Pelas Ruínas de Um Império escrita por Criomancer19


Capítulo 3
Explorando a Escandinávia




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Na manhã seguinte à que eles fugiram da aldeia, Marcius, que estava na mesma carroça que Arthanna e Arcmênidas, fala:

—Então, moça. Como é a sua terra, a Bretanha?

—Não é a melhor das terras, mas eu gosto de lá. Pena que logo, temo que não haja mais uma Bretanha. A violenta e pagã tribo dos saxões está a invadindo há décadas e dizima todos os que conquistam. Somos forçados a recuar para oeste cada vez mais, graças aos nossos reis fracos que não conseguem acabar com a guerra.

—Fico muito triste. Os bárbaros estão mesmo conquistando cada vez mais e ficando cada vez mais poderosos.

—Sim, isto é evidente. Não há mais esperanças. Mas e você romano? Por que ainda luta por Roma? Ouvi falar muito deste império durante minha vida. Outrora grandes e senhores da própria Bretanha, mas hoje fracos e decadentes e uma mera sombra de seu próprio passado.

—Eu luto, porque acredito em Roma e acredito que fazendo a coisa certa, posso restaurar seus dias de glória. Eu luto porque acreditar no maior e mais esplendoroso Império que já existiu nesta terra, é algo belo e bonito e me dá um ideal para seguir em frente. Me recuso a acreditar que a mesma terra de Júlio César, Trajano, Cipião e Augusto possa um dia acabar por causa desta raças inferiores bárbaras.

—Sua terra é agora um fantoche dos reinos bárbaros ao seu redor, que você julga inferiores. Os godos e os burgúndios se tornaram muito mais poderosos do que Roma há anos e a controlam como desejam. Os seus Imperadores são fantoches. O exército romano está infestado de bárbaros em suas fileiras. Realmente acredita que Roma possa voltar ao que foi antes?

—Guarde seus pensamentos para você mesma, bretã. Só porque você não tem pelo que lutar, não quer dizer que eu deva ser assim também.

—Haha! Tolo.

Eles cavalgam por dois dias, passando por incontáveis colinas e estradas bárbaras pouco utilizadas.

—Aí, Aurel, você sabe mesmo como chegar à terra da Scandza? -Pergunta Marcius.

—Sim, eu tenho um pequeno mapa que nos mostra como chegar lá que eu peguei nas minhas coisas. Já deixamos o território da minha tribo e agora estamos na terra dos turíngios. Chegaremos ao mar do norte em sete dias, passando pela terra dos saxões e atravessando uma ponte sobre o rio Elba no processo.

—Ok, mas quando chegarmos ao mar, como o atravessaremos para alcançar a Scandza? -Continua Marcius.

—Bem, é aí que todos nós teremos que mostrar nosso valor como guerreiros. -Fala a alamana.

Após sete dias de uma árdua viajem, com ventos e climas secos, sofrendo cada vez mais frio conforme se passavam os dias e atravessando por pântanos e florestas, os nossos guerreiros alcançam o Mar Germânico. O dia estava nublado e o ar estava congelante. Marcius, Arcmênidas, Nikos e Cassiodoro, mesmo com espessos casacos de pele que receberam, ainda sentiam frio e uma camada de neve se formava em seus rostos.

—Estas terras são piores e muito mais geladas do que eu imaginei. -Fala Marcius.

—Certo, homens. Agora estamos bem de frente para uma vila marítima saxã. Se quisermos atravessar o mar para a Escandinávia, teremos que nos apossar de alguns navios de pesca deles.

Eles avistam uma vila pesqueira há alguns metros. Eles se aproximam e veem um grupo de saxões reunidos pescando na praia. Eles eram altos, robustos, tinham largos e proeminentes queixos e longos cabelos e barbas.

—Ugh, esta raça, eu odeio tanto esta raça. -Fala Arthanna.

—Calma Arthanna, guarde sua raiva com eles para o futuro. Agora temos que ir.

Eles se aproximam dos saxões pescando, que os veem e falam coisas em uma língua que ninguém lá conseguia entender, correndo na direção dos nossos heróis com machados nas mãos.

