Doce Promessa escrita por Nah


Capítulo 2
Dois


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/778743/chapter/2

— Chegamos, senhor.

O cocheiro desceu do banco exterior à frente da cabina da carruagem, para bater levemente no vidro da janela, assustando Joseph. Ele nem mesmo sabia que era possível dormir com os olhos abertos. Mesmo depois de tantas viagens para vender seus serviços, Joseph nunca se acostumava. Chegava ao seu destino um trapo, desejando apenas um longo banho e uma cama. O caminho de Londres até ali fora longo, mas isso teria que ficar para depois, ele constatou com infelicidade enquanto entregava moedas ao cocheiro, que o ajudava com seus baús.

A estalagem que Manoel de Castro o indicara, em uma das inúmeras cartas que eles haviam trocado nos últimos meses, era simples e agradável, com um pequeno balcão e alguns sofás e cadeiras de cores gritantes em seu salão de entrada. Apesar de convidativo, Joseph relutou um pouco ao entrar. O local estava um completo deserto. Apenas quando se aproximou do balcão notou uma figura acanhada e magricela saltar detrás dele.

— Boa noite, senhor.

— Boa noite.

O menino o olhou de forma estranha. A grossa voz de Joseph frequentemente assustava as pessoas, associada a sua expressão dura e sua aparência.

— Como posso ajudá-lo?

— Gostaria de um quarto.

— É c-claro. – o garoto correu para um canto, se atrapalhando para pegar uma chave e um grande livro. – Por quantos dias?

A pergunta parou Joseph, que novamente analisava o lugar. Manoel deixara claro suas intenções com ele. Como um dos engenheiros mecânicos mais renomados da Inglaterra, Manoel não pensou duas vezes ao procurar Joseph Fretcher, quando decidiu que era a hora de avançar na produção da biscoutaria. Manoel queria o melhor e Joseph era o melhor no que se dizia máquinas industriais. Mas havia algo no modo como Manoel escrevia, um tom de eloquência que incitava algo mais. Manoel tinha grandes planos, e talvez fora isso que despertou ainda mais a vontade de Joseph de ir para Recife.

— Por tempo indeterminado.

O garoto de cabelos quase pretos apenas assentiu, entregando o grande livro à Joseph, que prontamente assinou.

— Aqui está nossos preços. – ele lhe entregou um pequeno papel. – A pensão, café, almoço, jantar... T-tudo.

Joseph mal olhou para o papel, e apenas entregou o dinheiro para o garoto.

— Onde estão todos?

— Na quermesse na praça logo ali, senhor.

Joseph franziu o cenho. – Só tem você aqui?

Imediatamente Joseph notou um olhar choroso no rosto do garoto.

— Sim, senhor.

— Quantos anos você tem?

— 14, senhor.

Joseph suspirou exasperadamente, sua paciência ficando por um fio. Por muito tempo ele desejou ser uma pessoa mais complacente e tranquila, mas isso simplesmente não era do seu feito.

— Pelos ceús, pare de me chamar de senhor.

— C-certo. Desculpe, senh... Er... Hã...

— Joseph.

— Joseph, certo. – um pequeno sorriso surgiu no rosto do garoto.

— Por que você não está nessa... Festa?

— Não tenho permissão para me divertir.

— Seus pais simplesmente te deixaram aqui trabalhando?

A impaciência de Joseph, de repente, se transformou em raiva. Como poderia um garoto tão novo estar preso naquele prédio enquanto outros muito provavelmente se divertiam, com aquela música alta e estranha que dava pra ouvir ali mesmo? Joseph não tinha tanto apreço por eventos sociais, mas, pela reação das pessoas nos poucos bailes que frequentara, ele talvez fosse o único. Em resposta, o garoto apenas movimentou os ombros, voltando a dobrar um papel numa tentativa de montar algo.

— Qual é o seu nome?

— Pedro.

— Pedro, preciso encontrar Manoel de Castro. Você o conhece?

— Sim. O dono da biscoutaria. Deve estar na praça também. Ouvi que a biscoutaria iria abrir durante as festas.

