POV Edward.

 

Voltei para casa já era tarde. Não tinha ninguém na sala, eu queria conversar com a Bella, mas não sabia como ela reagiria ao me encontrar.

Eu estava ainda mais confuso se é que é possível, subi as escadas indo em direção ao quarto da Alice. Talvez ela me dissesse alguma coisa, elas eram amigas, e Alice poderia saber alguma coisa.

 

Ela havia dito que eu teria que descobrir sozinho. O que eu iria descobrir? Sentia-me extremamente fragilizado, tinha medo que minhas escolhas me prejudicassem.

Eu queria Bella perto de mim, e era somente nisso que eu conseguia pensar.

 

Parei em frente à porta de Alice e sem que eu precisasse bater ela abriu a porta.

 

- Ela ainda está lá Edward. – Ela disse serena olhando para mim.

 

- O que você quis dizer com: Você vai descobrir. Mas você tem que fazer isso sozinho? – Perguntei lembrando o que Alice havia dito mais cedo.

 

- Você gosta da Bella? – Ela perguntou

 

- Mais do que você possa imaginar. – Eu disse com aquela cara de bobo apaixonado.

 

- Então cuidado com suas escolhas Ed. – Agora foi que deu, a baixinha me deixou ainda mais preocupado. Olhei para ela temeroso e perguntei.

 

- Que tipo de escolha Lice?

 

- É justamente isso que você tem que descobrir sozinho. – Ela falou e em sua mente passou por milésimos de segundo Bella entrando num corredor com um tapete vermelho, mas de repente não havia Bella, Tânya entrava sorridente pelo corredor em direção ao altar.

 

- Obrigado baixinha. – Disse sorrindo.

 

- Baixinha é a mãe. – Alice gritou dando um tapa no meu braço.

 

- Eu ouvi isso. – Esme gritou do quarto, fazendo-nos rir.

 

Ouvi Carlisle no escritório, era uma boa oportunidade para conversar com ele. Parei em frente à porta do escritório, mas antes de abrir, dei uma olhada na porta do quarto da Bella.

Virei-me novamente para porta do escritório e entrei.

 

- Carlisle posso conversar com você? – Perguntei para na porta, esperando a resposta dele.

 

- Claro Edward entre. – Ele sorriu guardando os papéis do hospital.

 

Sentei-me numa cadeira de frente para ele.

 

- Desculpa incomodar, é que eu não to bem. Queria conversar com você. – Disse de cabeça baixa.

 

- É sobre a Bella não é? – Carlisle perguntou sereno. Então era visível o meu problema.

 

- É sim pai. Sabe, eu nunca imaginei que pudesse me apaixonar por outra mulher que não fosse a Tânya, mas quando a Bella chegou, aconteceu uma reviravolta nos meus sentimentos. Ela me faz tão bem pai, mas por outro lado tem a Tânya, não sei o que fazer em relação a ela, não quero machucá-la, depois de tanto tempo juntos eu não acho justo fazer isso com ela. Mas eu sei que não seria feliz com ela; portanto fico nesse impasse que ta me deixando louco. – Desabafei com meu pai, eu só queria saber o que ele achava disso tudo.

 

- Olha Edward isso complicado meu filho. Realmente é uma escolha que você tem que fazer, você conhece a Tânya mais do que ninguém e o que você sente pela Bella é muito forte, eu não sei o que dizer e também não posso interferir. É algo que você tem que resolver filho, só lembre que existem coisas importantes, outras não. Fundamental é conhecer as diferenças. Coloque em uma balança e veja o que é mais importante pra você. – Carlisle falou numa calma que só ele tem. Iria refletir no que ele disse, ao menos havia me acalmado mais.

 

- Obrigado pai. – Levantei-me da cadeira e fui em direção ao Carlisle que me abraçou.

 

- De nada meu filho. Eu só quero que você escolha o melhor. – Sai do escritório deixando Carlisle novamente com seus papéis. Olhei mais uma vez para a porta de Bella, que estava fechada, fui para o meu quarto talvez lá eu pudesse pensar melhor.

 

 

 

POV Bella.

 

Fiquei aquela noite no estúdio, sentada com a cabeça encostada nos joelhos. O som tocava uma suave melodia, eu não estava bem, talvez nunca mais eu ficasse bem. Talvez vocês achem que eu sou dramática demais, que eu devia era pegar ele de jeito, a Rose já havia me dito isso.

Mas eu nunca imaginei que o único homem que eu me apaixonaria não iria me amar.

 

... A semana estava se passando lentamente, e eu ficava cada vez mais angustiada. A proximidade do casamento do Edward me deixava nervosa, eu não queria imaginar como seria ver o homem que eu amo casando-se com outra mulher. Talvez eu nem conseguisse ver.

Desde o ultimo final de semana eu e o Edward não trocamos mais que algumas palavras e intensos olhares, o assunto entre nós só fluía quando estavam todos envolvidos num único assunto. Edward tinha um olhar inquisitivo para mim, e eu evitava olhá-lo por muito tempo. 

 

Estava na sala quando Alice me chamou.

 

- Bella vamos caçar?