—Nós viemos em paz! -Grita Aurel, sendo ignorada. Então ela atira seu machado num homem, que é atingido e voa para trás, caindo no chão. Mais guerreiros veem os forasteiros e se aproximam para expulsá-los. Arthanna dispara flechas nos homens hostis que são atingidos com perfeita precisão, e caem mortos. As mulheres que teciam, descascavam peixes e tiravam peles de raposas, ficam apavoradas e correm para dentro de suas cabanas. Os heróis correm para dentro de um navio, onde haviam vários guerreiros dentro, com escudos e machados. Eles correm para cima dos nossos heróis. Um dispara um machado em Marcius, que desvia rolando. Ele se aproxima do romano, com uma poderosa colisão de seu corpo, levando o guerreiro contra o parapeito do navio e, começa a estrangulá-lo, sem que Marcius possa escapar. Quando ele está quase perdendo a esperança, o pescoço do bárbaro era atravessado pela espada de Arcmênidas.

—Eu tenho sua retaguarda, amigo.

—Puxa, esses saxões são mesmo ferozes, como Aurel disse. -Fala Marcius.

Um dá uma machadada no escudo de ferro de Arcmênidas. Ele dá uma escudada no guerreiro, fazendo seu capacete voar longe, mas ele não desmaia. Ele corre na direção de Arcmênidas, que desvia da sua investida, cortando sua barriga com sua espada no processo, antes de ele cair no chão. Ele arranca o machado do seu escudo e o arremessa em outro bárbaro, que desvia. Com sua longa espada, Marcius corta a mão do seu inimigo fazendo-o perder o escudo e depois enfiando sua espada em suas costas. Mais bárbaros sobem na proa do navio. Arthanna dispara em um que cai no mar. Arcmênidas acerta um chute na barriga de outro, que cai no mar também. Arthanna então, dispara em sua cabeça. Logo, estavam todos os inimigos mortos.

—O navios são nossos homens! -Grita Aurel.

—Isto me deu uma satisfação enorme! -Fala Arthanna.

—Gostei de lutar contra estes selvagens do norte. Nunca tinha experimentado. Foi divertido. -Fala Arcmênidas.

—Agora, precisamos carregar o navio com nossas coisas, carroças e cavalos. Rezem para seja o que for que acreditam, que estes navios sejam o suficiente.

Algumas horas depois, eles terminam de carregar os navios com suas carroças e seus mantimentos, deixando todos felizes.

Assim, eles partem.

—Espero que estejam prontos para conhecer esta terra desconhecida e inóspita. Não morram por nada, por favor. -Fala Aurel.

—Não vamos. Somos grandes guerreiros. Todos nós.

Após um dia navegando ao norte, eles começam a ver terra firme no horizonte.

—Vejam! Estou vendo terra firme! -Fala Arthanna.

—Esta deve ser a terra da Escandinávia! Não há outra opção! -Fala Aurel.

—Sim, deve ser. Mas temo que chegar a ela, tenha sido a parte fácil. -Fala Marcius.

Após eles atracarem em terra firme, em uma terra sem árvores, apenas rochedos e solo verde da grama e em um dia nublado, eles olham ao redor.

—Muito... brrr... bem. Chegamos e agora? -Fala Arcmênidas tremendo de frio.

—Este mapa antigo da Scandza mostra onde ficam os povos que aqui habitam e sua distância e localização. De acordo com ele, aqui habitam um número gigantesco de tribos, as mais proeminentes são as dos suecos, dos dinamarqueses, que ficam próximos à costa, mas um pouco ao norte. Ao extremo norte no interior vivem os finlandeses, e outros povos. Os ecrefenos e os suehanos são os mais próximos.

—Tá e para onde vamos? Qual povo acha melhor nos aproximarmos?

—Bem, definitivamente não deveríamos rumar a norte, onde há uma aglomeração de povos lutando pelo domínio de uma planície fértil e cheia de lagos. Deveríamos rumar perto da costa e seguir para o norte dela. Mas eu possuo um manuscrito com as principais palavras e frases, bem como suas traduções, para nos comunicarmos com as raças que vivem perto da costa, em sua língua. Acho que deveríamos, de preferência, buscar por eles.  

—Muito bem, então seguimos perto da costa para o norte. -Fala Marcius.

—Certo, então vamos pegar umas provisões e sair. Cassiodoro, Nikos, fiquem aqui para vigiar os navios. -Fala Arcmênidas.

Logo, eles estão rumando a norte pela costa oeste. Quando fica de noite, o seu caminho é iluminado por luzes coloridas e dançantes no seu.

—Que lindo, só podem ser os deuses! -Fala Aurel.

