É sério, hoje eles vão me fazer perder a paciência, mas quando vou responder a altura, sou interrompido novamente.

— Naruto nii-chan! — vejo Konohamaru correndo igual um maluco.

Ele atravessa a rua e vem correndo em nossa direção, para a nossa frente e poem as mãos nos joelhos ofegante.

— Achei que já tinham ido sem mim. — ele fala recuperando o fôlego — O velhote me prendeu na casa dele.

— Certo, sem problemas, fico feliz que você também vai. — respondo realmente contente por isso — Vamos então?

O pessoal vai se organizando e entrando nos carros, vejo Hinata que estava muito quieta entrar na camionete e pegar alguma coisa, ela faz carinho em Kurama e eu sigo para o estacionamento ouvindo seus passos atrás de mim. Retiro a chave do bolso da calça, e então me dou conta que Hinata não tem um capacete e me viro para dizer isso a Neji, mas paro quando vejo um em suas pequenas mãos; noto ela um pouco trêmula e me pergunto se ela está com medo.

— Onde conseguiu o capacete Hina? — pergunto baixando os suportes do carona.

— Seu pai me deu, Neji já tinha escalado todo mundo ontem a noite e então hoje quando fomos a sua casa ele pediu o seu reserva. — ela responde com a voz falha.

Olho para ela, percebo que está um pouco encolhida, e para ajudar usa só uma blusa de manga curta e calça jeans, nada de casaco. Faço sinal para Gaara parar antes que saiam para a rodovia e vou até sua carroceria, abro minha mochila e retiro minha jaqueta de lá, deve dar, vai ficar grande, mas pelo menos ela vai ficar quentinha. Volto até Hinata e lhe entrego a jaqueta.

— Não precisa Naruto-kun, estou bem. — ela tenta recusar.

— Não tenta negar, sei que está com frio, e você não quer andar de moto na rodovia sem casaco, vai por mim. — digo e subo na moto dando partida.

Vejo Hinata vestindo minha jaqueta e fico bobo, ela é muito linda; ela poem o capacete e sobe com destreza na moto, coloco meu capacete e puxo o suporte para cima, equilibrando a moto com o pé esquerdo, engato a primeira, ligo o pisca e espero minha vez para entrar na pista.

— É melhor se segurar Hina. — digo alto para ela ouvir.

— Onde? — ela pergunta e sinto seu halito acariciando meu pescoço.

Fico todo arrepiado, e agradeço mentalmente por ter escolhido essa moto no lugar das outras, nunca amei tanto minha Kawasaki Z 1000 laranja.

— Em mim! — respondo tentando parecer normal, escondendo a alegria por dizer isso.

Sinto suas pequenas mãos me tocarem hesitantes e rodearem meu abdômen, logo sinto Hinata se acomodando melhor no banco, que por ser elevado, a faz ter que se debruçar nas minhas costas. É a sensação mais gostosa da minha vida, sentir seu corpo miúdo colado ao meu. Com um enorme sorriso no rosto, saio para a rodovia, acelero um pouco e mudo a marcha para a segundo, e logo que ganho velocidade mudo para a terceira, em questão de segundos consigo alcançar meus amigos; espero a faixa contrária ficar livre e quando é permitido, ultrapasso as duas camionetas e o sedan de Sasuke; ouço o gritinho de Hinata quando acelero mais e não consigo não rir, ela aperta mais seus braços em mim, e dessa vez aperta as pernas também, ficando mais perto e grudando igual carrapato. Os caras buzinam para mim e eu respondo, a estrada está calma, nem parece começo do final de semana; nossa pista está livre e eu aproveito para acelerar mais um pouco, mudo para a quarta e logo em seguida para a quinta, e nós nos afastamos consideravelmente dos outros, ouço a gargalhada de Hinata se sobressaindo ao ronco do motor e percebo que ela finalmente perdeu o medo. Assim com ela agarrada em mim, o vento soprando forte em meu rosto, eu parto para o final de semana que promete ser o melhor da minha vida, finalmente me sentindo completo.


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