O Jovem Dovahkiin e seu Mestre escrita por MissFantasy


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Esta história foi publicada também no site socialspirit. Espero que gostem, e perdoem qualquer erro que encontrem, visto que eu não escrevo faz tempo e esta fanfic já é um pouco antiga.

Boa leitura!



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Caspian Ash-Born nunca pensou que fosse especial, para além da sua cor cinza ou a sua capacidade de resistir ao fogo, mas isso todos os outros Dunmers tinham. A sua infância em Morrowind foi curta mas ele sempre se lembra desse tempo com alguma felicidade em seu coração. Seu pai possuia uma pequena quinta fora de Blacklight e sua mãe trabalhava como empregada numa casa de nobres que viviam dentro da cidade. Caspian lembra-se vagamente de ajudar o pai mas nunca na sua vida entrou numa grande cidade de Morrowind. 
Na verdade, quando ele finalmente decide fazer algo por si próprio sua vida dá incrivelmente errado. Agora ele estava preso em Skyrim, um local frio e hóstil, onde todos o viam com um inimigo e ninguém queria saber dele, até que não era apenas um dragão, mas vários. Nessa altura, o seu título de "Dragonborn" é a única maneira pela qual o conhecem, e aparentemente é necessário um Dragonborn para executar as mais básicas das tarefas diárias.

Ash-Born estava cansado de chegar a uma cidade e todos lhe pedirem ajuda como se ele fosse a única pessoa capaz no mundo para cumprir pequenas tarefas sem sentido: "Ursos estão sempre a atacar a minha plantação, traga-me dez peles de urso", "Não seria mais fácil eu matar esses malditos ursos em vez de colecionar peles á volta de Skyrim?", Caspian pensa, balançando a cabeça, mas ele mesmo assim cumpre a sua missão e caça dez ursos em busca das suas peles. "Eu perdi minha espada e ela tem um valor sentimental para mim", "Mas você não é Thane de Riften? Cara.. onde eu já ouvi isto de uma espada?". Sempre que recebia uma nova missão ele parava e contemplava o que a sua vida significava agora, mas mesmo assim, completava tudo o que lhe pediam.

Quando ele chegou a Skyrim pela primeira vez, ele foi logo apanhado por uns homens vestidos numa armadura de couro, aparentemente, ele escolhera a altura errada para tentar passar a fronteira. Esses homem bateram-lhe com demasiada força na cabeça o obrigado a desmaiar. Ao acordar, ele estava rodeado de estranhos, a caminho de algum lugar que ele desconhecia. Ele escolheu apenas balançar a cabeça quando estavam a falar com ele e ouvir distraidamente a conversa, até que o nome Ulfric Stromcloak se fez presente. Ele olhou o loiro nórdico ao seu lado e o seu queixo caiu. Ele estava na presença de um dos homens mais poderosos, no entanto mais racistas de todo Skyrim. Ele fechou os olhos e suplicou que Vivec o salvasse, se Ulfric estava ali, então eles não estavam indo para Solitude para serem presos, eles estariam a ir para algum lugar para morrerem. 

No fim do dia, Caspian estava correndo com Ralof por uma estrada depois de escaparem a duas possiveis mortes ( sendo uma delas o machado do executor e a outra um dragão gigante). Depois de todo esse caos, Caspian pode finalmente dormir por mais de duas horas e comer algo que não fosse cru. Foi em Riverwood que Ash-Born encontrou o seu melhor amigo, Faendal, e sua vida parecia menos errada quando ambos começaram a viajar juntos. Faendal ensinou-lhe como é ser um elfo em Skyrim, contou-lhe como estava a situação de Skyrim e dos elfos, coisas como a Guerra Civil e o Aldmeri Dominion. Foi graças ao Bosmer que ele aprendeu a usar um arco e flecha e a sobreviver nas cidades humanas. 

A sua vida parecia estar a ficar bem até o Jarl de Whiterun pedir que ele ajudasse o feiticeiro da corte a recuperar uma pedra qualquer. Primeiramente, ele e Faendal tiveram de limpar uma cave cheia de mortos-vivos. E quando finalmente chegaram á ultima sala, tudo o que eles podiam ver era uma enorme parede com letras estranhas, quando Caspian se aproximou para examinar, sentiu-se diferente. Ele podia ler o que estava ali, ele sabia o que significavam aquelas palavras como se sempre tivesse falado aquilo toda a sua vida, no entanto ele não conseguia professar tudo o que estava lá, "Fus", foi o que lhe chamou a atenção, até que Faendal gritou seu nome para o avisar de algo. Depois de uma luta dificil contra um morto-vivo que conseguia gritar aquelas palavras que estavam escritas na parede, eles voltaram para Riverwood para descansar, ambos em choque por o que havia sucedido, Faendal fez uma piada dizendo que se Caspian fosse um nórdico que ele provavelmente seria um Dragonborn, ambos riram para descontraír um pouco. Finalmente, se colocaram a caminho até Whiterun, entregando a pedra a  Farengar. Mal a pedra passou para as mãos do feiticeiro, novamente ele fora chamado para a presença do Jarl, o problema agora parecia ser um dragão. Caspian e Faendal olharam um para o outro e balançaram a cabeça positivamente, era irónico que se morressem seria para protegerem uns humanos. 