Logo, eles escutam uivos assustadores à distância. Eles começam a ouvir sons de lobos se aproximando. Cada vez mais lobos de enorme e assustador tamanho, aparecem, cercando o grupo.

—Essa não! Lobos. -Fala Aurel. -Devem estar famintos. Esta terra não é só cruel com as pessoas, mas também com as feras.

—Então é nosso fim? -Pergunta Arthanna.

—Claro que não. Eu fui treinado para matar lobos gigantes quando era criança. -Fala Arcmênidas. -Eles que venham, pois serão minhas presas.

Os lobos começam a correr na direção dos heróis. Arthanna atinge na cabeça de um, matando-o. Arcmênidas pega sua lança e a acerta na boca de um lobo. Um lobo pula em cima de Aurel e a abocanha, mas ela se defende da mordida com o capo de seu machado. Marcius aparece matando aquele lobo com uma espadada nas suas costas. Arcmênidas corre em direção a um lobo assim como este corre na sua. Eles colidem e o lobo pressiona o grego contra o chão tentando mordê-lo, mas ele fura seu pescoço com sua espada. Arthanna dispara em mais alguns lobos, enquanto Aurel dá uma machadada em um. Uma fera, abocanha o braço de Arcmênidas e o morde com força. Arc solda uma pequena exclamação de dor por trás da sua boca, mas consegue acertar a cabeça do animal com empunhadura da sua espada, fazendo-o soltar seu braço. Ele em seguida, finca sua lâmina na cabeça da criatura.

—Arc, você foi mordido! Não está sentindo dor? -Pergunta Marcius.

—Dor? Haha. Os espartanos são treinados para não sentir dor.

Logo, de cima de um pequeno rochedo, eles veem mais lobos se aproximando correndo até os heróis.

—Eles não param de aparecer! Acho que é o nosso fim! -Fala Aurel.

De repente, eles escutam um barulho de berrante sendo tocado e se assustam e vão embora.

—Eles estão correndo de alguma coisa. -Fala Arthanna.

—Mas o que poderia ser para afugentar uma matilha de lobos imensos como esta? -Pergunta Marcius.

Logo, silhuetas de homens correndo em meio à neve, e se aproximando dos nossos heróis aparecem. Eles chegam perto e se revelam sendo tribais nórdicos, os mais altos que qualquer um da equipe já havia visto. Eles vestiam armaduras de malha, roupas de pele e possuíam longos cabelos e barbas, escudos de madeira e machados. Eles cercam nossos heróis e apontam suas armas para eles.

—Vit taka þér, af hafí folk. -Fala um dos guerreiros.

—At einn fet fleiri, ella þér munu falla. -Fala outro.

—Por Ares! O que este selvagens estão falando? Alguém sabe?

—Eu sei, -Responde Aurel. -A língua que eles estão falando é a que está em meu manuscrito. Demos sorte por isto, eles são uma das tribos da costa que nós estávamos procurando. 

—Que bom, e o que eles disseram? Seu manuscrito consegue traduzir? -Pergunta Marcius.

—Deixe-me ver. Ah sim. Eles disseram que nos pegaram e que se dermos mais um paço seremos aniquilados.

—Diga para eles que viemos em paz! -Fala Arthanna.

—Vit  koma at nāthæ. Vit eru hí til beiða hielp yðarr kunungr. -Fala Aurel.

—Sakeyrir, af hafi folk. Fylgja wī sō.

—Ele disse para o seguirmos. -Fala Aurel.

—Puxa, para aqueles lobos gigantes terem medo deste pessoal, eles devem ser realmente muito ferozes. -Fala Arcmênidas.

Eles são escoltados por aquele bando de guerreiros por alguns quilômetros, até que chegam em uma vila pobre e precária, em meio a uma nevasca. Havia um porto com navios com cabeças de dragões atracados, um cais com homens pescando. Haviam várias cabanas de madeira, mas eles são levados para a maior de todas. La dentro, eles se deparam com o que parecia ser o rei daquele povo, sentado em um trono no fundo do enorme salão. Ele era alto tinha feições fortes, e possuía um cabelo comprido e uma coroa. Um dos guerreiros se comunicam com ele na sua língua.

—Meu honorável rei, o grande Rodulf. Nosso grupo de guerreiros havia saído para caçar e, quando estávamos voltando, nos deparamos com este grupo de estrangeiros andando por nossas terras. Não sabemos de suas verdadeiras intenções, mas a mulher deles sabe falar nossa língua e disse que eles vieram pedir sua ajuda.

