Eu tinha plena consciência de que eu estava sorrindo que nem uma boba enquanto voltava para a aula. Tanto que nem prestei atenção por onde andava e acabei esbarrando em alguém.

— Marinette, oi. – era Luka. Ai não!

— O-Oi. – engoli em seco. Não que eu não quisesse conversar com ele, o problema era que recentemente eu tinha recebido a sua declaração e eu me sentia muito mal por não retribuir os seus sentimentos.

— Você e o Adrien, então...

— É. – foi só o que eu conseguir dizer. Mas eu sabia que não podia deixar assim, tinha que explicar a situação para ele da maneira mais delicada possível. A última coisa que eu queria é que Luka fosse akumatizado de novo. – Olha, eu sei que o cartão que eu recebi foi seu. – ele arregalou os olhos – E eu sinto muito, de verdade, por não poder retribuir os sentimentos. Você é um cara mais do que legal, mas eu amo outra pessoa. – ele deu um sorriso triste.

— Me dizer isso foi muito legal da sua parte.

— Só estou dizendo porque acho você incrível e merece alguém tão incrível quanto você.

— Muito obrigado pelas palavras. – retribuí seu sorriso – Mas ainda podemos ser amigos, né? Porque eu fiquei com medo de me declarar, receber um não e isso nos afastar. É a última coisa que eu quero.

— É claro que podemos ser amigos! Nada vai mudar entre nós, não se preocupe!

— Então... Posso? – estendeu os braços e eu assenti, logo nos abraçamos. – Obrigado por ser tão especial, Marinette.

— Eu é que agradeço à você. – nos separamos sorrindo um para o outro.

Fico feliz de ter esclarecido as coisas com ele. Luka era uma boa pessoa e um cara incrível, mas o meu coração já pertencia a outro.

***

— Sei que hoje não é o meu dia de fazer uma visita noturna, mas eu preciso dizer uma coisa. – Chat Noir anunciou, adentrando o meu quarto depois que eu dei permissão para que o fizesse.

— E o que é? – questionei não fazendo ideia do que ele poderia querer.

— Eu estou com ciúmes! – cruzou os braços e virou o rosto.

— Ciúmes? Mas ciúmes do que? – fiquei ainda mais confusa.

— De você no final do intervalo. Toda animada conversando com o Luka! – revirou os olhos me fazendo rir – O que é tão engraçado, hein, Marinette Dupain-Cheng?

— Você com ciúmes. Como se não soubesse o quanto eu sou apaixonada por você! – o loiro sorriu vitorioso, porém logo pareceu lembrar de algo e desfez o sorriso.

— Hum, ok. – cruzou os braços novamente e olhou para o lado. Então me aproximei rindo levemente e toquei o sino em sua roupa.

— Quer dizer que você duvida do que eu sinto por você?

— Não, claro que não. – respondeu rápido – Mas eu tenho direito de ter ciúmes. – ri de novo. Era tão fofo vê-lo com um ciúmes sem fundamento.

— Tá, você que sabe. – fiz menção de me afastar, no entanto ele segurou a minha mão e deu um sorriso.

— Gosto quando você fica perto de mim. – me conduziu para ainda mais perto do seu corpo.

— É uma pena que você esteja irritado e com ciúmes, se não eu poderia te beijar agora.

— Não estou irritado. E ciúmes? O que é ciúmes? – ri com seu jeito bobo e coloquei os meus braços sobre os seus ombros.

— Senti uma falsidade no seu tom, mas eu vou ignorar porque quero muito te beijar. – dito isso, juntei os nossos lábios, ficando na ponta dos pés para tal.

Adrien segurou firme o meu corpo e logo me deu impulso para que eu subisse em seu colo. Entrelacei as minhas pernas ao redor da cintura dele e continuei o beijando. O loiro andou comigo em seu colo até a parede mais próxima e me colocou de costas para ela.

— Meu Deus! Eu sou muito apaixonado por você, Marinette! – disse ofegante, arrancando um sorriso de mim.

— Também amo você, gatinho! – voltamos a nos beijar, enquanto eu sentia as mãos de Adrien segurarem as minhas coxas para que eu não caísse. As minhas mãos agora estavam em seus cabelos e a bagunça dos fios se tornou maior ainda.

Agora que eu e Chat Noir sabíamos as nossas identidades, parecia que nossa ligação se tornava maior a cada dia. Era difícil descrever o que eu estava sentindo naquele momento, pois uma mistura de sensações invadia o meu corpo violentamente à medida que meus lábios se chocavam com os de Adrien.

Nunca estivesse assim com nenhum outro garoto, muito menos nas outras vezes que eu e Chat Noir nos beijamos. Era novo para mim, era diferente. E eu estava mais do que gostando, afinal, tem coisa melhor que beijar o amor da sua vida sabendo que você também é o amor da vida dele?

Adrien me segurou mais forte e me carregou até a cama, me colocando delicadamente sobre o colchão. Em seguida colocou uma das mãos sobre o meu rosto e veio por cima de mim, juntando nossos lábios novamente.

Segurei os seus ombros e o puxei para ainda mais perto. E depois de um tempo, nos separamos ofegantes, hipnotizados pelo olhar um do outro.

— Desculpe pelo meu ciúme, é que eu tenho um certo receio ainda. Dá pra ver que o Luka gosta de você e vocês... – coloquei o dedo sobre os seus lábios, impedindo que terminasse a frase.

— Ele pode gostar de mim, Adrien. Qualquer um pode. – segurei o seu rosto, colando as nossas testas – Mas ninguém me ama como você.