 

- Só eu e você? – Perguntei, eu queria ficar só, mas Alice era minha melhor amiga e era uma boa companhia.

 

- Uhum, só nós duas.

 

Saímos de casa rumo à floresta. Alice me contava história sobre os lobos de uma reserva perto daqui. Ficava próxima a praia, se chamava La Push, era uma reserva indígena onde vivia uma matilha de lobos. Os Cullen e eles tinham um acordo de nunca passar pela fronteira para caçar nas terras deles e nenhum dos vampiros transformarem nenhum humano.

Ouvia fascinada a história que Alice contava, nunca imaginei que algo tão surreal faria parte de minha realidade. Encontramos alguns cervos no lado Sul da floresta, nos alimentamos e voltamos em direção a casa.

 

Estava andando a passos humanos quando Alice começou a conversa o que eu tanto evitava.

 

- Bella você sabe que o casamento do Ed é daqui a dois dias não é? – Ela perguntava com as sobrancelhas erguidas.

 

- É sei. – Respondi num sussurro, mas sabia que ela poderia ouvir.

 

- E não vai fazer nada? – Ela sorria incentivando minha resposta.

 

- Vou sim, vou ser madrinha do casamento. – Respondi ironicamente fazendo a Lice dar uma risada ácida e bem sarcástica para mim.

 

- Eu to falando sério Bella. – Ela me repreendeu.

 

- Eu também to Alice. Não vou fazer nada, o seu irmão não gosta de mim ta bom? – Respondi ríspida

 

- Me promete que não vai embora? – Ela falou se desarmando.

 

- Não Lice eu não vou, mesmo tendo mil motivos para ir. – Falei afagando o seu rosto.

 

- Mas basta um para você ficar. – Ela disse com um olhar maldoso.

 

- Lice sério, olha deixa isso pra lá. Eu to bem, to feliz. – Eu não estava feliz, mas não custava mentir um pouquinho custava? Claro que custava. A baixinha tava preocupada comigo, e me cortava o coração ter que mentir para ela.

 

- Eu amo você maninha. Eu espero que dê tudo certo, mas saber que você vai ficar aqui comigo já me deixa muito feliz. – Ela dizia saltitando novamente.

 

- Eu também espero que dê tudo certo Lice, agora vamos que ta ficando tarde.

 

Corremos para casa, a chuva começava a cair bem fraquinho, mas os chuviscos molhavam nossas roupas. Corremos mais rápido e à medida que os respingos de chuva nos molhavam, o vento secava. Chegamos a casa e do lado de fora dava pra ouvir a risada do pessoal.

 

- O que vocês estão fazendo? – Alice perguntou sentando no sofá, dando um beijinho no Jass.

 

- O jogo das frases. – Edward respondeu olhando para mim. Desviei o olhar.

 

http://www.youtube.com/watch?v=9cMNMgLm9J8&feature=channel

 

(NA: Esse jogo é bem legal. Tem um grupo chamado Barbixas, eles fazem parte de um espetáculo chamado Os Improváveis junto com os caras do CQC. Assistam o video pra entederem melhor.)

 

- Ah legal conheço esse jogo. É aquele que é tudo improvisado né? – Perguntei olhando para o Emmett que se remexia inquieto na cadeira

 

- É sim, vamos jogar? – Ele perguntou já levantando.

 

- Vamos sim. – Me sentei ao lado da Alice esperando o jogo começar. O Edward começaria explicando as regras e diria quem jogaria.

 

- O negócio é o seguinte. Cada um vai receber duas frases, eles não sabem que frases são essas. Vamos começar então com o Jasper e o Emmett, eles vão ficar com duas frases que guardarão no bolso. E quando eles acharem conveniente eles irão colocar as frases no meio da história. Eu vou pedir agora pra vocês, que lugar que eles estão? – Edward perguntou já terminando de explicar o jogo, eu já tinha assistido e era bem legal.

 

- Call Center. – Rosalie deu a dica.

 

- Boa. Gostei é bem legal, telemarketing hein? – Edward falou piscando para o Jass.

 

- Jass vê se não da outro ataque ta. Não é a atendente virtual. – Rose alfinetou o Jass, lembrando do episodio com o celular.

 

- Palhaça. – Jass lançou um olhar pra Rose e eu ri. Ah eu iria adorar ver isso.

 

- Ótimo então, peguem as frases. – O Emm e o Jass pegaram duas frases cada, eu havia escrito uma bem legal.

 

- Jogo das frases valendo. – Edward deu o sinal de partida e começou o jogo.

 

- Muito bom o seu currículo. – Jass dizia com os braços para trás, enquanto o Emm fazia uma cara de idiota, bem a cara dele. Ele tremia as mãos como se estivesse nervoso e a boca aberta, era muito engraçada a cara que ele fazia.

 

- Quer uma água com açúcar? – Jass perguntava interpretando um patrão que entrevista um suposto funcionário.

 

- Eu to bem. – Emm dizia num fio de voz ainda com a cara de idiota.

 

- Não, você vai estar ficando bem. – Jass disse entregando um copo de água imaginário. Com essa eu não me contive, já ria descontroladamente.

