O frio do meu corpo pergunta por ti escrita por LUKAKKU


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oe!
Eu me divirto mais do que o normal imaginando os pro hero na escola e aí é que tá: eu não li o mangá então não sei se tem nada disso explicado lá, então provavelmente o que não está nada canon:
??” idades;
??” relações;
??” mecânicas;
??” tempo.
Mas isso é uma fanfic então eu vou me perdoar né carai. De qualquer forma, se algo (fora o óbvio né) não bater com o canon a gente finge que é um AU.

Vou botar os nome das pessoa aqui só pro caso de alguém ficar confuso:
Aizawa Shouta - Eraserhead
Yamada Hizashi - Present Mic
Yagi Toshinori - All Might
Sorahiko - Gran Torino



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/778931/chapter/1

10 ANOS

— Shouta, você tem dormido direito? – o moreno saiu do transe. Ele e Hizashi costumavam voltar da escola juntos – Seus olhos estão super vermelhos!

— Ei, Yamada... Você pretende virar herói profissional?

— Bom, acho que sim. É o sonho de todos da nossa idade. Ah, você está preocupado porque ainda não tem peculiaridade? Pede pros seus pais te levarem pra fazer o exame! O Ishida, do quinto ano não tinha, né? Ele foi fazer o exame e descobriu que a peculiaridade dele é ficar invisível quando não tem ninguém olhando! Me pergunto se isso vale pra camêras...

— Não é isso. É só que... Vamos ao parquinho.

Esse horário todos estavam voltando para suas casas, então o parquinho estava vazio. Hizashi seguiu o amigo até a quadra de esportes.

— Use seu poder contra mim – disse Shouta.

— Hã? Não tem como você se forçar a ter peculiaridade, tá tudo bem não ter!

— Faça como eu pedi. Não se segure!

Contrariado e curioso, Hizashi solta um “Yeaaah”. Antes que as ondas sonoras pudessem atingir o moreno, seus cabelos levitaram e sua íris ficou vermelha. Assustador, saído de um filme de terror, pensou o loiro. Mas as ondas não chegaram como deveriam. Assim que o outro abriu os olhos, a frequência das ondas diminuiu, aumentando o comprimento da onda. Em outras palavras, seus agudos capazes de machucar tímpanos se tornaram gritos normais de decibel comum.

— O que aconteceu, Shouta? – Hizashi pergunta, em choque.

— Eu descobri minha peculiaridade.

—--

14 ANOS

— Eu trouxe um formulário pra você também – Aizawa estava irritado, alguém o acordara. Será que não poderia ter paz dormindo na sala de aula um dia? Levantou a cabeça e viu Hizashi sorrindo, ansioso. A ira passou.

— Formulário? 

— É, pra fazermos o vestibular pra entrar na U.A.! É de lá que vem os melhores profissionais – o loiro puxou uma cadeira e se sentou do lado da mesa do dorminhoco.

Shouta olhou para a folha, olhou de volta para Hizashi, não sabia se ele estava o sacaneando ou sendo muito ingênuo.

— Você acha que alguém com uma peculiaridade com os pontos fracos que a minha tem, tem chance de ser um herói profissional pela U.A.?

— Oxi! Você tem uma das habilidades mais maneiras que eu já vi! Se for pelo tempo que seu olho fica aberto, garanto que é só questão de treinamento. Afinal, desde que você descobriu já aumentou muito.

— E quando os meus olhos fecharem? O que me sugere fazer? Eu seria apenas um estorvo.

Hizashi deu um longo suspiro. Detestava quando o outro se menosprezava.

— Eu sei que você quer ser um herói. Eu sei que você treina com aquelas faixas, tem um bom tempo que eu sei que você se recusa a ir lá em casa depois da aula jogar videogame por isso. Você não acha que é um jeito muito maneiro de compensar seus pontos fracos? Eu acho.

O moreno abaixou a cabeça de novo na mesa, como que para fazer o outro desistir mais rápido e voltar a sua soneca.

