Rescue me escrita por Carol McGarrett


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

É Jibbs porque eu não sei escrever outra coisa. Nunca tinha feito algo assim, mas quando ouvi a música Rescue Me (que foi lançada hoje, por sinal), não consegue não pensar nesses dois. Era muita coincidência para deixar passar essa história!
Então, se for do seu agrado, coloque a música no replay infinito, e leia a fic!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/777885/chapter/1

 

“Would you rescue me?
Would you get my back?
Would you take my call when I start to crack?
Would you rescue me? Huh”

Você me resgataria, Jethro? Por que eu pensaria nisso justo agora? Por estar a beira de encarar os meus pecados? Deve ser essa a resposta. Mas sim, eu gostaria de que alguém pudesse vir me resgatar. Alguém não, ele. Sim, porque, pelo menos para mim era somente ele quem poderia me resgatar, me salvar, vigiar as minhas costas. Principalmente agora que eu começo a quebrar.

Não quero morrer.

Não quero deixar as coisas não resolvidas.

Não quero deixar tudo para trás.

“Would you rescue me?
Would you rescue me when I'm by myself?
When I need your love, if I need your help
Would you rescue me? Huh
Would you rescue me?”

É tarde para pedir reforços, é tarde para dar um passo atrás. Estou por mim mesma, dentro da teia de aranha que eu mesma ajudei a tecer. Se eu não fosse tão nova. Tão recém-saída da academia quando me colocaram para executar uma pessoa a sangue frio. Isso não estaria acontecendo. Isso tudo já teria acabado há muito tempo. E, talvez, só talvez, eu pudesse ter seguido com uma vida diferente.

A quem eu estou enganando? Não tinha outra vida, não para aquela Jenny Shepard. Não para aquela agente carreirista e vingativa. Eu era tão tola!

E agora, bem, eu tentei, eu tentei fazê-lo ficar. O pequeno Carson. Ah! Aquele garoto me mostrou o que eu realmente perdi. Mas... de qualquer forma, não teria uma segunda chance para nós dois. Por que só notamos o que precisamos mais quando não temos mais tempo? Amor... ajuda... preciso dos dois. Os queria agora. Mas o agora, ele é cruel. Mas tenho certeza que ele me encontraria. Me amaria? Não sei. Me ajudaria? Com certeza. Ele nunca foi de dizer palavras ao vento.

Contudo já não tem mais jeito. Eles já estão aqui. Um, dois, três, quatro. Meu destino na mão de quatro homens. Queria saber o que está reservado para mim, quando eles entrarem por aquela porta. Mas minha mente não quer me fazer focar em um futuro que de qualquer forma eu nunca terei, ela me manda para trás, para um passado ora distante, ora nem tanto.


“We don't talk much, not anymore
Broken bottles and slammin' doors
But we still care about each other
Say we care about each other
I know life took us far away
But I still dream 'bout the good old days
When we took care of each other
We were livin' for each other”

Achei que seria mais fácil de encará-lo. Nunca foi. Desde o primeiro momento dentro do MTAC quando nossos olhares se cruzaram pela primeira vez eu sabia. Eu nunca deixei de amá-lo. Mas fui covarde o bastante para deixá-lo. Até que passamos bem pelo primeiro ano, contudo eu tinha que estragar, ele tinha que estragar. Nossa amizade, que estava sendo reconstruída aos poucos, foi arruinada. Ele me deixou sozinha quando resolveu se aposentar, e eu acabei com tudo quando, em minha caçada ensandecida não o escutei. Passamos de jantares amistosos tarde da noite em meu escritório para portas batendo, gritos, acusações e desconfianças.

Mas, no fundo, bem no fundo, eu sei que sempre vamos nos preocupar um com o outro. Sempre. Isso não vai mudar. Nunca. Está enraizado demais para que simplesmente deixemos de lado. Ele sempre vai se preocupar comigo, como fez quando o FBI foi atrás de mim. E eu sempre vou estar lá por ele. Como quando ele entrou em coma. Não liguei que ele não me reconhecesse, eu queria que ele voltasse. Mesmo que a vida nos separe de novo, seremos sempre parceiros.