O dragão foi menos dificil que eles esperavam e ao morrer falou com Caspian, "Dovahkiin!?", ele disse e qualquer coisa aconteceu com ele, pois o elfo sugou algum tipo de poder dele. Á sua volta, todos começaram a sussurrar qualquer coisa sobre ele ser Dragonborn, mas Caspian só se virou de costas e começou a correr para a cidade como se sua vida dependesse disso. Faendal obviamente fez os possíveis para o seguir, não acreditando que sua piada na verdade era algo sério. Enquanto corria a voz dos velhos de High Hogarth fez-se ouvir e Caspian sabia o que ele era realmente o Dragonborn.

A partir daí toda sua vida descaiu. Sendo Dovahkiin, ele tinha uma profecia para cumprir. Ele tinha medo, ele não queria isso. Ele era só um jovem Dunmer que estava no lugar errado na hora errada, como poderia ele ser Dragonborn? Mesmo assim, ele fez a sua peregrinação pelos sete mil passos, desta vez sozinho. Ele queria saber o que significava tudo isto, Caspian precisava de algum tipo de resposta e o Jarl de Whiterun, Balgruuf, dissera-lhe que só haveria um local onde ele poderia obter essas respostas, High Hrothgar, o local onde os Greybeards viviam. Ao chegar lá, quatro homens idosos se reuniram á sua volta, e após um breve teste de sua recém recebida "voz", eles lhe ensinaram mais coisas sobre o que ele era e o que ele podia fazer. Mesmo depois de tudo isto, ele não se sentia especial, ou até mesmo bem com seu novo papel, embora ele admitisse que aquela conversa com os homens mais velhos tivesse lhe dado uma nova paz de alma. Regressando a Riverwood, onde seu melhor amigo esperava-o com preocupação, ele desabafou tudo o que tinha no peito. Suas preocupações em relação a ser "dragonborn" e sua saudade de casa. Faendal sorriu-lhe e bateu em suas costas, dando-lhe o suporte que Caspian necessitava neste momento, e ambos prometeram estar sempre juntos até ao final desta maldita vida que Ash-Born tinha recebido, o elfo negro nunca esteve tão feliz desde que sua infância em Morrowind tinha acabado. 

Ele já estava se habituando ao facto que era Dragonborn quando do nada uns cultistas tentaram o matar, em nome de um tal Miraak, que se proclamava o único e verdadeiro Dragonborn, e como é obvio, Caspian tinha que ir atrás deste homem, ou acabaria morto em algum lugar. Talvez este tal de Miraak concordaria em derrotar Alduin e Caspian podia voltar à sua vida normal? 
Caspian nunca pensou que estaria tão perto de casa. Solstheim pertencia a Skyrim mas tinha sido um presente do High King a Morrowind, após o incidente com a Red Mountain. Faendal riu, quando viu os olhos vermelhos de Caspian se encherem de lágrimas e um infantil sorriso aparecer em seu rosto. O elfo da floresta não pudia evitar este tipo de reação pois o elfo negro sempre fora um homem sério e vê-lo agora a saltitar enquanto cumprimentava todo mundo era realmente divertido. Sua missão em busca de Miraak eventualmente os levaram até Neloth, um Dunmer como Ash-Born, e a expressão que apareceu na cara de Caspian foi algo que Faendal nunca pensou ver. Um tom arroxeado apareceu em sua face cinza e seus olhos se arregalaram. Sua voz parecia muito insegura o que não era normal, visto que ele sempre falava com segurança no que queria dizer. Afinal, Caspian era um elfo cheio de si e confiante, pronto a fazer frente a qualquer um que o desafiasse. 

Neloth estava perto de uma das pedras em que os inumeros habitantes da ilha trabalhavam durante as noites, e por vezes até durante o dia. Caspian e Faendal se aproximaram do homem e o elfo da floresta não conseguia conter o sorriso que tinha no rosto pela maneira como seu amigo estava se comportando. Finalmente, Ash-Born decidiu falar. Ele limpou ligeiramente a garganta, chamando a atenção do elfo mais velho dos três, que o olhou com desprezo. 

— Olá... M-Meu nome é Caspian Ash-Born eu... bom... me disseram que você me puderia ajudar com os... Livros Negros? 

O olhar de Neloth parecia que ia matar Caspian, e o elfo mais novo só conseguia engolir em seco enquanto dava um pequeno sorriso e um olhar carregado de desculpas.

— Por acaso, eu possuo um livro negro, mas sei onde está o livro que está procurando... Deseja acabar com esta influência na mente das pessoas de Solstheim, correto?

— Wow... Quer dizer.... ah...- Caspian disse espantado. Ele engoliu em seco, fechando os olhos por um momento. Quando os voltou a abrir, sorriu com mais confiança. Faendal conseguiu perceber que o Ash-Born colocou seu olhar de "Dragonborn". - Sim, exatamente. Um homem chamado Miraak está fazendo as pessoas construir um templo.. eu ainda não percebi bem porquê... mas não é bom.

