P.O.V. Blair.

Oh, ela tá vindo. O carro dela acaba de chegar.

—Ai, preparem as câmeras. Ela está vindo.

A festa estava lotada, todo mundo fantasiado. Tínhamos Conde Drácula, Chapeuzinho vermelho, caçador, fantasmas etc. Eu estou fantasiada de bruxa.

—Blair não faça isso. Faça com que eles parem.

Então quando ela apareceu... eu fiquei tipo.. Oh, Meu Deus!

Aquela era a fantasia mais incrível que eu já tinha visto.

—Porra!

Ai apareceu um cara fantasiado de Príncipe.

—Aquela, minha cara senhorita... é uma verdadeira Rainha. Você jamais conseguirá ofuscá-la. O seu sangue de plebeia não lhe permite tal façanha.

P.O.V. Hope.

Quando eu cheguei só faltou o cri cri do grilo. Todo mundo ficou calado, um silêncio sepulcral. Entrei de cabeça erguida como se eu mandasse naquela merda toda. Como se a casa fosse minha. O barulho dos meus sapatos de salto contra os degraus e piso de mármore era ensurdecedor.

Assim que cheguei ao piso inferior os convidados abriram espaço para que eu passasse e eu nem usei magia. Abriram o caminho direto e reto para Blair Waldorf.

Parei na frente dela. Que usava uma fantasia de bruxa. Ela não tem o direito de se chamar assim. É uma simples mortal, uma ninguém. Ralé.

Coloquei o meu melhor sorriso, verdadeiro, doce e um pouco venenoso.

—Oi Blair. Bela festa. Você esqueceu de me avisar que não era pra vir de pijama. Bem, então sorte a minha que eu tenho amigos na Elite High que me avisaram. Eu tenho certeza de que foi apenas uma falha de comunicação. Se me derem licença, vou buscar uma bebida.

Dei uma piscadinha pra ela. Antes de sair.

P.O.V. Blair.

Quem foi o filho da puta que contou?! E quem era aquele idiota que me chamou de Plebeia?

—Bem, Blair... você foi destruída na sua própria festa.

—Parece que você já não é mais a Queen B do pedaço.

—Cala a boca, Chuck! Vou expulsar os dois.

—Não B! Se fizer isso só vai piorar tudo pra você. Blair! Blair!

Fui até aquela vaca e o grupinho dela.

—Vaza da minha festa sua vaca!

—Porque está sendo tão rude? Não foi você que me disse na segunda que eu deveria parar de ser grossa? Estou tentando ser amigável.

Todo mundo estava olhando, os celulares gravando.

—Mas, não vou ficar onde não sou bem vinda. Devia ter ao menos tido a decência de não me convidar. Mas, o que a mimadinha, fútil e descabeçada da Blair Waldorf entende de bons modos ou decoro? Não quer ser minha amiga? Tudo bem.

Senti ela agarrar o meu rosto e senti uma coisa esquisita. Fiquei até meio enjoada.

—Mas, acredite querida... você não quer ser minha inimiga.

Ela largou meu rosto e saiu com as amiguinhas e o cara que me chamou de plebeia.

No dia seguinte a garota do Blog estava falando sobre mim. Bem, estava falando sobre ela e como ela me destruiu. O título do post era Rainha B Waldorf é destronada. Todos Saúdem a Rainha Hope Grayson!

—Não fui destronada e ela não é uma Rainha!

—Tem razão Blair, você não foi destronada. Foi... destruída.

—Cala a boca Dan!

P.O.V. Serena.

Eu sabia que Blair estava magoada, mas ela meio que mereceu. A Hope podia ter pegado mais leve, mas para todos os efeitos... ela fez a Blair se auto-destruir.

—Nossa! Ontem foi...

—É. Nem me fale. Como ela sabia sobre a festa ser a fantasia?

—Sei lá, Serena alguém deve ter contado. Deixaram escapar.

—É. Você provavelmente tem razão. Coitada da Blair.

—De um jeito eu sinto pena dela também, mas ela meio que mereceu. A Hope acabou com ela.

Estávamos o Dan e eu sentados em frente á fonte. Da escola.

Quando começou uma confusão lá no refeitório.

—Blair! Blair para com isso!

A Blair tinha voado encima da Hope. Bem, ela estava tentando, mas a Hope desviava.

—Para com isso Blair. Você tentou me enganar e se deu mal, estamos quites. E eu não vou brigar com você por causa de uma pegadinha que deu errado. Não quer crescer? Tudo bem, não é problema meu, mas não me envolva nos seus joguinhos infantis. Eu tenho mais o que fazer.

