Anuon 9999 (The Last A' prequel) escrita por Hunterx


Capítulo 23
Segredos do Templo Rayka




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Enquanto continuavam caminhando tranquilamente pelo caminho que levava ao templo, Maeti os liderava e ficava a todo momento olhando para Kaede que, incomodada com o fato, diz:

— O que foi, Maeti? Por que me olha tanto?

— Nada... Para mim é novidade receber visitas, especialmente de garotas.

— Você nunca teve contato com uma? Que isso cara... - Comentou Ryoga, surpreso. 

— Para falar a verdade, é muito raro eu ter um contato muito maior com hu... digo, pessoas. E quando ocorre é quando peço informações na cidade e nos estabelecimentos. Sou eu quem supre o templo, pois minha mãe não gosta de sair daqui.

— Você deve ser bem solitário, não é? Mas porque é assim, isolado de tudo? - Perguntou Ethan, curioso.

— Deve ser por cauas de seu sobrenome, não é? - Disse Kaede, olhando nos olhos de Maeti.

— Também, mas... eu não sou muito sociável. As pessoas ficam receosas em se comunicarem comigo por causa de minha aparência.

— E o que tem demais? - Perguntou novamente Ethan.

— É, o que tem demais? Teu visual é o maior style! - Disse Ryoga, espirituoso.

— E é belo também, devo admitir... Nunca havia visto alguém com olhos desta cor - Disse Kaede, sincera.

— É... Bem... eu não estou acostumado a receber elogios. Me desculpem por ficar acanhado - Tentou desconversar Maeti.

— Fica frio, cara. Logo você acostuma - Continuou Ryoga, tentando deixar Maeti a vontade.

— Bem... Obrigado, gente... vamos, então...

Depois da breve conversa, continuavam a caminhar, mas logo Ryoga faz um comentário:

— Maeti, que perigos são esses que todos dizem? Pô, se só for morcegos, é só chamar as autoridades para acabar com eles. 

—Não é isso. Primeiro que os morcegos são responsáveis pelo equilíbrio ambiental desta floresta. Segundo que está de dia. A noite que as coisas acontecem...

— O que, por exemplo? - Perguntou Kaede, preocupada.

— Pessoas entram na mata e não saem.

— Porque?

— Possivelmente obra de algum monstro.

— O QUE? Como assim, gzuis?! - Disse Ryoga, preocupado.

— Calma, brincadeira minha. Hehehe... - Maeti tinha sendo de humor.

— Que senso de humor, cara. Quer me matar do coração?

— Me desculpe. É que, como disse, não tenho jeito com pessoas...

— Se desculpa não! Ele mereceu! - Dust Ethan, brincando com seu amigo.

— Ah, é? Botando pilha, não é? Depois reclama porque eu brinco a beça... - Disse Ryoga, não gostando.

— Fica na sua, Ryoga. O cara só fez uma brincadeira inocente e você foi mais inocente ainda. Agora aguenta a zuera!

— Hehehe... Ethan está certo - Completou Kaede.

— Vocês são soda... cáustica! - Disse Ryoga, irritado.

Mesmo com a conversa ainda continuando, Maeti andava a frente de todos. Olhava para todos os lados, mostrando que estava tendo todos os cuidados para manter a segurança do grupo. O jovem tinha um olhar calmo, que demonstrava ser alguém sereno e gentil. E de e tanto caminharem, logo chegam a um pequeno riacho, onde Kaede para por alguns instantes e recorda-se de seu passado.

— Ah este lugar... Lembro-me que treinava muito aqui perto. E quando tinha vontade de beber água, vinha até aqui. Bons tempos de infância...

— Sei o que você sente. Também gosto daqui - Disse Maeti, olhando para Kaede.

— Tô falando... Você vai perder a parada Disse Ryoga, falando baixo em um dos ouvidos de Ethan.

— Ah cara... Me deixa quieto.

