Juntos por uma Eternidade escrita por CamilaHalfBlood


Capítulo 21
Capítulo 21 – Efêmero


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora ;-;



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Capítulo 21 – Efêmero.

A escola estava pior.

Eu pretendia ficar o mais distante possível dos humanos que eu podia, agora com sede tão forte, eu ainda não tinha certeza se conseguiria aguentar tanto tempo, entretanto alguma hora teria que voltar para o Colégio Forks High.

De uma forma ou de outra.

Mas quando cheguei naquele dia com a minha caminhonete, o estardalhaço foi pior do que o primeiro dia.

Tyler foi o primeiro a fazer algo. Começou a me seguir durante as 2 primeiras aulas, mostrando o quão arrependido estava por ter quase me matado.

Sem contar das pessoas que queriam saber do que tinha acorrido no acidente.

O fato era que o minha quase morte parecia algo bem distante para mim.

Porém, para os humanos, aquela notícia ainda era a mais comentada.

Depois disso foi Jéssica, que além do acidente, estava ainda mais interessada na forma em que os Cullens estavam aproximando de mim, o que era ainda pior.

Quando a quarta aula terminou sai da aula sem esperar acabar. Fui em direção ao refeitório, e ouvi sua voz me chamando entretanto apenas me fez andar mais rápido.

Olhei para os Cullens de relance assim que entrei no lugar. Edward estava novamente se sentando com sua família, o que devia significar que ainda devia estar irritado pela briga que tivemos no dia anterior.

Peguei meu almoço e estava indo em direção a minha mesa quando Alice me parou no meio do caminho.

— Vamos Bella, venha se sentar conosco. – exclamou ela, sorrindo.

— Tem certeza Alice? – perguntei mordendo os lábios.

— Claro que tenho – ela sorriu para mim, aliviando meu nervosismo – Você vem?

Assenti e me deixei ser levada por ela, enquanto passava via toda a atenção que estava sendo voltada para mim e os cochichos e apenas piorou quando cheguei mesa dos Cullens.

Até para mim era uma situação estranha, bizarra até mais que quando conversava com eles.

— Oi.. – me encolhi um pouco, incomodada com tamanha atenção, já que todos da mesa me olhavam.

— Parem de olhá-la assim. – brigou Alice se sentando enquanto  – dessa forma ela nunca mais senta com a gente.

— Está tudo bem, Alice. – sorri – Eu tenho que me acostumar com isso de qualquer forma.

— Com o que, Bella? – perguntou Edward e estranhamente sua voz me fez perder um batimento.

Ele não parecia irritado – percebi com felicidade, talvez tivesse entendido o que eu queria dizer e tivesse desistido ou estava simplesmente ignorando o que havia acontecido pelos seus irmãos.

Esperava que a primeira opção estivesse certa.

Percebi tarde demais que ainda estava o encarando então virei o rosto envergonhada.

— De não ser invisível – expliquei – É um tanto... Diferente.

Ouvi a risada ruidosa de Emmet.

— Já devia estar acostumada com a atenção, Belinha. – disse ele, se divertindo – Todos só falavam de você. Não temos muitos alunos novos em Forks.

— Emmet – ralhou Rosalie – Não seja tão bruto.

— Não, tudo bem. É verdade. – eu ri – Acho que apenas estou sendo boba.

Olhei para eles, todos pareciam estar se divertindo com minha presença e sentir a felicidade vindo de Edward apenas confirmava isso. Quando meus olhos caíam em Jasper, no entanto, vi a sede que o corroía.

Voltei olhar para as minhas mãos, me concentrando, enquanto os ventos se mexiam a minha vontade, tomando cuidado com meu cheiro também, já que não sabia se meu sangue também era apelativo para os outros Cullens.

Infelizmente fazer isso agora era ainda mais cansativo do que quando não era Vampira.

— O que você fez? – perguntou Jasper.

Pisquei surpresa já que normalmente nenhum deles percebia o que eu fazia, era boa em disfarçar quando mudava a trajetória dos ventos, entretanto sabia que era por isso que a discrição era essencial, uma vez que sabia da existência ficava mais facil ver os sinais.

— Me desculpe. – sorri sem graça – Eu só queria ajudar, posso parar se quiser.

— Não. – disse ele rápido – Eu só... Fiquei surpreso.

— O quão forte é você, Bella? – perguntou Emmet se inclinando na mesa em tom desafio.

— Muito mais forte do que você imagina. – falei no mesmo tom.

— Que tal uma briga? – perguntou ele e no mesmo momento ouvi o rosnado vindo de Edward após sua proposta.

— Melhor em outra hora. – falei, desistindo e voltando a minha posição normal.

Mas na verdade eu não sabia se tinha coragem de machucá-lo, mesmo sendo na esportiva.

— O que você pode fazer Bella? – perguntou me Edward.

O olhei e ele tinha um olhar curioso para mim. Senti suas emoções me atingirem e sorri inconsistentemente.

Ele estava feliz.

Empurrei novamente tudo para longe de mim, sentindo envergonhada por tê-lo feito.

— Muitas coisas. – falei sentindo meu rosto corar.

— Qual é Bella..  fala para gente? – disse Alice grudando em meu braço

— Acho que Edward não ficará tão confortável as eu falar – sussurrei.

— Eu? – perguntou ele surpreso.

Novamente senti a curiosidade vir de Edward pela nossa ligação, escapando entre as frestas do muro que eu tentava utilizar para mantê-lo longe.

— O que você anda fazendo com Edward, Bella? – perguntou ele maliciosamente.

Senti minha face pegar fogo, sabendo que seja lá que Emmet estava pensando não era algo decente.

