Todos se reuniram próximo ao lago após todo o exército de Thanos sumir em poeira, após Carol Danvers utilizar a manopla. Diferente de Banner que ficou com parte do braço machucado, Carol não parecia que tinha saído de uma batalha.

— Nós vencemos Capitão. Tony disse apertando forte o ombro de Steve que tinha o olhar perdido.

— Juntos. Steve respondeu sorrindo fraco olhando para Tony. Seus pensamentos estava em certa ruiva que tinha se sacrificado para que eles tivesse uma chance. Nat tinha sido seu porto seguro desde que os vingadores se separaram, um foi o apoio do outro quando pessoas importantes para eles desapareceram com o estalar de Thanos, e agora ele não tinha mais ela e o buraco no seu peito parecia que só aumentava.

— Ela estaria orgulhosa do que fizemos aqui. Foi por isso que ela lutou, ela queria que tivéssemos uma chance. Clint disse se aproximando dos amigos. Steve apenas assentiu, sentindo lágrimas de dor e alivio descerem no seu rosto.

— Steve. Rogers se virou ao ouvir a voz da feiticeira atrás de si. Wanda se jogou em seus braços tentando controlar o choro. Steve sentia as lágrimas ainda descendo por seu rosto, porém se manteve forte, mesmo sentindo uma vontade de chorar desesperadamente, choro que ocorreu apenas duas vezes em toda a sua longa vida.

— Capitão, trouxemos alguém que você precisa ver. T’Challa disse se aproximando com sua general. Wanda se separou de Rogers olhando para o Pantera Negra.

— Pensei que estivessem todos aqui. Tony disse parando ao lado de Steve.

Antes que T’Challa respondesse, um círculo dourado começou a se formar próximo a eles. Stephen saiu primeiro dando passagem a Shuri que vinha com uma garotinha de no máximo um ano no colo.

O mundo de Steve Rogers voltou a desabar novamente, agora ele não sabia mais se conseguiria manter sua postura.

— Alguém está com saudade. Shuri disse com a voz embargada. Steve não se importou de estar sujo, sabia que se Nat estivesse ali provavelmente estaria fazendo um show, se aproximou do bebê, sentindo suas mãos tremerem tamanha era a força que ele fazia para segurar o choro.

— Papa. A garotinha gritou animada quando focou nos olhos azuis.

— Ei princesa. Steve disse com a voz grossa, totalmente embargada. A garotinha não se fez de rogada quando se jogou nos braços do loiro, quando o mesmo estendeu os braços. Steve abraçou o pequeno corpinho em seu colo, sentindo aquela fragrância infantil, não percebeu quando voltou a chorar.

— Papa? A garotinha chamou olhando curiosa para o rosto totalmente sujo do capitão, sua mãozinha foi para o seu rosto secando uma lágrima que escorria, Steve levou sua mãozinha até seus lábios e depositou um beijo.

— Eu te amo tanto, princesa. Steve sussurrou ao beijar a cabecinha ruiva.

— Quem é ela Steve? Tony perguntou tocando o braço do mais alto. Steve pareceu acordar e olhou para o amigo, que o olhava curioso, assim como Thor, Bruce, Clint, Rhodes e Pepper, o restante dos que estavam próximos sabiam quem era a garota, os outros tinham se espalhado no meio de toda aquela destruição. Steve secou as lágrimas como pode e sorriu olhando para sua princesa que sorria para ele.

— Está é Luna Romanoff Rogers. Steve respondeu deixando todos surpresos.

— Você e Natasha? Clint perguntou surpreso.

— Mama? Luna chamou olhando para os lados procurando a mãe. Todos pareceram engolir em seco, a única pessoa que teve reação foi Pepper.

— Ei gatinha, o que acha de darmos uma volta? A ruiva perguntou estendendo os braços. Luna hesitou um pouco, mas foi para os braços da mulher que a abraçou a ninando e indo para o outro lado da pequena ponte.

