Golpes do destino escrita por cahwhore


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, a historia é baseada em fatos reais 100% autoral



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O ano era 2013, eu tinha 15 anos, foi uma glória pra mim finalmente fazer 15 anos, eu não tive festa de debutante nem nada, minha família odeia festas incluindo as de aniversário, mas lá estava eu no auge dos meus 15 anos, me sentindo uma adolescente completa afinal, um tanto melancólica, eu curtia bandas emo meio rock e ouvia coisas da atualidade no Brasil como qualquer outro adolescente da época. A minha vida era um marasmo, um ciclo sem fim de tédio, eu acordava as 5 da manhã, tomava café, caminhava 1,2 km para chegar á escola, assistia aula até as 11:40 e voltava pra casa, os aparelhos eletrônicos da época ainda era um tanto limitados, eu não tinha smartphone nem nada muito tecnológico, só um computador antigo que eu passava a maior parte do tempo e um mp3 com as músicas que eu ouvia á caminho da escola, e assim a minha vida seguia, o cheiro de café pela manhã tomava conta da casa, eu acordava e ligava o velho computador que dividia com meu irmão, olhava algumas coisas no twitter e seguia me arrumando pra escola.

Eu sei, era um tédio, mas a escola até que era legal, foi lá que eu conheci grande parte dos meus amigos que me acompanham até hoje, mas o foco dessa história não é a minha vida monótona do começo dos meus 15 anos, e sim como eu consegui estragá-la com uma série de escolhas erradas, eu vou chegar nessa parte, mas agora vamos falar sobre coisas que deram início as escolhas erradas, a minha vida amorosa assim como o resto da minha vida, era parada, sempre existiram alguns pretendentes, eu não era uma garota feia mas nunca me interessei por nenhum, eu não conseguia sentir a necessidade de me relacionar com alguém naquela época, eu sabia que iria acontecer, só não sabia quando e nem com quem.

Eu estava no primeiro ano do ensino médio, e as pessoas que eu mais gostava de toda a escola era Victoria e Miguel, eles não necessariamente estavam comigo o tempo todo mas eram as pessoas a quem eu tinha afeição, Victoria tinha medo que eu a abandonasse por algum namorico, de alguma forma ela tinha colocado na cabeça que não ia demorar a ter alguém e deixá-la de lado, nós conversamos muito sobre tudo, ela gostava das mesmas coisas que eu e nós tínhamos nosso cantinho preferido de toda a escola, sabe aquele canto que só você e seu melhor amigo sentam sempre todo intervalo, talvez vocês não entendam mas tínhamos esse cantinho em particular e era lá que conversamos sobre praticamente tudo e fazíamos planos de morar juntas no futuro. Os meses se passaram e assim continuamos, tínhamos algumas brigas porque eu sentia que ela tentava se afastar de mim por algum motivo as vezes ela me evitava como se tivesse fazendo uma previa do que viria a seguir, então eu acabei me apegando a Miguel justamente por esses distanciamentos dela sem explicação, Miguel estava sempre a andar com os caras que curtia rock, sabe aquela galera emo do colégio, os punk rock de roupa preta e blusa de manga longa no calor de 32 graus que faz na minha cidade, eu meio que me juntei a eles por um tempo e a manga longa no calor começou a fazer sentido, nós queríamos ter o nosso próprio estilos e ser diferentes, não importava o calor da nossa cidade, manga longa era fundamental para termos a identidade pessoal no pico da adolescência, camisa xadrez amarrada na cintura também era um apetrecho fundamental, mas vamos para a parte em que viramos friends forever, acho que nunca teve essa parte, a gente só se aproximou até ficarmos bem amigos, foi ai que eu conheci o melhor amigo dele, Roberto que se apaixonou por mim logo em seguida e vivemos um ciclo infinito de paqueras e rejeições, no fundo eu gostava dele mas não me via namorando com ele, sabe quando você olha para a pessoa e pensa “não vai rolar” eu tentei não magoar ele mas claro que foi inevitável. Passei longos meses com o Miguel me acompanhando até em casa, eu tinha que andar 1,2 km para chegar em casa então essa rota se tornava um tanto chata quando eu voltava sozinha, então o Miguel desviava do caminho que dava até a casa dele para me levar até em casa e isso acabou criando um laço muito forte de amizade entre nós dois, sim foi amizade, por incrível que pareça eu nunca consegui pensar nele em forma de romantismo, ele dizia que gostava de mim mas que não era nada que atrapalhasse a nossa amizade e eu estava de boa com isso.

Os meses se passaram e eu acabei caindo numa depressão, acho que era meio previsto que isso iria acontecer com a vida que eu tinha, meus pais nunca ligaram muito para a minha saúde mental, são pessoas completamente arcaicas e do interior, ter saúde para eles era apenas estar bem fisicamente, então eu dormia demais e comia pouco, não saia na rua e a única interação humana fora da escola era na internet, onde eu descobri uma rede social um tanto desconhecida de fotos e textos, e lá tinha muitos desabafos relativos de pessoas que relataram se sentirem vazias ou ocas por dentro, eu me identificava. De certa forma, aliviava o peso e tensão que eu sentia com aqueles sentimentos negativos dentro de mim mas não resolvia o problema da minha depressão e assim dia após dia eu passei a me isolar na escola e Victoria percebeu, ficou preocupada comigo, fiquei feliz em ter a atenção dela, por ela estar se preocupando comigo, andávamos afastadas.

Em maio, era o meu aniversário de 16 anos, eu estava feliz por estar ficando mais velha e logicamente poder ter um pouco mais de liberdade, liberdade essa que não chegou aos 16 anos mas eu dei um jeito de aprontar assim mesmo, então era dia 13 de maio, eu levantei numa manhã comum para me arrumar e ir a escola, e assim o fiz, quando voltei a minha mãe não estava em casa, então fiquei sabendo que ela tinha ido dar a luz ao meu irmão caçula, fiquei feliz mas com medo de que algo ruim acontecesse, fiquei algumas horas sozinha em casa te o meu irmão mais velho chegar e ficar a pá da situação, passei longos 3 dias com meu pai, que não soube cuidar muito bem da gente, então no geral eu me virei para cozinhar algumas gororobas para o almoço e fui sobrevivendo até a minha mãe voltar da maternidade, eu sei que talvez eu já devesse saber cozinhar com 16 anos mas a minha mãe não era do tipo que ensinava e eu não era do tipo que parava para aprender, faltei a escola nesses três dias que a minha mãe ficou na maternidade, porque eu não conseguia acordar sozinha no horário, eu sempre acordava tarde, Miguel e Victoria deixaram trilhões de mensagens no meu facebook preocupados com o meu sumiço, eu me sentia feliz quando via meus amigos se preocupando comigo.


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Notas finais do capítulo

deixem opiniões nos comentários, já já sai o segundo cap



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