The White Prince escrita por Liran Rabbit


Capítulo 3
Capítulo 2




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As duas era muito iguais, semelhantes e diferentes. Mas ele notava outra coisa em Karma, o jeito mais humano e gentil que o povo Lumar não se sobressaia ou tomava as características humanas que a sua agora irmã tinha. Lamentava ter tido desentendimentos com ela no início e agora consertava isso, a encontrando ao fim das missões e depois de ver Dentiana, zelando por ela para aprender ainda mais. 

Era algo bobo, mas aprendia com ela em montar uma coroa de flores que ele mesmo usaria depois. Dava risadas em ver como a vida animal ali a adorava, algumas borboletas ficando nos fios longos de seu cabelo, tendo apenas essa característica com a Mãe Natureza, o único detalhe que a aproximava da Mãe. 

— E finalizando assim, temos as flores presas e o cabo sustento — declarou, mostrando o exemplo e entregando a Jack, rindo da cara confusa dele — Não é tão difícil, Jack. 

— Você fala isso porque já sabe fazer essa coroa... — resmungou, vendo que as flores não combinariam com sua roupa ou com ele, a entregando de volta para Karma e tentando seguir a ordem e exemplo do início. 

Não usava seus agasalhos e permanecia com apenas uma blusa de manga comprida de botões branca, algo simples e que deveria usar em um lugar quente e que sempre parecia verão, a toca do Coelhão era quente e Jack tentava se acostumar com isso. 

— Jack? — ela o chamou e ele parou o que fazia, tirando a concentração da coroa e olhando Karma e o olhar sério que ela tinha em si, estranhando, mas prestando atenção no que ela iria dizer — Por que está vindo para cá? Digo, não acho que queira aprender a fazer coroas de flores ou saber o vento obedecer a você— falou. 

Esperta, ele achava que ela era ingênua demais, mas ele nem mesmo tinha falado nada para atrair a desconfiança dela com algo. Não queria nada de interesse, apenas queria passar o tempo dele da maneira menos tediosa, além de querer se desculpar pelo que fez usando a presença, sendo constante. Ele não era bom com palavras. 

— Não posso passar o tempo com você? — brincou, dando uma risada e parando ao ver a face séria dela, suspirando — Eu queria... Sabe, ser seu amigo, somos meio que irmãos agora e não é legal ser irmão de alguém quando eu falei coisas cruéis a você... 

— Achei que tivesse esquecido — falou e Jack negou com a cabeça — Jack, isso já é passado... Tem que seguir em frente. 

— Não consigo... — resmungou — Quero pedir sua ajuda, mas sou covarde e não sei como, quero ser próximo de você, mas fui idiota e cruel para merecer... — contava e aos poucos, não a olhava mais no rosto, mantinha o rosto abaixado — Quero ser digno... 

— Apenas por se sentir assim já mostra em como não deve sentir tudo isso sozinho, Jack — ela o respondeu, tocando a mão dele e tendo a atenção em olhar, sorrindo fracamente — Posso ajudar sempre que possível, é apenas pedir — falou — Vamos, peça e eu o ajudarei. 

— Melhor deixar para depois... — sussurrou, envergonhado. 

— Jack... É sobre os poderes e deveres que a Mãe deixou a você? — perguntou e mesmo receoso, Jack concordou — É da marca em sua mão? — e ele voltou a concordar. 

— Breu também tem uma marca de gelo na mão... — contou e ela se aproximou, pedindo para que ele lhe desse a mão e ele o fez, tirando a luva e mostrando a marca negra — Não é uma marca de morte como antes, eu apenas divido a existência e dever com o Breu... A Mãe disse que isso não vai se espalhar, mas essa coisa me faz não ter controle dos meus poderes, é como se... Eu tivesse falta de controle deles em alguns momentos... Fora de mim... 

— Não é o seu medo que o está controlando? — ela perguntou e ele não respondeu — Não deve ter medo, é apenas fazer como sempre fez, manuseando os poderes com o cajado e seguindo em frente.... É assim com meus poderes também, mesmo que as vezes me deixe tonta... 

— Você sente tudo, não? Assim como a Mãe.... — não foi uma pergunta, mas a afirmação de algo que ele já deveria saber. 

— É quase da mesma forma... Mas sei como ajudar você a manter isso sob controle. 

E indicando com um aceno de cabeça, ela indicou a coroa de flores e ele franziu o cenho, confuso. Mas ela não o instruiu de nada, apenas indicou que ele continuasse a montar a coroa e ele o fez, mas sem flores ou brotos, apenas os galhos e deles, uma coroa sem nada.  

Tomando em mãos, Karma pediu para que ele segurasse a mesma com ela, fechando os olhos e trazendo algo ali para a toca, algo antigo e que Jack sentia familiaridade, mas desconhecia do que seria, fechando os olhos e se concentrando junto a ela. 

Algo foi feito e ao abrir os olhos, a coroa tinha se moldado em algo que ele já viu uma vez... Uma coroa de louro, moldada do gelo mais puro e resistente, em um azul escuro e das pontas que teriam as folhas, pontas afiadas de gelo. Algo intimidador, mas que ele confiou em Karma para ser colocado na cabeça, não sentindo nada de diferente e a olhando confuso. 

— Eu dei um pouco do meu poder a você na coroa... Vai o guiar quando se sentir confuso e fora de controle — contava, sorrindo levemente — Também tenho uma... — sussurrou, agarrando os cabelos e se virando, mostrando a marca dourada de uma cora de louros na nuca — Era o colar que papai tinha deixado para mim... Insisti para que Norte derretesse e marcasse em mim. 

— Deve ter doido... — Sussurrou, vendo que ela negava com a cabeça e voltando a ficar frente a ele. 

— Doeu sim, mas a dor faz parte... Não constrói caráter, apenas dói e nos faz sentir e lembrar dela — deu de ombros, se levantando e ajudando Jack a se levantar. 

Karma conseguia ser sábia, talvez mais sábia e antiga que a Mãe, e isso deixava Jack com medo.


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