 

- Brigado. – Emmett dizia bebendo em um só gole a água imaginária. Retornando com aquela cara de idiota, que fez até o Jass rir.

 

- Aqui na nossa empresa temos o seguinte lema: – Jass falou tirando do boldo uma frase. – Acho que eu estou naqueles dias. – Ele dizia o lema da empresa, eu já não agüentava mais de tanto rir, essa tinha sido a frase que eu escrevi.

 

- E quando o cliente ligar você tem que estar naqueles dias. – O Jasper continuava sua encenação. – Vamos fazer um treinamento.

 

- Trim. trim. – O Jasper tentava imitar o som de um telefone tocando, enquanto o Emmett balançava a cabeça positivamente com a boca aberta. E o que mais? A cara de idiota.

 

O Jasper apontou para o telefone também imaginário, fazendo o Emm se tocar de que o telefone tava tocando.

 

-Há. – O Emm fingia colocar um fone daqueles de telemarketing na cabeça.

 

- Hoje estou naqueles dias. – O Emmett gritou o lema da empresa, levantando o braço direito junto com a perna esquerda. Era uma cena hilária.

 

- Você não precisa falar o lema pro cliente. – O Jasper dizia com a mão sobre o telefone.

 

- Desculpe, é que hoje eu estou naqueles dias. – Todo mundo ria com a cara que o Emm fazia, era muito engraçado o jeitinho que ele falava.

 

- Foda-se. – O Jasper já não agüentava e começava a rir também. Voltando a falar no telefone.

 

- Ahn. Olha ou mocinha! Qual o seu nome? – Jasper falava ao telefone fingindo ser um cliente.

 

- Boa noite, Rosângela. Feliz Natal, feliz ano novo. Em que posso ajudar senhor? Em que posso estar ajudando. – O Emm dizia tudo de uma vez e muito rápido atropelando as palavras.

 

- Perfeito, perfeito. – O Jass falava já encenando o patrão. – Eu estou com um problema na TV a cabo no segundo ponto. O que você pode fazer sobre isso? – E ele voltava para o papel de cliente.

 

- Ah Senhor. – Emm tirou a frase do bolso. – Pô Papai Noel assim não né? – OMG quem escreveu essa frase, pela risada da Alice já via que tinha sido ela. – Mais alguma coisa Senhor? – Emmett continuava a atuação.

 

O Jasper fingia fechar o telefone, enquanto o Emm pulava esperando a resposta do suposto patrão.

 

- Vamos tentar de novo? – Jass perguntou e o Emm voltava para o meio da sala pulando, já colocando o fone na cabeça de novo. Era muito engraçado, imagina o Emmett de Call Center.

 

- E sem Papai Noel dessa vez. – Jass repreendia o funcionário, e o Emm? Respondeu fazendo um sinal de legal com os dedos, o engraçado era a boca que o Emmett não fechava.

 

- Trim. – E o telefone tocava de novo. Cara esse som que o Jass fazia era a treva.

 

- Hoje estou naqueles dias. – Emm gritou repetindo os gestos da primeira vez.

 

- Ahn mocinha o seu nome, por favor. – Jasper falava.

 

- Solange. Bom dia, boa tarde e boa noite. Feliz Natal e feliz ano novo. Em que posso ajuda Senhor? – Emm falava se balançando se atrapalhando todo com as palavras.

 

- Eu estou com um problema aqui. O técnico não passou ainda aqui. Afinal já faz dois dias que eu fiz a solicitação. – Jass dizia para o atendente retirando mais uma frase do bolso – Ai meu São Norberto. – Essa foi da Esme porque ela ria muito. – Meu São Norberto não está funcionando. – O Jass continuava a falar, e jogava o papel da frase no chão descartando mais uma.

 

- Pedir um Santo Antônio não veio, pedi um São Norberto não está funcionando, as minhas estatuazinhas tem que funcionar uma hora. – Jasper enumerava nas mãos os santos que ele citava, andando de um lado para o outro. Enquanto o Emmett fingia digitar no computador.

 

- Senhor! O Senhor já tentou o São Cristovão? – O Emmett respondia ainda digitando no computador invisível.

 

- Sabe você é a primeira que dar uma resposta certa. – O Jass parabenizava o Emm batendo no ombro. – Parabéns. Você começa amanhã. - E O Emmett ainda com a boca aberta balançava freneticamente a cabeça até fingir um desmaio.

 

Cara ri litros com a encenação dos vampirinhos.

 

- Cara de quem foi à frase “Hoje estou naqueles dias”? – O Emmett perguntou se levantando do chão.

 

- Foi minha – Falei rindo da cara do Edward que abria a boca num O 

 

- Gente. Eu jurei que tinha sido a Rose. – O Edward falava rindo da cara que a Rose fazia.

 

- Quer dizer que você está naqueles dias? – A Rose sacaneou com minha cara a noite toda.

 

Passamos a noite toda jogando frases, o jogo do troca, entre outros. Foi uma noite muito agradável. Pelo menos por uma noite eu havia esquecido que estava prestes a perder o homem da minha vida.