Asterisco e Machine escrita por Helen


Capítulo 4
Conversas construtivas são uma ótima maneira de conquistar a garota dos seus sonhos




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A Noite era infestada de gente maluca. Era possível ver todo o tipo de pessoa andando por aí, com as skins uma mais doida do que a outra. Asterisco não parecia tão estranho com seus inúmeros piercings e sua roupa rasgada, e nem Machine com seus óculos do ciclope do x-men, sua calça hippie e seu casaco de pelo animal, que ficava sempre aberto deixando seu peitoral à mostra.

Uns robôs acenaram para eles enquanto passavam e os dois acenaram de volta, mesmo sem se conhecerem. Asterisco logo abriu o menu de mundos e procurou o Daft. Não demorou muito, e se teletransportou até lá, junto com seu amigo Machine.

Os dois ficaram esperando no lobby enquanto conversavam sobre qualquer coisa da vida. Lorelei não demorou muito para chegar, com sua skin tatuada e de cabelo estilo Joãozinho.

—Você tem um péssimo gosto, Asterisco. —ela começou a conversa assim. —Esse é um dos mundos mais sem ter o que fazer que existem.

Asterisco ficou sem chão.

—Sossega, mano. —disse ela, sorrindo de ruim. —Eu vou te ajudar a ganhar uns scores melhorzinhos.

Lorelei foi na frente, escolhendo a sala e anunciando o grupo para a partida. Machine ficou dando uns tapinhas nas costas de Asterisco, tentando consolá-lo. A sua conquista não ia ser tão fácil quanto pensava.

O jogo carregou e eles foram levados até o meio do planeta, onde estava uma gigantesca floresta tropical. Seu objetivo apareceu na tela: “Time C. Objetivo Exterminar times inimigos em quatro horas. A: 0/50. B: 0/50. D: 0/50.”

Lorelei não demorou a ser reconhecida no chat de voz. Isso fez com que o trabalho deles fosse ainda mais difícil, porque todos fugiam da mulher a todo o custo. Asterisco ficou puto no meio da situação e começou a dar tiro pra todo o lado, acertando alguns poucos.

A: 1/50. B 4/50. D: 0/50

Mesmo fugindo, ninguém era páreo para o radar natural da mulher. Lorelei tinha umas estratégias profissionais de encontrar inimigos, além de saber como exterminá-los mesmo de longe.

A: 18/50. B 15/50 D: 13/50

—Ei, Impressora. —chamou Asterisco.

—Diga, noobão. —respondeu Lorelei.

—Me chama assim não, namoral.

—Eu te chamo do que eu quiser.

—Enfim. Por que você tem esse nome?

—Eu coleciono um monte de impressoras, desde a primeira que foi inventada até essa que temos hoje.

—Carai. Tu gosta mesmo desses troço, ein. Mas pra que tu coleciona, se nunca vai usar?

—É tipo tu com teus piercings. Tu só fura tua orelha porque você quer. Eu coleciono porque eu quero.

“Porra, que tapa na cara. Como diabo eu vou me aproximar dessa mulher desse jeito?” pensou Asterisco.

E Lorelei continuava a matar os outros.

A: 20/50. B: 27/50 D: 23/50

Na verdade, Lorelei estava carregando o time. Machine não era bom em jogos de tiro, e Asterisco estava mais concentrado em tentar achar um assunto pra puxar com ela do que realmente jogar.

—Lorelei.

—Que é, porra?

—Caralho, precisa responder assim não.

—Tu só enche o saco, corno.

—Me chama de corno não, porra.

—Vai tomar no seu cu, só eu que ‘tô jogando direito nessa merda.

—Foda-se. A gente ‘tá tentando ser legal e você fica enchendo saco, reclama de tudo. Ti fudê.

—Agora pronto. Tu fica dando em cima de mim e acha que eu vou te dar mole só porque tu conseguiu meu número? Eu ‘tô aqui pra jogar, não pra namorar, caralho.

—Ah é? Então se foda, eu ‘tô quitando.

—Asterisco, deixa de ser idiota. —Machine brotou de algum lugar. Provavelmente era por causa do lag. —Eu não arranjei o número da Lorelei pra tu dar ragequit nessa merda. Vai jogar.

—Tá, tá, foda-se você também. —Asterisco foi por um lado da floresta, no puro ódio, matando quem aparecesse na sua frente.

A: 35/50. B: 40/50. D: 32/50.

Machine e Lorelei continuaram a jogar juntos, em silêncio. Ela acabou ensinando a ele uns truques, pra ajudá-lo a colaborar com o score. Ele fez bom uso das dicas.

A: 48/50. B: 43/50. D:40/50

—Sério que você tem uma coleção de impressoras? —perguntou o ciborgue.

—Sim, por quê? —Lorelei.

—Ah, é só estranho. Nunca achei que alguém pudesse gostar tanto de impressoras.

—Pois é. Eu tenho gostos estranhos.

—Tem algum motivo especial? Tipo sei lá, sua bisavó trabalhava numa gráfica ou algo do tipo.

—Ah, tem sim. —e assim terminou sua resposta.

A: 50/50. B: 47/50. D: 49/50.

Os remanescentes das equipes estavam muito espalhados, o que deixava tudo mais difícil. O mapa começou a diminuir, já que faltava uma hora para o final da partida.

—Teu amigo Asterisco é uma porra. —comentou Lorelei.

—É, ele é assim mesmo. Mas pega leve com ele, o cara ‘tá assim desde que saiu da cápsula.

—Ah, então ele vivia nas cápsulas?

—Sim. Ele namorava uma menina chamada Ketlyn, mas aí ela traiu ele e ele não conseguiu superar. Começou a ver o mundo como a bosta que é, e eu decidi libertar ele. O cara ia se matar.

—Porra, por causa de uma mulher? Que carência do carai.

—Pois é. Essa galera que vive nas cápsulas é tudo assim, sensível. Qualquer coisinha diferente do padrão é um chororô, uma estranheza.

—Bando de fresco alienado.

Os últimos da equipe B foram encontrados pela dupla, enquanto o último da D foi morto por Asterisco. Quando os três se encontraram no lobby, Asterisco estava um pouco mais calmo.

—Tu é fresco mesmo, viu. Querendo se matar por causa de uma mina? —começou Lorelei.

—Tu contou pra ela, Machine?! —Asterisco voltou a ficar puto.

—Contei, se não ela nunca ia entender. —o ciborgue coçou a nuca.

—Agora ela vai zoar com a minha cara pro resto da vida, isso sim.

—Deixa de coisa.

—Ô Asterisco, o que tu faz da vida? —perguntou Lorelei.

—Eu? Nada. Fico o dia todo aqui, jogando. —respondeu o punk.

—Caralho, é sério isso? Qual teu problema?

—E eu vou fazer o que, porra?

—Vai ajudar os outros a sair, né, filho da puta!

—O que?!

—Aff. Sinceramente. Não dá pra conversar com vocês assim. Machine, leve Asterisco pr’aquele lugar que a galera se reúne.

—Beleza.

—Vejo vocês lá. —ela se preparou para sair —Sério, como é possível?! —e desapareceu do lobby.

—O que deu nela? —perguntou Asterisco.

—Sei lá, mano. —respondeu Machine.


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