Romeu e Julieta, quase escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 1
Capítulo 1: As Tribridas


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/OqZ8OvvC5hI-Elijah's daughter.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/777751/chapter/1

P.O.V. Hope.

A minha prima louca inventou um feitiço que nos permite entrar dentro das histórias dos livros, assim podemos ter uma experiência melhor e ler mais depressa.

Ainda não consigo acreditar que o tio Elijah achou um jeito de procriar. Enfim, estávamos com aquelas fantasias, aqueles vestidos enormes e mascaradas.

História de hoje, Romeu e Julieta. O meu era vermelho, o da Clary azul. Ela cobriu a runa no pescoço e a no colo com maquiagem. É, pois é a Clary é como a Clary dos Instrumentos Mortais. O sangue angelical do padrinho dela a torna uma Tribrida.

—Seda azul. Você não acha que ficaria melhor de vermelho?

—Ai não apareceria o meu cabelo!

—Clary, o seu cabelo é ruivo. Não tem como ele não aparecer. Especialmente de azul.

—Bem, vamos nos misturar.

P.O.V. Romeu.

Eu a vi. A mais bela criatura adentrando o salão, o seu vestido de seda azul, a máscara da mesma cor toda cheia de brilho. Sentindo-se observada, ela olhou para mim com seus belíssimos olhos verdes.

Mas, alguém a tirou para dançar.

—Minha Bela Senhorita. Poderia ter a bondade de me conceder esta dança? És como o orvalho da manhã com um sorriso celestial.

—Claro.

P.O.V. Clary.

Porque este homem me convidaria pra dançar?

—Se me permite a pergunta, quem o Senhor seria?

—Conde Paris.

Oh, certo.

—Muito prazer.

P.O.V. Romeu.

Oh, não.

—Mantenha suas mãos longe dela. Ela não é sua presa.

P.O.V. Clary.

Imagine a minha cara quando escuto aquela fala. E pior, sinto a mão dele... no meu relicário.

—Se minha mão profana o relicário em remissão aceito a penitência: Meu lábio, peregrino solitário, demonstrará, com sobre, reverência.

—Oh, não! Porque que eu tinha que vir de vestido azul?!

P.O.V. Romeu.

A fala dela pegou-me de surpresa.

—Oh, não! Porque eu tinha que vir de vestido azul?!

Disse repousando as mãos sob as bochechas com expressão de pânico.

—Perdoe-me, eu não...

—Não é culpa sua. É minha. Eu nem tinha que estar aqui. Sinto muito. Não queria que isso acontecesse. Me desculpe, Romeu.

Disse saindo correndo em meio a multidão.

Por Deus, estou mascarado e ela me identificou tão logo. Mas, quem seria ela?

Corri atrás da dama de vestido azul e cabelos cor de fogo, bem a tempo de vê-la, agarrar e arrastar uma outra dama para o canto.

—Hope, oh Hope deu tudo errado!

—O que? Deu certo, Clary, estamos aqui.

Clary. Que nome mais peculiar.

—Não. Não! Ao invés do Romeu trombar na Julieta e se apaixonar por ela... ele trombou em mim!

—Oh! Isso é... mal.

—Você acha?!

Meu bom amigo, Benvólio.

—E quanto á Rosalinda?

—Ela ensina as tochas a brilharem, jamais havia visto verdadeira beleza, até esta noite. Ela parece pender da bochecha da noite como um joia sob a obsidiana. Beleza, muito rica para esta terra, para ser tida, muito cara.

—Mas, e quanto ao seu amor por Rosalinda?

—Se meu coração amou até agora, abandone a vista, nunca hei visto verdadeira beleza até está noite.

Elas retornaram ao festejo. E consegui dançar com ela.

—Que alegação é essa?

—Alegação de amor que para sempre deve ser ouvida.

—Para sempre é um longo tempo.

Sua mão era tão fria. Mas, a pele era pálida.

Ela pegou um ramo de rosas brancas dum vaso que estava por perto e deu em minha mão.

—Porque não vai procurar o seu verdadeiro amor, assim não causo tanto estrago? Dê as rosas a ela, tenho certeza que ela vai amar.

