Amigo da Vizinhança escrita por AquelaDoidaDoBairro


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Literalmente escrevi em uma hora e meia, assim que já sabe, né? Não supram sentimentos negativos por mim se encontrarem algum erro.



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Não é todo dia que a gente faz 21 anos. É tipo um marco histórico onde você pode encher o rabo de cachaça até não lembrar mais teu nome.


Ah, inclusive me chamo Bianca e eu já contei que fiz 21 anos? E contei também que pra comemorar meu aniversário e meu "seja bem-vinda ao mundo da cachaça" to pegando o primeiro avião com destino a felicidade? Quer dizer... Estados Unidos.


E ali estava eu com o meu moletom da "GAP" com meus cabelos presos em um coque mal feito e óculos escuros tapando meus olhos ressaqueados.
Comecei as comemorações com os meus amigos na noite passada e tava numa tremenda ressaca que não aguentava nem um resquício de luz. Vocês devem estar se perguntando:


"Por que diabos essa garota tá sozinha num evento importante desses?"


Bom, enquanto não anunciam meu vôo, eu conto:
Eu e meus amigos somos os típicos nerds que jogam video-games e assistem séries de diversos temas e publicamos em um site o que mais gostamos. Nosso grupo é composto por 4 pessoas: eu, a mais nova do grupo, sou responsável no site por publicar Comics recém lançados. Laura que é a mais velha e tem 25 anos, ela conta sobre artigos científicos e está no último ano de física. Viktor tem 23 anos e é o mestre dos video games, é um pesadelo ser seu oponente no X-box. Ele costuma fazer videos contando sobre os jogos e cursamos juntos desenho industrial.
Por fim, temos Lucas com seus 22 anos que é o palhaço da turma e ele é viciado em franquias de filmes da cultura nerd o que fica meio obvio que esse tema é o que ele aborda no nosso site. Ele trancou recentemente a faculdade de engenharia civil porque descobriu que não é a mesma coisa que montar casa no The Sims.


Agora que estamos devidamente apresentados, lhes contarei o rolê que virou o meu aniversário.

 

5 dias atras...


— O que vamos fazer pro seu aniversário, Bianca? - Perguntou Laura, que estava atirada no sofá com os pés no colo de Lucas que assistia compenetrado pela milésima vez "O retorno de Jedi".
— Deveríamos encher a cara, é seu aniversário de 21 anos e finalmente vai ser maior de idade no mundo inteiro. - Comentou Viktor irônico. Ele adorava tirar um sarro da minha cara dizendo que dentre todos eu era a única que não poderia entrar num Cassino nos EUA.
— Capaz mesmo, vamos encher o rabo de cachaça no Cassino Royale. - Ironizei de volta.
— Não é uma má ideia, poderíamos aproveitar e fazer um diario de bordo do grupo e publicar no site. - Lucas deu de ombros com os olhos fixos na TV.

 

Atualmente...


E nesse papo e papo vem, naquela mesma noite compramos nossas passagens, porém eu burra como sou, comprei em vôo separado. O destino final é o mesmo, a diferença é que eu vou demorar mais pra chegar pelo tema de uma escala que terei no México enquanto eles fazem um vôo direto.


Os 3 embarcaram faz 2 horas e eu? Bem... Apenas recordando que pedimos pizza para jantar e compramos muita cerveja ontem a noite e nos embriagamos assistindo Harry Potter. Logo a aeromoça que era uma tiazinha super gente boa, tava anunciando que era para embarcarmos porque logo o avião decolaria, assim que...


Tchau Brasil!

 

8 horas e meia depois...

 

— Señorita, no podrá quedarse aquí, lo del embarque es para otro lado. - O senhor insistiu e eu segui sem entender. Meu Deus! Espanhol é fácil, porém não. Meu curso superior em Rebelde não ta ajudando em nada.

— Muchacho, hermano... Eu... não... speak su... língua! - Sacudi meus braços e apontei pra minha própria língua e ele bufou irritado.

— Alguien que hable portugués o inglés? - Perguntou em voz alta. AI ISSO EU ENTENDI! ELE FALOU BEM DESPACITO, SUAVE E SUAVECITO.

— Yo puedo ayudar. - Uma criatura brotou DO NADA atrás de mim falando espanhol de um jeito engraçado.

— Ayude a esa chica pues no entiende un carajo y ya me puto enojé. - Bufou dando as costas e levando aquela bunda murcha com ele. Hey! Eu entendo enojado e puto também.

— Puto é você! La cucaracha de merda e mal educado, você que é um nojo talkei? - Fiz meu show diário e o rapaz estava ao meu lado me olhava engraçado - O que é? Perdeu o que aqui? - Perguntei estressada.

— Desculpe, não entendo português. Você fala inglês? - Me questionou com um sotaque britânico. Epa! Eu não sou imune a esse sotaque não, mané. Chorei e não te conto por onde.

— Assim, não sou fluente, fluente, mas falo algo... Sabe pra onde que eu tenho que ir? Preciso pegar o vôo 702 com destino a Vegas. - Fiz minha cara de pidona e o rapaz sorriu. Esse menino não me é estranho...

