O Retorno do Rei escrita por Average Marvel Bitch


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Fic para o Delipa. Não é das melhores, mas tá dentro do prazo, então tá valendo rs



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Tony já estava acordado quando os primeiros raios de sol começaram a iluminar seus aposentos. Ele continuou deitado em sua cama, mais do que confortável em meio aos lençóis de seda que acariciavam seu corpo, encarando o teto como se este escondesse todos os segredos do universo. O aposento era o maior de todo o palácio, no andar mais alto da propriedade. As grandes portas de vidro da sacada davam vista ao mar, uma imensidão azul e traiçoeira, cujas ondas batiam sem piedade contra as pedras na praia. O Palácio de Veraneio da família Stark era realmente um lugar maravilhoso, um lugar onde Tony havia vivido alguns de seus melhores dias. E, agora, não passava de uma prisão.

Era uma prisão maravilhosa, isso o príncipe não podia negar, com banquetes regados a vinho ao invés do típico pão bolorento com água suja, roupas costuradas pelos melhores alfaiates dos sete reinos, muito diferentes dos retalhos sujos que os prisioneiros comuns usavam em suas celas frias e úmidas. Uma prisão digna de um príncipe, mas, ainda assim, uma prisão.

O que mais incomodava Tony, porém, não era o fato de todos os seus movimentos serem vigiados, nem mesmo o fato de que ele estava proibido de dar sequer um passo fora dos limites do palácio. Não, o que mais incomodava Tony era o fato de ter se deixado enganar por uma das pessoas que ele mais confiara em toda sua vida.

Quantas coisas poderiam ter sido diferentes se Tony tivesse prestado mais atenção? Se Tony tivesse ligado com mais rapidez as peças do quebra-cabeça. Agora, olhando para o passado, analisando cada passo, cada palavra trocada, cada ação, o príncipe conseguia facilmente identificar todos os sinais de que algo estava errado. Como eu fui ingênuo.

Mas não mais. A ingenuidade e a dor haviam dado lugar a algo diferente, um sentimento que Tony jamais sentira em toda a sua vida. Ele pensou em seus pais, mortos em seus próprios aposentos; em Jarvis, enforcado por um crime que não cometera; em Pepper e Rhodey e Harold, os fiéis amigos que ele havia deixado para trás. De olhos fechados, ele se lembrou da conversa que, por acidente, tivera com um comerciante que passara pelo castelo.

“Tudo em chamas, meu Lorde. As cidades queimaram desde os primeiros raios da manhã até que o frio da noite chegasse. Dizem que ao Conselheiro do Rei implorou por clemência, mas o Rei se recusou a ceder”, o comerciante contara, balançando a cabeça em desgosto, “Um dia triste para os Sete Reinos, meu Lorde”.

“Perdão. Você disse que o mandante deste massacre foi o Rei? Se me permite, senhor, a que Rei se refere?”

“O Rei Anthony Edward Stark, meu Lorde. A quem mais eu poderia me referir?”

E era isso que fazia toda a situação tão pior aos olhos de Tony. Obadiah Stane estava não só matando inocentes e queimando cidades, mas também usando o nome de Tony para tal.

“Ninguém nunca vê o rei, meu Lorde. Dizem que ele enlouqueceu depois da morte do Rei Howard e da Rainha Maria. Sobre sua loucura, nada posso dizer, mas há muito a se falar sobre sua crueldade. Que os Deuses nos protejam do Rei”.

Tantas pessoas. Homens, mulheres e crianças, mortos. Tanto sangue, tanta dor. E eu causei tudo isso, ele pensava, a angústia tomando conta de seu ser. Tudo isso é minha culpa.

Eu preciso fazer algo!

—--

Anthony sempre se dedicara em suas lições. Até mesmo nas mais maçantes, como a de história. Ele se lembrava de um dia em particular em que seu tutor havia passado toda uma manhã falando sobre todos os reis que haviam governado os Sete Reinos. Como eu posso ser um bom rei, Jarvis? E o fiel mordomo, sorrindo, respondeu, Em tempos difíceis, um rei precisa escolher entre o que é certo e o que é fácil. Tenho absoluta certeza de que, quando isso acontecer, você fará a escolha certa, vossa alteza.