— Quando isso aconteceu? Tony perguntou.

— Nos dois anos em que passamos fugindo do governo. Depois que deixamos todos seguros nos refugiamos na Rússia, começamos a nos relacionar, três meses depois ela descobriu estar grávida. A gravidez foi complicada, Luna nasceu no sétimo mês. Quando todos começaram a desaparecer Nat veio correndo até mim dizendo que tinha acontecido algo com Luna. A voz do Capitão estava sem aquele calor que aquecia qualquer um que ouvia, na sua voz era apenas dor.

— Ela sumiu no estalar. Thor comentou, e Steve apenas assentiu.

— Quando chegamos no palácio ela não estava mais lá, nós disseram que ela sumiu como todos os outros.

— Por isso Nat parecia quebrada. Porque não nos contaram? Bruce perguntou.

— Nat me pediu que não falasse com ninguém, que daríamos um jeito de trazermos todos de volta. Steve disse.

— Ela nunca gostou de demonstrar o que sentia. Não seria agora que ela faria isso. Clint disse olhando para o lago, totalmente desolado.

— Sinto muito Steve. Tony disse abraçando o loiro, Clint se juntou ao abraço, Thor fez o mesmo puxando Rhodes e Bruce. Todos precisavam disso naquele momento.

[...]

— Papai? Luna entrou em casa chamando pai, mas não foi respondida. – Pai. Luna chamou mais uma vez entrando na sala e encontrando seu pai com um tablet na mão olhando para a foto de sua mãe, sentiu seu coração se apertar, fazia muitos anos desde que sua mãe tinha se sacrificado para que metade do universo, inclusive ela, pudessem voltar. Estava com seus 16 anos e ainda sentia muita falta da mãe e sabia que nunca pararia, mas sempre era amenizada quando seu pai ou seus tios e tias contavam histórias sobre ela.

— Ei princesa. Seu pai nunca pararia de chama-la assim, Steve Rogers continuava o mesmo afinal seu soro não permitia que o mesmo envelhecesse. Luna se jogou no sofá próximo ao pai e olhou para a foto de sua mãe.

— Mamãe era linda. Luna disse deitando a cabeça no ombro do pai.

— E você é uma cópia dela, mesmo cabelo ruivo, olhos verdes, pele clara e a mesma teimosia e persistente. Ele disse batendo levemente no joelho da filha. Luna riu baixinho. Ela lembrava um pouco de sua mãe, poderia agradecer ao soro de seus pais. Ela sempre cantava quando ia coloca-la para dormir.

Os dois entraram em um silêncio profundo, apenas olhando as fotos de Natasha passarem no tablet.

— Papai? Luna chamou e Steve apenas resmungou para que ela continuasse. – Por que nunca tentou novamente? Por que não teve uma segunda chance?

Steve respirou fundo, bloqueou o tablet colocando na mesa de centro.

— Sua mãe foi minha segunda chance, querida. Sua mãe praticamente me tirou do buraco em que estava depois que acordei em outra época. Ela foi meu suporte assim como eu fui o dela. Eu a amo, mas do que achei ser possível amar outra pessoa, e quando tivemos você tive a certeza de que era possível amar alguém incondicionalmente. Ele disse com o olhar fixo na parede.

— Sua primeira chance foi a Agente Carter, aquela que você tem a foto na bussola? Luna perguntou curiosa.

— Sim, andou indo ao museu? Ele perguntou olhando para a filha. Ela assentiu sorrindo.

— Você é o melhor pai do mundo sabia? Ela disse olhando para cima beijando o rosto do pai.

— Não esperava outra coisa. Steve disse sorrindo e dando uma piscadela para a filha que riu.

— Amo você papai. Ela disse se jogando nos braços do pai e o abraçando forte, ambos precisavam disso.

— Amo você também princesa. O eterno Capitão retribuiu o abraço da filha, beijando sua cabeça, assim como fez anos atrás quando a reencontrou.