Revenge escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 2
Trolado


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/l73ET1yXiTw-Emily escapa do incêndio.



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P.O.V. Daniel.

Eu sabia que ela tava afim. As garotas se fazem de difíceis, mas no fim o resultado é sempre o mesmo.

—Ae garanhão ein?

—Eu até ganhei um beijinho.

Disse mostrando o guardanapo com a marca de batom. Fizemos os pedidos e depois de enchermos a cara voltei para casa e tentei ligar para ela.

—Alô?

—Alô? Emily?

—Desculpe, acho que se enganou de número.

—Estou procurando a Emily Thorne.

—Não conheço ninguém com esse nome moço. 

—Tudo bem. Boa noite.

—Boa noite.

Eu ri. Essa era mesmo dura na queda. Tinha me passado um número de telefone falso. Me passou a perna.

—Ah, Emily Thorne, você tá brincando com fogo. Que comece o jogo.

O dia nasceu e mais um chá beneficente anual de Victória Grayson. E lá vamos nós de novo. Vesti o terno e fui. Só não contava com uma presença totalmente inesperada.

Ela estava lá usando um lindo vestido vermelho que marcava bem todas as suas belas curvas.

—Quem é ela?

—Oh, nem tentem. Aquela lá é minha.

Tentei ir até ela, mas a minha irmã me interceptou.

—Sabe quem é ela?

—Sim. E ela é minha. Com licença.

Finalmente eu cheguei. E ela parecia estar procurando alguém.

—Nolan eu te mato. Te esgano, miserável.

Disse pegando uma taça de champanhe duma das bandejas.

—Obrigado.

—Me deu um número de telefone falso? Que feio.

—Achei que iria deixar uma mensagem clara.

—Que seria?

—Você não faz o meu tipo.

—E Nolan Ross faz?

—Nolan é gay. E ele é meu amigo.

Então ela começou a beber o conteúdo da taça.

—E qual seria o seu tipo?

—Não você. 

—Está apreciando a festa?

—Você chama isso de festa? Que a tal ricaça que é a dona deste baile não me ouça, mas... se botassem um defunto ai no meio, seria um funeral perfeito.

Eu ri.

—Todo mundo fala tanto dessas festas. Oh, a festa da Senhora Grayson, oh, a festa da senhora Grayson. Eu esperava mais.

Acho que ela não sabe quem eu sou. Então, a taça na mão dela caiu, os olhos ficaram parados.

—Nolan. Nolan!

Ela saiu correndo em disparada em direção a casa e tudo o que eu vi foi Nolan Ross ser atirado porta a fora pouco antes da mansão explodir.

—Ems!

P.O.V. Emily.

Quando acordei o fogo estava tomando conta da casa. O ar era tão quente que queimava as minhas narinas e os meus pulmões quando eu respirava. Mas, as chamas não pegavam em mim.

—Tudo bem.

Tossi, e tossi. Agora, preciso lutar e preciso viver.

—Estou bem. Preciso continuar me movendo. Phesmathos Modis Incendiamos.

Usei toda a força que eu tinha para parar o incêndio e sobreviver.

P.O.V. Daniel.

Alguém teve que segurar o Nolan Ross, mas o que aconteceu depois foi... inexplicável. O fogo saiu todo pela chaminé. Isso não acontece.

—Me larga! Ems!

Nolan entrou correndo dentro da casa e saiu carregando uma Emily Thorne vivinha da silva. Estava inconsciente, o nariz sangrava um pouco e o vestido e os sapatos estavam meio chamuscados, mas fora isso... ela tava bem.

Chamaram uma ambulância e ela foi enfiada dentro. Chamaram também os bombeiros.

—E então, senhor?

—Bom, este incêndio foi com certeza criminoso. Encontramos o que sobrou do bujão de gás que alguém colocou na lareira. 

—Como foi que a garota sobreviveu?

—Olha Dona, eu sou bombeiro a vinte anos e nunca vi nada igual a isso. Não é assim que o fogo funciona.