— N-não é nada disso – falei gaguejando o que fez apenas rirem mais da situação.

De repente eu tinha plena noção que Edward estava ao meu lado, no modo como nossos braços se tocavam, senti meu rosto queimar ainda mais se possível.

— É a primeira vez que frequenta a escola Bella? – perguntou Alice mudando de assunto tão drásticamente quanto pode.

Franzi a testa em confusão, mas aceitei de bom grado a mudança.

— De certa forma.– pigarreei – Nunca foi aluna, mas já tinha vindo nas aulas.

— Aqui não é um bom lugar para começar. – queixou-se Rosalie – Eles se conhecem desde que nasceram, vir estudar aqui é como pular em um mar de tubarões.

— Só que a gente que acabaria com os tubarões. – disse Emmet.

— Alaska era pior. – Jasper fez uma careta – Era ainda menor e dividiam a gente entre duas escolas.

— Gostava da Inglaterra. – comentei – Por que nunca mais quiseram voltar para lá?

Percebi um segundo depois o que havia feito, não era minha intenção agir daquela forma, eu não estava incluída nessas memorias e mesmo

Sabia que podia ser um tanto desconfortável.

— Fica muito perto dos Volturi. – Respondeu Alice sorrindo como se nem ao menos tivesse notado o que eu havia feito – Eu pedi para não voltarmos lá.

— Mas seria ótimo ir para lá de novo. – disse Rosalie, sonhadora – Faz muito tempo realmente.

— A caça era ótima também. – disse Emmet concordando.

— Por que gosta tanto de lá? – perguntou Edward, tirando minha atenção da conversa.

— Foi lá que meu pai conheceu minha mãe. – sussurrei para ele deixando que o resto dos Cullens continuasse a conversa entre si - Não sei muito sobre minha mãe então sempre considerei que ela viveu lá.

— Então não era mentira a parte de que você veio de lá – ele sorriu, lembrando da minha história humana.

— Foi lá onde eu nasci – sorri – Só não sei exatamente onde, Klaus nunca me falou a cidade.

— O que aconteceu com eles?

— Não aconteceu nada. Anjos não tem esses tipos de relações Edward, é algo mais momentâneo. Meus pais não se amavam, não foi culpa de nenhum dos dois.

— Alguma hora eles deviam gostar um do outro.

— Não – balancei a cabeça negando – Se isso fosse verdade, Klaus não seria mais um anjo e eu não teria nascido.

Depois de tanto falar, sentia minha garganta seca, então me inclinei e peguei a Coca-cola de Edward.

Percebi que Edward havia voltado sua concentração para seus pensamentos, o que fez institivamente prestar atenção em nossa ligação.

Recuei quando percebi o que ele sentia.

— Edward? – chamei – Está tudo bem?

Ele olhou para mim, analisando por um segundo antes de responder.

— Não é nada. – disse desviando o olhar.

Teria insistido se estivéssemos sozinhos, mas o fato dos irmãos dele estarem ali me fez ficar quieta.

Me levantei da mesa, me despedindo de todos, menos de Edward já que tínhamos a mesma aula agora.

Fomos para a sala lado a lado, entretanto Edward não estava prestando atenção de fato, estava preso em seus pensamentos, e o fato não mudou quando sentamos em nossa mesa.

Peguei em sua mão sem perceber que o estava fazendo, era um ato normal de conforto para mim, tão natural que o fazia sem pensar.

— Edward, você está mesmo bem? – perguntei o olhando nos olhos.

Ele desceu seu olhar para nossas mãos unidas e voltou a me olhar, pensei em tirar a mão dali, mas invés disso apertei mais forte entrelaçando nossos dedos.

Querendo que ele entendesse que eu estava ali por ele.

— Você já pensou em ter uma vida aqui antes Bella? – sua pergunta me pegou desprevenida, tive que tirar um minuto para pensar.

— Não, eu gostava do que eu fazia, mas eu me sentia sozinha as vezes. – abaixei meu olhar – aqui eu me sinto mais feliz eu acho, mas sinto saudade de como era lá, de meu pai e de Bree.

— Tudo bem. – ele disse soltando minha mão e virando para frente senti a dor dele piorar, meus olhos encheram de lagrimas sem que nem mesmo eu estivesse mal, ele estava pior do que esteve em sua existência inteira.

O professor entrou logo após, impedindo-me de falar mais alguma coisa para ele. Não consegui prestar atenção na aula, olhava para Edward de relance com preocupação, mas ele me ignorou completamente.

Quando finalmente o sinal tocou, ele saiu antes mesmo de eu pudesse dizer algo.

A dor ainda estava lá.

Sai da sala um tanto aturdida, sem entender o que havia acontecido para que ele estivesse assim.

Era educação física agora, eu grunhi enquanto me dirigia para o ginásio.

Era engraçado o fato de que agora era incrívelmente fácil me locomover pela escola.

Mike veio em minha direção assim que me viu passar pela porta.

— Bella – disse ele animado quando chegou até mim – Ia te esperar na sala de Biologia, mas você estava com o Cullen.

Ver Mike me lembrou do meu trabalho, não tinha pensado muito nele nesses dias, as possibilidades de uma vida humana estavam cada dia mais distantes para mim.

Eu não tinha ido no dia que fui a La Push, e depois de tudo o que tinha acontecido não sabia se estava em condições para tal #

— Mike – mordi o labio – Precisava falar com você.

Ele sorriu largamente se aproximando de mim, o que me fez franzir a testa confusa.

— O que foi?

— Causei problemas por não ter ido trabalhar ontem? – perguntei vendo seu sorriso se perder aos poucos.