Tony repetia as palavras de Jarvis em sua mente enquanto atravessava, escondido, os jardins do palácio. Ele havia passado as últimas semanas analisando cada passo dos guardas noturnos e havia anotado todos os detalhes em seu caderno, criando um plano infalível de fuga. Ele não podia falhar. Sua vida dependia disso. Os Sete Reinos, e todos os seus habitantes, dependiam disso. Qualquer passo em falso, qualquer erro cometido, e isso poderia comprometer todo o plano.  E se tudo que Tony ouvira sobre Obadiah fosse realmente verdade, se o homem a quem ele chamara de tio por tantos anos realmente fosse capaz de fazer tudo aquilo que o comerciante relatara, o príncipe tremia só de pensar no que lhe aconteceria caso fosse pego.

Concentrado, e com a ajuda de seu pássaro mecânico, a quem ele dera o nome de Vision, alertando-o de todo perigo e chamando a atenção de guardas que por ventura pudessem detectar sua presença, Tony atravessou o jardim sem grandes problemas, chegando, finalmente, ao seu destino. A entrada secreta para o esgoto.

A biblioteca do palácio de veraneio não era exatamente repleta de livros. E, depois de passar os últimos sete anos ali, o príncipe podia dizer com certeza que havia lido todos os exemplares existentes nela. Até mesmo aqueles sobre a arquitetura do palácio, onde ele achara uma pequena passagem de rodapé sobre a entrada secreta a qual ele, neste momento, adentrava. O cheiro era quase insuportável e a água lamacenta ― ou pelo menos é o que ele dizia para si, lamacenta, sim, apenas lama, ele repetia ― tornavam a travessia difícil, mas este era o único modo de sair do castelo sem ser detectado.

Tony andou pelo que lhe pareceram horas, tomando cuidado para que o saco que levava nas costas, com comida, água e algumas moedas, não acabasse caindo na água lamacenta ― sim, lamacenta, nada mais do que lama. Quando o príncipe finalmente pisou para fora do esgoto, na areia fofa da praia, ele respirou fundo, desamarrando os sacos que colocara nos pés para proteger suas botas e descartando-os ali mesmo, junto à tocha que acendera no caminho. Ele não precisaria dela por enquanto, pois a luz da lua era, no momento, o suficiente para iluminar seu caminho.

Assim, com uma coragem que ele jamais tivera antes, Tony respirou fundo e começou sua longa caminhada até a Cidade Real. Já era hora de o verdadeiro herdeiro dos Sete Reinos tomar seu legítimo lugar como Rei.

—--

Anthony sabia que a caminhada seria longa. Sem um cavalo e uma carruagem, ele levaria, pelo menos, duas semanas para chegar à Cidade Real. Uma semana se ele seguisse pela estrada, mas seria arriscado demais. A essa hora, os funcionários do castelo já teriam dado falta do príncipe e os guardas, muito provavelmente, estariam procurando-o por todas as partes. Em menos de dois dias, Obadiah receberia uma carta avisando-o do acontecido e redobraria a segurança do castelo, mandando, ainda, seus soldados procurarem pelo príncipe nas redondezas.

Quanto mais pensava sobre isso, mais Tony percebia que seu plano não era tão infalível assim. O que diabos eu estava pensando, ele se repreendia, sentindo uma onda de pânico tomar conta de si. O príncipe vivera toda a sua vida em um castelo, cercado de pessoas para lhe servir. Eles faziam sua comida, arrumavam seus aposentos, preparavam seu banho, vestiam-no e o despiam. Ele sabia lutar, seu pai fizera questão que ele aprendesse, afinal, um rei deve saber se proteger, Anthony, ele dizia. Mas Tony tinha consciência de que lutar contra alguém que não queria realmente feri-lo, na grama fofa dos jardins, seria bem diferente de lutar contra alguém sem boas intenções, no meio do nada.

Percebendo que sua respiração começava a ficar ofegante ― fosse do pânico que o consumia ou do cansaço por ter andado por tanto tempo ―, o príncipe resolveu descansar por alguns momentos, sentando-se na beirada do rio. Ele comeu o pão que embrulhara mais cedo e tomou a água que guardara em seu cantil, reabastecendo-o no rio e prendendo-o em seu cinto. Mais calmo, ele respirou fundo. Tarde demais para desistir agora, ele pensou, levantando-se e voltando a caminhar rumo ao seu destino. A escolha certa. Eu fiz a escolha certa.

—--

Uma semana se passara. Seu cantil estava vazio e tudo que lhe restara para comer fora um pedaço de pão duro. De acordo com o mapa, logo Tony chegaria a um pequeno vilarejo. Ele tinha esperança de que lá pudesse alugar um quarto em alguma hospedaria, onde poderia, finalmente, comer uma comida quente e dormir em uma cama confortável. O príncipe se sentia energizado somente de pensar na carne assado e nos cobertores que o esperavam.

