O Carrossel Musical escrita por CeciTezuka


Capítulo 1
OneShot - Carousel Music Box


Notas iniciais do capítulo

-E aí meus leitores? Tudo bem com vcs?
??”Esta é uma fanfic que escrevi do filme Wall-E da Pixar pensando como seria se a EVE ou o Wall-E tivessem a oportunidade de encontrar uma caixinha de musica.
??”Por que que eu amo caixinhas de musica desde pequena, devido ás minhas manifestações autistas.
(Pra quem não sabe eu tenho Síndrome de Asperger, que é uma vertente do Autismo.
Para entender mais, joga no Google!)
??”Então sem mais delongas, desejo a todos vcs que estejam acessando uma boa leitura.



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Em uma tarde ensolarada, Eve estava a passear pensativa na abandonada loja da BNL.

Por mais que achasse aquele lugar estranho, desde a primeira vez que havia entrado ali, percebeu que gostava de ficar olhando as estantes, afim de observar os artefatos humanos.

Estava escuro lá dentro, mas os olhos de Eve possuíam uma tecnologia avançada que a permitia enxergar em ambientes com pouca luminosidade.

Ela com certa curiosidade pegava um dos objetos o encarava por um tempo e devolvia a seu devido lugar, e se realmente sentia interesse, o guardava em seu compartimento para mostrar a Wall-E.

Desde que haviam voltado ao planeta Terra, Eve havia adquirido o gosto de achar objetos e se apegou pela coleção de objetos curiosos humanos que Wall-E mantinha em seu trailer gigante, e se mostrou interessada em fazer o mesmo.

Tanto que Wall-E deu a ela uma de suas estantes a fim de deixá-la começar sua própria coleção.

Enquanto continuava procurando por mais coisas e sentia um tédio enorme crescendo em seu sistema robótico.

Como naqueles dias em que não conseguia localizar sinais de vida na Terra, Eve continuou pairando e flutuando pela loja.

Até que um vento forte fez tudo voar levantando poeira de cor vermelha que fez as portas se abrirem e todas as estantes desmoronaram em uma espécie de efeito dominó imediata.

Assim que a tempestade de areia foi aos poucos diminuindo,  Eve ouviu algo caindo.

Era um som tilintante que lhe despertou a curiosidade saiu voando pela loja a procura do objeto, até que seu sistema o localizou em uma das estantes caídas.

Estava repleta de brinquedos, livros de contos de fadas, algo que os humanos veneravam antes da terra ser toda coberta por lixo e poluição, alem de partituras musicais.  

A robô se aproximou e uma brisa leve fez as folhas de papel caídas se erguerem revelando um pequeno objeto colorido de uma cor clara.

A robô ainda não sabia que aquela cor era chamada de Pink pelos humanos.

Eve pegou o objeto e cheia de curiosidade o analisava completamente fascinada.

Era um carrossel.

O topo imitava a tenda de um circo com a lona colorida ,com pequenos cavalos de cor marfim na base.

Cada um tinha uma cela de cores variadas cheias de brilhantes.

E as bordas também tinham detalhes em dourado. Eve conclui que aquele era o objeto humano mais estranho e curioso.

Ao ergue-lo, viu as quatro perninhas que serviam como suporte, a fim de que ficasse devidamente apoiado no chão.

As perninhas eram o suporte.

E havia um circulo com um buraco em forma de estrela no canto superior do objeto.

A robô, depois de tanto examinar o objeto, abriu seu compartimento de armazenamento e e guardou o cilindro afim de mostrá-lo a Wall-E.

Ao chegar na praça, viu que o céu estava colorido com um lindo tom de laranja avermelhado que deixava o entardecer maravilhoso, e era possível ver o sol refletido sob as águas do mar.

Eve riu quando viu as carpas douradas se aproximando da borda da ponte.

Elas continham um brilho admirável em suas escamas e nadavam com graça e delicadeza.

Duas borboletas azuis farfalharam pelo ar e pousaram nas flores, que eram bem conservadas pelos humanos que agora se empenhavam na dura tarefa de conservar o planeta da melhor forma que podiam.

Eve seguiu as borboletas, maravilhada com o jeito delas voarem até chegar a uma arvore.

Era ela.

A arvore.

Eve admirou a imensa arvore que uma vez havia sido uma pequena planta que havia sido capaz de uni-la com Wall-E e trazer a humanidade que vivia confinada em uma nave espacial gigante de volta para a terra.

E ao olhar para um dos galhos, pensou ver algo fino e dourado presa por um fio balançando por entre as folhas.

Ao se aproximar e pegar o novo objeto, viu que era uma chave.

O formato de estrela na parte de baixo lhe chamou a atenção. Nunca havia visto uma chave como aquela.

Eve então segurou a chave e decidiu ir até aonde Wall-E estaria esperando.

Assim que abriu a porta, foi bem recebida por ele, que acendeu todas as luzes, se aproximou e pegando em sua mão, novamente enlaçando os dedos, a guiou para perto da TV onde ele ligou novamente a fita do filme Hello Dolly.