— Eu cobri você, minha mãe sabia que você ainda estava um pouco abalada por causa do acidente

— Certo...

Era uma desculpa razoável, queria dizer que ainda poderia voltar.

Entretanto não sabia se isso era o que eu queria de fato.

Sabia que não podia depender do dinheiro dos Cullens para sempre e nem queria aquilo, entretanto tinha prioridades agora.

Ainda mais agora.

— Sua mãe estará na loja hoje?

— Não – disse ele estranhando a minha pergunta – Só amanhã.

Me senti aliviada por poder adiar o que teria que fazer, mesmo que por um dia.

— Obrigada Mike.

— Bella espera, na verdade eu queria falar com você também – disse ele segurando minha mão nervosamente – Quer ir ao baile comigo?

— Um baile?

— É vai acontecer no meio do próximo mês – explicou ele - É o baile de inverno.

Não me lembrava de ninguém ter mencionado a chegada de um baile, mas fazia algum tempo que não prestava atenção no que os humanos estavam falando.

Eu estava prestes a negar quando Alice apareceu ao meu lado sorrindo docemente

— Vamos, Bella. – disse Alice pegando minha mão – Quero que você seja minha parceira.

— Bella! Você não me respondeu. – chamou-me Mike segurando mais forte a minha mão e impedindo que Alice me tirasse dali.

Naquele momento percebi que para algum telespectador aquilo parecia mais uma briga de cabo de guerra onde eu era a corda.

— Estou me intrometendo em algo? – perguntou Alice alternando o olhar entre eu e Mike

— Estávamos falando do Baile. – falei esperando que ela entendesse o meu pedido de ajuda.

Ela olhou para Mike, vi ele recuar e soltar a minha mão quando percebeu que estava sendo observado por ela.

— Sim estava pensando em falar com você. – Alice disse com seus olhos brilhando de animação – Temos que comprar nossa roupa, sabe como Edward e Jasper enrolam, se dependermos deles deixariam para um dia antes do baile!

— Sim? – respondi sem entender

— Então eu e Rosalie estávamos pensando em ir no próximo final de semana, você vem junto?

— Podia ter me dito que já tinha acompanhante. – interrompeu Mike seu sorriso se tornou forçado – Bom baile para você e o Cullen.

— Por que disse isso? – perguntei para ela assim que ele saiu

— Você não quer ir ao baile?

— Não pretendia. – suspirei

— Qual é, você já foi em um antes? – insistiu.

— Não..

— Exatamente. Vai ser divertido, confie em mim.

Parei um instante para pensar, percebendo então que eu queria essa experiência, nunca tinha ido a um baile de verdade, mas a esperança de Mike era tanta que eu não poderia ir se fosse deixa-lo triste, mas ir com Edward... Senti meu rosto se aquecer perante aquela possibilidade, sabia que Mike havia me convidado com outras intenções, mas se eu convidasse Edward não seria a mesma coisa certo?

Éramos amigos afinal.

— Quero. – falei por fim – Vou convidá-lo formalmente... não diga nada okay? Não quero que ele se sinta na obrigação de ir comigo por causa de Mike

— Claro, Bella. – disse ela sorrindo – Agora o que acha de dormir lá em casa hoje?

— Por que? – perguntei confusa – Vocês não dormem e muito menos eu.

— Você dormia antes... – disse ela franzindo as sobrancelhas.

— Sou mais vampira agora. - lembrei-lhe.

— Ainda melhor – ela sorriu – Passar tanto tempo sozinha faz tudo ficar pior, vamos por favor.

“Como falar não?” – pensei comigo mesma sorrindo.

— Tudo bem – cedi – Mas preciso passar em casa antes para pegar roupas.

— Não precisa levar muitas . – disse ela fazendo uma careta – Eu quero te vestir do meu jeito.

— Acho que você me pegou, então. – brinquei – Tudo bem Alice.

A atividade de hoje era vôlei, o que era engraçado já que nós duas não podíamos utilizar todo o nosso potencial, o que se tornou uma brincadeira a partir de um ponto, cada uma tentando ser mais humana que a outra.

Saímos da aula rindo, enquanto ela me chamava de trapaceira por ter fingido uma queda ao errar um passe de propósito.

— Vai querer uma carona? – perguntou ela quando saímos da escola.

— Eu estou com a caminhonete. – falei

— Mas ela é muito lenta. – reclamou – Se fosse um Edward chegaria mais rápido em nossa casa.

Olhei para ele. A dor latejava dentro de mim, parecia tão triste com a cabeça baixa apenas seguindo seus irmãos, sem entrar na conversa que ocorria a sua frente.

Mordi os lábios, talvez se eu falasse com ele podia fazer aquele sorriso voltar.

— Tudo bem.

Esperei Alice ditar as regras, nenhum deles voltou a falar comigo, parecia que estava sentindo minha tensão.

Mesmo que agora não tivesse minha determinação para tal.

Sem uma determinação, aquilo não deveria importar tanto, mas ainda importava tanto quando outrora.

— Vamos, Bella. – disse Edward sem me olhar entrando no carro.

Me despedi do restante dos Cullens que iriam no BMW de Rosalie e entrei no passageiro do carro de Edward.

Em segundos a passagem parecia um borrão a minha volta, mas não prestei atenção nisso, só conseguia olhar para ele.

— Edward – Chamei, mordi os lábios sem saber como continuar – Aceita ir ao baile comigo?

— Hã? – perguntou Edward parecendo incrédulo.

— E-eu... Não precisa aceitar se não quiser – falei embolada – Quer dizer é só uma ideia, mas...

— Eu aceito. – disse ele me interrompendo.