— Eu não acho. Acho que posso trabalhar com suporte, talvez socorro. Mas não estou no nível da U.A. Até pouco tempo nem achava que tinha poderes.

— E já evoluiu tanto! – o loiro não desistiu, pegou o outro pelo queixo e, de leve, levantou sua cabeça – Vamos? Se você não passar no vestibular então fica óbvio o que você disse. Mas eu quero que você dê o seu melhor, por mim.

As vezes aqueles grandes olhos verdes irritavam Shouta demais. Ele sempre conseguia o que queria no final, com aqueles olhões e um sorriso torto. Não havia promessa que ele não conseguia fazer.

— Tá, agora sai daqui que eu quero dormir – é porque depois vinha o sorriso completo, bem caloroso.

— Vamos treinar juntos e dar nosso melhor!

—--

Ele estava nervoso. Micki – uma espécie de abreviatura para “microfone irritante” que Aizawa batizou o outro durante os treinos – estava nervoso mas fazia de tudo para não transparecer. O dia do vestibular finalmente chegou. A prova escrita tinha sido feita no dia anterior, mas agora era hora da prova prática.

Shouta achava graça no nervosismo de Hizashi, não era ele que colocou tanta pressão para estarem ali? Enfim, ninguém além dele conseguiria perceber, eram sinais sutis como ficar tocando teclado com os dedos no canto da perna com a mão direita.

A arena que eles prepararam era colossal. Não se percebia de fora do colégio o tamanho do terreno que eles tinham disponível para fazer essas presepadas. Havia centenas de estudantes de diferentes escolas ali, prontos para dar o seu melhor e realizar seu sonho, cheios de determinação. Mas a arena ainda tinha uma aura intimidante.

— Sho-chan, você está pronto pra arrasar? – o moreno não fazia ideia de por que o outro estava tão nervoso, se a peculiaridade dele era mais usável, e nem do porquê de estar determinado em fingir que não estava ansioso.

— Vamos ver no que vai dar – Shouta começou a desenrolar as faixas que trazia enroladas no braço como se fossem curativos. Inclusive muitos alunos achavam que seria um concorrente a menos, uma vez que o menino com cara de anêmico estava, supostamente, debilitado.

No pátio do portão para a arena, os estudantes são recebidos pelo grande herói Gran Torino, que explicou as regras da prova.

— Há 40 vítimas pela arena urbana. Alguns estão como reféns, outros estão em situação de resgate. Quanto mais difícil a situação, mais pontos vocês receberão. Portanto, não precisam se ater apenas a uma vítima. Dito isso, é proibido engajar combate contra os outros participantes. Essas são as únicas regras. A prova tem duração de 30 minutos.

— Você não tem tato mesmo, né? – sussurra Recovery Girl para Gran Torino e se volta para os estudantes – Se esforcem bastante, plus ultra!

E então os portões foram abertos. Imediatamente Shouta puxou Hizashi pela mão e saiu em disparada.

— Eu tenho um plano.

—--

— Trabalho em equipe, né? Cada ano que passa os exames ficam mais interessantes – Recovery Girl puxa assunto com Gran Torino.

— Um pouco menos idiotas, espero. Aqui, esse aqui é barulhento e o nanico doente é calado... Aposto que a ideia do anêmico é chegar de fininho enquanto o outro chama a atenção. Mas ele ainda não usou peculiaridade...

— Será que ele quer surpreender?

— Bom, mais cedo ou mais tarde ele vai ter que usar. Ele não dominou o uso das faixas, está meio desleixado.

—--

Droga. Como eu ia saber que todos aqui são robôs? Eu não posso fazer muito.

— Micki, você vai ter que aguentar por um tempo. Você distrai e eu retiro a vítima. Quando todos estiverem a salvo podemos quebrar essas latas.

Aizawa correu para trás do prédio enquanto Hizashi quebrava a vitrine com o poder de sua voz. E, assim, seguiram com o plano.

Ao final dos 30 minutos de prova, ambos já haviam conquistado um número considerável de pontos.