De repente, Anthony ouviu vozes mais a frente. Rapidamente, ele se escondeu atrás de uma grande árvore, tentando enxergar o que se passava.

Cinco guardas reais cercavam uma mulher de cabelos vermelhos como o fogo. Apesar de acuada, ela não parecia assustada. Encarava seus inimigos com olhos semicerrados, em uma posição que mostrava claramente que estava preparada para uma briga. Tony tirou sua espada tentando não fazer nenhum barulho e pensou em suas opções. Os homens estavam distraídos demais insultando a mulher para ouvi-lo. Talvez ele pudesse esgueirar-se até eles e atacá-los pelas costas. Não era exatamente uma estratégia honrada, mas não havia outra escolha. Ou, Tony pensou, pegando uma grande pedra do chão, eu posso fazer isso. E arremessou a pedra na cabeça de um dos guardas, acertando-o em cheio. O homem caiu no chão e não mais se mexeu, sua cabeça ensanguentada. Os outros guardas se viraram, surpresos, procurando quem os atacara. E esse deslize era tudo que a mulher precisava.

A ruiva rapidamente roubou uma faca do cinto do guarda mais próximo e, antes que este pudesse reagir, cortou-lhe a garganta com a mesma serenidade com a qual a cozinheira do castelo cortava os frangos antes de cozinha-los. Com rapidez e uma habilidade que Tony jamais presenciara em toda a sua vida, a mulher atacou os outros dois homens que estavam ao seu lado, cortando a barriga de um e degolando o outro. Sem pensar duas vezes, o príncipe correu ao seu auxílio, acertando a espada no último homem que se preparava para atacar a mulher. O corpo do homem caiu para um lado e sua cabeça para o outro. Anthony jamais havia matado alguém. Ele encarava o corpo caído, sem reação alguma. De repente, sua visão escureceu e Tony foi ao chão.

O príncipe voltou a si lentamente, piscando para enxergar melhor. Ele se sentou lentamente, ainda um pouco confuso.

“Você desmaiou”, disse uma voz próxima, “primeira vez que mata alguém?”

“Óbvio assim?”

A mulher sorriu. “Meu nome é Natasha”.

“Tony”, o príncipe respondeu com hesitação.

“Obrigada pela ajuda”.

Tony bufou, assentindo com a cabeça. “É, você parecia precisar de ajuda”. O príncipe se levantou, pegando seu saco no chão e colocando-o nas costas novamente. “Tem uma vila não muito longe daqui. Se você vier comigo, podemos comer algo na taverna mais próxima”.

A mulher, Natasha, encarou-o como se Anthony fosse um dragão de três cabeças. E então sorriu. “Eu adoraria”.

—--

Depois do incidente, Natasha e Anthony se tornaram inseparáveis. Durante a primeira noite que passaram juntos, ele contou a ela que havia fugido de casa ― o que não deixava de ser verdade ― e que estava a caminho da Cidade Real. Ele omitiu, é claro, o fato de ser o príncipe herdeiro, afinal, como Tony aprendera recentemente, confiar nas pessoas era um jogo perigoso. Natasha, por sua vez, contou que também fugira de casa, onde sofrera todos os tipos possíveis de abuso, e não se importaria de acompanhar Tony até seu destino, ao que ele prontamente aceitou.

Assim, na manhã seguinte, ambos seguiram rumo à Cidade Real. Por vários dias, os dois caminharam lado a lado. Depois de um tempo, Natasha começou a dividir histórias de sua vida. Como havia sido abandonada por seus pais em uma espécie de escola, onde eles a treinaram para ser uma assassina. Como ela havia finalmente fugido há pouco tempo e como desejava começar uma nova vida, longe de todas as dores e tristezas que a Sala Vermelha havia lhe trazido.

“Eu sou o príncipe herdeiro”, Anthony exclamou numa bela manhã enquanto os dois comiam.

Natasha nem ao menos piscou. “Ok”.

“Sério? Isso é tudo que você vai me dizer?”

A ruiva deu de ombros. “Eu acredito em você. Mas se você é o príncipe, então quem está no trono?”

“Obadiah Stane. Foi ele quem me mandou embora quando meus pais foram assassinados. Ele me disse que eu estaria mais seguro lá”.

“Eu já ouvi esse nome”.

