Fogos de Artifício Passageiros escrita por Jullie Buchanan


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Ao escrever essa fanfic eu me baseie na música Utakata Hanabi = Supercell, um dos encerramentos de Naruto Shippuden. Recomendo ouvir a música enquanto lê a fanfic.
Espero que gostem, afinal Deidara e Obito são um dos casais não-oficiais que eu mais amo! ♥



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O festival no fim de agosto estava animado e cheio de pessoas. Ele puxou minha mão para que subíssemos ao telhado e ao sentarmos ali olhamos para os fogos de artifício que repentinamente subiram ao céu noturno e pouco estrelado daquela noite. Enquanto você observava fascinado, em transe, com a beleza descomunal dos grandiosos fogos, eu fitava você. Seria melhor se eu não gostasse de você. De dias como hoje, certamente, acabarei me lembrando. Se ao menos eu não tivesse descoberto esses sentimentos... embora agora, nós nunca vamos nos encontrar novamente. Eu ainda penso naquele dia de verão quando você estava comigo. Demorei para aceitar esses sentimentos, eu sempre afastava você e agora me arrependo por não ter tido mais tempo.

Um sorriso se formava em seus lábios. Era pequeno, mas perceptível ao meu olhar. Enquanto você encarava com fascínio os fogos acima de nós, eu encarava com fascínio a sua cara de idiota e um sorriso também surgia em meus lábios. Um choro engasgava-se em minha garganta e eu via que seus olhos estavam enchendo-se de lágrimas.

Um brilhante fogo de artifício clareou ainda mais o céu noturno. Uma mistura de vermelho com amarelo caindo na imensidão escurecida, florescendo a obscuridade. Só mais um pouco até o verão terminar. Torna-se doloroso com rapidez. Um coração do avesso, disparado ao céu. Eu me sentia quebrado e ele riu, fazendo meu transe por ele se quebrar naquele momento.

— Eu odiava fogos de artificio. – Diz Obito, quebrando o silêncio. – Nem acredito que você me fez gostar dessas coisas barulhentas.

— São majestosas, não barulhentas! – Eu reclamo, mas um sorriso permanece em meus lábios. – Eu tenho algo para te dar.

Obito me fita. Seus olhos transparecem a curiosidade, eles brilham e meu coração palpita com força enquanto tiro um papel um pouco amassado do bolso de minha calça e o entrego. Ele abre com cuidado para não rasgar nada e logo sua expressão muda. Suas sobrancelhas se arqueiam e sua boca fica entreaberta. Obito então sorri, dobra o papel e guarda em seu bolso e vira o rosto à minha direção. Algumas lágrimas descem por seu rosto e ele passa as costas da mão esquerda por ali para limpa-las com rapidez exagerada.

— Deidara... – sua voz fraqueja, o choro está entalado. – Obrigado, eu adorei.

— De nada, Tobi. Foi tudo o que eu consegui pensar para te dar antes de partir. Queria que levasse algo para não se esquecer daqui... – eu respiro fundo. – Para não se esquecer de mim.

Obito coloca uma das mãos sobre o rosto, como se quisesse esconder seu choro, mas quando afasta a sua mão ele me fita profundamente e eu não consigo desviar o olhar. Não quero desviar o olhar. Não sei quanto tempo ainda teremos.

— Eu nunca irei me esquecer de você. – Ele dá uma risada. – Que coisa clichê. Achei que odiávamos isso.

— Odiamos. – Completo com um sorriso. – Mas é inevitável nessa situação, não acha?

— Acho.

Obito retorna seus olhos negros para os fogos e dessa vez eu faço o mesmo. Naquele papel continha um desenho que eu fiquei fazendo durante uma semana. Em um momento do verão Obito adormeceu em uma toalha perto do lago e eu o desenhei. O desenho retratava ele em seu sono profundo e em paz, enquanto o lago atrás dele foi desenhado também, assim como a grama, a árvore e as sombras da mesma pairando sobre o rosto do Uchiha. Aquele lugar era o nosso lugar preferido. Não havia nada melhor do que a sombra daquela árvore para acalmar dois corações nervosos. Aquela árvore havia presenciado tantas conversas idiotas, tantas brigas e tantos beijos que eu sabia que quando Obito fosse embora eu não conseguiria retornar para aquele lugar sem ele a meu lado.

Aperto meus olhos e respiro fundo. Ele havia entrado para uma ótima universidade que ficava do outro lado do mundo e eu ficaria aqui, sozinho. Amanhã ele partiria e essa era a nossa última noite juntos. Eu estava feliz por ele, claro que estava, impossível não estar. Mas a tristeza também me tomava o controle e eu não estava sabendo lidar com isso, não estava sabendo lidar com a sua partida. Ele não voltaria para cá tão cedo. Não sabia nem se retornaria algum dia. Isso é tão triste. Porque fomos nos conhecer? Se eu fechar meus olhos vai ser como se você ainda estivesse ali?

Doces suspiros, suspiros seus. Tingida por uma ligeira febre, eu me apaixonei por você e agora tenho que deixar você ir. Sua voz, seus olhos, foi minha salvação. Antes que eu percebesse, o tempo estava passando. Quando você se for eu ainda vou procurar por vestígios seus. Os fogos de artificio terei que olhar sozinho a partir de agora. Muito em breve, a próxima estação chegara. Nesse momento eu olho os últimos fogos com você e sempre me lembrarei deste dia de verão, ao qual foi o último ao seu lado. O último dia de minha felicidade pura e genuína. 


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