Joseph assentiu, grato porque fora fácil encontrar Manoel. Ele com certeza não estava com cabeça para iniciar uma busca por aquele homem. Então começou a levar seus baús para cima, os depositando no pequeno quarto que seria sua casa pelos próximos dias, com uma cama, escrivaninha e um lavatório. Pedro estava próximo a porta, arrastando uma pequena bagagem. Joseph parou um momento, analisando o garoto.

— Não tem ninguém mesmo aqui?

— Só eu. E você, c-claro. – Pedro soltou uma risadinha.

— Onde ficam as chaves da estalagem? – o rosto do garoto se contorceu, com medo do rumo daquele conversa. Será que aquele homem todo emproado era alguém perigoso? Talvez devesse começar a gritar e...

— Lá embaixo. Por que?

— Talvez você queira se trocar.

— Por que motivo, senho... Joseph?

— Você vem comigo para a festa.

Pedro quase engasgou.

— Não tenho permissão. Eu...

— Não se preocupe, eu me responsabilizo.

— Mas senhor... – Joseph apenas o olhou e Pedro logo ficou sem fala.

Minutos mais tarde, enquanto Pedro colocava sua melhor roupa, Joseph apoiou-se no balcão e com o papel que Pedro brincava mais cedo em mãos, ele o transformou com destreza num bem-feito pássaro, deixando-o lá.

Pedro a todo momento resmungava para si mesmo as feras que seus pais iriam se tornar quando soubessem disso. Mas a culpa era daquele homem, que agora caminhava de forma autoconfiante em direção a praça, o levando junto com ele. Joseph, por outro lado, estava muito tranquilo com aquilo. Não negaria ao garoto um pouco de diversão e não tinha nenhum problema em assumir por aquilo. Talvez quebrar regras e ordens estivesse em seu sangue, ele pensou, a lembrança amarga o atormentando enquanto Pedro indicava quem era Manoel de Castro, apontando para um homem de cabelos brancos.

— O que eu faço agora? – Pedro parecia perdido e fascinado ao mesmo tempo.

— Você, divirta-se.

E sem mais uma palavra, Joseph seguiu seu caminho entre as pessoas até Manoel. Manoel pareceu o reconhecer imediatamente, o saudando calorosamente, enquanto o homem ao seu lado, apresentado como Alfredo, não esboçou um movimento sequer. Dentro da biscoutaria, Joseph ficou impressionado. Manoel não estava se gabando quando falara do lugar. Realmente algo grande acontecia ali, e a julgar pelo número de pessoas que entravam a todo momento, ele estava certo ao pensar assim.

Acomodados numa mesa com taças de vinho, Alfredo foi o primeiro a falar.

— O que está acontecendo aqui? – ele se voltou para Manoel, como se Joseph nem ao menos estivesse lá.

Joseph apenas escorou-se em sua cadeira, observando o local e ouvindo a conversa dos dois.

— Lembra quando meses atrás falei sobre crescermos ainda mais a DeCastro? Quando falei sobre máquinas industrias?

A expressão de Alfredo começou a escurecer, seu tom escondendo uma ameaça que Manoel não notava, mas que roubou a atenção de Joseph.

— Sim. Quando lhe disse que ainda não era viável.

— Bem, acho que é viável agora. Estou trocando cartas com Joseph Fretcher há 6 meses. – Manoel tomou um gole de vinho, despreocupado. – Ele é o melhor engenheiro mecânico de Londres, especialista em construir máquinas.

Alfredo finalmente olhou para Joseph, que também o encarava. Havia alguma disputa silenciosa ali ou era apenas impressão de Joseph?

— Você fez isso sem me consultar?

— Oras, não me olhe assim. Te consultar para que? Acredito que faço o que bem entender com minha biscoutaria.

O rosto de Alfredo assumiu um tom avermelhado, a voz agora arrastada.

— Sou seu sócio.

