Colegas de apartamento escrita por calivillas


Capítulo 22
Feliz aniversário para mim.




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O jantar estava simplesmente perfeito, Ed havia encomendado de um restaurante italiano, canelones recheados com ricota, espinafre e nozes com molho branco, que combinaram, perfeitamente, com o vinho e, ainda, duas tortinhas de chocolate amargo, com direito a velinha, que ele acendeu no final.

— Por favor, sem Parabéns para você — pedi, sem jeito.

— Como queira, apenas, assopre a vela e faça um pedido — Refleti por alguns minutos, sobre o que pedir, podia ser algo genérico, tipo: paz, felicidades, sorte. Mas, não, eu me decidi por um pedido um tanto louco, então, fechei os olhos e apaguei a velinha, antes de devorarmos as tortinhas.

— Estava tudo ótimo, Ed. Obrigada e não esperava por isso — disse, com sinceridade.

— Pena que não comprei nenhum presente para você.

— Esse jantar foi o melhor presente que poderia ter me dado, foi incrível, porque já estava esperando passar o meu aniversário, escondida e deprimida, no meu quarto escuro.

— Fico feliz que tenha gostado. Mais vinho? — Ele ofereceu, erguendo a garrafa diante de mim.

— Por que não? — Ofereci meu copo para ele encher, já que não tínhamos taças.

Terminado o jantar, eu me levantei e comecei a recolher os pratos.

— Deixe isso para depois — Ed disse, displicente, eu o espreitei com meus olhos em fenda. — Já sei. Baratas. Alguma pode chegar na calada da noite e nos atacar — brincou.

— Você sabe que eu odeio baratas.

— Sim, eu sei — Ele, também, se levantou e tentou tirar os pratos da minha mão. — É seu aniversário, deixe que eu faço isso.

— Ainda, não é meu aniversário. E podemos fazer isso, juntos. Será mais rápido.

Ele concordou com um aceno de cabeça. E como previ, acabamos, bem depressa, deixamos a cozinha limpa e arrumada.

— Ainda, sobrou vinho na garrafa. Não podemos desperdiçar ao algo assim não tão bom — ele falou, mostrando a garrafa e aceitei que ele enchesse o meu copo.

Sentamos no sofá, degustando o nosso vinho não tão bom, Ed colocou uma seleção de músicas no telefone dele, só para quebrar o silêncio, felizmente, nada romântico.

— Esse foi um dos meus melhores pré aniversário da minha vida — declarei, já animada pelo vinho. — Fico imaginando o que estaria fazendo, agora, na minha casa, na minha cidade, se estivesse lá.

— É o seu primeiro aniversário longe da sua família?

— Sim, acho que é um sinal que eu cresci. Tantas coisas mudaram para mim, nesse último ano.

— Você está falando do seu namoro com Felipe?

— Também, mas, tem a faculdade, morar fora de casa e ter um monte de responsabilidades, o fato de ter namorado sério e não ser mais virgem e, até mesmo, você.

— Eu? — Ele fez uma cara de falsa perplexidade.

— Sim, morar com um homem completamente estranho, eu nunca pensaria nisso, no meu aniversário do ano passado.

— Espero que esteja gostando da experiência — perguntou, me dando aquele sorriso torto que tanto gostava.

— Tem sido muito interessante e bastante elucidativa — Eu lhe devolvi o sorriso.

Nesse instante, o telefone dele começou a tocar o clássico Parabéns para você, ele me dá um sorriso maroto, diante da minha expressão de surpresa.

— Eu programei para à meia-noite. Parabéns, Paula.

Ele se inclinou para beijar o meu rosto.

— Obrigada — disse, sentindo nossa pele se tocarem. Um toque macio, quente, um leve arrepio percorreu o meu corpo.

Foi assim que aconteceu, como se tivessem vontade própria, as nossas bocas deslizaram para um beijo intenso, profundo, os braços dele me envolveram suas mãos nas minhas costas, minhas mãos na sua nuca, os meus dedos entre os seus cabelos. Em pouco, tempo estávamos deitados, no pequeno sofá, eu sobre ele, sem parar de nos beijarmos.

— Vamos para o quarto — pedi, em chamas.

Ele se afastou, me encarando, vi a hesitação nos seus olhos.

— Você tem certeza, Paula?

— Sim, eu tenho — Não quero raciocinar, sou só instinto e desejo, tanto que mal me reconheço.

— E amanhã? — Essa frase devia ser minha, mas foi ele quem perguntou.

— Poderemos fingir que nada aconteceu.

— Ou não.

— Ou não.

Ele se levantou e me puxou pela mão, através do corredor, paramos entre as portas dos quartos, ele fez menção de entrar no meu.

— Não, no seu — solicitei e ele me puxou para dentro.

Continuamos a nos beijar e nos beijar, enquanto nos desvencilhávamos das nossas roupas.

— Já que hoje é seu aniversário, vou lhe dar um presente especial — sussurrou, junto aos meus lábios.

Não sou tão liberal assim para descrever, com todos os detalhes, o que se sucedeu naquele quarto, naquela cama, mas devo confessar que ascendi ao paraíso, algumas vezes, como nunca havia acontecido antes.

— Mudei de ideia, quando disse que o jantar foi o melhor presente, que você me deu — logo depois, declarei, com sinceridade, sem folego e muito satisfeita, ele riu.

 Por fim, exaustos, caímos em sono profundo.

Acordei com um som insistente, que não identifiquei, a princípio, achei que estava sonhando, abri os olhos e me deparei com Ed, lindo, dormindo, tranquilamente, ao meu lado, as boas lembranças da noite me causa um arrepio, mas e agora? O som continuou, dou conta que era a campainha.

Quem seria a essa hora da manhã? Imaginei que fosse o zelador ou um vizinho. Será que fizemos tanto barulho assim que vieram reclamar?

Estava nua sob o lençol, então, preguiçosamente, sai da cama e peguei meu vestido esquecido, no chão, e o coloquei. Vou até a porta, ainda o abotoando. A campainha não parava de tocar. Que teimoso! Olhei pelo visor e meu coração quase parou.

Mãe!

Minha mãe está parada do outro lado da porta, por um segundo, fiquei sem ação. Preciso pensar! Pense, Paula! Pense!

Corri para o quarto de Ed e o sacudi, ele entreabriu os olhos, sonolento.

— Minha mãe está aqui! Por favor, coloque uma roupa antes de sair do quarto! — solicitei, esperando que ele tivesse entendido.

— Sua mãe? — ele perguntou, sonolento.

— Ela chegou de surpresa.

Agora, vou depressa para o meu quarto. Onde está aquele roupão? Abri o armário, felizmente, estava no mesmo lugar que eu deixei, o vesti apressada, dou uma ajeitadinha, fiz cara de sono, antes de abrir a porta.

— Mãe, o que está fazendo aqui? Com entrou no prédio? — perguntei, com dissimulada surpresa,

— O zelador me deixou entrar, disse a ele que era sua mãe. E o que você acha que estou fazendo aqui? Não poderia deixar a minha filha passar o aniversário em uma cidade estranha, sozinha! Feliz aniversário, Paula — Ela falou toda animada, largando a mala e a bolsa no chão, me abraçou, com força.


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