Já haviam visto aquele filme milhares de vezes e adoravam dançar ao som da doce e excitante canção de Put Your Sunday Clothes cantada por Michel Crawford.

Mas então uma fumaça começou a sair de dentro do aparelho de vídeo e um estouro aconteceu, fazendo os dois robôs pularem de susto.

A fita também havia sido danificada.

Ao tirá-la, o robozinho viu que estava quente e arrebentada.

Wall-E ficou frustrado.

Não sabendo o que ao certo havia acontecido e o que faria para concertar aquele estrago

Eve então tirou de seu compartimento o objeto que havia encontrado na loja abandonada e mostrou a Wall-E que reagiu pegando o pequeno cilindro e o fitando com curiosidade.

Ao ver a chave na mão de Eve, ao mesmo tempo que viu o buraco da chave na parte de baixo do cilindro, Wall-E percebeu que  havia o desenho de uma seta circular desenhada .

O robô gesticulou para que EVE a encaixasse-a na base, girando conforme a seta indicava dando somente uma volta.

O carrossel começou a girar e uma musica incrivelmente harmônica e linda começou a tocar fazendo com que os dois robozinhos fitassem o pequeno cilindro fascinados.

Para eles era algo totalmente novo, totalmente inexplicável.

Depois de alguns minutos a musica junto do carrossel foram ficando lentos até pararem completamente.

Eve então ouviu outro som completamente abafado vindo de dentro do trailer.

Ela então saiu à procura daquele som com Wall-E a seu encalço, provavelmente também querendo saber o que era.

Um pouco mais a frente avistaram Mary e John, na varanda da casinha onde estavam morando desde que toda  a população humana havia voltado da longa viagem no espaço.

John carregava o filho que haviam tido há um certo tempo atrás e andava desesperado em círculos.

O bebê não parava de chorar, os olhos estavam encharcados pelas lagrimas e as bochechas estavam avermelhadas e os punhos cerrados.

Eve olhou para o pequeno bebê tentando entender o que estava acontecendo.

—Não sabemos o que fazer. Disse John chateado. – já demos mamadeira a ele e realmente não parece estar com fome.

—E eu já troquei a fralda. Ele não pode ter feito alguma coisa.- diz Mary se segurando para não demonstrar que estava nervosa.

De fato, criar um bebe não era algo tão fácil assim.

Wall-E se aproximou do bebê e começou a fazer uns sons robóticos estranhos, que fez o bebê abrir os olhos e o encara com um olhar de curiosidade.

O robozinho começou a se mover loucamente fazendo mais sons engraçados, que fez o bebê se contorcer de rir.

Eve ria baixinho.

Era engraçado ver Wall-E agindo como um palhaço.

Ao ver o bebê bocejar, Eve decidiu experimentar novamente o objeto humano curioso, e girou a chave dando três voltas, e a musica suave e linda tocou, e o cavalinhos novamente começaram a girar.

Todos olhavam fascinados para o carrossel e um sorrisinho se formou nos lábios do casal.

O bebe então adormeceu quando a musica foi ficando lenta até que o carrossel novamente parou de girar.

Mary e John suspiraram aliviados e agradeceram aos robozinhos.

—Não sei o que faríamos sem vocês. Nos ajudaram muito.- Disseram o casal e depois de se despedirem, entraram para dentro da casa e foram dormir

Wall-E e Eva então foram até o parque onde havia um chafariz iluminado com luzes coloridas que se tornava o centro da atenção. A água parecia se tornar um arco íris mágico.

Um casal de humanos estava sentado no banco.

A mulher se levantou e disse:

—Oh, querido. Esta noite está tão linda que eu sinto vontade de dançar uma dança romântica com você.-diz ela de um jeito romântico e nostálgico.

O homem então pegou na mão da mulher, fazendo com que ela se levantasse e disse:

—Então vamos dançar.-diz ele sorrindo.

—Mas sem música?-pergunta ela confusa.

Foi então que Wall-E se aproximou, acenou para eles e apertou o play em seu tocador de musicas e a canção que ele, Eve e os robôs rejeitados, juntamente de M-O adoravam ouvir começou a tocar.

 

Put on your Sunday clothes,

there's lots of world out there

Get out the brillantine and dime cigars

We're gonna find adventure in the evening air

Girls in white

In a perfumed night

Where the lights are bright as the stars!

Put on your Sunday clothes, we're gonna ride through town

In one of those new horsedrawn open cars

We'll see the shows

At Delmonico's

And we'll close the town in a whirl

And we won't come home until we've kissed a girl (...)

 

O casal começou a dançar, convidando outros humanos a se juntarem na dança.

Logo uma multidão empolgada e sorridente estava dançando ao som da canção favorita de Wall-E.

Coisa que fez Eve sentir uma emoção que nenhum outro robô jamais havia sentido antes; alegria.

E quando a canção tocada por Wall-E terminou, a mulher disse;

—Quero continuar dançando.

Eve deu três voltas na chave e a musica suave e linda começou a tocar seguido pelo girar do carrossel.