— Sim, porque me ajudou no início e agora apenas porque é meu amigo. Você sabe que quero a biscoutaria a melhor sempre, a superior. Vou crescer isso aqui o quanto eu puder e está na hora de termos mais um diferencial. Encomendei duas máquinas.

Joseph passou a mão pela sua barba, analisando aqueles dois. Era sua vez de perguntar o que estava acontecendo ali? Aquele Alfredo parecia à beira de um ataque de raiva e Manoel nem parecia notar. Ou ele apenas não se importava? Joseph fez uma nota mental para ficar de olho nos dois homens.

Manoel finalmente olhou para o inglês.

— Estamos acertados?

— É claro. Posso começar amanhã mesmo, se quiser. Quanto mais cedo eu começar, mais cedo volto para Londres. – e disse isso olhando sugestivamente para Alfredo, um lembrete claro de que Joseph não era bobo e já havia percebido a tensão ali.

Manoel apenas deu um sorriso misterioso por trás de sua taça.

— Quanto a isso, conversaremos amanhã.

Bingo! Joseph sabia que por trás dos planos de Manoel havia algo mais. Sua resposta foi apenas o mais próximo de um sorriso que ele conseguia dar – que não passava de um mínimo movimento dos lábios –, quando um grave latido ressoou pelo lugar.

Isso foi um cachorro?

Sim. Provavelmente é o Dalton. – Manoel suspirou, parecendo cansado enquanto levantava e pegava sua bengala novamente. – Venha, vou te apresentar minha família. Como passará muito tempo na biscoutaria, é bom que vocês sejam apresentados.

Aquelas palavras foram o despertar de Joana, que tropeçou em suas saias enquanto deixava o lugar às pressas, com um Dalton indeciso a seguindo. Como assim seu pai encomendou máquinas para a biscoutaria? Que tipo de lugar ele iria transformá-la? Joana sentiu os pelinhos de seu braço eriçarem. Eles não precisavam de máquinas. O trabalho manual era perfeito. Estava tudo perfeito. Como seu pai poderia estar pensando diferente há 6 meses?

Encontrou Matilda e Isabel próximas a um pequeno muro de pedras e, mesmo tentada e inquieta, resolveu não comentar nada sobre aquilo.

— Onde você estava? – Isabel agarrou a irmã pelo braço.

— Tive que ir atrás do Dalton.

Tudo que Joana queria agora era falar com seu pai. Perguntar que ideia era aquela, convence-lo de que a DeCastro não precisava se tornar um império de metal. Precisava mandar aquele inglês bronco de volta para Londres.

Dalton começou a rosnar de repente, e as três irmãs viraram-se, vendo seu pai e Alfredo aproximando-se com o inglês. Joana o analisou mais uma vez, percebendo que perto dos outros dois ele era mais jovem e alto. Mas nem a aparência dele era capaz de lhe desviar a atenção da desconfiança que queimava dentro dela. Ela não confiava nele, nem um pouco. Algo na expressão ríspida dele, no modo como ele olhava para os outros, a fazia temer que ele fosse alguma dessas pessoas que jogam e manipulam para conseguir o que quer.

— Meninas, esse é Joseph Fretcher. Ele trabalhará para a biscoutaria pelos próximos dias.

Isabel e Matilda praticamente deram pulinhos em direção a ele, sorrisos enormes no rosto. Joana não se mexeu.

— Essa é Isabel. E esta... Matilda.

Joseph, que ainda processava como elas eram parecidas, beijou a mão das duas garotas da forma mais cortês possível, arrancando um suspiro das garotas.

— E esta é a minha filha mais velha, Joana.

Os olhares se encontraram. As expressões sérias combinavam perfeitamente, e quando Joseph levantou a mão, esperando que Joana erguesse a dela para um beijo, ele não recebeu nada. Joana permaneceu com as mãos enluvadas ao lado do corpo, o encarando. Manoel arregalou os olhos, pronto para reclamar do comportamento da filha quando Dalton deixou de rosnar para latir, causando um escândalo enorme.

— Joana, pare este cachorro agora! – Manoel disse, entre os dentes.