— Só tô te avisando... Depois não vai ficar coçando a cabeça no meu lado...

E continuam seu caminho. Passa-se um pouco mais de meia hora desde que entraram na floresta e já começava a escurecer. Maeti, se preocupando com os outros, diz:

— Bem, vamos nos apressar pois já está escurecendo. E temo por nossa segurança.

— Ué?! Você não tinha dito que era brincadeira? - Disse Ryoga, confuso.

— E era mesmo. Mas eu não disse que não havia perigo.

— Aí é... Eu sabia!

— Para de reclamar, medroso! - Disse Ethan, chamando a atenção de seu amigo.

— Fica na sua Ethan! Vocês que me trouxeram pra esta joça aqui!

— primeiro que foi você quem quis vir e segundo que isso aqui não é nehuma joça! Deixa minha tia ouvir isso!

— Deixa ela, ueh... Só tô dizendo... 

Depois do aviso de Maeti, todos então passam a andar um pouco mais rápido. Kaede já havia visto o templo ao longe inclusive.

— Lá está ele. A quanto tempo não o via assim reluzente...

— Onde? Não vejo nada... - Disse Ethan, sem entender.

— Deu uma de Légolas agora? - Perguntou Ryoga a Kaede.

— Eu o vejo por causa do... - Disse Kaede.

— ...símbolo que reflete a luz da lua! Este símbolo é como um... - Continuou Maeti.

— ... tipo de brasão, que identifica a família Rayka! - E terminou de explicar Kaede.

— Exatamente!

— Puxa, é como se fôssemos ligados por algo...

— Sim. É muito bom saber que você manteve suas lembranças daqui...

— É Ethan... A coisa é séria mesmo. Tu vai perder a causa e a questão, se é que me entende... - Disse Ryoga, voltando a zombar de Ethan.

— Cala a boca, Ryoga! Cala a boca...

— Hahaha! Você sempre reage!

— O que foi aí vocês dois? - Perguntou Kaede.

— Nada não, fica fria...

— Vamos, já estamos quase chegando - Disse Maeti.

E assim que avistam a entrada do templo, Ryoga vê uma pequena névoa que desaparece, entrando na floresta.

— Ah... Cara... cara... cara... cara...

— O que foi? - Disse Ethan, confuso.

— Esse lugar tá com encosto!

— Do que você está falando, Ryoga?

— Não... é que.. que... que... uma névoa... floresta... entrou... sumiu...

— Pronto... Ficou louco de vez.

— Você disse névoa? - Perguntou Maeti.

— Sim! Porque, cara? Cê sabe de algo?

— Não, nada não... - Disse o jovem, indiferente.

E entram pelas portas do templo. Eram incrivelmente altos os portais que levavam ao lugar e, ao passarem da entrada, avistam um bonito jardim, repleto de flores. Podia-se ver perfeitamente, pois estava bem iluminado. E o templo propriamente dito, era enorme. Uma contrução feita a muitos séculos totalmente conservada. E a sua fachada tinha uma inscrição que dizia: "Aos inimigos, compaixão. Aos amigos, união. Paz a todos os seres." Ethan logo disse:

— Sábias palavras.

— Como aqui está bem cuidado. Foi você que fez isso, Maeti? - Perguntou Kaede.

— Sim, é um de meus deveres manter em harmonia todas as partes do templo.

— E pelo jeito fez muito bem, cara! Tu é sinistro! - Disse Ryoga, sorrindo.

— Muito obrigado. Bem, vamos entrar...

E entram no templo. Tudo estava límpido: assoalhos, mesas, armaduras de samurais, espadas... Praticamente impecável. A dedicação de Maeti era admirável.

— Maeti, você é maravilhoso. Como foi que fez isso com este lugar? - Disse Kardec, impressionada com a limpeza.

— Eu.. Eu... Sabe, eu não consigo receber bem elogios...

