Finalmente Um - Hiccstrid escrita por Anne Liack


Capítulo 2
Enfim, um...




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Eles estavam envolvidos numa aura onde nenhum outro ser poderia alcançá-los. Existia uma história envolvendo os dois corpos naquela cama. Uma linda história construída com as bases mais sólidas dos sentimentos humanos: confiança, companheirismo, amizade e amor. Tudo isso misturando-se, transformando-se em paixão, era algo excitante demais. Soluço e Astrid se conheciam como tudo, agora se conheceriam como amantes e a curiosidade era um elixir intrigante para aquele arrebatador desejo que vinha crescendo neles com os anos, e agora chegava ao ápice, ao qual não podiam, nem queriam mais controlar.

Soluço estremeceu só de pensar, enquanto beijava o pescoço dela. Era sua melhor amiga de infância ali, em sua cama. Era Astrid Hofferson mordendo os lábios tentando não gemer sob seus toques. Astrid Hofferson não, ele sorriu contra o pescoço dela a vendo arrepiar-se, Astrid Haddock. Era a sua mulher. Voltou a beijá-la na boca. Aquilo não podia ser real.

Mas, era. A intensidade do beijo o deixando sem ar, era muito real. As mãos pequenas tateando a frente de suas vestes era real. E ela parecia tão ávida quanto ele, sentia todo o corpo dela mover-se em direção ao seu. Mãos, quadril, pernas... perna! Lembrou-se. Afastou-se dela imediatamente.

— O-o que? - perguntou-lhe Astrid ofegante e um tanto assustada enquanto o via sentar-se na cama.

Soluço engoliu em seco, e fechou os olhos, tentando sufocar as pressas o lampejo de frustração que passou por ele. Algo amargo preso na sua garganta.

— Não posso arriscar machucá-la com... - disse, a voz falhando. - isso. - curvou-se para soltar sua prótese.

Astrid sentiu o meio tom de amargura na voz dele e doeu em seu coração. Fechou os olhos por um momento, depois ajoelhou-se na cama, indo assim até ele. Colou o corpo nas costas dele e o abraçou por cima dos ombros, o fazendo parar e beijou-lhe o rosto.

— Eu te amo, entenda - ela murmurou, rente a seu ouvido. - E eu quero você... - desceu as mãos novamente para a corrente do manto dele, a soltando dessa vez. - do exato jeito que você é.

— Mesmo incompleto?

— Eu amo você todo, chefe. - aspirou forte o cheiro do pescoço dele, e o sentiu arrepiar-se. Passeou com as mãos pelo seu peito, sentindo os novos músculos, mesmo por cima do tecido da túnica - Completamente. - beijou-lhe o ombro e afastou-se, levantando-se da cama. Colocou-se em sua frente e ajoelhou-se, o olhando profundamente, depois curvou-se, ergueu o tecido da perna esquerda da calça encontrando o ligamento que amarrava a prótese dele começou a soltá-la.

Os movimentos dela lentos e delicados, esbarrando os dedos frios na pele quente dele, sem falar na emoção que significava para ele o ato que ela tão singelamente realizava, fazia seu coração disparar. Ele engolia em seco enquanto a observava. A luz da lua deixava tudo ainda mais sublime e excitante. Soluço sentiu o estômago contorcer-se, enquanto sentia o amor por ela aumentando e o desejo nublando qualquer outro sentimento.

Quando ela terminou buscou seu olhar, estes estavam marejados e um tanto enervados. Ficou ereta sobre os joelhos e aproximou-se ainda mais dele, colocando-se entre suas pernas. Se olharam por uma eternidade, até que Soluço lhe acarinhou delicadamente a face.

— Por Thor, como você é linda! - disse, verdadeiramente encantado. - Astrid, alguma vez eu já te disse isso?

Ela sorriu, se sentindo corar e ao mesmo tempo se sentindo perfeita.

— Eu acho que não.

— Odin, como eu sou idiota!

Ela sorriu ainda mais.

— Você é a mulher mais linda que eu já vi em toda minha vida. Nem acredito que agora é minha.

Ela levou as mãos ao broche do próprio manto.

— Eu sempre fui sua, menino dos dragões.

Nos olhares não restavam dúvidas.  

Ele estendeu a mão para ela, a incentivando a levantar, fazendo o manto branco que emblemava suas responsabilidades cair como cascata sobre suas costas. A puxou pela cintura de pronto e ela encaixou-se em cima de seu colo. As bocas se encontraram instantaneamente, beijando-se com fervura, solvendo dali todo resto de inocência que ainda tinham. Astrid embrenhou as mãos pelos cabelos dele enquanto ele a apertava cada vez mais, subiu uma das mãos pelas suas costas, até alcançar sua nuca, a trazendo mais para si.