— Dalton é bom em reconhecer aqueles em quem podemos confiar, papai. Deixe-o fazer o seu trabalho.

Joana voltou a encarar duramente o inglês, que ergueu uma sobrancelha para ela, claramente a desafiando. Dalton possuía instintos, mas Joana acreditava que também tinha os seus e, dessa vez, resolveu se agarrar ao receio que aquele homem causava. Joseph olhou para o grande cachorro, reconhecendo os latidos que ouvira minutos antes, observando o modo como Dalton avançava até ele.

— Joana, pare o cachorro!

Manoel estava perdendo a cabeça. O que deu em Joana? Dalton continuou avançando para então... deitar-se aos pés de Joseph, a barriga voltada para cima. Foi a vez de Joana arregalar os olhos, sem acreditar no que estava vendo. Dalton, seu traidor!

Joseph agachou, deslizando a mão pelos espessos pelos dourados do cachorro.

— Realmente um animal feroz.

Novamente de pé, olhou para a mulher a sua frente. Depois de muito, muito tempo, Joseph sentiu vontade de rir. As pessoas naquela cidade eram sempre assim, intrigantes?

— Sei que deve estar cansado da longa viagem. – Manoel começou, desesperado para afasta-lo de Joana. – Não vamos detê-lo mais.

— Tenha uma boa noite, senhor Fretcher. – Matilda e Isabel disseram ao mesmo tempo, sorrindo para ele.

— É Joseph, apenas. – ele fez uma reverencia com a cabeça para elas. – Boa noite.

Ele olhou mais uma vez para Joana, que agora observava as irmãs cochicharem. Os fios do cabelo escuro que escapavam dos grampos balançavam com o vento e, sem olhar para ele, ela parecia muito mais tranquila. Isso o fez querer rir novamente. Joseph estava acostumado a ser odiado. Ah! Como estava... Mas ele apenas não se importava.

Antes que pudesse enfim partir, Joseph observou Alfredo mover-se de seu lugar, tomando a frente de Joana.

— Me permite essa dança?

A pergunta pareceu chocar a todos, incluindo Joana, que não reagiu por longos segundos. Por que Alfredo estava a chamando para dançar? Eles não tinham esse tipo de convivência, mesmo que ele se considerasse da família.

— Eu... Hã...

Ela olhou para Joseph, que não revelava nada em seu rosto. Todos os outros rostos estavam voltados para ela também e, sem saber o que fazer, aceitou o braço de Alfredo e partiu para a horrível dança que compartilhou com ele.

— Porque me chamou para dançar? – Joana perguntou, sem rodeios, tentando se concentrar nos passos de dança enquanto pensava numa desculpa para voltar para casa.

— Achei apropriado.

O que?

— A propósito, você está encantadora esta noite.

Joana quase caíra com a frase. Não precisou de muito tempo mais para Joana notar com pavor e desespero que Alfredo estava a cortejando. O que tinha de errado com aquela noite?

A família Castro retornou para casa não muito tempo depois, por insistência de Manoel – que estava furioso com a filha – e para alívio de Joana. Joana sabia que a qualquer momento ele começaria a falar, então tentou sair em disparada até seu quarto, mas assim que passaram da porta de entrada, a gritaria começou.

— O que deu em você, Joana? Por que tratou o homem daquela forma?

Joana parou, encarando o pai com o rosto contorcido em raiva.

— O que ele está fazendo aqui?

— Ele vai trabalhar para mim. Isso não diz respeito em nada a você. Não foi essa a educação que demos a você.

Francisca, que já começava a ficar com medo do rumo daquela discussão, tentou se colocar entre os dois.

— Parem com os gritos. O que está acontecendo aqui?

— Você, minha querida esposa, precisava ver o jeito que a sua filha tratou o Joseph Fretcher. Uma tremenda falta de educação. Não se dignou nem a estender a porcaria da mão.

Nenhum dos dois olhou para Francisca, que não sabia se questionava a filha ou intervia na briga.

— Não confio nele, pai.

— E eu não dou a mínima para isso. Você nem o conhece.