— Pode ficar a vontade, Maeti. somos amigos agora. Nada de timidez com a gente. fez um ótimo trabalho mesmo - Disse Ethan.

— Pode crer, cara! Você é dez! - Disse Ryoga, colocando uma das mãos sob um dos ombros de Maeti, sinalizando com o polegar.

— Muito obrigado, pessoal.

E Kaede logo perguntou algo que iria mudar completamente a noite:

— Mas onde está minha tia, Maeti? Ela deveria ter nos recebido. Aconteceu algo?

— Sua tia? Só moram aqui eu e minha mãe. E acho que ela seja sua tia...

—Sua mãe?

— Sim.

—Mas como?

— Ela é minha mãe. Por isso.

— Mas eu morei aqui por dez anos e nunca vi minha tia namorando...

— Muito estranho... - Disse Ethan.

— Cara, quantos anos você tem? - Perguntou Ryoga.

— Dezessete anos, porque?

— Mas como pode ser? Se eu tenho dezeseis, saberia ao menos que você existia - Kaede estava ainda mais confusa.

— Bem, talvez minha mãe explique.

— Vamos falar com ela então.

E Maeti os levam até o quarto de sua mãe. Chegando próximo a uma porta estilo japonesa (aquelas feitas de papel arroz de correr para os lados), o jovem entrou sozinho e diz:

— Mãe, cheguei... E temos visitas...

E de dentro do quarto, ainda longe de todos, puderam ouvir uma voz com um tom de veludo:

— Você trouxe visitantes?

— Sim, mãe... Bem, acho que é melhor que a senhora se vista.

— Como você pôde fazer algo tão irresponsável? Sabe que não pode trazer ninguém aqui, pelo bem de todos - Disse a pessoa, com sua silhueta podendo ser vista pela porta, que parecia colocar um kimono estilo kendo.

— Mas mãe, eles são jovens aventureiros. E não zombaram e nem me evitaram.

 -Bem... um ato nobre da parte deles, mas... eles estão prontos para me ver? Você os avisou sobre minha natureza?

— Não os avisei, mas... Não parecem como aqueles visitantes que queriam roubar as escrituras do Maratsu-Kyoken. Aliás, acho que temos um parente entre eles.

— Como? E quem é?

— Espere que irei trazê-los...

Ethan, Kaede e Ryoga esperavam por Maeti no corredor que levava ao quarto. estavam conversando.

— Muito estranho este rapaz. Apesar de ser muito bonito, ainda assim tem algo estranho nele... - Estranhou Kaede.

— Você tá tão na dele, Kaede... - Ryoga não deixou por menos.

— Que isso Ryoga. Nem nos conhecemos.

— Tá... Eu reparei que ele tava olhando direto pra você quando estávamos caminhando para cá.

—Ryoga... Seu peste! Deixa ela em paz, cara! - Disse Ethan, nervoso.

— Calma, não precisa ter ciúmes... Hehehe...

— Você é muito chato mesmo...

E Maeti logo volta ao corredor e os chamam. Eles então se dirigem para o quarto da mãe do jovem, que diz: 

— Pronto, mãe. Aí estão eles...

— Podem entrar. E não se assustem.

Ryoga logo fala:

— Ué?! O que tem demais? E essa voz, caramba... Que voz bela...

E logo que entram, se surpreendem com o que viram. Um silêncio tomou conta do lugar, enquanto Kaede quebrou o clima:

— Mas o que está acontecendo aqui? O que significa isso?

— BARALHO! Gente, que tá acontecendo? Porque ela tá... MINHA NOSSA! - Disse Ryoga, completamente assustado.

— Meu Deus! O que está acontecendo aqui? - Ethan não estava conseguindo lidar com a situação a exemplo de seu amigo.

E Anuon, que estava se escondendo todo esse tempo, não se conteve e sai da mochila de Ethan. A ferina então olhou para a mãe do jovem e disse:  

— Eu conheco você! Mas como... O que aconteceu com você?!

Continua.


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