Tony sorriu, balançando a cabeça. “É claro que já ouviu, ele é o Conselheiro Real, ou pelo menos finge ser”.

“Não, Tony. Eu ouvi esse nome na Sala Vermelha”, Natasha explicou com uma expressão séria, “Se seus pais foram assassinados, talvez...”.

“Sim, eu pensei nisso. Ele culpou nosso mordomo, Jarvis. Eu nunca acreditei que Jarvis fosse capaz de algo assim”.

Natasha, vendo a tristeza do príncipe ao se lembrar de seu mordomo, segurou sua mão. “Nós vamos descobrir a verdade. Eu prometo, Tony”.

Durante a caminhada, eles começaram a arquitetar, juntos, um plano para infiltrar o castelo e tirar Obadiah do trono. Apesar de ter passado anos longe de casa, Anthony ainda se lembrava muito bem das entradas secretas do palácio e todas as suas fraquezas, e Natasha, por sua vez, havia sido treinada desde a infância para infiltrar qualquer fortaleza sem ser detectada. Era como se o universo tivesse os unido para um bem maior. Ou pelo menos era assim que Tony pensava.

—--

Anthony e Natasha estavam a dois dias da capital quando foram cercados. A ruiva havia percebido a movimentação ao seu redor e puxara Tony para mais perto de si, rapidamente pegando suas facas e se preparando para lutar. O príncipe somente entendeu o que estava acontecendo quando viu os possíveis agressores aparecerem, um por um, a sua volta. Eles eram muitos e, mesmo com toda a habilidade e destreza de Natasha, seria impossível lutar contra todos eles de uma só vez.

“Tones?” uma voz que Anthony reconhecia vagamente perguntou, chamando sua atenção.

Ele se virou e encarou o dono da voz com desconfiança. Ele parecia familiar. Finalmente, Tony o reconheceu e arregalou os olhos, sorrindo imensamente.

“RHODEY?” O homem em questão guardou sua espada, também sorrindo, e abriu seus braços. Tony mais do que depressa correu até ele, abraçando-o. “Rhodey! Natasha, está tudo bem, este é o Rhodey”.

Natasha, ainda com os olhos semicerrados, guardou suas facas. “O mesmo Rhodey que estava tão distraído com a ruiva que caiu de cara num monte de esterco?”

“Sério? Você contou essa história para o reino inteiro?” Rhodes perguntou, sorrindo para seu melhor amigo.

Tony sorriu de volta. “Só para metade do reino”.

Rhodey, então, adquiriu uma expressão mais séria. “Tony, por onde você esteve? Stane disse que te mandou para longe depois...”

“Depois do assassinato dos meus pais”, o príncipe completou, pesaroso.

“Sim. Stane disse que fez isso para sua própria segurança. Depois nos disse que você estava de volta, mas que não queria ver ninguém”.

“Não é verdade, Rhodey”.

“Eu sei, Tony. Eu sei que você não teria se escondido de mim, ou da Pepper. Stane têm mentido sobre muitas coisas. Mas nós vamos colocar um fim na tirania dele”.

“Nós?” Anthony perguntou, confuso.

Rhodey sorriu. “Vocês vão ver”.

Rhodes os levou até uma clareira, não muito longe dali, com tendas e mais tendas espalhadas por todo o lugar. Homens e mulheres carregavam caixas e sacos de comida, espadas e escudos. Anthony podia ouvir o barulho de martelos batendo contra ferro vindo do lugar onde alguns ferreiros trabalhavam concentrados.

“Rhodey, quem são essas pessoas?”

“Moradores de cidades que Stane destruiu. Pessoas que questionaram as decisões do Rei e tiveram que fugir de suas casas. Soldados reais que decidiram lutar contra a tirania de Stane e a favor do povo a quem ele devia servir”.

“Então é verdade? Todas as coisas horríveis que eu ouvi...”

Rhodey, ainda caminhando com Tony ao seu lado, suspirou pesadamente. “Sim”.

“Eu nunca soube. Em todas as cartas, em todas as visitas, ele sempre me disse que o reino estava bem. E que quando eu fizesse vinte e um anos, eu assumiria o trono. E então ano passado, no meu aniversário, ele disse que foi Lorde Pierce quem pagou Jarvis para assassinar meus pais e que eu deveria esperar até que eles prendessem Pierce para voltar e assumir o trono”.

