POV Bella.

Eu não podia continuar ali. Quando eu estava me transformando no que sou hoje, eu achei que aquela era a pior dor que se pode existir.

Mas aquela dor não era nada comparado ao que eu estou sentindo agora. Eu iria embora para sempre. Viveria longe de tudo que me fizesse lembrar do único homem que um dia eu amei.

Sai dali em direção ao meu quarto. Numa mochila coloquei algumas peças de roupas e umas sandálias e meu all star. Peguei o cartão de crédito que o Carlisle havia me dado uma semana atrás.

Sai pela frente da casa, onde não havia ninguém. No meu quarto eu tinha deixado um bilhete para Alice, eu sabia que aquilo doeria muito nela, mas doía muito mais em mim.

Lice! Por favor, me perdoe.

Eu agradeço a Deus por ter encontrado pessoas como vocês.

E tenha certeza que partir é o pior sofrimento que eu já tive

Não sei se algum dia voltaremos a nos encontrar.

Mas eu queria que vocês soubessem que eu amo a todos vocês mais do que a mim mesma.

Serão pra sempre minha família.

Perdoe-me, mas gostaria que vivessem como se eu nunca tivesse existido.

Bella.

(Link da musica, sinta só o clima, pode chorar se quiser...)

http://www.youtube.com/watch?v=tRG_hP5qs0M&feature=related

Eu era exatamente certa pra ele. Teria sido fácil pra nós. Confortável, fácil como respirar. Eu era o caminho natural que a sua vida teria tomado...

Se o mundo fosse o lugar são que devia ser, Edward e eu teríamos ficado juntos. E nós teríamos sido felizes.

Ele era a minha alma gêmea nesse mundo e ainda teria sido a minha alma gêmea em qualquer outro.

O que é que eu vou fazer pra te esquecer?

Sempre que já nem me lembro, lembras pra mim.

Cada sonho teu, me abraça ao acordar como um anjo lindo.

Mais leve que o ar, tão doce de olhar que nem um Adeus pode apagar.

Eu não me importava muito se alguém tivesse escolhido outra pessoa a mim.

Essa agonia não era nada. Com essa agonia eu podia viver pro resto da minha vida estúpida, longa, esticada.

Mas me importava que esse alguém fosse Edward Cullen.

O que é que eu vou fazer pra te deixar?

Sempre que eu apresso o passo passas por mim.

E um silêncio teu me pede pra voltar ao te ver seguindo.

Mais leve que o ar, tão doce de olhar que nem um Adeus pode apagar.

Eu observei as ondas rolando em direção à praia. Elas desapareciam de vista

embaixo da beira do penhasco, mas eu ouvia elas batendo na areia.

Eu as observei até que já era tarde, muito depois de escurecer.

As árvores eram um borrão se transformando num mar negro ao meu redor. Os

meus músculos se contraíam e se soltavam em um ritmo sem esforço.

Eu podia correr assim por dias e eu não ficaria cansada. Talvez, eu não fosse parar.

O que é que eu vou fazer pra te lembrar?

Como tantos que eu conheço e esqueço de amar.

Em que espelho teu sou eu vou estar ao te ver sorrindo?

Mais leve que o ar, tão doce de olhar que nem um Adeus vai apagar.

E eu estava sozinha. Muito melhor. Agora eu podia ouvir o leve murmúrio das folhas secas embaixo dos dedos dos meus pés, o sussurro das asas de uma coruja acima de mim, o oceano longe, longe a oeste gemendo contra a praia.

Ouvir isso, e nada mais. Sentir nada além da velocidade, nada além dos músculos, tendões, e dos ossos, trabalhando juntos em harmonia enquanto os quilômetros desapareciam atrás de mim.

Se o silêncio na minha cabeça durasse, eu nunca mais voltaria. Eu não teria sido a primeira a escolher essa forma a outra. Talvez, se eu corresse pra longe o suficiente, eu nunca teria que ouvir de novo... Sofrer de novo.

Se eu deixaria de amá-lo? Nunca.

Como eu poderia deixar de amar o único que me dá razões de permanecer viva?