Então ele sorriu, tão lindamente que me fez perder os sentidos por um segundo, sua dor amenizou, me fazendo suspirar de alívio.

Não percebi que estava o encarando ainda até que ele parou de olhar a estrada e me olhou também, senti minhas faces queimarem e desviei o olhar, já estávamos em frente a casa de Charlie.

— Você vai entrar? – perguntei esperançosa.

Sorri quando ele assentiu já saindo do carro, o segui, abrindo a porta da casa.

— Vem. – chamei subindo as escadas – Tenho que pegar algumas coisas no meu quarto.

— O que Charlie é seu? – ele perguntou ao entrar se sentando na cadeira de balanço parecendo muito confortável.

— Amigo de meu pai. – falei – Quando eu fui cair, Bernard me disse para procurá-lo e ele me acolheu.

— Ele foi legal de ter feito tudo isso por você. – ele disse olhando em volta.

— Não sei o que aconteceria comigo se ele não tivesse o feito. – concordei.

Peguei uma bolsa enquanto colocava as coisas que precisava para ir para a casa dos Cullens.

— Como era sua antiga casa?

— Eu tive duas, vivi parte da minha infância com meu pai biológico no complexo que ele morava, depois vivi com Bernard em sua casa – respondi - eu tive sorte com isso, a maioria dos anjos não tem algum lugar como uma casa

— Por quê?

— Nosso espaço é limitado, e a maioria dos nossos ficam o maior tempo na terra de qualquer forma.

— E como vocês... Se vestem e comem?

— Não precisamos de comida além de Água-light, que a redoma nos abastece regularmente, e para as roupas... Nós simplesmente pegamos.

Não era uma pratica que eu gostava, mas não tinha outra forma de vivermos, precisávamos de pelo menos roupas

Quando o olhei percebi que ele estava me olhando com as sobrancelhas arqueadas.

— Você está pensando em nós como os humanos pensam – eu ri – Você dorme em um caixão também?

— Certo – ele rolou os olhos – Como era?

— O que?

— Seu quarto, sua casa..

— Era uma casa comum, Edward. – eu ri.

— Me descreva?

— Bom... Tinha uma cama, alguns quadros meus que eu pintei...

— Você desenha? – ele me perguntou, surpreso.

— Faz anos que eu não o faço, era uma boa distração quando estava no treinamento, mas como protetora não sobrava muito tempo para eu ficar concentrada em algo assim.

— Mas você ainda gosta.

— Gosto – dei de ombros - A ideia de eternizar um momento me agrada.

— Eu gostaria de ver um de seus quadros um dia.

— Aqueles provavelmente nunca mais vou vê-los, mas posso fazer outros.

— Isso é verdade? – perguntou ele, voltei meu olhar para o mesmo sem entender sua pergunta - Nunca mais?

Desviei o olhar percebendo o que havia falado.

Se eu não voltaria a ver minha antiga casa também significava q nunca mais veria Bernard ou Bree e eu havia falado aquilo como se não importasse.

Não consegui responder e Edward não voltou a perguntar sobre, o que eu agradeci silenciosamente.

Terminei de pegar as coisas para o dia e saímos de casa a viagem passou rápido até sua casa, percebi que o tempo estava pior do que o normal, as nuvens estavam mais carregadas do que o normal para Forks.

Parecia que uma tempestade estava chegando a Forks.

— Isso é estranho – falei quando vi a entrada para a casa – Estou nervosa.

— Eles não vão te machucar – ele disse, me fazendo rolar os olhos, me deixando irritada pelo fato de o mesmo sempre achar que sua espécie era monstros

— Eles não me conhecem tão bem assim – expliquei – Antes eu meio que apareci lá, não estava sendo exatamente convidada, não é a mesma coisa.

— Eles já adoram você. – ele riu – Os conquistou mais rápido do que eu achei que tivesse como.

— Você não tem como saber disso.

— Eu leio mentes. - lembrou-me, saindo do carro ao estacionar.

— Exibido. – sussurrei vendo rir quando abria a porta para mim

— Pronta? – ele perguntou

Assenti mesmo que não estivesse de fato, ele sutilmente pegou em minha mão enquanto me guiava para a sua casa.

— Mãe, chegamos. – disse Edward colocando sua mochila no sofá, ele estendeu a mão para mim pegando entreguei a minha para o mesmo.

— Olá queridos. Como foi a aula? – disse Esme aparecendo na sala.

— A mesma chatice de sempre. – disse Edward dando de ombros

— Está com fome Bella? – perguntou ela para mim

— Estou bem Esme. – garanti

— Nós abastecemos a geladeira para você. – ela sorriu – Quando quiser algo, não hesite em pedir.

— Obrigada.

— Edward por que não mostra a casa para a Bella? – disse Esme.

“Mas eu já conheço”— pensei Frangindo o cenho, mas o fato já que não queria ser indelicada então permaneci calada.

— Certo. – disse ele antes me puxar escada acima, os corredores já costumeiros para mim me foram apresentados novamente, onde cada quarto ficava enquanto Edward acrescentava algumas histórias da sua família durante o ano.

— E esse é o meu quarto. – disse Edward entrando.

Eu sorri divertida enquanto entrava, estava tudo igual, sua coleção de livros e CDs ainda na mesma ordem, mas havia uma perspectivel mudança, já que antes onde havia apenas um sofá preto, tinha uma cama.

Me sentei na mesma frangindo a testa para ele.

— Isso é novo. – falei, ele pareceu entrar em pânico com a minha constatação, já que desviou o olhar de mim e passou a olhar seus livros – Por que está tão nervoso com isso?

