O fugitivo escrita por claradasideias


Capítulo 5
Novos Amigos


Notas iniciais do capítulo

O próximo capítulo pode demorar, pois agora estou gerenciando muitas histórias ao mesmo tempo. Sugiro que se gostaram mesmo de mim vão até o meu perfil, tenho várias histórias curtinhas que podem ler para matar a fome. Se não, peço que tenham paciência e não desistam da história. Por favor (olhinhos de cachorro pidão)



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—Você não acha tudo isso meio entediante? - perguntou Adrien a Plagg, que se deliciava com um queijo do restaurante

—Na verdade, acho que você se livrou muito bem. Não deveria reclamar da sorte. Ganhou comida com a música, sabe quantos tentam e falham? Ao longo da minha existência já conheci muitos músicos frustados.

—Eu sei, Plagg. - concordou Adrien suspirando -É só que eu não tenho nada para fazer além de tocar piano naquele restaurante e conversar com você. Faz séculos que não vejo meus amigos... - disse meio deprimido

—Então ache novos. - disse Plagg simplesmente

—Como assim? - perguntou Adrien, mas não ouviu resposta –Plagg? Plagg?

—Olá... - um grupo de três garotos, mais ou menos de sua idade, se aproximou dele

“Agora tudo faz sentido” pensou ele

—Meu nome é... - ele pensou um pouco –Marlon.

—Eu sou o Michel – disse o que parecia ser o líder -e esses são Oliver e Denis. Nós andamos reparando em você... Sempre só... De tanto falar sozinho vai acabar ficando louco.

—Eu não falo sozinho! - disse ele revoltado –Falo com o Pla... Deixa para lá.

Os três sorriram e Michel continuou:

—Você conseguiu algo que nunca conseguimos. Comida. Viemos aqui pedir ajuda, estamos famintos.

—Mas... - Adrien começou

—Eu sei, deve querer saber quem nós somos. - disse Denis –Devem ter-lhe avisado dos perigos dos drogados na rua. Eu entendo, conheci um pessoalmente, meu pai. As drogas foram a sua perdição. Ele matou minha mãe e foi preso, eu consegui fugir antes que me jogassem em um orfanato. Como se alguém fosse me adotar...

—Nunca conheci meu pai. - começou Oliver -Não sei se morreu ou nos largou. Só sei que aquele restaurante que você salvou era onde ela trabalhava. Quando as coisas começaram a ir mal, demitiram a coitada. Agora, ela deve estar em algum lugar pedindo ajuda, como eu faço aqui.

—Eu - começou Miguel –sempre vivi aqui. Esses dois são meus pupilos na arte do roubo. Era bem mais fácil quando eu tinha rosto fofinho, mas ainda tenho meus truques. Esses dois aprenderam muito comigo, sinta-se honrado de estar sendo convidado para se juntar a nós. Há muita gente perigosa por essas bandas, tem sorte de não ter esbarrado no tráfico ainda.

—Vocês querem que eu roube comida do restaurante que gentilmente me cede alimento?! - Adrien estava chocado

Michel riu e disse:

—Espero que valha mais que o Oliver. Ele nos disse que conhecia pontos estratégicos para pegar comida porque a mãe havia trabalhado lá. Estamos há tanto tempo tentando furar a segurança que nem me lembro da última vez que executei um roubo com sucesso. Estamos tão empenhados nisso que nem me lembro a última vez que fui ao cinema.

Adrien fez uma cara de espanto e Miguel explicou:

—Você não faz ideia de como é fácil furar aquela segurança. Um dia te levo lá. De onde acha que veio esse meu vocabulário rebuscado? - disse irônico

—Tudo que precisa fazer para ter a nossa companhia super agradável é convencer o idiota do homem que é dono daquele lugar a nos dar um pouco de comida também em troca do seu serviço. Por favor – pediu Oliver –tanto esforço para nada é revoltante. Você come lá, sabe como é saborosa.

—Não vou trabalhar para ladrões, prefiro ficar louco falando sozinho! - disse com convicção

Denis queria partir para cima de Adrien, mas Michel não deixou.

—Eu poderia ser médico, talvez até presidente se tivessem me dado oportunidade de estudo. Mas me largaram na rua sem esperança de vida, tudo que posso e sei fazer é roubar. Roubar o que a sociedade tirou de mim, se não compreende agora, logo compreenderá, Marlon. Devia ter uma vida boa antes daqui, mas agora está no nosso barco. Deve pensar que somos vagabundos drogados, porém só estamos lutando para sobreviver. E você morrerá se não fizer. Deve agradecer por ter nos encontrado, e não os traficantes.

Adrien ficou sem palavras diante daquilo. Se sentiu intimidado e culpado, ele sabia das injustas chances de sucesso que o sistema atual de sociedade oferecia, mas nunca havia visto isso ao vivo. Nunca havia visto o quanto isso obrigava as pessoas a irem para o mal caminho, hoje eles eram garotos com fome que pegam comida de restaurantes. Amanhã estarão roubando fortunas de banco.

Naquele momento ele se sentiu inútil. Era um super herói com super poderes que lutava contra o mal e salvava pessoas. Mas ele não pôde salvar as pessoas de Paris do mal da pobreza. Algo que atentava mais contra suas vidas do que akumatizados.

Ele não pôde negar aquele pedido de socorro, como herói deveria ajudar os outros. Se podia ajudar aqueles três garotos e a mãe de Oliver, provavelmente a única adulta que os orientava, ele faria.

—Podem contar comigo. - disse Adrien um pouco deprimido

—Por curiosidade, - perguntou Oliver hesitante –como veio parar aqui?

Adrien congelou nesse momento. Ele não sabia se contava a história verdadeira ou inventava alguma história. Sabia que não devia sair se revelando para qualquer um, afinal era esse o motivo de seu disfarce e de ter se apresentado como Marlon. Porém ele era péssimo em inventar histórias.

—Meu pai foi preso e eu não tenho ninguém para assumir minha guarda. - disse com sinceridade, afinal essa parte não era inventada, praticamente -Então eu fui levado para um orfanato, do qual fugi. - completou hesitante, mas orgulhoso de sua história não estar tão longe da verdade

—E quem era seu pai? - perguntou Michel curioso

—Era um estilista famoso – Adrien disse com medo

—Por acaso não seria o Hawkmoth? - Adrien se assustou com a acusação de Denis –Relaxa, estou só brincando. Aposto que aquele Adrien estava envolvido na coisa toda e está escondido com os outros. Afinal, quem não ia querer um poder absoluto? Para trazer sua mãe de volta ou não, é tentador. - Adrien sorriu sem graça, aliviado

—Vamos Marlon, para ficar com a gente vai precisar nos ajudar. Seremos uma família, e famílias se ajudam. Nos prove sua lealdade e o ensinaremos a sobreviver na rua. - apressou Michel

Adrien sabia que não tinha muita escolha, mas também não tinha nada contra ajudar os garotos. Ele já ia se levantar da calçada onde sentava para ir até o restaurante, quando um alto estrondo soou. Só podia ser mais um ataque de Hawkmoth, ou melhor, seu pai e Nathalie.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem até aqui, espero que tenham gostado, comentem o que acharam, desculpa pelos erros e até mais



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