—O que quer dizer?

—O fogo não regride, ele só avança. Mas, desta vez? O fogo fez o caminho de volta. Nunca acreditei em milagres, mas... isso com certeza foi um.

Disse o bombeiro fazendo o sinal da cruz.

—E quanto aos danos?

—Bem, a sua sala vai precisar de reforma. As paredes, o teto, queimou tudo. Mas, o fogo não passou da sua sala de estar.

—E quanto a garota que ficou presa no fogo?

—A senhorita Thorne está hospitalizada. O senhor Nolan Ross a colocou no melhor quarto do hospital.

—Bom. Isso é ótimo.

P.O.V. Emily.

Quando acordei senti os tubos no meu braço. E dei de cara com o meu único amigo rico.

—E ai Ems?

—Oi. 

—Te devo uma.

Eu ri, mas doeu.

—Ai.

—A sua proeza já virou fofoca.

Esse povo realmente não tem mais o que fazer.

—Tem papel e caneta ai?

—Tenho.

Escrevi uma lista de ingredientes.

—Remédio caseiro é?

Fiz que sim.

—Sabe que vai ter que engolir esse negócio certo?

Assenti novamente. Gente o que é isso que me deram? Meu corpo está mole.

—Vou buscar a sua listinha e vejo que a morfina está fazendo efeito.

Morfina?! Enfim, a porcaria me deixou dopada.

P.O.V. Daniel.

Meu pai não tava preocupado se a garota estava bem, se tinha o tratamento adequando, se estava viva ou morta. Mas, eu estava.

—Se meter no incêndio para salvar o Nolan Ross? Estou impressionado. Estou mais impressionado ainda com o fato de você ter sobrevivido. É o assunto do momento. Emily Thorne, o milagre dos Hamptons.

E cá estou eu falando com uma garota inconsciente num leito de hospital. 

Não fui sua única visita. O dono do bar e o outro funcionário também vieram. Deixaram flores pra ela.

E isso me deu uma ideia. Fui até a floricultura e pedi um buquê de rosas vermelhas com um cartão. E quando cheguei para entregar ela estava consciente e engolindo um líquido vermelho de dentro dum copo.

—O que isso deveria fazer?

—Ajuda na cicatrização.

—Ah! Tem alguma poção para curar coração partido?

Ela fez que não. Então, começou a usar linguagem de sinais.

—Relaxa, o médico vai te fazer um atestado. E você não vai ficar com faltas.

Mais sinais.

—De nada. Parece que você tem outra visita.

Sinais.

—Não. Não é o Jack.

Então ele me deixou passar.

—Ela é surda?

—Não. Só não consegue falar sem sentir dor. O fogo queimou as mucosas do nariz e da boca. 

Nolan Ross me puxou para um canto.

—Olha só Don Juan, Emily Thorne já passou por muita coisa e ela é minha amiga. A única amiga de verdade que eu já tive. Além do mais, ela é demais pra você. Não se engane, se você a magoar vai ser a última coisa que vai fazer na vida.

—Isso é uma ameça?

—É um aviso.

O quarto de hospital com as paredes brancas, as luzes e as flores. Violetas, rosas, girassóis. Mas, as violetas estavam em destaque.

—Te trouxe rosas.

Ela fez um gesto.

—Eu não falo linguagem de sinais.

—É um obrigado. Ei, Emily. O Ross tem que ir a uma reunião e vou ficar no lugar dele.

Era o dono do bar.

—Não se preocupe. O Declan vai cuidar do bar hoje.

Emily fez outro sinal e o dono do bar virou de costas. Então ela olhou pra mim. Como quem dissesse:

Vira seu idiota. E fui forçado a fazer o mesmo. Ouvi quando ela passou á caminho do banheiro. Vi quando fechou a porta.

—Então... é o dono do bar.

—Sou. Meu nome é Jack. 

—Como conheceu a Emily?