O corpo dela ondulava em cima do seu, atiçando sua virilha, provocando o seu autocontrole. Ele a rolou em seus braços, a fazendo deitar na cama novamente e tornou para cima dela. Desceu os lábios novamente para seu pescoço, em seguida para seu colo, provocando-a bem rente ao decote de seu vestido. Astrid arfou. Enquanto as mãos dele que passeava pela lateral de seu corpo topou com o ouro do cinto dela, desabotoando e descartando assim como as outras joias que os cobriam. Nada para ostentar naquela cama além de sentimentos.

Astrid também ávida por ele, alcançou a barra de sua túnica e a puxou para cima, Soluço sorriu quando a ajudou a tirá-la. Sua esposa o puxou com força para si e entrelaçou as pernas em sua cintura. Um som gutural escapou rouco de sua garganta e sentiu o estremecimento no corpo de Astrid quando as intimidades se chocaram. E tudo se tornou ainda mais intenso.

Aquela exploração do sentido do tato era inquietante, havia tanto a descobrir, ao mesmo tempo em que cada parte descoberta parecia exigir uma enorme necessidade de atenção. Era novo e maravilhoso. E eles precisavam lembrar-se que não tinham pressa, e mais, precisavam que os corpos entendessem isso. Porém, estava se tornando impossível, a excitação estava gritante. As unhas bem aparadas de Astrid causavam arrepios nas costas de Soluço que lhe atingiam diretamente na virilha, bem como os murmúrios que ela tentava conter enquanto ele apertava suas coxas torneadas e lhe intercalava beijos entre o colo e o pescoço.

O prazer realmente só podia ser invenção dos deuses.

Alçou ainda mais saia do vestido que tinha arriado sobre o quadril dela, a olhou e a viu assentir com os olhos azuis tão cobalto quanto o mar a noite, agitado de desejo. Então a despiu, admirando maravilhado cada parte que descobria, e fora despido por ela vendo-a crescer numa faminta ânsia de feminilidade.  

Ajoelhados na cama, apoiando-se um no outro. Abraçados, sentindo-se sem barreiras, apenas sentindo-se. Por um momento, não houve malícia. Houve desejo, mas não malicia. As peles nuas e quentes se encontrando e se reconhecendo. Se arrepiando, pelo simples fato de estarem juntas. Os corpos feitos para o encaixe, estremecendo por terem finalmente encontrado seu par. As respirações descompassadas e o arfar da expectativa que algo muito intenso estava preso e pronto para soltar-se.

Olharam-se, as almas expostas, a torrente de emoções nunca vista tão intensa.

Logo seriam um só.

Soluço a beijou, sentindo o rosto ser tocado pela lágrima dela, então lentamente a empurrou de volta a tê-la deitada.

— Você é linda, meu amor - murmurou, quando desceu os beijos pelo corpo dela. - Linda.

Os seios enrijeceram, os músculos da barriga lisa retesaram, todo corpo dela reagia por onde a boca dele passava. E ela já não controlava os murmúrios lamentosos de desejos que escapavam de sua garganta, enquanto os nós de seus dedos já estavam brancos de tanto que apertava os ombros dele. Astrid tinha a mente sendo devastada pela avalanche de sensações desconhecida tomando-a. Seu ventre ardia enquanto seu estômago tinha um frio atiçador, as pontas dos dedos formigavam, e sua intimidade latejava... Thor, o que era aquilo?...  E quando os beijos de Soluço alcançaram o interior de sua coxa, o solavanco foi tão forte que ela gritou. Sentindo o rosto esquentar em seguida, e mais ainda quando ele parou e a olhou.

— Me desculpe. - disse ela ofegante, o rosto em brasa, querendo desesperadamente esconder-se.

— Não faça isso. - ele pediu, com carinho tanto na voz quanto nos olhos. - Não se desculpe. Eu preciso saber, na verdade... - ele mesmo corou. - eu adoro saber.

Ela sorriu para ele.

— Continua. - ela mordeu os lábios, ainda meio constrangida.

Ele sorriu para ela.Tornou a beijá-la bem onde encontrava-se seu ventre em ansioso. Astrid teve que segurar-lhe pelos cabelos, sentia que tinha que incentivá-lo, encaminhando-o para sua intimidade. Era o Instinto. Achou que explodiria quando o sentiu beijá-la e mais ainda quando sentiu a língua dele invadi-la. Ela descobriu que sim, se podia gemer de prazer, e esse gemidos eram mais altos e mais incontroláveis do que os de dor. Ela não tinha controle de nada mais.