Dei o ramo de rosas para ela.

—Para a mais bela dama neste recinto.

Me desmascarei. E ela puxou-me para o canto, para longe dos demais.

—Isso não deveria acontecer. Você não deveria me amar! Você devia amar a Julieta!

P.O.V. Romeu.

Eu sabia que quanto mais eu lhe falava, mais ela sentia-se como eu sentia-me.

—Como posso amar esta Julieta, se você é a perfeição.

Disse tocando sua bochecha, também fria e pálida.

—É isso. Essa é a solução.

Disse ela como se tivesse lhe vindo na cabeça a melhor e mais brilhante das ideias.

—Não sou perfeita. Você só pensa que sou, porque fui feita pra isso. Sou a predadora mais absurdamente perigosa do mundo, porque tudo em mim é convidativo. Minha aparência, o som da minha voz e até o meu cheiro. Mas, é uma camuflagem. Como se eu precisasse disso.

Num piscar de olhos ela estava longe, no andar de cima.

—Você não pode correr mais que eu!

Veio perto de mim novamente e pegou um enorme bloco de mármore que se soltava do chão e o arremessou longe, pegando-o e amassando-o com as próprias mãos.

—Sou uma matadora. Uma predadora-alfa. E ferindo aqueles com quem mais nos importamos, é simplesmente o que nós somos. É o que fazemos. De um jeito ou de outro.

Podia ver as lágrimas nos olhos dela. Senti sua mão fria sob minha bochecha.

—Eu não mereço alguém como você. E se mesmo se merecesse, seria sua morte, de um jeito ou de outro. 

Então, ela tirou sua mão de minha bochecha e respirou fundo.

—Agora, a única coisa a se fazer é... encontrar um modo de apagar tudo isso e limpar essa bagunça que eu fiz.

—Ei, temos que ir. Preciso me preparar.

—Certo. Adeus Romeu, foi um prazer conhecê-lo.

Elas foram embora e eu também.

P.O.V. Hope.

E agora? Como vamos concertar isso?

—Boa pergunta. Nós temos que fazê-lo esquecer.

—Como?

Ela me estendeu um frasco com um líquido verde.

—Azul para lembrar, verde para obliviar.

—Você é um maldito gênio.

—Eu sei. E Hope, tem algo que você precisa saber.

—O que?

Pela cara dela eu sabia que não ia gostar.

—Minha mãe me contou uma coisa. Ela sabe, porque seu pai fica com esses ataques.

—Porque?

—Feitiços muito antigos e muito poderosos são limitados por algo ainda mais poderoso. Um cometa, a lua, uma duplicata... o outro lado foi feito á dois mil anos e ainda existe.

—É. Amara era a âncora.

—Sim. Ela era.

—E sua mãe fez um feitiço de troca de âncora. E daí?

—A nova âncora... tem mil anos, é imortal, indestrutível...

Meu Deus! 

—A nova âncora não é uma coisa Hope. É uma pessoa.

—Meu pai.

—Sim. Ela precisava de algo que pudesse durar para sempre, algo que ninguém pudesse destruir e... digamos que ela tinha uma rixa com o seu pai.

—Porque diz isso?

—Seu pai não está louco Hope. Ele só fica falando com os seres sobrenaturais mortos que andam por ai. Ele podia ver a Bonnie enquanto ela tava morta, eles fizeram contato físico real, Hope. A Bonnie pôde tocar nele.

—Como assim? Como isso é possível?

—Seu pai existe em dois lugares simultaneamente. No nosso plano físico e do outro lado. Pense no seu pai como uma cabine de pedágio ambulante entre o nosso plano físico e o outro lado. Ele e só ele tem o Poder de interagir fisicamente com o nosso mundo físico e o purgatório sobrenatural.

—Parece um feitiço complicado. E que requer uma quantidade massiva de poder.

—Sim.

—O que ela usou?

Clary respirou fundo.

—Ela tinha uma prima em casa que sentia falta da melhor amiga, uma ancestral que queria um jeito de se proteger do seu pai á qualquer custo e uma imortal suicida.

—Duplicatas. Ela usou o sangue das duplicatas.

—Sim. Todas voluntárias, á propósito.

