Juntos por uma Eternidade escrita por CamilaHalfBlood


Capítulo 7
Capitulo 7 – Punição


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez foi rápido né?



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Capitulo 7 – Punição

Pov. Bella

Algumas horas depois tiraram Klaus e eu do lugar onde estávamos presos.

Na primeira instância, me deram água-light para curar minhas feridas, me trataram como qualquer outro soldado que havia lutado, mas não por muito tempo, Klaus se certificou para que isso mudasse.

Antes que eu pudesse dizer algo, Klaus decretou minha traição, lembro-me de sentir um mal estar em meu amago, o medo gelava minha mente.

E nesse momento eu sou uma prisioneira novamente.

Foi levada em bora, não que ele não estivesse certo, mas de alguma forma esperava que talvez ele visse que não havia cometido um crime, mas sim um erro.

A cela em que me colocaram é bem escura, e parecia que não havia sido usada há muito tempo, nunca fazíamos prisioneiros, era uma luta onde era a nossa vida contra a deles, se você perdesse era a morte certa.

Havia uma cama com o lençol branco perfeitamente dobrado e o travesseiro também branco tão liso que nem parecia que era um travesseiro de fato, me sentei no canto do quarto e coloquei minha cabeça entre os joelhos, não merecia conforto de uma cama depois que eu fiz.

Pensei nos Cullens me perguntando como estariam agora, prestei a atenção nos sentimentos de Edward e ele estava bem, pelo menos ele estava bem.

Tentei me agarrar a esse sentimento, mas não conseguia parar de reviver, tudo aquilo parecia gravado em ferro em minha mente.

Rendi-me corrente de fleches que veio em minha mente, primeiro da cidade destruída, as pessoas correndo da morte enquanto o veneno se infiltrava na cidade destruindo tudo em volta, quantos anjos morreram por um erro meu?

Quantas pessoas estão sem seus anjos da guarda desprotegidos? A mercê do Veneno?

Senti ódio de Eric por ter me enganado, ódio de mim mesma por ter confiado em total estranho e não feito o que era certo, um erro infantil e ingênuo.

Quis chorar, gritar, xingar, mas não tinha forças para me levantar, muito menos falar e então me deixei afogar na minha própria culpa.

Quando finalmente abriram a porta eu estava tremendo e arfando no quarto abafado, o guarda segurou meu braço com um aperto de ferro, me levaram até a sala da Redoma, não lutei contra eles nenhuma vez no trajeto, não havia como fugir, e mesmo que eu conseguisse para onde eu iria? Não havia escapatória.

Meu mundo era aquele e se agora não era mais bem vinda, minha vida acabaria junto.

Os sete grandes arcanjos estavam ali sentados em seus tronos, todos olhavam para mim sem nenhuma expressão. Até Klaus estava ali, me olhando como se eu fosse uma estranha e não sua filha.

A constatação de que agora havia menos anjos ali, fez meu estomago embrulhar.

Dessa vez o assento do meio estava ocupado por arcanjo, mais velho que eu já tinha visto, tinha a aparência de ter pelo menos 80 anos, nem os especiais tinham como ter essa idade, percebi que todas da sala estavam esperando ele falar, o arcanjo do meio se inclinou em minha direção com seus olhos azuis transluzidos me analisando, me senti exposta como se ele estivesse vendo por dentro de mim, desviei o olhar incomodada.

— Isabella! Filha do grande arcanjo Klaus e de uma mãe desaparecida! – Disse ele, sua voz é rouca, parecia que ecoava por toda a sala, saindo das paredes e do chão – Você cometeu um crime contra o poder arcanjo e contra a própria Redoma, seus atos precipitados resultaram em um massacre sem precedentes e como nunca visto na história, os Anjos malignos ou como se alto intitulam Veneno pisaram no Paraíso e por um erro seu, o solo sagrado foi tocado pelo mal. Você nega que por um descuido seu o integrante do Veneno trouxe os Anjos malignos para o paraíso?

— Não - Falei, mas pareceu mais um sussurro

— Certo – ele voltou a se acomodar em sua cadeira – Nos te acusamos de traição, ao compactuar com o inimigo com uma punição do mesmo nível, eu te sentencio a morte.

“A morte”— minha boca secou e minha mente se nublou.

— Não! por favor! não façam isso! Eu errei, mas eu não tive a intenção! Por favor, não façam isso, eu imploro! - falei enquanto soluçava, fui em direção aos arcanjos, mas antes mesmo que eu pudesse dar o primeiro passo dois guardas seguram meus braços, senti uma leve picada no pescoço, tentei me soltar, mas eles seguraram mais forte ainda meus braços.