—Hum, curioso. -Fala o rei.

Eles empurram Aurel para frente para ela se comunicar com o rei e este fala.

—Saudações, forasteiros. Bem-vindos à terra dos dinamarqueses. Eu sou seu rei, Rodulf e estou curioso para escutar o que vieram de tão longe para pedir a mim.

—Saudações, sua majestade. Nós viemos das distantes terras do sul para solicitar humildemente guerreiros dentre o seu povo para nos auxiliar na guerra contra os Hunos. Sei que pode parecer ridículo requisitar isto a você, mas acontece que os hunos são um povo que planeja invadir toda a terra e acreditamos que eles possam querer suas terras também.

—Hahaha! Vocês sinceramente acharam que viriam até minha tribo do nada, me pedir um exército para lhes ajudar em uma guerra no sul e que eu simplesmente os daria isso? Lógico que não. Meus guerreiros são muito valiosos na luta contra as outras tribos e para caçar para nosso povo. Não permitirei que eles deixem esta terra.

—O que ele disse, Aurel? -Pergunta Marcius.

—Bem, ele disse que não podemos contar com ele.

—Ah é? Você acha? E me diga: como você esperava que os exércitos daqui viriam nos ajudar contra os hunos lá no sul?

—Eu não sei! Eu cofiei nas profecias do xamã da minha aldeia! -Fala Aurel.

—Eu te falei que eram espíritos de demônios falando com eles querendo nos arruinar. Eu disse que seus deuses pagãos são falsos. E agora, todos pagar por você não ter me ouvido. -Fala o romano.

—Silêncio, Marcius, vou falar com o rei de novo. -Fala ela, novamente consultando seu manuscrito tradutor. -Meu senhor, realmente não posso acreditar que tenhamos vindo de tão longe para você nos deixar de mãos vazias. Não tem nada que você aceite em troca? Ouro por exemplo?

—Sinto muito, forasteira, mas ouro não irá caçar nem nos defender. Não nestas terras. Mas eu serei bondoso. Deixarei vocês descansarem da sua longa viajem na minha aldeia. Quando estiverem revigorados, podem ir embora para a terra de onde vieram. Mas não tentem fazer nenhuma gracinha enquanto estiverem aqui.  

Assim, eles são escoltados para fora do palácio.

—Não estou acreditando que esta jornada toda foi em vão! -Fala Arthanna.

—Mas quem disse que ela foi em vão? -Pergunta Aurel. -Ainda temos muitas outras tribos daqui para visitar e persuadir.

—Pode ser, mas o que mais o rei disse? -Pergunta Marcius.

—Ele disse que podemos descansar na tribo dele por um tempo antes de irmos embora, mas que não tentemos fazer nenhuma gracinha.

—Que tipo de gracinha poderíamos fazer aqui? -Pergunta Arthanna.

—Eu não sei. Talvez ele se referisse a convidar guerreiros desta tribo para se juntar a nós, independente do consentimento de rei, e partir com eles. -Fala Aurel. -Espera, não é má ideia! -Fala ela.

Logo, sai um homem frustrado e com raiva de dentro do salão real. Aurel fica curiosa e vai até ele, que tinha ido se sentar no cais. Ele era alto, com cerca de 1,87. Era forte e possuía longos cabelos trançados.

—Com licença, eu sou Aurel, uma viajante que está descansando um pouco na sua aldeia. O que aconteceu?

—Eu estou com raiva do rei Rodulf. Eu sugeri a ele que nos expandíssemos além desta terra do norte e tentássemos invadir terras mais ao sul, e pilhar lá, mas ele não deixa. Só tem olhos para estas malditas terras e guerrear contra nossos vizinhos que também habita ela. E falou que eu estou proibido de sair dela e devo fazer o que ele manda.

—Mas você não deve fazer o que ele manda. Venha conosco para o sul. Estamos precisando de homens para lutar contra um inimigo que quer invadir o mundo todo. Podemos conseguir com a ajuda do seu povo.

—Você está falando mesmo em me aventurar além destas terras? Conhecer novos locais e novos povos? É tudo que eu quero, se eu ao menos pudesse. -Fala o dinamarquês. -Ser conhecido como viking, o pilharador e saqueador das terras do sul. Participar de batalhas dignas, morrer gloriosamente em uma e ir para Valhala comer com os deuses! Seria incrível!

