The fault is mine. escrita por Apaixonada sama


Capítulo 1
cul/pa;


Notas iniciais do capítulo

+ Postada no Undertale Amino Brasil.
+ Postada no Spiritfanfics e Fanfiction.net.
+ Não possui spoilers diretos.
+ Sinta-se livre para sentir como Asriel estivesse conversando contigo, esse é o propósito.



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Pode parecer fora de época e antiquado, mas há muito tempo eu sempre achei o Underground extremamente lindo e enfeitado, quando a semana seguinte era o motivo de comemorar o Natal. No fundo de minha consciência consigo recordar que Snowdin se encontrava mais linda do que nunca, assim como Hotland ficava maravilhosa com as diversas luzes brilhantes e os letreiros chamativos.

— Suspiro –

 

As “Ruins” constatava o tema natalino padrão, pois faltava uma diversidade ali: Luzes... Neves falsas, um pinheiro artificial. O mais importante eram os presentes decorados com amor e carinho, que davam um charme irresistível, se ocorro bem, ao chão violáceo. Ingenuamente imaginava que apesar do lilás ser uma cor quente e a neve algo frio, um arremate plausível havia ali.

Rememoro de nós dois, eu e Chara... Vestindo novos suéteres recém-costurados e lavados, correndo e brincando o dia inteiro. Chistosamente, a estampa da minha roupa era uma flor dourada. Um botão de ouro. E de Chara? Hum... Não quero lembrar isso. Eu estava morrendo de ansiedade para a semana do Natal! Não era em um sentido ruim.

Aqueles cabelos marrons, moldados em um corte Chanel de bico jamais sairão da minha mente. As bochechas tomadas pelo tom róseo ainda estão vivas no fundo do meu peito. Como posso descrevê-lo, se tampouco o conhecia? Certo... Chara era um humano, que havia caído há décadas no Underground. Sua personalidade nunca teve muito que falar: Havia indiferença e distância... Reentrante nas minhas memórias, tinha sentido que ele melhorou, quando se costumou conosco.

Apesar do que os humanos fizeram com nós, a presença de Chara ali era sinal de esperança... Pois, uma lenda nossa aos poucos era confirmada: Ele só podia ser o Anjo que viu a Superfície!

Contudo, eu não tinha tempo para pensar naquilo. Não naquele momento. Era Natal. Dizia para mim mesmo que sempre será um estágio para ficarmos felizes e deixar o espírito natalino invadir nosso corpo. Tempos de deixar o mal de lado, dando espaço para o amor e perdão.

“Tolice, Asriel...”, agora pronuncio para mim mesmo. E lamento em dizer-lhe, que algo ruim aconteceu durante minha infância. É isso que me tornou tão amargurado.

Chara, meu irmão adotado, havia adoecido sisudamente de feitio subitâneo. Não recordo de quantos anos tínhamos naquele tempo, mas esse fato caiu nas minhas costas como uma faca. E de inserção: Passei a me sentir culpado por aquilo. Eu sabia que a culpa não era minha, mas... Sempre questionei por qual motivo eu sentia que tinha que ser.

Imediatamente ele fora posto de cama... Minha mãe ficou desesperada quando aquilo havia acontecido. Para nós monstros, sempre é uma surpresa doenças surgirem tão repentinamente. A menos que...

“Não, não quero pensar nisso...”, busquei evitar o máximo que podia esses sentimentos e teses negativas. Siga minha teoria: Era Natal. Tudo iria se resolver normalmente, pois o espírito natalino iria resguardá-lo.

Papai estava desolado e confuso... Até hoje, não sei como descrevê-lo. Posso usar a sentença: Tentava ao máximo resistir e manter-se firme, pois era o rei do Underground. No entanto, eu já sabia como ele se sentia. Chara também tinha conhecimento disso.

— Suspiro profundo –

 

Eu escutava minha mãe chorando, principalmente quando não estávamos por perto. Aquilo sempre partia meu coração. Os soluços se propagavam em multidão durante a noite... Todos aqueles lamentos perpetuamente eram o motivo de minha preocupação e receio. E a culpa ia aumentando...

É... A culpa era minha?