—--

Os professores e representantes da escola se reuniram e analisaram as gravações da prova, levando em consideração os caráteres eliminatórios.

— Volta a fita um pouquinho, por favor... Aí! Esse menino, ele não apresentou peculiaridade visível nenhuma, ainda assim acumulou muitos pontos.

— Será que é uma peculiaridade que não percebemos?

— E se ele se apoiou nesse outro colega?

— Eu discordo, ele tem pouco menos pontos de destruição de inimigos que o amigo. Será que ele não tem peculiaridade?

— Se ele não tem, ainda assim é um resultado impressionante.

— Só que deveríamos deixar um aluno que, até onde sabemos, pode não ter peculiaridade? Não seria perigoso demais pra ele?

— Claramente vimos que o menino dá conta do recado, por favor!

— É, mas ele sempre teria que estar em time?

— Ele poderia ser um ajudante...

— A pergunta é: foi uma performance no nível U.A.?

—--

Na semana seguinte, a carta de aprovação chegou.

15 ANOS

— Shoooooooooooooooooooooooooooou-chan, ficamos na mesma sala! – não havia o que fazer, Hizashi nunca ia ser discreto na vida dele.

O problema é ele ter chamado a atenção de todo mundo da classe para Shouta, que entrava pela porta da classe 1-A.

Não é o menino doente?

Ele passou?

Talvez os testes não fossem tão rigídos assim.

Como assim? Você quase não passou!

Ou talvez ele tenha uma individualidade do caralho!

— Não acredito que vão me fazer passar um ano sendo babá de tantos idiotas – entrando na sala logo atrás de Shouta estava Gran Torino.

Toda a atenção da classe, que até então era do possível anêmico, se voltou de uma vez para o pro hero. Uma parcela da turma parecia animada em conhecer seu novo professor e a outra parecia amedrontada. Aizawa fazia parte dos felizes.

— Shouta, você tem que treinar o seu sorriso. Não é assim que gente normal ri! – Hizashi fofoca para seu amigo enquanto este toma o lugar que o barulhento guardou ao seu lado.

— Não acho que esteja sendo um problema.

— Pelo menos feche mais os olhos, cruzes!

—--

Na primeira semana de aula a turma foi para a área de treinamento da escola, a fim de realizar os exames físicos básicos. Algumas pessoas se destacavam na turma mas o nível era parecido. Exceto Shouta, que não conseguia “roubar” nos testes de velocidade, por exemplo, usando sua peculiaridade.

Percebendo que nada fazia o menino mostrar seu poder, Gran Torino se rendeu a curiosidade – e um pouco de impaciência também – e chamou o menino num canto.

— Garoto, você tem ou não tem singularidade? – ele não sabia bem lidar com crianças, tentou não ter uma postura tão austera e se curvou para ficar de um tamanho mais próximo que o de Aizawa, no entanto, parecia mais um esquisito oferecendo drogas na rua.

— Tenho, ué – para demonstrar o menino ativou sua peculiaridade, resultando em seus olhos vermelhos e mechas de cabelo flutuando.

Gran Torino ficou encarando aquele garoto demônio, estudando as possibilidades, até que ele não aguentou mais e piscou, levando seus cabelos de volta ao ombro.

— Garoto...

— Hum?

— Que porra foi essa?

O moreno olhou para o mais velho, respirou fundo e explicou para o professor. Torino abriu um sorriso de orelha a orelha.

— Eu preciso muito que você faça um negócio para mim.

—--

— TOSHINORIIIIII! – o professor gritou, depois de guiar Aizawa até o ginásio em que as aulas de treinamento dos terceiranistas estavam acontecendo.

Aizawa assumiu que o dono desse nome fosse o loiro de cabelos desgrenhados que estremeceu ao chamado. Único aluno que não virou imediatamente para o dono da voz. Aos poucos se voltou para a direção do chamado, como se tivesse que fazer um imenso esforço para tal.

— Gran Torino! – constatou com um sorriso que não se sustentava facilmente.