— Odeio que você possa me ler tão bem. – disse ele fingindo raiva – Você é totalmente fechada para mim, sempre me pega de surpresa.

— É pratica. – falei divertida – Mas para o seu saber não sou tão difícil de ler, você que é lerdo mesmo.

Ele virou no mesmo momento para mim, surpreso com a minha afirmação, veio em minha direção com um olhar penetrante fazendo-me arrepiar.

— Eu? Lerdo? – sussurrou ele – Acho que está na hora de você começar a temer os vampiros.

Bufei pronta para contradize-lo, mas no mesmo momento senti suas mãos em mim, fiquei sem ar quando não conseguir parar de rir, ouvi sua risada também.

— Des..culpa – falei entra arfadas – Você venceu.

Ele finalmente me largou, estávamos muito perto um do outro, nossas respirações se misturam e suas mãos ainda estavam em mim.

— Então para que a cama? Achava que você não quisesse ter uma – perguntei mais uma vez.

— Era para você vai dormir aqui essa noite. – ele disse fazendo-me corar – Foi colocada ai ontem a noite.

— Mas eu não durmo. - falei

— Nós não sabíamos disso. – ele deu de ombros – Talvez eu coloque o sofá de volta, estou pensando ainda.

— Acho que devia ficar, é mais confortável. - falei

— Pode ser.

Sorri para ele em um pedido mudo de agradecimento, eu me levantei, mais fugindo da proximidade que estávamos do de fato para ir a algum lugar.

Olhei para sua estante procurando algo para focar minha consentracao, apertei no play do toca Cd e Clair de La Lune preencheu o quarto, sorri com a contratação de que Edward

— Bernard tinha uma disco de vinil antigo, ele não colocava muito, só nos dias chuvosos – falei quando a lembrança me atingiu.

— Por que?

— Eu tinha medo das tempestades – confessei – Eu era uma criança muito assustada, para falar a verdade.

— Forks deve ser difícil para você, então. – brincou ele.

— Era – sorri – Mas eu me acostumei.

— Eu tinha medo do escuro. – falou ele – Lembro de algo assim, meu pai não sabia mas minha mãe costumava deixar uma vela para mim.

— Eu não sabia disso.

— Acho que você devia saber que eu não sei dançar – comentei, lembrando do baile - Mas acho que é tarde, já que aceitou o meu convite.

— Acho que posso correr o risco.

Ele se levantou se aproximando de mim, seu sorriso sumiu e seu olhar se fixou no meu, senti algo diferente vir pela nossa ligação, algo que nunca tinha percebido antes e que não sabia catoalogar.

— O que está fazendo? – perguntei sentindo meu rosto corar

— Te ensinando a dançar – ele sorriu – Posso?

Assenti, já que nesse momento não confiava em minhas habilidades.

Senti meus batimentos acelerarem com sua proximidade, me fazendo sentir ainda mais vergonha, já que sabia que ele podia escutar isso.

Ele colocou sua mão em minha cintura enquanto a outra segurava a minha mão, me induzindo a uma valsa calma, seus olhos faziam pressão em mim, estávamos tão perto um do outro, coloquei minha cabeça em seu ombro fugindo de seu olhar já que se ficasse daquela forma por muito tempo achava que poderia desmaiar.

“O que está acontecendo comigo?”— perguntei a mim mesma.

— Bella – sussurrou ele no meu ouvido – Pode me contar aquilo dos seus poderes?

— Tem certeza? – perguntei, não tinha visto nenhum outro Cullen na casa, entretanto não queria dizer que não estavam lá.

— Acho que estamos seguros, só Esme está na casa – disse ele, mas ao ver meu olhar curioso ele continuou - Emmet e Jasper foram caçar e Alice e Rosalie foram pegar algumas roupas para você na cidade vizinha...

— Qual cidade? – O cortei.

— Port Angeles – respondeu – Vamos ficar longe de Seattle. Pelo menos eles vão.

Ignorei sua última contação, tínhamos chegado a um consenso silencioso se ignorar a questão Seattle e não seria eu que voltaria nesse tópico.

— Uma ligação de protegidos é muito forte – comecei - é quase uma extensão da pessoa e do anjo por isso eu não posso proteger seus irmãos da mesma forma que você, por que temos isso entende?

— Na verdade, não. – disse ele com a testa franzida.

— Imagina que você está com sede, enquanto você quiser não ter a sede, eu posso dividi-la comigo – tentei novamente – Mas com Jasper o máximo que eu posso fazer é não deixar os ventos do local faça que o cheiro do sangue não vá até ele.

— Mas tudo depende da sua escolha – acrescentei rapidamente – Eu nunca faria algo que você não quisesse.

“Existem 2 tipos de ligações, normalmente apenas uma se desenvolve, física ou psicológica, elas ajudam para entendermos como devemos agir, o que o protegido precisa”

— O que cada uma faz? – perguntou ele.

— A física é o poder de sentir as emoções e a psicológica é ver os pensamentos – falei senti ele se enrijecer em nossa dança, me afastei um pouco o olhando – nós tínhamos uma física, mas eu comecei a conseguir utilizar a psicológica depois de algumas décadas se me concentrasse muito.

— Ela ainda existe? – perguntou ele sem me olhar, nossa dança já nem aí menos existia mais, e a música parecia apenas um eco distante.

— Sim – mordi o lábio – Eu tento bloqueá-la o máximo que eu posso, mas as vezes é muito forte para eu conseguir desligar, não estou no meu melhor momento...

— É por isso que você me chamou para o baile? – perguntou ele, sua voz transparecendo a tristeza que ele sentia, meu interior latejou quando senti aquela mesma dor voltar – por pena?