“Pierce realmente está contra Stane. Pelo que sabemos, eles tinham algum tipo de acordo e Stane voltou atrás. Quando Stane começou a queimar cidades e enforcar pessoas sem nenhum julgamento antes dizendo que essas decisões estavam vindo de você, Pepper, Happy e eu decidimos ir embora da Cidade Real. Eu reuni alguns soldados que também estavam cansados de Stane e nós nos juntamos a Pierce. Mas depois de um tempo, percebemos que ele estava nos enganando, e descobrimos que ele era o General da Hydra”.

“Hydra?” Tony perguntou, perplexo, “Eu sempre achei que eles eram só uma lenda”.

“Não”, Natasha interrompeu, olhando fixamente para frente com uma expressão sombria, “Hydra sempre existiu. As pessoas que me treinaram... Eles faziam parte da Hydra”.

Rhodey assentiu. “E eles são bem piores do que as histórias que nós ouvíamos quando criança. Quando descobrimos o que ele era, nós fugimos. E levamos conosco o capitão deles”.

“Mas se ele era capitão do exército de Pierce, como podemos confiar nele?”

Rhodey sorriu, parando em frente a uma grande tenda. “Ele é de confiança. Acho que você vai concordar”, e entrou, com Tony e Natasha o seguindo.

Dentro da tenda, havia quatro pessoas, todas em volta de uma grande mesa com vários mapas. Eles discutiam entre si, provavelmente avaliando estratégias de ataque e defesa. O maior deles, um cavaleiro loiro vestindo as cores da família Stark, levantou a cabeça ao perceber que alguém havia entrado.

“Capitão, nós achamos mais alguns voluntários”.

Natasha assentiu, apresentando-se, mas Anthony ficou em silêncio, encarando o cavaleiro. Ele podia jurar que conhecia aqueles olhos azuis de algum lugar.

“Tony”, Rhodey o chamou em um tom baixo, como se lhe desse permissão para se apresentar.

Tony deu alguns passos a frente, estendendo sua mão. “Anthony Stark”.

O capitão sorriu, apertando a mão. “Steve Rogers. Você me fez esperar por muito tempo, vossa alteza”.

Anthony encarou o homem a sua frente, sem reação. “Steve?”

Steve assentiu, segurando o rosto de Tony como se este fosse a coisa mais preciosa que já vira em toda sua vida. “Se eu bem me lembro, vossa alteza, você me fez uma promessa”.

Tony, então, se lembrou de quando tinha quinze anos, pouco antes de seus pais morrerem. Lembrou-se de Steve, pequeno, fraco, sempre enfermo, na noite em que eles se encontraram pela última vez.

Eu vou me tornar o maior guerreiro que esse reino já viu, ele dissera, acariciando o rosto de Tony, e vou me tornar um cavaleiro. Eu vou ser digno de ter você. E então eu vou pedir sua mão. Prometa que vai dizer sim.

Eu prometo, Tony dissera, beijando-o.

A lembrança trouxe um sorriso ao rosto do príncipe. Ele abraçou o capitão pelo pescoço, puxando-o para perto de si.

“Faça a pergunta, Capitão Rogers, e eu direi sim”.

—--

Mais tarde, os dois estavam deitados na cama de Steve, abraçados, aproveitando o momento a sós.

“Durante todos esses anos, nunca parei de pensar em você”, Steve disse, beijando Tony, que sorriu.

“Não que eu esteja reclamando, mas você mudou completamente. O que aconteceu?”

“Um homem chamado Erskine. Ele me ajudou”, Steve respondeu, sorrindo e beijando Tony mais uma vez, puxando-o para mais perto, “Eu mandei soldados para todos os lugares, procurando por você. Eu sabia que você jamais cometeria todas as atrocidades que Stane cometeu”.

“É tudo minha culpa. Eu jamais devia ter acreditado nele”.

“Ele era parte de sua família, Tony. Mas agora você sabe a verdade, e nós vamos recuperar o seu reino”.

“Ele tirou tudo de mim, Steve. Meus pais, Jarvis, toda minha vida”.

“Eu sei, meu amor. Eu sei. Mas logo nós vamos tirar Stane do trono, e ele será enforcado por tudo que fez”.

“É tudo que eu quero. Justiça”, Tony respondeu, afundando seu rosto no pescoço de Steve.

Em breve, Tony e Steve tomariam os Sete Reinos de volta e governariam juntos, lado a lado. Mas, por enquanto, eles aproveitavam o momento de paz antes da guerra, em meio a carícias e beijos, esperançosos de que logo dias melhores viriam, não só para eles, mas para todos do reino.


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