Hope sentou na mesa e voltou a desenhar no caderno. Vi a Blair pegar um copo de suco e ela tentou jogar no caderno.

—Não!

Juro por Deus que vi a mão de Hope brilhar e o caderno se moveu e a Blair jogou suco na mesa.

—Nossa! Que atitude mais madura.

A Grayson pegou suas coisas e saiu. Voltou com um pano e limpou o suco da mesa.

—Devia tentar limpar sua própria sujeira para variar. Sua mãe não te dá atenção? Coitada. Você quer a admiração dela, mas a Serena ainda é a favorita? Talvez seja porque a Serena aprendeu a pensar em alguém... além dela mesma.

Disse Hope jogando o pano sujo encima de Blair.

—Rainhas fazem isso. Colocam os outros acima delas mesmas. Mas, isso a B não consegue fazer.

—O que foi que eu fiz para te fazer me odiar tanto?

A Grayson olhou bem nos olhos cheios de lágrimas de Blair e disse:

—Não é sobre você. Chocante. Eu sei. É sobre a maneira como você trata a Serena.

—Eu amo Serena.

—Sério? E você pensou em perguntar a ela se ela queria se candidatar ao Conselho Estudantil antes de você presumir que iria vencer?

Hope havia derrotado Blair nas eleições para presidente do Conselho Estudantil.

—É. Foi o que eu pensei. Mas, Serena é a sua melhor amiga e ela te ama. Não que você mereça. E por tanto, ela nunca vai fazer o mundo desabar na sua cabecinha oca. Então, farei isso por ela. E pelo Dan, pelo Nate, e até pelo Chuck. Porque você trata todo mundo a sua volta como se fosse lixo e ainda assim, quer ser amada. O amor vira ódio Blair, mas o inverso não é verdadeiro. Á menos é claro que seja Síndrome de Estocolmo, ai é uma doença mental muito séria e triste. Você... Blair Waldorf é um buraco negro ambulante de tempo e amor e energia. Só sugando tudo. Nunca devolvendo nada. Não é surpresa que todos te desprezem. Eu pessoalmente tenho pena de você.

Hope sentou na mesa e voltou a comer, enquanto a Blair saia correndo, chorando.

—Uau! Você é uma vaca.

—Sou? Talvez. Mas, ela é pior. Ela é tudo o que eu falei. Buraco negro. Você admitindo ou não e pior de tudo... Blair aprendeu isso com você. Porque eu nunca vi uma namorada tão egocêntrica. Você também nunca marca um encontro com o Dan. É sempre ele que tem que correr atrás de você e sempre que a Serena Van Der Woodsen vai atrás do Dan Hamfrey é porque não aguenta mais a própria vida. Você nunca ouviu um desabafo do seu namorado, nunca esteve lá por ele. Talvez uma vez ou duas. Mas, tome de alguém que estava lá para ouvir o Daniel falar, chorar, rir enquanto você estava... fazendo sei lá o que. Você é igual a ela. 

Olhei para o Dan.

—Isso é verdade? 

—O que?

—Sobre você ir procurá-la pra conversar?

—É. E?

—Você deveria ter me procurado!

—Acha que não procurei? Você não atende o telefone, quando atende tem uma emergência inadiável. Está ocupada, geralmente com a Blair. Olha, ela é sua melhor amiga e eu entendo, mas eu sou seu namorado! Você não tem tempo para um relacionamento porque você gasta toda a sua energia, cuidando da Blair. E estou sempre sobrando. Estou cansado de ficar sobrando. O Chuck é um idiota! A versão masculina da Blair e o Nate uma versão masculina de você. Eles simplesmente não me deixam entrar. Porque sou bolsista? Porque moro num apartamento no Brooklyn? Eu sou e eu vivo. E me orgulho disso. Me orgulho de não ser mais um filhinho de papai cabeça oca. Porque algumas pessoas precisam estudar e trabalhar para viver! Chocante, não é?

—Está terminando comigo?

—Estou. Estou de saco cheio de ser deixado de lado. Da sua mãe me enxotando, do Chuck e do Nate sendo uns babacas comigo. Da Blair que é uma mimadinha descabeçada. Se está comigo, esteja comigo! Se é minha namorada, seja minha namorada! E fique do meu lado ao menos uma vez! Mas, você não é mais. Então... sorte sua.

Dan se sentou na mesa com a Hope.

—Você está bem?

—Não. Mas, estou melhor agora. Uau! Isso é muito lindo. Ainda bem que a Blair não conseguiu estragar isso. É um vilarejo?

—Sim.

—E quem é o homem de capuz?

—Não faço ideia. Só sonho com ele. Desde que consigo me lembrar.