O casal olhou para os robôs e então dançaram harmoniosamente enquanto o chafariz proporcionou uma belíssima iluminação romântica em volta deles.

Até que, depois de um certo tempo, a melodia foi ficando lenta até parar subitamente.

O casal se abraçou e a manifestação maior de um amor que é puro e verdadeiro aconteceu.

O beijo era profundo e envolvente.

Depois de acenarem aos robôs se despedindo, o casal foi embora.

Os olhos de Wall-E pareciam brilhar e faiscar.

Eve também sorria, por mais que aquela felicidade podia ser vista em seus olhos azuis que brilhavam no escuro da noite.

Estavam felizes por que perceberam que a musica parecia proporcionar algo aos humanos. E que para eles, era muito especial.

Foi então que eles viram uma garotinha sentada com as costas encostadas na raiz da grande arvore com a cabeça baixa, chorando.

O capitão da Axiom também estava lá, sentado ao lado dela, tentando consolá-la.

Eve se aproximou juntamente de Wall-E, e encararam a menina com curiosidade.

A menina então encarou os dois robôs e frustrada, afastou as lagrimas que escorriam de seu rosto com o canto do braço.

Ela tinha um longo cabelo castanho que estava solto e tocava a grama, levemente molhada pelo orvalho da noite.

—Veja, Camille, esses são Wall-E e Eve. Eles que nos trouxeram de volta a Terra.- disse o capitão sorrindo, por mais que ela estivesse triste.

A menina acenou para eles com um gesto.

E o capitão explicou aos robôs que ela apesar de ser uma humana como ele, Camille era muda, não tinha a habilidade de falar , se comunicando com linguagem de sinais.

A menina então puxou o que parecia ser um colar em volta de seu pescoço para fora de sua roupa larga.

Eve pode ver uma pequena chave dourada que chamou a atenção.

Sua memória robótica parecia lhe dizer que era a mesma chave do carrossel musical.

A menina gesticulou como se contasse algo.

O capitão lhes disse que ela estava triste por que havia perdido uma caixinha de musica que havia sido presente de seu avô antes de ele falecer de uma doença causada pela poluição e radiação emanadas pela BnL.

E também acrescentou que a musica que tocava era especial, que fazia sua mente se acalmar de qualquer sentimento ruim.

—Parece que ela está procurando por essa caixinha de musica por todos aqueles 700 anos em que ficou no espaço com os pais a fez crescer com saudade da caixinha de musica.- explica o capitão.

Eve então abriu seu compartimento de armazenamento e lhe deu o lindo carrossel nas mãos.

A robô tinha a certeza que seria a caixinha de musica que ela estaria querendo encontrar.

A menina olhou atônita para Eve.  

Em seu rosto havia espanto.

Seguido de dúvida

No entanto,ela pegou a chave de seu colar e encaixou na fechadura que ficava na base da caixinha de musica.

Camile girou a chave três vezes.

Eve contou os giros que ela deu analisando em seu sistema implantado com inteligência artificial.

Quando ouviu a musica sendo tocada, Camile ficou em mais completo êxtase e abraçou a robô que riu baixinho.

— A Eve  e o Wall-E encontraram sua caixinha de musica. Eu sabia que em algum momento o presente do seu avô iria aparecer pra você de novo!-disse o capitão sorrindo para ela, que acenava concordando com a cabeça.

Eve lhe entregou a outra chave que havia usado para dar corda na caixinha de musica.

Camille então encaixou ela em seu colar junto da outra chave, e fez um gesto agradecendo por terem encontrado sua caixinha de musica.

A garotinha sorria ao ver o carrossel girando e Wall-e pegou Eve pela mão e começaram a dançar uma pequena valsa romântica.

Dançaram até a musica ficar lenta até parar completamente. 

Camille abraçou os robozinhos, e se despediu quando seus pais apareceram e vieram buscá-la, afim de voltarem para casa.

Eve e Wall-e então decidiram voltar para casa também, mais especificamente no trailer na qual chamavam de lar.

Wall-E encarou o aparelho queimado e soltou um pequeno suspiro robótico de tristeza.

Afinal gostava tanto daquele filme e havia perdido a conta de quantas vezes assistia desde a época em que vivia sozinho na Terra, trabalhando na limpeza, muito antes de conhecer a Eve.

Mas Eve o fez lembrar que ele tinha as canções gravadas em seu sistema e que não devia  sentir-se triste por causa daquilo.

Ele então emitiu o que parecia ser um sorriso com seus olhos mecânicos.

Eve abraçou Wall-E rindo.

Sentiam-se contentes com as amizades, especialmente as novas que haviam conquistado.

E decidiram ir dormir.

Mas antes de se desligarem totalmente, pegaram nas mãos aproximaram as cabeças e um pequeno faísca brilhou.

O beijo de boa noite.

E então adormeceram.

—FIM_


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Notas finais do capítulo

-Espero que tenham gostado.
??”Por favor, deixem seus comentários e recomendações.



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