Estava tão decepcionada, mas compreendo. Meu pai, fez muitos inimigos, matou muitas pessoas.

—Ela pessoalmente só... queria parar a matança. Ela queria colocar um freio Hope. No seu pai, no meu, na tia Rebekah. 

—Só, me deixa sozinha por favor.

—Tudo bem.

Clary saiu.

P.O.V. Romeu.

Esgueirei-me para dentro do jardim, da residência vizinha á dos Capuletto que soube havia sido comprada por duas jovens primas que perderam seus pais. Presumi que uma delas fosse é claro, Clary.

Ouvi meu bom amigo Mercúcio gritar por mim.

—Só ri de cicatrizes quem ferida nunca sofreu no corpo.

Então, eu vi. E silenciei-me por um tempo.

—Que luz é aquela que escoa agora da janela? Será Clary o sol daquele oriente? Surge, formoso sol e mata a lua cheia de inveja... Espere, é a minha formosa senhora. Oh, é o meu amor!  Oh, se ela soubesse que era. O brilho de sua face envergonharia as estrelas. Como a luz do dia apaga uma lamparina. Seu olhar fixo no céu daria adiante tal luz que os pássaros cantariam e pensaríamos que se não é noite. Veja como ela apoia o queixo na mão, a se eu fosse uma luva sob aquela mão, que eu pudesse... tocar aquela bochecha.

—Ai de mim.

—Oh, ela fala! Oh, fale novamente, anjo brilhante.

—Oh, Romeu, Romeu. Bem que eu queria ser a sua Julieta. Mas, o que Julieta Capuleto e eu temos em comum? Absolutamente nada. Sou a filha de uma híbrida bruxa Doppelgganger e um Vampiro Original. Neta de uma bruxa malvada e tenho o sangue do primeiro caído. Julieta é uma dama, boazinha, submissa e recatada. Filha de um rico comerciante. E eu? Solto luz angelical da minha mão, mato demônios. Me alimento de sangue. Ela é uma dama e eu sou um monstro. Ela é boazinha, submissa e recatada e eu sou uma Tribrida chutadora de traseiros. Matadora de demônios, homens entre outras criaturas.

É a declaração mais incomum que eu já ouvi.

—Devo ouvir mais ou devo falar agora?

—Eu não mereço seu amor. Não seria uma boa esposa, não para os padrões deste século. As outras garotas tem potes e panelas, bordam, eu tenho lâminas serafim e a última coisa que eu costurei foi um homem moribundo. Elas leem romances água com açúcar e eu grimórios de mais de mil anos de idade.

Notei uma marca negra em seu antes imaculado e belo pescoço.

Então, um servente vem por detrás dela. Mas, não se assusta, ela detecta sua presença.

—Olá Sr. Manchi... Você não é o senhor Manchini.

Ela atirou uma faca nele. A lâmina atravessou-lhe o crânio, mas ele não morreu. Seu corpo dobrou-se duma forma não natural e pude ouvir o rosnado da criatura.

Que tirou a faca atravessada em seu crânio e jogou a longe. 

—Que é isso? É o exorcista de setenta e três.

Ela tinha outra lâmina que arremessou contra aquela criatura que a pegou e atirou longe.

Estava indo ao seu resgante quando...

—Romeu! Romeu, fique ai!

Ela sabia que eu estava aqui? Por quanto tempo?

Clary desenhou algo na mão e a luz saiu. Junto com a criatura medonha que libertou-se do corpo do pobre homem despedaçando-o. A criatura tinha asas e era horrível.

Ela começou a correr pelos corredores, caçando a criatura.

P.O.V. Clary.

Comecei a desenhar a runa da luz do sol na mão de novo e... atirei, mas o demônio escapou. Eu atirava, mas não conseguia acertar.

—Onde diabos está você?!

O demônio não aparecia.

—Você me quer, desgraçado?! 

Ai ele apareceu, pousou uma das paredes.

—Vem me pagar!

P.O.V. Romeu.

Eu assisti atônito ela correr em direção á desprezível criatura e soltar de sua mão uma rajada de luz amarela que atingiu a besta transformando-a em pó.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Romeu e Julieta, quase" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.