— É o mesmo vôo que o meu. Vem, vamos juntos pra fila de embarque. - Ele começou a caminhar e eu peguei minha mala de rodinhas com o Mickey mostrando o dedo do meio e o segui, ate que uma doida surgiu do nada aos berros pedindo foto com o moreno que estava disposto a me ajudar.

— NÃO ACREDITO QUE TE ENCONTREI! EU SOU MUITO SUA FÃ!! - Ela dizia pulando igual uma cabrita louca. Arregalei meus olhos assustada - Você! - Apontou pra mim e olhei pra tras na esperança de que ela tivesse falando com outra pessoa que não fosse comigo - Tira uma foto minha e dele?

— Quando tive certeza do meu pesadelo quis morrer. A escravidão acabou faz muito tempo!

— Tenho cara de empregada, é? - Perguntei em português e ela me olhou como se eu fosse um ET. Revirei os olhos e peguei o celular da doida que fez o típico gesto do homem-aranha com o rapaz. Depois que bati 3 fotos, apesar de querer bater na cara dessa doida pra ver se os parafusos voltavam pro lugar, entreguei o aparelho pra ela que deu mais um par de gritos e saiu aos pulos.
Olhei melhor pro garoto e minha cabeça pareceu funcionar.

Claro!

— Você é o novo ator do homem-aranha... - Pensei em voz alta e em inglês.

— Agora que você se deu conta? - Perguntou rindo, brincando.

— Meu anjo, tá achando o que? Que todo mundo tem a obrigação de te conhecer, é? - Devolvi no mesmo tom que ele.

— É uma pena que você não me conheceu de cara. - Fez um bico voltando a caminhar.

— Eu digo o mesmo.

— Ah é? Eu deveria te conhecer? - Ele riu de canto, prolongando a zoeira.

— Poxa! Sou super gente boa, tu não sabe o que tá perdendo. - Falei piscando faceira e ele me deu uma baita medida. Oloco.

— Eu sou bem gente boa também e ajudo donzelas em perigo.

— Mas claro... Tu é o amigo da vizinhança, né? - Pisquei rindo e ele obviamente entendeu a referencia gargalhando.

— Sabe como é... Temos um bom coração. - Ele deu de ombros depois de se recuperar das carcajeadas.

— Menos mal que não quero um transplante... - Cochichei mas ele ouviu, desatando a rir de novo.

— Você abusa da boa vontade, garota... - Parou e me olhou. - Chegamos! Aqui é nossa parada.

— Amém! Obrigada amigo da vizinhança, te devo uma! - Ri dando de ombros. Eu não tava muito afim de parar de conversar com ele.

— Inclusive, sou Tom Holland e você é...? - E pelo visto nem ele queria.

— Bianca. - Respondi dando a mão em um aperto.

Passageiros do vôo 702 com destino a Las Vegas, começaremos o embarque. Peço que mantenham a organização e aos passageiros que forem da classe executiva por favor, façam uma fila que ja começaremos o embarque.

— Bem, eu fico esperando agora até me chamarem pra econômica. Sou da galera do povão. - Comentei quando vi que ele pegava suas bagagens para se direcionar a fila. Me olhou com ansiedade franzindo os lábios e deu um sorriso sem graça.

— Nos vemos no desembarque em Las Vegas, Bianca. -Piscou e foi pra fila, logo o vi conversando com uns caras de terno que em um momento olharam pra mim todos de uma vez.

3 horas e 40 minutos depois...


Finalmente estava desembarcando. Não aguentava mais o pirralho do meu lado tirando meleca do nariz e sabe-se la Deus onde enfiava.
Caminhei pela sanfona que ligava o avião e a ponte para o aeroporto e senti uma mão me cutucando.

— Oi! Como foi o vôo? - Perguntou Tom mostrando os dentes quadradinhos.

— Duvido que melhor que o seu. - Respondi sentindo meu humor melhorar de novo - Tinha um moleque do meu lado que era um pentelho.

— Por que não chamou seu amigo da vizinhança? - Havia um toque de malícia ali, eu não tava doida.

— Porque ele é um cara muito ocupado, sabe como é?

— A única ocupação dele era pensar mil e umas maneiras de como pedir seu telefone. - Disse tímido sem me encarar. Amiga, sua louca! Tom Holland dando em cima de mim. Inédito - Claro, pra saber se existe alguma donzela em perigo. Sabe? Essas coisas...

— Bom, se é por uma boa causa como essa eu não vejo problemas em passar meu número pro amigo da vizinhança. Eu poderia ter problemas por aqui que só ele me ajudaria. - Ah, qual é? Ele é um gato, eu voi retribuir essa investida. Não sou nem doida de dizer não. Amém irmã? Amém.

— Bom... Isso você pode ter certeza. Ele te ajudaria sem questionar. - Ele mordeu os lábios e bem... Eu queria morder também, mas me contentei em só passar meu telefone pro carinha que me salvou de não perder meu vôo pra minha cachaçada.

Ah! E antes que vocês me perguntem: Sim, eu mandei mensagem pra ele bebada, mas não entrarei em detalhes.

 


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Notas finais do capítulo

Só de aviso mesmo que não vou fazer uma continuação. Só proceis matar a vontade que estavam.



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