No quarto em que eu dividia com minha companhia humana, compareciam duas camas. E Chara dormia numa delas, com um sono totalmente profundo. Meus olhos não conseguiram desviar do talhe tão modificado, tais como uma aparência totalmente diferente: O cabelo que era saudável e brilhante despojava uma cor seca e morta. Sua carne corada naquele momento resumia-se simplesmente pálida e desfalecida. Os olhos caramelados estavam fundos e opacos, se existia vida ali, com certeza estaria mentindo para você.

Gradativamente a semana parecia se tornar infinita, já que as horas não passavam e os dias não conseguiam acabar corretamente. E para meu infortúnio, eu estava sozinho, observando Chara sendo medicado por doutores. Aquela cena dele ingerindo os remédios me causava uma discórdia interna e taquicardia; meu coração até hoje palpita de forma negativa quando penso nisso.

Asgore, meu pai, existia de uma forma deprimida. Os sorrisos animados e esperançosos aos poucos foram substituídos... Porém, jamais o culpei. Ninguém mais tinha esperanças... O aprazimento aos poucos foi cambiado por lágrimas silenciosas e choros calmos.

Posso afirmar, com total certeza, de que minha mãe Toriel ainda se sentia incriminada. Sua feição era tão magoada e inconsolável que eu temia de que ela estava em um poço sem fim de tristeza. Lamentavelmente, quando me via, dava um sorriso pequenino e passava a mão no canto do olho.

Nada ali era normal, como antes: As tortas de caramelo e canela não tinham mais um sabor tão gostoso, pois Chara não podia saboreá-la. Um monte de coisas que fazíamos juntos, tudo foi deixado de lado, apenas para ficarmos amontoados no quarto, olhando para o rosto um do outro.

“A culpa é minha."

Não ouvia a voz do meu irmão fazia dias... Esses dias eram infinitos. Chara parecia tão sozinho e cabisbaixo, algo que me deixou no desejo de poder abraçá-lo e dizer que tudo estaria bem, no entanto... Eu jamais consegui falar isso. E nada me permite dizer agora. Nossa casa estava com um clima pesado, entende?

Ninguém falava mais nada, os sorrisos eram inexistentes. Aquilo, na minha mente de criança era estar vivenciando o padecimento. Eu estava tão sozinho e desconectado de tudo. Era como se... As coisas, o tempo... Tivessem parado para mim.

“Ei, Asriel...”, ouvi pela primeira vez naquela semana torturante a voz do meu irmão. Olhei para o chão, ansiando a conclusão de sua frase, “você parece triste.”, finalizou.

Chara sempre foi uma pessoa estranha. Ele não se assemelhava como alguém que estava sofrendo. Apenas parecia... Estar descansando. Naquele caso, obviamente eu estava triste. Para ser mais exato, eu ainda estou. Maneei a cabeça, deixando de mirar o solo e virei meu rosto a ele. – Ainda questionando sua calmaria.

“Ah? Que nada... É impressão sua, seu idiota.”, pronunciei não deixando de rir com a falta de graça. Eu senhoreava um êmbolo insistente em minha garganta, que me fazia querer chorar. Mas, as lágrimas não saíram, “Eu sei que você vai melhorar. Nós veremos as luzes de Natal juntos, não é?”, indaguei esperançoso.

“Oh, claro... Por qual motivo eu não iria?”, inqueriu com um tom pensativo.

Naquele momento, eu tinha pensado algo mórbido: “Ah, eu sei lá... Talvez se você morrer, nós não poderíamos.", que me fez ficar surpreendido pela minha capacidade de ser desprezível. Não tinha deixado de erguer uma sobrancelha e passar a mão na boca.

“Hum... Pelo visto, eles não te contaram... Não é, Asriel?”, sua tese veio seguida de um olhar com um sorriso estranho. No entanto, eu não tinha dado a mínima para aquilo. Chuto-me quase todos os dias, desejando poder ter prestado a atenção em sua divisa.

Inclusive, ambiciono atualmente saber o que eles não tinham me contado.

O meu sorriso fora feito, embora exalasse desânimo. No fundo, ainda havia uma faísca restante de todos esses galhos secos e queimados que a minha vida se tornou. Era esperança.

Eu realmente acreditei que Chara iria melhorar. Porém...

 – Suspiro –

 

Na semana seguinte... Ele desfaleceu. Embora tenha sido em silêncio, como se tivesse dormindo, ainda doeu. E em meu peito, a faísca que havia acendido, apagou de vez. Nós não havíamos mais felicidade para o Natal. E eu só queria Chara de volta.

De certa forma... A culpa foi minha, não é?


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