— A DeCastro não precisa de máquinas. Está tudo muito bem lá. Você quer destruir a essência daquele lugar? – a voz de Joana soou decepcionada, por mais que ela lutasse para manter a raiva. Ela detestava discutir com seu pai.

— A biscoutaria sempre vai precisar do melhor. Eu quero que ela seja sempre a melhor. Quero a biscoutaria um passo à frente de tudo.

Joana bufou, pronta para dar meia volta e seguir para seu quarto. Ela não queria ouvir mais nada, mas seu pai não parou de gritar.

— É por causa desse seu pensamento que estou há dias tentando colocar seu nome no testamento, mas não consigo. Quem ficar com a biscoutaria é para querer que ela cresça, não apenas para se acomodar por anos.

Foi como se ele tivesse lhe esbofeteado. Ela já deveria saber, não é mesmo? Não era a primeira opção do seu pai para ficar a biscoutaria. Mas ouvir aquilo a magoou profundamente. Sem mais uma palavra, Joana se trancou em seu quarto, lutando contra a vontade de chorar. Como era estúpida, pensou, encarando o papel de parede verde do seu quarto. Quando ela aprenderia? Quando pararia de se iludir com aquele lugar?

Momentos depois, Francisca entrou no quarto, para encontrar Joana deitada, voltada para a parede. Ela conhecia muito bem a filha para saber que ela não estava dormindo, então sentou-se, lhe acariciando as costas.

— Você quer falar?

Joana lutou contra a indecisão entre falar e fingir que estava dormindo, mas terminou virando para sua mãe, que a olhava com nada mais que preocupação.

— Só queria que ele entendesse que me importo com aquele lugar.

— Eu sei, Joana. Sei que seu pai é um pouco difícil, que quando ele coloca algo na cabeça ninguém a tira. Mas você também é assim, não é?

Francisca sorriu brandamente para filha, quando Dalton esgueirou-se pela cama até estar entre as duas. Joana acariciou o focinho preto do cachorro.

— Ele é difícil, mas foi ele que transformou aquele lugar que você tanto ama no que é hoje. Talvez devesse confiar nele mais uma vez.

Confiança. Lá estava a tal palavra.

— Eu não confio naquele inglês. E se ele fizer a cabeça do papai, e transformar a biscoutaria em pedaços de ferro e metal? Papai está tão obcecado por essa ideia de transformar a biscoutaria na maior fábrica de Recife que não duvido que ele ceda a tudo que o inglês falar.

— Bem, aí você poderá dizer “eu avisei”. Pelo menos o homem é bom para os olhos, não acha?

— Não tem graça, mãe.

Mas Francisca continuou sorrindo e Joana, encantada pelo modo como sua mãe permanecia bonita e calorosa depois de tantos anos, acabou sorrindo também, para ficar séria logo em seguida.

— O que vou fazer, mãe? A biscoutaria é o único futuro que consigo imaginar. Se eu não puder cuidar daquele lugar, o que farei pelo resto da minha vida? Casamento não pode ser a única opção.

Joana não suportava a ideia do casamento ser a única coisa próspera no futuro de uma mulher. Não conseguia pensar no casamento como algo que preencheria seu futuro. Ela queria mais. Queria ser útil.

Francisca não disse nada, também querendo saber o que faria com a filha.

— Durma. Já está tarde. E, por favor, pelo bem dessa família, seja educada com o homem.

Joana suspirou. Aquilo seria um desafio.

— Vou tentar, mas não garanto nada.

— Ah, Joana! Você é tão cabeça-dura. Igualzinho ao seu pai.

Lutando contra a falta de sono, Joana revirou-se na cama. Estava determinada a, a partir dali, ficar de olho no inglês. Se não podia lutar contra as vontades de seu pai, ela garantiria que a biscoutaria estava sob olhos cuidadosos. E se o inglês fizesse qualquer decisão suspeita em relação ao lugar, se tentasse fazer a cabeça de seu pai para qualquer coisa que seja, ela estaria pronta para arrastá-lo para fora de Recife.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Doce Promessa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.