— Não Edward, do que está falando? – perguntei confusa – Eu não sei o porquê você está triste assim, eu apenas o chamei por que quero ir com você!

— Como você pode sentir minhas emoções e não ter percebido? – disse tão intensamente que me fez calar - Estou apaixonado por você, Bella.

Aquelas palavras foram um balde de água fria em minha mente. Pisquei assustada, enquanto tentava processar o que ele havia dito.

Edward apaixonado... por mim?

Dei um passo para trás, sentindo meu estomago gelar com suas palavras. Minha boca secou.

Tinha verdade em suas palavras. A forma como ele me olhava com esperança por uma resposta mostrava isso, mas naquele momento eu não vi nada daquilo, apenas como aquilo não podia ser verdade.

Edward não podia sentir aquilo por mim.

— Não.. você deve estar enganado. – falei, sem pensar. Os olhos de Edward se escureceram e ele se afastou um pouco, evitando meu olhar.

— Alice está chegando. - disse ele, saindo do quarto.

A dor me pegou tão surpresa que eu cambaleei e cai de joelhos no chão, lagrimas começaram a cair.

— Edward – solucei.

Se os sentimentos fossem idênticos demais, facilmente se misturavam, e nesse momento quando a dor dele e a minha eram praticamente idênticas, não era possível ver quando era você e o que não era.

Tudo virava uma bola de neve.

Antes eu era boa em controlar meus sentimentos, mantinha tudo longe de mim para o bem de Edward e para o meu.

— Bella – sussurrou Alice se ajoelhando ao meu lado, sua voz saindo triste – Fique calma.

Empurrei os sentimentos de Edward para longe de mim sentindo gosto do sangue preencher minha boca com a força que o tinha feito.

— Estou bem – sussurrei.

Tentei me levantar, entretanto senti o quarto rodar, entretanto Alice me segurou antes que perdesse totalmente o equilíbrio, ajudando-me a sentar na cama.

— O que eu fiz Alice? – fechei minhas mãos em punhos – Como pude fazer isso?

— Você não sente nada mesmo por meu irmão? – perguntou ela.

— Eu não sei Alice – Suspirei – Eu sempre tive grandes sentimentos por ele, mas não sei se é dessa forma. Quer dizer, agora está tudo tão estranho, mas antes eu não sentia isso por ele

— Tem certeza? – não consegui responder - Você sabe que Jasper pode sentir as suas emoções, certo?

Na verdade eu não sabia, tinha uma noção que talvez não estivesse conseguindo bloquear todos os poderes Cullens, mas o poder de Jasper nunca me pareceu um problema real para ter que bloqueá-lo, então apenas acenei afirmativamente.

— Ele me disse que você sempre sentiu isso, Bella. – continuou ela - Que no primeiro dia de aula, seus sentimentos por Edward eram tão intensos que se podia sentir mesmo em uma sala cheia de pessoas. Ele só não consegue distingui-los direito.

— Não sei o que isso significa..

— Vamos por partes, certo? – disse Alice, e eu apenas assenti – Como funciona para os anjos?

— Quando um anjo se apaixona tudo passa a virar em volta dessa pessoa, como uma gravidade em volta dela puxando ela para você, e você se torna o que a pessoa precisa que você seja – recitei Bernard -  É como se fosse paixão a primeira vista só que muito mais forte.

— Um imprinting?

— O que?

— Os lobos também funcionam assim. – disse ela perplexa – Eu não sei muito do assunto, Edward sabe mais já que pode ler as mentes deles, eu nunca me interessei muito.

Lá estava, mais uma singularidade, mais uma semelhança inexplicável entre as duas raças.

— Mas talvez seja isso, Bella. – disse ela tirando-me dos meus pensamentos - Edward podia querer mesmo que indiretamente você como guardiã dele

— Ele já quis um relacionamento. – minha voz saindo por um fio – E mesmo assim eu não senti nada...

Lembrei-me dessa época, lembro-me de me sentir Feliz com a possibilidade de Edward encontrar alguém, eu queria que Edward fosse feliz e seus momentos de solidão eram o que mais me preocupavam.

Alguem que sentia algo desse jeito por outra devia pensar dessa forma?

Nunca tinha pensado em cair. Foram mais de 100 anos ao seu lado e nem por um segundo me passou essa possibilidade. Minha permanência no paraíso era algo sólido para mim, até não darem outra opção.

Era tempo demais para que nada tivesse acontecido. Eu só conseguia pensar que era por que não era mais anjo, eu não queria o enganar, não podia fazer isso, entretanto eu sabia.

Nada estava igual desde de que eu viera para a terra.

E a cada vez as coisas pareciam piores agora que a Água-Light estava tão longe de mim, meus batimentos não disparavam quando eu segurava sua mão antes. Era apenas uma sensação boa, nada vinha disso.

E nunca sentira a forma como eu queria ficar perto dele, passara a ser mais do que apenas a proteção dele, não era mais isso. Mas agora, enquanto pensava nisso, eu tinha medo do que podia ser.

Eu vinha ignorando todas essas coisas, por que Edward e eu não poderíamos ficar juntos e eu nem deveria pensar naquilo. Muito menos me sentir daquela forma.

E teria ignorado pelo todo o tempo que me sobrava, ou o faria até ele me fazer prestar atenção.

— Tania. – disse, enquanto o entendimento a atingia.

— Não quero machucá-lo. – fechei minhas mãos em punhos odiando a mim mesma – E se eu der uma chance para isso e depois.... Não teria escolha Alice, seria automático.