—Mas você poderá. Junte-se a mim e meus homens e poderemos proporcionar isto para você.

—Gostaria! Mas o rei não permite.

—Mas ele não precisa saber. Venha conosco escondido e quando ele perceber, você estará longe demais para ser punido.

—Tudo bem, vou pensar.

—Ótimo. Mas mais importante: você conhece mais pessoas que estejam também interessadas em ir com você? Estamos precisando de um exército. Um grande.

—Eu conheço sim. Conheço muitas pessoas que estão fartas das ordens do rei.

Ótimo. Vamos nos reunir aqui mesmo em três dias. Chame todos que puder.

—Tudo bem. -Fala o guerreiro. -A propósito, meu nome é Gunnar.

—Prazer, Gunnar.

Aurel vai embora e vai até seus aliados.

—E ai, o que conversou com aquele nórdico? -Pergunta Marcius.

—Ele vai conseguir um exército e partir conosco para o sul, sem o consentimento do rei daqui.

—Que bom, era isso que eu queria ouvir. -Fala Arcmênidas.

Três dias depois, no dia combinado, os nossos quatro heróis encontram com Gunnar e um número enorme de homens com ele.

—Então vocês são os dinamarqueses que irão se unir a nós? -Aurel pergunta a um deles.

—Somos. E vocês são os viajantes estranhos que vieram nos levar embora daqui para uma vida de aventuras? -Pergunta o homem.

—Sim, somos nós. Agora vamos.

Assim, eles se aproximam da baía com os navios e o cais. Até que são interceptados pelo rei Rudolf e uma multidão de guerreiros leais a ele ao seu lado.

—Olá Gunnar. Um traidor entre os seus me contou dos seus planos de fugir com estes viajantes com estes homens. Mas só por cima do meu cadáver.

—Deixe, nos Rudolf. Não pode nos prender aqui nesta terra maldita lutando com nossos vizinhos para você para sempre. Somos homens livres. Além, do mais, você não quer derramar sangue hoje. Não vale a pena! -Grita Gunnar.

 -Ah, eu quero sim. Você pode ser um dos nossos melhores guerreiros, mas isto não me assusta. Além disso, habitante do sul. -Ele fala olhando para Aurel e seus amigos. -Vocês traíram minha hospitalidade. Agora vão sentir minha vingança.

Assim, uma batalha começa entre aquela pequena vila. Nossos heróis conseguem derrotar vários inimigos tentando chegar até os navios, mas os nórdicos são mesmo muito fortes. Gunnar investe contra seus inimigos, derrotando todos e jogando-os para o lado com o seu machado. Muitos entre os inimigos e os aliados morrem, mas os nossos quatro heróis, Gunnar e mais um bando de guerreiros daneses conseguem alcançar os barcos.

—Prefiro meus barcos no fundo do mar do que na posse de traidores! -Fala o rei Rudolf. Seus guerreiros então, jogam derramam gordura de baleia nos navios ainda vazios, e quando os guerreiros aliados sobem, jogam fogo com tochas neles, incendiando os navios todos. Vários guerreiros aliados são queimados vivos, mas o navio com nossos heróis e mais 5 conseguem zarpar do porto. Eles seguem perto da costa, até o lugar onde eles atracaram dias antes, seguidos por navios inimigos.

Nikos e Cassiodoro estavam no acampamento que fizeram na praia perto dos navios atracados, jogando damas. Eles veem os seus aliados se aproximando com um navio dinamarquês e começam a desfazer o acampamento e recarregar seus navios. Os nossos heróis param lá e Marcius e Arcmênidas saem do navio viking para subir nos seus navios e ajudar a tripulá-los. Gunnar fica com Arthanna e Aurel no outro navio. Logo, os navios inimigos que também davam 5, começam a se aproximar. Disparando flechas que matam alguns tripulantes nórdicos dos barcos aliados. Alguns momentos depois, os navios originais dos nossos heróis estão prontos novamente e zarpam. Os tripulantes dos barcos inimigos atiram um balde com alça de gordura de baleia num navio aliado, e depois atiram uma tocha de fogo, fazendo-o pegar fogo. Um navio aliado colide com a lateral de um navio inimigo, rachando-o ao meio, fazendo-o afundar. Gunnar atira seu machado em um homem que estava controlando o manche de um navio inimigo, acertando sua cabeça e fazendo-o cair no mar. O navio então perde o controle e vira no mar. Logo, eles avistam uma tempestade chegando, criando grandes ondes que derrubam um navio aliado e um inimigo. Logo, há apenas os navios originais dos nossos heróis e um navio aliado, onde estava Gunnar, Aurel e Arthanna, além de alguns guerreiros remando, e um navio inimigo, onde estava o rei. Os barcos aliados logo começam a se distanciar do barco do rei que fala:

—Esqueçam, homens. Esta pequena aventura já foi longe demais. -Fala o rei, dando meia volta. -Mas ainda irão ouvir falarem de mim, forasteiros e traidores. Ah, nos ainda nos encontraremos novamente. -Ele fala gritando.

No dia seguinte, a tempestade já tinha passado e o mar estava calmo.

—Maldição! Maldição! -Fala Aurel.

—O que foi, Aurel? -Pergunta Arthanna.

—O maldito do rei dinamarquês fez com que perdêssemos quase todos nossos guerreiros nórdicos para nos ajudar contra os hunos. E o pior, é que essa perseguição marítima nos levou muito longe a leste e agora, teremos que entrar pela desembocadura do rio Vístula.

—Ora, mas isto é bom, não é? Até onde eu sei, o rio Vístula marca a divisa entre a Germânia e a Scythia. Isto nos deixará muito perto dos hunos.

—Pode ser, mas não era o previsto. Mas tudo bem, acho que temos que nos adaptar ao imprevisto afinal de contas, não é?

Gunnar começa a falar coisas em sua língua, mas elas não entendem e Aurel se dá conta de que perdeu seu manuscrito com as línguas da Escandinávia.

—Droga! Meus papais da Scandza se perderam na batalha. Acho que teremos que ensinar o nórdico a falar latim. -Fala Aurel para Gunnar.

Alguns dias depois, eles desembarcam dos seus navios no lado leste do Vístula. Depois que a caravana está reestabelecida, Aurel fala mostrando a vasta e plana região à frente:

—Senhores, eu lhes apresento uma terra nova: A Scythia!

Todos olham para o horizonte empolgados.

—Agora, só falta nós encontrarmos com os Hunos. -Fala Arthanna.


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Notas finais do capítulo

Aurel:

Nascida a filha de um pequeno chefe tribal alamano, Aurel sempre foi uma forte guerreira. Quando tinha tinha apenas três anos, seu pai, liderando outros guerreiros partiu para lutar por seus soberanos hunos na Gália e voltou derrotado. Quando tinha sete, seu pai participou de batalhas que livraram sua tribo do domínio dos nômades orientais. Seu pai não queria treiná-la para a luta por ser mulher, mas após ver sua habilidade lutando contra garotos maiores que ela e vencendo, resolveu ceder. A partir dos vinte anos liderou os exércitos de sua tribo em campanhas bem sucedidas contra outras tribos tanto alamanas quanto estrangeiras, fazendo sua pequena tribo ganhar muita influência entre as outras de seu povo. Logo se tornou a pessoa mais confiável para seu pai. O seu pai foi eleito rei dos alamanos para lutar contra os romanos em 475, mas no ano seguinte, fez paz com eles, mas continuou com o título de rei, sendo ela portanto, a princesa.

Arthanna:

Nascida na bretanha algumas décadas após a ilha se ver livre de ocupação romana, Arthanna poderia estar nascendo em uma feliz e livre terra. Mas isto não era verdade. Sem exército um romano ou hierarquia de estado, a ilha caiu em um caos interno sem precedente, de onde surgiram incontáveis reinos bretões. Em deles, nasceu Arthanna, cujos pais eram o rei e a rainha. Para consolidar sua posição como estado soberano, foi necessário que o maior número de pessoas possível se tornasse guerreiros lá. Arthanna foi treinada na arte do arco e flecha por sua mãe que também era mestra nisso, desde os cinco anos de idade. Em uma batalha do exército de seu reino contra o de um reino saxão agressor, ela, apesar de ter matado dezenas de inimigos bárbaros com suas flechas, foi capturada pelos saxões, deixando seus pais desesperados. Ela foi então vendida como escrava para um rei turíngio e, após isso, vendida para o rei de uma pequena tribo alamana ao sul. Ela nunca perdeu seu desejo de voltar para sua terra natal rever seus pais e voltar a derrotar exércitos saxões e bretões para reafirmar a posição de seu reino na ilha como um grande estado.



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