P.O.V. Emily.

Ele estava na minha casa.

—Levou muito tempo, mas finalmente te pegamos.

—Ou talvez eu só tenha parado de fugir. 

Felizmente consegui avisar o Jack para ele pegar o Carl e fugir.

—Emily!

P.O.V. Nolan.

O cara tava armado. E tinham muitos deles.

—Você está cercada, em menor número e desarmada. Desista agora e vamos acabar com isso rápido.

—Sério? Eu tenho uma ideia melhor. Boa noite Cavaleiros da Ordem de São Cristóvão, vai ser uma surpresa pra vocês saberem que... as coisas não vão acabar bem para vocês esta noite.

Foi uma briga violenta, mas Emily saiu ilesa.

—Já chega. Eu tenho um contato que me deu isso.

Disse Emily estendendo um papel velho. Os ossos daquela gente começaram a quebrar.

—Não como alguns, estou fazendo o que é melhor para o meu filho. Você não sabe, mas todos os membros dessa sua Ordem estúpida foram amaldiçoados á muito tempo por uma bruxa extremamente poderosa. Genevieve Dupress. Ela lhes deu um gene extra-especial. E o meu contato me deu isso.

—O que está fazendo conosco, bruxa?!

—Oh, isso? Não isso foi minha ideia. Cavocar até encontrar nos meus registros familiares a maldição que o bruxo Gerald Clark uma vez usou na sua gangue. E eu fiquei muito feliz em fazer as alterações necessárias para acomodar a sua nova natureza híbrida.

Ela se  ajoelhou para olhar bem nos olhos do homem.

—Então, agora vocês vão estar presos em sua forma de lobo. Exceto é claro na lua cheia. Maldição do lobisomem reversa. E graças á um simples feitiço de ligação que a minha irmã fez pouco antes de você matá-la... todos os seus superiores e vassalos vão dividir o seu destino. Senhor.

—Por favor, por favor... ela vai roubar o meu bebê.

—Foi você que tentou assassinar o meu sobrinho. E por isso... você vai sofrer.

Ta bom. Os Cavaleiros estavam certos, ela é uma bruxa mesmo.

P.O.V. Charlotte.

Ver todas aquelas pessoas. Os ossos delas quebrando, vê-las se transformarem em feras. Lobos. E se espalharem, saírem correndo foi...

—Isso foi bom. Pois é, eu sou mesmo uma bruxa. E os Cavaleiros são caçadores de bruxas. Sou uma criatura predatória, admito. Mas, vocês não são melhores. São moradores dos Hamptons por trás das cercas brancas e dos sorrisos um quer o sangue do outro. Pelo menos eu nunca matei uma criança ou uma grávida. Na verdade, eu nunca matei ninguém. 

—Você é um monstro.

—Sou? Sim, eu os amaldiçoei, sim me livrei deles. Mas, eles incriminaram e assassinaram o meu pai, depois assassinaram a minha irmã e quase mataram meu sobrinho. Enquanto você estava á toa, no shopping fazendo compras com as suas amiguinhas descabeçadas eu estava fugindo dessa gente. Eles destruíram a minha família. Você não sabe nada sobre o mundo garotinha. Eles me caçaram por anos, me forçando a me esconder, nos acuaram. Estão caçando meu povo á séculos. É como funciona com os mortais. 

—Os mortais. E como é que funciona exatamente?

—Minha mãe me avisou. O que eles não entendem minha querida, eles temem e o que eles temem... eles tentam destruir. 

Ela serviu vinho nas taças.

—Parece que precisam de uma bebida.

—Caramba Ems! 

—Não sou uma pessoa ruim Nolan. Eu fiz o que tive que fazer. Nunca quis isso, nada disso. Não queria ferir ninguém, tudo o que eu já fiz foi lutar com unhas e dentes para proteger quem eu amo. Mas, depois de uma vida inteira vendo meus amados morrerem, chega a um ponto em que você não tem mais nada a perder. A solidão esmagadora, a desesperança, a insegurança. Eu não queria isso para o meu filho. Queria algo melhor.

Ela me olhou bem nos olhos e falou:

—Vá enfrente. Chame-me de bruxa, maluca, vadia vingativa ou o que quer que caiba na sua história, mas eu passei a minha vida fugindo destes desgraçados. Nunca tive um lar, perdi toda a minha família, exceto é claro pelo Carl. Então vá enfrente. Vá fofocar com as suas amiguinhas interesseiras e descabeçadas.

P.O.V. Emily.

Agora esses desgraçados vão saber como é estar no meu lugar. Peguei a taça na mão.

—Ás coisas que fazemos pelas nossas famílias. Como entrar num prédio prestes á explodir ou amaldiçoar um bando de fanáticos.

—Ahm, Ems?

—O que?

—Você amaldiçoou todos os membros dessa Ordem?

—Sim. Absolutamente todos. Cada cria da ordem. Os pais, os filhos. Os únicos que foram poupados foram as grávidas e as crianças.

—Bem, então... você amaldiçoou o Pascal LeMarchal.

—Quem?

—Um grande empresário.

—Que pena. E se este grande empresário tem algum filho ou filha que não é criança ou não esta grávida... a linhagem LeMarchal já era.

—Margoux. Você amaldiçoou a Margoux?

—Se ela não está grávida e não é criança... pode crer. Quando somos jovens, nos ensinam a diferença entre um herói e um vilão. Um ente querido digno de redenção e uma causa perdida, mas no fim... a única diferença é só quem está contando a história.

—Acho melhor a gente ir.

—Como queira.

P.O.V. Daniel.

Uma bruxa. Uma bruxa de verdade. Que lança feitiço, amaldiçoa pessoas e tudo isso ai.

—Puta merda.

P.O.V. Emily.

Agora a parte final. O tiro de misericórdia. O último prego no caixão da Ordem dos Cavaleiros de São Cristóvão. 

—Alô?

—O senhor é um caçador certo? Mata animais?

—Sou. Quem está falando?

—Não importa. Vou te pagar dez mil dólares para se livrar de uma praga terrível que está assolando os Hamptons. Lobos senhor. Nossas crianças não estarão seguras. E para cada lobo morto que me trouxer, eu pago mais mil. Dez mil de entrada e mais mil por cabeça.

—Como sei que não está blefando?

—Hoje á noite, me encontre perto do lago Okali á meia noite. E eu vou te mostrar que falo muito sério.

E assim foi feito. Mostrei uma maleta com dez mil dólares para ele que aceitou o acordo de imediato.

—Boa caçada, senhor. Mate todos eles.