Não falei para Alice do motivo principal, por que acima de tudo, se eu desse essa chance para isso e depois eu tivesse que ir embora?

Eu podia estar disposta a dar essa chance para a minha vida na terra, mas sabia o quanto ela era quebradiça. Não poderia colocar ninguém em algo tão incerto assim.

— Não devia ter vindo. – falei, por fim.

— Acho que isso ia acontecer de uma forma ou de outra. – ela disse.

— Você sabia?

— Eu vi isso acontecer de muitas maneiras. – ela suspirou - Nenhuma vocês dois saem bem. Talvez essa tenha sido até a melhor forma.

— O que mais você viu?

— Bella... – ela desviou o olhar - As vezes saber não é a melhor opção.

— Por favor Alice..

— Algumas vezes você sai de Forks. Em algumas Edward sai. – sua voz saiu em um sussurro - Em todas elas vocês se afastam.

Fechei os olhos enquanto processava suas palavras.

Minha escolha de me aproximar de Edward levava a isso de qualquer forma. Não havia caminho onde tudo ficasse bem, e muito menos de adiar ou simplesmente ignorar.

Aquilo era sólido para Edward, e eu simplesmente me desfiz do que ele sentia.

— As vezes eu queria mudar algumas coisas – continuou ela - ...mas nem tudo pode ser prevenido. Desculpe por ter feito isso. Não devia ter me intrometido.

Eu assenti. Um pouco sentida, porém, conseguia entender seus motivos.

— Você está brava comigo? – sussurrou ela

— Não. Sei que você não faria se não precisasse. – falei por fim

— Obrigada! – ela sorriu, puxando-me para um abraço.

— Está tudo bem.. – falei - Mas Alice, por favor. Não conte isso para Edward. Ele já está passando por muita coisa.

— Será um segredo nosso. – ela sorriu enquanto se levantava me puxando com ela - Agora está na hora de você se arrumar.

— O que?

— Eu chamei você para cá para se divertir também, sabe. – ela deu um sorriso de leve – Então, vamos?

— Alice – desviei o olhar – Acho que agora não é a melhor hora...

— Bella...

— Não. – me levantei - Eu só quero ficar sozinha agora.

— Tudo bem... – ela sussurrou.

Logo depois disso, saí correndo da casa dos Cullens. Corri até sentir o cansaço me abater, sem ligar para a distância que estava percorrendo ou como poderia me expor para algum humano.

Naquele momento, nada importava. Apenas a dor de tê-lo machucado.

Percebi um minuto depois que estava sendo seguida. Estava tão presa em meus pensamentos que não tinha percebido o som dos passos atrás de mim.

Me virei para onde o som vinham, alarmada, mas o cheiro que eu senti me fez abaixar a guarda.

— Sou eu – Disse Rosalie, saindo da mata densa. - Sabia que é muito difícil ver por onde você vai? Seu cheiro te camufla muito bem.

Ela sorriu, se lançando para cima enquanto se sentava em um galho da árvore. Ela me olhou, esperando que eu a seguisse. Franzi a testa confusa, mas corri logo atrás.

— Ficar aqui se amargurando não vai mudar nada. – disse ela

— Por que está aqui?

— Eu ouvi o que você e a Alice estavam falando. – ela deu de ombros.

— E.. ?

— E nada. Só que eu não gostaria de ficar sozinha no seu lugar. – disse ela.

Desviei o olhar para o chão, querendo terminar aquela conversa. Queria ficar sozinha, queria esquecer aquilo e seria impossível se continuasse ali com ela. Então, inclinei meu corpo para descer da árvore.

Rosalie devia ter percebido, pois ela rapidamente agarrou meu braço

— Espere um pouco. – disse ela, ainda sem me olhar.

— O que foi? – perguntei

— Eu não sinto... – sussurrou ela – Uma vida frequentada. Gosto dela na verdade, tenho uma família que me ama e também tenho Emmet. Mas eu também fico pensando em como seria se eu pudesse ter...

Pisquei enquanto entendia o que ela queria dizer.

— Filhos? – completei quando ela não conseguiu terminar – Eu também sinto isso.

— Você também não pode? – disse ela incrédula – Mas...

— Mulheres anjos não podem engravidar. São mortas assim que descobrem, mas de qualquer forma, eu sou metade vampira e sofro da mesma maldição que vocês. – suspirei - Mas nunca foi uma opção para mim. Enquanto você, tiraram isso de você. Não é justo.

— Não é justo em nenhum dos casos. – disse ela - Sinto muito como te tratei no começo, é só que... Não queria que você jogasse sua vida fora, posso gostar de ser quem sou, mas não desejaria isso a ninguém.

— Eu sei e agradeço isso. Não tive muito escolha contra isso, eu nasci assim...

— Você nasceu assim? – ela segurou meu braço, chamando a minha atenção – Nós podemos ter filhos?

— Minha mãe era uma vampira, Edward não te contou?

— Acho que ele deixou isso de fora. – sua voz saiu contida, como se evitasse externar a raiva.

— Eu não sei como, Bernard não me disse. – falei - Talvez tenha sido um acontecimento isolado.

— Tem como falar com ele?

— Não agora, mas se eu conseguir eu posso perguntar.

— Obrigada. – ela sorriu – Seria ótimo.

Me senti melhor por poder fazer algo por ela, mesmo que ela tivesse me perdoado por ter feito aquilo com ela na noite em que foi transformada, ainda me sentia em dívida com ela.

— Já qiue você vai fazer algo por mim.. gostaria de uma sugestão? – perguntou Rosalie.

— O que?

— Vá lá falar com ele. – disse ela

— Não sei...

— Você prefere que a situação fique assim?