E, afinal, sempre teríamos Paris. Ah, Paris. Aqueles velhos e bons dias quando tomamos conta um do outro, quando vivemos um pelo outro. Das noites de tocaia, das vezes em que um realmente confiou vida nas mãos do outro. Quando sabíamos que a única mão que nos seria estendida, em caso de problema, seria a do outro. Velhos dias bons... onde nada disso aqui poderia ter nos destruído. Errado. Onde somente uma coisa poderia nos ter destruído. Eu.

Ah! Eu sinto tanto... queria poder voltar o tempo.

“But I start to wonder, wonder
If I'm slipping under, under”

Não adianta chorar agora. O que está feito, está feito. Eu mesma me coloquei nessa posição... Eu mesma me joguei aqui. Deixei que as coisas deslizassem pelas minhas mãos e dedos. Joguei tudo fora...

 

“Yeah, I miss all the times we had
Can't forget what you can't get back
And you can't find it in another
Man, time, it ain't your lover
I don't care what you thought before
I'll be there anytime you call
Don't you ever call another
No need to call another”

Sentado nesse porão eu começo a pensar se tudo o que ela fez tem algum sentido. Vingança sim. Mas da forma que ela fez! Ela se arriscou além da conta. Além do ponto onde, se ela escorregasse de vez, ela pudesse voltar.

Voltar. Não pediria para voltar em 1999. Mas há três anos atrás. Quando ela disse não para fora do trabalho. Deveria ter tentado mais, eu sabia que ela mentia. Ela nunca me enganou. E eu senti a falta dela. Como eu senti. Nunca esqueci o tivemos. O que nunca mais poderemos ter de volta. E não digo só a paixão. Digo nós dois. Éramos imbatíveis. Os melhores. Nunca trabalhei em uma sintonia tão perfeita como quando trabalhei com ela.

Nós tínhamos um futuro. Um futuro que nem eu nem ela poderemos encontrar em outros. Até porque não temos mais esse tempo todo. Ou temos? Poderemos ter?

Olho mais uma vez para o arquivo que Fornell me entregou. A única prova que falta para uma condenação total sua Jen, é o pente que você me entregou... Você fez isso de caso pensado, não foi? Sabia que eu seria incapaz de te entregar. Sempre soube que eu seria aquele que estaria lá por você. Assim como você sempre estaria lá por mim. Cada um cobrindo das costas um do outro. Como sempre fizemos.

Maldito telefone. O que DiNozzo quer agora?

O que você fez, Jen? Por que fez isso? Por que não me chamou para estar aí com você? Não é para isso que parceiros servem? Você sabe que eu sempre estaria a uma ligação de distância. Por que ligou para outra pessoa quando bastava ligar somente para mim. E eu estaria aí, para te resgatar do que fosse preciso.

E, pelo menos dessa vez eu tenho a resposta para a minha pergunta. Não. Não temos mais tempo.


“And I start to wonder, wonder
If I'm slipping under, under”

Começo a me preocupar o que te levou a fazer isso. Um dia eu saberei. Você deixou outra carta, Jen? Por favor, dessa vez eu preciso de respostas. Respostas que somente você pode me dar. Não me deixe conjecturando. Não me deixe me enterrar em remorsos.

Mas dessa vez você não deixou. Só uma folha inacabada, onde só teve tempo ou seria condições de escrever: “Querido Jethro.”

E agora Jen? O que sobra para mim? O que sobrou para você? O que sobre para nós?

Por que eu não posso acreditar que você fez tudo isso sozinha para me proteger! Jen! Por Deus! Se você queria consertar um erro do passado, bastava me ligar. Faríamos isso juntos. Era a nossa missão. Terminaríamos juntos. Você não precisava se matar por mim. Não quando eu não consigo mais ver pessoas morrendo por mim. Kate. Paula. E agora você.