— Soluço... Soluço, por Odin! - ele parecia não ouvi-la, enquanto ela sentia algo desesperador crescer dentro dela. Não queria que ele parasse, mas estava assustada, então não sabia o que pedir a ele. Procurou algo para agarrar-se pois sabia que machucaria Soluço se continuasse agarrando-se aos cabelos dele, então agarrou-se a manta da cama, puxando-a desesperadamente, esperando simplesmente morrer, sendo explodida prazerosamente de dentro para fora. De repente, então, ele parou, tornou a subir até ela. - Meu amor... Meu amor! - o puxou com força para si, como se ele fosse tanto seu algoz quando seu salvador.

Ela tremia. Soluço a beijou, deixando parte do gosto salgado em sua boca. Usou suas próprias pernas para afastar as dela e acometido de um desejo lancinante, com um gemido baixo posicionou-se. Astrid perdeu o ar com o choque das intimidades se tocando sem nenhuma barreira. E num momento de lucidez ela sabia que tinha chegado o momento.

Ele a olhou, ela tinha o olhar enervado, como ele queria, queria aliviar sua dor, mas ainda dentro de seus delírios ele pôde ver o lampejo de certeza nos olhos azuis cobalto, então lentamente começou a tomá-la. Astrid  tremeu e agarrou-se aos ombros dele. Olhos nos olhos, nada mais lindo, nada mais certo. Soluço ia a preenchendo bem lentamente até que sentiu-se pressionar em sua barreira protetora, um gemido escapou rouco de seus lábios, pela perspectiva que era a maravilha de torná-la sua. Mas, naquele momento teve medo por ela.

— Meu amor? - ele afastou a franja lindamente dourada de sua testa suada.

— Continue. - ela arfava pesado.

— Não quero machucá-la.

— Eu preciso de você. - Sim, ela precisava dele. Nunca sentiu uma necessidade tão forte quanto a que estava sentindo naquele momento por ele, e nem entendia por quê. Só sabia que se não o tivesse, de alguma forma, morreria. Poderia implorar, se fosse preciso. Nunca sentira algo tão intenso na vida. E afinal a culpa era dele, ele tinha despertado tudo aquilo nela. - Soluço...

— Se machucar muito...

— Você sabe que eu aguento dor. - Ele não pôde evitar sorrir. - Eu só preciso de você… agora. - O corpo dele vibrou e ele teve que ir-se mais fundo. Involuntariamente Astrid gemeu e ele novamente parou. - Não, não faça isso, não pare. Por favor, não pare - ela pedia e a voz chorosa doeu em seu coração.

— Astrid...

— Não desista de mim agora.

— Eu estou machucando você, meu amor. - os olhos dele eram desesperado.

— Não, está me fazendo mulher. - ela olhou em seus olhos. -  E-eu quero ser sua mulher, Soluço.

Mesmo que ele quisesse resistir, seu corpo já tinha se entregado a ela depois daquela declaração e ele empurrou-se fundo para dentro dela, unindo-os de uma vez.

Ela arquejou com a dor de sentir-se rasgada por dentro e em seu lugar mais íntimo, mas os olhos dentro dos dele a queria nublar. O verde tintilava com uma espécie de veneração, cuidado e desejo, ele a desejava, aquela cobiça era inocultável. E mesmo se ela fosse cega e não visse a enervação dos olhos cobaltos e tempestuosos, não poderia ignorar o coração acelerado em cima do seu, as veias pulsando nos braços que ela segurava firmemente e o membro latejando dentro de si, lhe trazendo de volta à mente toda sua excitação. E então sentiu-se dolorosamente completa, um perfeito encaixe. A mulher mais amada do mundo. E tudo nela ainda gritava por ele, o seu desejo estava ali, mais vivo que nunca, e quando ele a beijou novamente, devorando sua boca com a ânsia de seu desejo, foi varrendo completamente de sua mente os vestígios de dor.

Apertou-o junto assim, pedindo por ele. E ele lhe atendia prontamente, sem hesitar. No mesmo ritmo, mesmo pulsar. Sincronizados como sempre, como em tudo. E agora como amantes.

E amaram-se. No exato sentido da palavra. Onde os corpos deram tudo de si e teriam dado mais se fosse pedido. Entregaram-se. Completamente desnudos de tudo. Astrid não mais controlou os gemidos, eles eram altos e lascivos. E Soluço controlou-se até onde pôde, até senti-la explodir, e então explodiu junto com ela. Transbordando amor, recheando-se um do outro. Perpetuando-se como um só. Tornando-se, finalmente um.

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Notas finais do capítulo

Meu coração explode de amor!
Espero que essa primeira vez tenha sido verdadeiramente uma lua de mel para eles!
Comentários são importantes tá?
Até o próximo!!



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