O professor daquela turma simplesmente ignorava a cena. Devia estar acostumado com o herói vindo bulinar o loiro. Sorahiko parou numa pose confiante.

— Me acerte com um Smash.

Yagi sabia que tinha pegadinha.

— Como assim, mestre? De novo isso?

Aizawa riu internamente com o pensamento disso já ter acontecido.

— É é, só que agora eu vou ficar bem quietinho. Acerte essa mão – levantou a palma no ar.

O loiro semicerrou os olhos com desconfiança mas mesmo assim tomou impulso com o braço, sentiu o poder do One For All passando por seus vasos sanguíneos, sentindo sempre uma sensação estimulante quando realiza o golpe e:

— Sssssm--- – era agora, novamente o moreno levitava seus cabelos e se concentrava muito em não piscar os olhos (já que o cu já tinha piscado para o seu veterano assim que o viu), queria deixar o professor feliz – MAAASH!!!

Eles esperaram um grande impacto, os colegas até protegeram o rosto, mas receberam apenas um barulho de tapinha. Gran Torino fechou os dedos no pulso que pararam em sua palma e deu um chute no estômago do mais jovem. Em seguida, se virou para Shouta e lhe dedicou um joinha com a mão livre.

— Agora sim.

—--

Depois de atrapalhar a aula, os três envolvidos na baderna se reuniram no canto do ginásio para discutir essa cena toda.

— Então, esse é meu aluno novo, Aizawa Shouta – Toshinori só parou para prestar atenção no menor agora. Era muito mais alto que ele, sua pele era muito pálida, seus cabelos eram muito escuros, ele não tinha muito expressão, só mirava o chão com as mãos para trás, segurando ainda suas faixas semi-enroladas pelo braço. Não achou que ele parecia doente, como os outros, só diferente – E esse é meu aluno velho, Yagi Toshinori.

Mas Aizawa já tinha reparado no maior. Estava tímido por achar o outro atraente, então não queria arriscar olhar ele nos olhos e se comprometer.

— Eu tenho pra mim que você pode aprender umas coisas sobre pensamento estratégico com esse novato, Toshinori. Aizawa, você pode aprender com ele... Deixa eu pensar... Bom, quem sabe você não possa aprender algo com ele, né? Ele é seu veterano e tudo mais. 

Toshinori olhava para o mais velho com um meio sorriso forçado mas olhar penetrante de “porra, hoje você tá querendo me humilhar mesmo na frente de todo mundo, né, seu velho safado?”. De repente, Torino ficou sério.

— Enfim, quero fazer uma experiência. Você vai ser o mentor do Aizawa, ele ficou para trás nos testes físicos da sala dele, então foque nessa área. Daqui um mês, se ele não alcançar a turma, ele vai ser expulso porque eu não tenho tempo pra isso.

O moreno levantou a cabeça na hora, definitivamente não esperava uma punição tão radical vinda do professor que estava gargalhando para ele minutos atrás. Se bem que ele estava gargalhando de agredir outro estudante. Ainda assim, tentou não expressar o pânico, isso demonstraria fraqueza.

— Bom, eu vou indo falar com seu professor e voltar para minha turma, esqueci que eles estão sozinhos – e deixou os dois adolescentes sozinhos.

Yagi olhou para o menor, que ainda não olhava para ele. “Ok, ok, ele é tímido. Como eu vou fazer isso?”. Seu mentor mexia tanto consigo que esquecia das únicas coisas que era excepcionalmente bom, como por exemplo se relacionar com outras pessoas. Respirou fundo como se fosse dispersar a inquietação das provocações.

Enquanto isso Aizawa pensava “ô porra, agora como que eu vou ficar sozinho com esse cara?”.

— Oi – “ah, esse é o seu melhor???” se auto repreendia Toshinori, na sua cabeça. Tentou sorrir para não parecer tão idiota. Quando Shouta se virou e se deparou com o sorriso, soube que o dia ia ser longo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O frio do meu corpo pergunta por ti" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.