Eu agradeço o seu esforço, Jen. Mas quando Svetlana passar por aquela porta, eu não vou me defender. Não mais. Te vejo daqui a pouco. “Por quê”? Sei que é o que está pensando, sei até como estão as suas feições agora. Está com a cabeça altiva, sobrancelha levantada e acaba de estreitar o olhar para o que eu disse, não é? E se estivéssemos frente a frente, você tentaria a todo custo equiparar nossas alturas, mesmo estando com seus impraticáveis saltos, só para que pudesse ler meus olhos e tentar achar algum resquício de brincadeira neles.

Hoje não tem, Jen. Hoje não. Isso é sério. Não posso ficar aqui sabendo o que você fez. Sabendo que você se sacrificou por mim. Não importa se Ducky me disse que esse foi o melhor jeito para você sair de cena, Shepard. Eu não te permiti morrer hoje. Muito menos por mim.      

Ela está aqui. Te vejo daqui a pouco, Jen. E vamos ter a conversa que não tivemos.

“Would you rescue me?”

Você me salvaria, Jethro?

Você sabe que sim, Jen. Eu faria isso.

“Would you get my back?”

Você protegeria as minhas costas. Sim, você faria isso. – Sorri diante da pergunta besta.

Eu seria o seu reforço, como parceiros sempre são, Jen. Como deveria ter sido, se você não fosse tão teimosa.


“Would you take my call when I start to crack?
Would you rescue me?”

E seu eu te ligasse do nada, quando tudo começou a desmoronar? Você me resgataria? Seria meu cavalheiro em armadura cintilante, Jethro?

Mas você não ligou... em nenhuma das duas vezes em que tudo começou a desmoronar ao seu redor, você ligou. Por quê, Jen?

Você nunca me deixaria fazer isso... Mas achei um jeito válido de morrer. Isso aconteceria mais cedo ou mais tarde, mas sabe. Assim, eu tive o controle. Se eu deixasse tudo como teria que ser, eu não seria eu quando a morte batesse na porta para me levar.

Isso não é desculpa, Jen.

E você? Qual é a sua? Por que me seguiu? Por que deixou ela te matar?

Você não estava mais lá para me salvar, Jen.

“Would you rescue me when I'm by myself?”

Você me salvaria quando eu estive sozinha?

Te salvaria de que?

De tudo!

Não precisaria pedir, Jen.

Você tentou, não tentou?

Sim... Mas você foi teimosa demais para me ouvir.

Sinto muito.

Não de desculpe!

Ha! Meio tarde para isso Jethro! Olha onde estamos! Não nos restou muita coisa a não ser tentar consertar o passado...

Sobre qual passado? Três anos atrás ou nove anos atrás?

Faz diferença agora?

Sempre fará. Eu te disse no seu primeiro dia como diretora, eu senti a sua fala, Jen.

“When I need your love, if I need your help

Would you rescue me? Huh”

Então, falando do passado. Se a minha resposta tivesse sido diferente há três anos...

Sim. Se fosse diferente. Se você não falasse o contrário do que você queria. Porque você mentiu para mim ali, Jen.

Sim... na cara dura. – senti minhas bochechas corarem – então, quando eu precisasse do seu amor. Se eu precisasse da sua ajuda, você me salvaria, hein?

Sim. E se fosse o contrário?

“Would you rescue me? Yeah”

Você me salvaria Jen?

Sim, Jethro, eu te salvaria. Acho que sempre salvaríamos um ao outro!

Sim. Sempre um ao outro, como deveria ter sido desde 1999. 





Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem... disse que era uma releitura da Judgement Day. Não disse que teria um final feliz. Apenas continuei a história como se Mike Franks nunca tivesse entrado na casa da Jenny. Por que ali, naquele momento, Gibbs tinha desistido. Ele foi lá para morrer.
Espero que tenham gostado.
História revisada, mas qualquer erro é só falar que eu conserto.
Muito obrigada por lerem! Até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rescue me" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.