—Eu era casado com a irmã dela. Amanda. Mas, ela morreu á uns meses dando á luz ao nosso filho. Ela foi atacada e tiveram que escolher entre salvar ela ou o bebê e ela me fez prometer que se algum dia chegasse a isso, que eu escolheria o bebê. Agora sou pai solteiro e tenho que trabalhar para viver. Chocante. Eu sei.

Disse debochando da minha cara.

—Nossa! Eu... eu sinto muito. E como ela... lidou com isso?

—Foi ao funeral, fizemos o enterro, choramos e desde então ela é a mãe do Carl para todos os efeitos. Emily sempre foi a mais responsável.

Ela ficou internada por dois meses até receber alta. E quando recebeu acho que foi pega de surpresa.

P.O.V. Emily.

Quando eu sai tinha um monte de fotógrafos. Com câmeras, fazendo perguntas.

—Emily! Emily! Alguma declaração?

—Emily! Como sobreviveu ao incêndio?

Falei a primeira coisa que me veio na cabeça.

—O fogo não pode matar um dragão.

E eu disse rindo. Depois de dois meses numa cama de hospital, comendo comida de hospital, a primeira coisa que eu fiz quando cheguei no bar foi... bom, nada já que o Jack me fez café da manhã.

—Obrigado.

—Bem vinda de volta tia Emily.

Declan, Nolan e até mesmo o pequeno Carl estavam lá.

—Obrigado. É bom estar em casa. E ai mocinho?

Disse pegando meu sobrinho no colo.

—Nossa! Papai tem dado fermento pra você? Cresceu e está ficando mais pesado.

Depois de uma calorosa recepção eu sabia que o Jack ia me pedir alguma coisa.

—Desembucha.

—Caramba! Como você faz isso?

—Intuição feminina. Agora, desembucha.

—Se importa em ficar de babá esta noite?

—Não. Imagine.

—Vou pa...

—Não precisa pagar. Ele é meu sobrinho e enteado. Mães não recebem salário.

Me arrependi no mesmo instante.

—Sinto muito Jack... sinto...

—Não. Está tudo bem. Você está certa, você cuida dele e é legalmente a mãe dele então...

—Olha, eu amava a Amanda também. Ela era minha irmã. Admito, eu estava pistola com ela noventa e nove por cento do tempo, mas... cara, eu a amava.

—Eu sei. Obrigado por cuidar do Carl.

—Disponha.

Levei o meu sobrinho/filho para a minha casa que herdei do meu pai e ficava de frente para o que sobrou da casa dos ricaços Grayson. E cara, eu preciso arrumar tempo pra dar uma geral aqui. A casa tá uma zona.

Tem os brinquedos do Carl, os meus livros da faculdade, embalagens de pizza, comida chinesa entre outras coisas.

Sentei o meu sobrinho na cadeirinha.

—Fique ai que eu vou pelo menos dar um jeito na sala.

Joguei as embalagens no lixo, coloquei os livros na prateleira e os pratos na lava louças. Coloquei o sabão e botei pra funcionar já que esta estava lotada e eu não tinha um prato ou um copo no armário. Lavei as mamadeiras do Carl e coloquei minha playlist favorita para tocar. The Clash, Nirvana, The Offspring algumas das minhas bandas favoritas. É claro que também tinha pop music, mas a maioria era rock. E Rock Clássico.

Pink Floyd.

Levei o Carl pra cima, tomei banho enquanto dava banho nele ao mesmo tempo. Estou pegando prática.

Nós saímos do chuveiro, enrolei o baixinho na sua toalha com orelhas de urso panda e me enrolei na minha. Sequei-o, coloquei a fralda e o macacão. Ai comecei a me vestir. Como eu estava em casa e ia ficar de babá, coloquei um pijama e o roupão.

—Prontinho.

Ele começou a chorar.

—Oh, acho que tem alguém com fome. Então, vamos fazer mama.

Estava fazendo mamadeira quando tocam a campainha. 

—Mas, quem será a uma hora dessas? Credo são só seis e meia e eu falando isso.

Atendi a porta para dar de cara com... o riquinho do bar.


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