Minhas pálpebras ficaram pesadas e antes que eu caísse na escuridão em um ato desesperado olhei para Klaus, suas feições eram quase como se não me visse, como se não me reconhecesse, o mesmo não falou nada enquanto era levada para fora e derrotada cai na escuridão.

E esse o momento em que eu perdi o controle do meu corpo, preferia que eu tivesse desmaiado de fato, mas isso não me aconteceu, apenas não tinha mais como me mover ou falar, meus olhos não abriam, pareciam que pesavam cinquenta quilos, provavelmente teria caído no chão se os dois guardas não estivessem me segurando.

Senti que me arrastavam por um longo corredor depois entraram em uma sala e me deitaram em um algo macio, escutei dois pares de pés se movendo ritmados e uma porta sendo fechada e depois nada, só o silêncio que perdurou por muito tempo, pelo menos me pareceu muito tempo.

Com pesar eu percebi que...preferia ter morrido na luta, talvez fosse melhor para todos assim.

Bernard e Bree não precisavam pensar em mim como uma sombra de como eu fui em um dia, mas como alguém que lutou até o fim, entretanto ali estava eu, minha morte seria uma mancha para eles, e meu legado totalmente vergonhoso.

Os segundos se arrastavam e os minutos pareciam anos até que escutei a porta sendo a aberta, mas foi tão baixo que eu me perguntei ter escutado de verdade.

Perguntei-me se agora era a hora.

Pensei em Bernard e Bree mais uma vez, querendo vê-los para pelo menos dizer adeus e também me peguei desejando que pudesse ver Edward por uma última vez, andar com ele durante a noite inteira ou até mesmo ir para a escola, qualquer coisa, sendo que pudesse me despedir por uma última vez.

Senti que alguém pegou minha mão, na primeira instancia o pânico me consumiu, mas logo reconheci a mão suave e macia, era Bernard.

Olívio não podia descrever o que eu senti, foi bom sentir que pelo menos uma pessoa ainda estava comigo e que não estava sozinha ali, enquanto espero pela minha morte.

Ou talvez fosse Bernard que havia sido mandado para me matar, sabia que seria um pedido ingrato da minha parte, mas preferia que fosse Bernard do que um estranho.

— Bella...- Sussurrou em minha orelha, sua voz estava entrecortada e rouca como se tivesse chorado, Bernard nunca chorava – Eu sei que está escutando, então quero que preste muita atenção no que vou dizer agora, okay? – sua voz falhou por uns instantes como se não quisesse a continuar a falar – Eu esperava que isso nunca fosse acontecer ou pelo menos que tivesse mais tempo, minha doce criança - sua mão foi até o meu cabelo, pousando ali e afagando – Fiz com que mudassem de ideia Bella, eles vão te banir para a terra, não tenha medo, vai ficar tudo bem, mas não use seus poderes na terra Bella, não a menos que seja muito necessário, isso vai prevenir que o veneno não te encontre por um tempo

Eu não sabia se era aquilo que eu queria realmente.

A terra era uma forma para viver, mas mesmo assim... minha vida não era aquela, nunca devia ser, me perguntei se era dessa forma que os especiais se sentiam, aquela incerteza.

Mas se Elisabeth havia o feito e conseguido, eu tinha que conseguir aquilo também.

"Quando você acordar você, já estará lá, encontre Charlie Swan, ele vai te ajudar, é um velho amigo meu."  - Bernard estava segurando o choro, tinha certeza, sua voz estava tão alterada que me perguntei se ele já não estava chorando – “Eu sei que você vai conseguir, seja esperta e corajosa como você sempre foi”

"Bella esse pode ser a última vez em que nós vemos por muito tempo, quero que saiba minha criança que sempre será minha filha, e... me desculpa por tudo, eu era tolo, queria ter tempo para te contar, mas esse não é nem o lugar nem o melhor momento, agora durma, minha criança" — Ele sussurrou – “Vou fazer a dor passar para você agora”

Senti Bernard abaixando, até minha orelha e começou a recitar, quase em um sussurro, em uma língua que eu não conhecia.

Mas a musica em si eu conhecia, fazia anos, a primeira vez foi quando havia sido castigada tão duramente que nem ao menos me levantar direito conseguia, foi a primeira vez que nós vimos também, ele levou embora a dor.

A segunda... foi quando Elisabeth foi embora.

Todas quando era muito pequena demais para decorar a letra, até agora.

A Paz foi tomando conta de mim enquanto cada letra e cada melodia ai se encaixando em mim, sua voz ficando cada vez mais longe, e mais longe como se eu tivesse mergulhando em um mar de escuridão e em algum momento cai em um sono profundo, sem dor, sem veneno, sem punições, em uma sono de paz que não tinha a muito tempo.

Fim do capitulo 7.


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Notas finais do capítulo

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