— Não. – a resposta veio rápida porque quanto a isso eu não tinha dúvidas. Mas também não sabia o que poderia fazer para consertá-la.

— Você tem que fazer algo, então. – ela suspirou.

— E se eu vou piorar tudo?

— Talvez aconteça. – ela olhou para a porta evitando meu olhar - Mas vale uma tentativa. As vezes, ser franca é o melhor caminho.

— Não acho uma boa ideia.

— A decisão é sua. – ela deu de ombros – Mas Edward iria te escutar. Aliás, acho que a única pessoa que ele escutaria agora é você. Sei que se importa muito com ele para deixar as coisas como elas estão.

— Como sabe disso?

— Eu posso ver como olha para ele. – ela deu de ombros – E além do mais, você não precisa decidir agora.

— Certo.. – falei, me levantando. Mesmo que não estivesse tão certa se isso seria uma boa ideia, sabia que não podia deixar as coisas assim.

Sorri uma última vez para Rosalie como agradecimento antes de pular da árvore e voltar pelo caminho que tinha vindo.

A volta parecia maior do que a vinda. A ansiedade gritava em meu estômago e eu sentia como se pudesse desistir a cada momento. Esperava que tivesse tempo para pensar no que dizer antes de vê-lo, mas acabou sendo incrivelmente fácil localizar Edward.

Ele havia saído de casa logo após a nossa briga e esperava seguir seu rastro a partir de lá.

No entanto, quando entrei na casa, ele ainda estava em seu quarto mexendo em suas coisas.

O caminho para seu quarto foi pior que a corrida para ali. Tive que limpar minha palma da mão umas duas vezes e respirei fundo para então bater em sua porta, que foi aberta um segundo após eu bater.

E ele não olhava para mim, o que eu esperava, mesmo assim me fez sentir pior.

— Desculpe, só vim trocar de roupa – ele disse já passando por mim, mas o detive segurando sua mão.

— Edward – chamei – Por favor....

— Ficar perto de você assim, Bella.. – sussurrou ele me cortando – .. é muito difícil para mim.

Nos dois estávamos incomodados, parecia que a declaração de Edward durante a tarde ainda estava ali queimando e o fato de nenhum de nós dois conseguir olhar no rosto do outro apenas confirmava isso.

— Eu sinto muito. – falei

— Você não precisa pedir desculpas. – disse ele retirando minha mão da sua deixando-as cair ao lado do seu corpo - Você não tem culpa por isso.

— Eu não lidei bem com a situação, só que... Isso é muito novo para mim. – sussurrei - Eu fui uma idiota e eu sei disso.

— Bella...

— Por favor, escute o que eu tenho que falar.

Ele suspirou, mas assentiu por fim, esperando que eu começasse.

Não sabia exatamente o que falar, e por fim decidi ignorar todos os alertas e problemas. Talvez Rosalie estivesse certa,e se eu falasse a verdade a situação se ajeitasse sozinha.

— Você sempre foi o meu mundo, sua segurança é o que faz o mundo girar. Sei que isso não é o suficiente, mas você é importante para mim e não é só por que você era meu protegido.

— Quando eu caí, nossa ligação tinha sido cortada. – continuei antes que ele respondesse - Eu estava livre disso, e se fosse apenas por ser meu protegido tudo teria acabado naquele momento.

— Mas por que então você não queria que eu me aproximasse?

— Para proteger você. Você não sabe o quanto isso é perigoso, mas em todo o momento você não sabe o quanto me doía manter-me longe. Nós nos ligamos de novo, naquele dia do acidente. Fui eu que fiz isso conosco, não sei como, mas acho que sei o porque.

— Por quê?

— Estava apavorada que machucasse alguém. Acho que foi um ato instintivo. Da mesma forma que quando eu te ajudava, você também me ajudava, Edward. A nossa ligação sempre foi algo que me fazia sentir melhor, algo que eu podia me agarrar.

— Tudo bem, Bella.

— Mas é isso que eu tentando dizer. Não está nada bem. – fechei as mãos em punhos  - Nada está bem desde que eu caí. Charlie sumiu, meu mundo está atacando os humanos, Irina morreu e vocês já foram atacados uma vez. Qual é a próxima coisa que vai vir e acabar com tudo? Será que eu vou conseguir impedir dessa vez? – virei o rosto, encarando o chão - Desde que eu cheguei aqui, a saudade da minha antiga vida parece até um eco distante. Quando estou com você... eu não penso mais em nada. – segurei suas mãos - Nada parece errado e eu não sei o por que isso acontece.

— Você...

Apertei sua mão, fazendo o se calar. Não queria que o mesmo terminasse sua frase, porque não teria o que responder.

Eu não sabia se isso importava porque, mesmo que eu tivesse, não tinha certeza se contaria para ele.

Uma coisa era sermos amigos. Amigods vão e vem, e as pessoas tendem a esquecer. Mas quando é algo a mais.. Isso era uma promessa que eu não podia dar a ele.

— Eu não sei... Eu só... Quero um tempo para entender. Tudo está acontecendo de forma muito rápida e eu não sei se consigo acompanhar.

— Tudo bem, eu acho. – ele encolheu os ombros com um sorriso que não chegou aos seus olhos – Acho que já é mais do que eu posso pedir.

Senti que ele havia se acalmado, e consegui respirar melhor. Não estava resolvido, sabia disso, e nem por um segundo me deixei cair nessa ilusão.

Como a situação em Seattle, tudo estava sendo empurrado com o momento. Mas se contentar com isso seria muito errado.

Afinal, alguma hora, tudo vai explodir.

Fim do capítulo 21.


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Notas finais do capítulo

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