Neloth parecia entediado e talvez um pouco desapontado, suspirando, ele olhou para os dois elfos e encolheu os ombros. 

— Vá até Tel Mithryn, eu estarei lá para te ajudar. Cuidado onde escolhe dormir pois puderá acordar num dos trabalhos de Miraak. - Ele disse sem muito interesse e começou a caminhar.

Quando ele estava longe, Caspian olhou para Faendal e o segurou nos ombros.

— Faendal, você tem de me ajudar, eu não o que se passa, mas meu coração não para de bater! -Sua expressão era de horror tota.

E novamente, tudo o que Faendal podia fazer era rir.

— Você tem muito que aprender, jovem dragonborn.-Ele respondeu-lhe, enquanto eles começavam a andar em direção do bar, para perguntar para que lado era Tel Mithryn.

O tempo passou e com a necessidade de estudar os livros negros,  os dois elfos de Skyrim viram a sua estadia em Tel Mithryn aumentar, afinal eles tinham que pesquisar e tentar aprender tudo o que podiam sobre os livros negros e Miraak. Durante esse tempo, Caspian conseguiu fazer Neloth lhe ensinar algumas coisas e ganhou um lugar na família dele, por cumprir um conjunto de tarefas relacionadas ao elfo mais velho. Neloth parecia fazer bem a Caspian mesmo que o tratasse um pouco mal às vezes, porém, todos os que vivam com o mestre Neloth comentavam que ele era muito mais brando e simpático com Caspian. Talvas, o aprendiz de Neloth estava sempre a tentar fazer Caspian lhe contar o seu segredo para seu mestre o tratar tão bem mas o elfo negro só podia balançar a cabeça e responder que não sabia do que ele estava a falar.  

Quando Miraak foi finalmente derrotado por Caspian, este último estava triste. Isto significava que ele tinha de voltar para Skyrim e deixar Neloth e os outros. Quando ele voltou para Tel Mithryn, com aquela cara triste, Neloth suspirou e caminhou até ele, lhe colocando a mão em seu ombro.

— Bom trabalho, Caspian. - O homem disse e se afastou, indo para a perto dos seus livros.

Ao ouvir finalmente Neloth dizer algo bom sobre o seu trabalho, a expressão de Caspian iluminou e ele se atirou para abraçar o mais velho, num ato de coragem e determinação.

— Mestre Neloth, eu vou ter muitas saudades suas... - Ele sussurrou olhando o elfo que virou o rosto para o olhar.

— Como se atreve a dizer algo assim!? - Ele disse ofendido. - Você faz parte da minha família, eu entendo que terá de ir matar esse tal de Alduin e salvar Tamriel, afinal é isso que vocês heróis fazem, correto? Mas se depois disso não voltar eu ficarei muito desiludido com você, Caspian. 

Os olhos de Caspian se encheram novamente de lágrimas e ele escondeu o rosto nas costas do Dunmer a que estava abraçado. 

— Eu não estava pensando em abandonar tudo isto... Eu... Quero voltar para Morrowind com você, mestre Neloth... E não me importo se você me fizer ficar cego outra vez ou.. quase morrer porque entro na água ou até mesmo se me obrigar a dormir no chão... Eu quero estar com você.

Pela primeira vez, Caspian viu Neloth ficar sem palavras. Ele tossiu um pouco para limpar a garganta e obrigou o Dragonborn a separar o abraço. 

— Muito bem, então... ordeno que fique aqui mais uma semana, não é como se Alduin fosse destruir Skyrim numa semana... Hum, e claro, você terá de treinar a dobrar se escolher me obedecer... talvez até use uns feitiços que te tornem mais forte. Sim, é isso.

— Eu não poderia ficar mais feliz em cumprir suas ordens. - Ele sussurrou e pegou a mão de Neloth dando um beijo na mesma. Logo se virou e caminhou até Faendal, como se fosse um cachorro.

Faendal percebendo o que estava acontecendo, tirou o arco de suas costas e sorriu para seu amigo, batendo em suas costas devagar,

— Bom, não é como se pudessemos desobedecer uma ordem de Neloth... eu irei me colocar confortável ali no canto, se precisar de mim, já sabe. Eu estarei a ler os livros que esse velho mantém por aqui. - Ele sorriu e fez um breve movimento com a mão, caminhando para o canto onde estava um monte de livros espalhados. 

Caspian voltou para perto de Neloth e ficou o observando enquanto este reclamava consigo e o mandava fazer algumas tarefas por ali. Talvas jura que viu o rosto de seu mestre ligeiramente corado com a maneira que Caspian olhava para ele e de noite, quando ele se levantou para ir praticar sem seu mestre saber ele pode ou não ter visto Caspian e Neloth se beijando no lado de fora da grande árvore-cogumelo onde viviam. 

Decididamente Talvas tem de dormir mais. E com isto ele foi para a cama, convencido que estava a sonhar.


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Notas finais do capítulo

Agradeço ter parado para ler isto! Até à próxima!



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