V E N U S - Origin escrita por badgalkel


Capítulo 20
1.19 Epílogo




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O ranger do contato da pedra ao riscar a parede ecoou por todo o calabouço rochoso, húmido e frio. Era marcado mais um dia desde que Harriet fora raptada por Schmidt. Contabilizando todos os riscos, eram somados cinquenta e sete dias de fome, hipotermia e maus odores.

A jovem, marcada por roxos em todos os membros de seu corpo, encolheu-se ainda mais no canto da sela e massageou as mãos, para mantê-las aquecidas.

Nada lhe fora poupado depois de seu ato de rebeldia.

Eles simplesmente jogaram-na em um calabouço nas masmorras sem nenhum tipo de utensílio que pudesse a aquecer, lugar que pudesse repousar ou dormir, comida que pudesse alimentá-la e repetiam os testes de doze em doze horas todos os dias desde que chegara.

Arrancaram-na todos os dedos – quais cresceram em menos de duas semanas -, espancaram-na até que perdesse a consciência, atiraram-na por diversas vezes com raios de energia do núcleo Tesseract, eletrocutaram-na, lhe deram veneno...

Todos os tipos de testes mais desumanos possíveis.

Schmidt a aplicou uma outra dose cavalar de seu soro, o que dobrou seu processo de cura e sua força com a eletricidade pelo seu corpo. Por vezes ela conseguir comandá-los, mas havia alguns momentos os quais se ela perdesse o foco sua cabeça era dominada por faíscas de energia poderosa tais que deixavam-na com uma tremenda dor de cabeça.

O propósito de Schmidt é ver até onde seu corpo aguentaria até sucumbir. Sua intenção era usar o mesmo soro triplicado em si mesmo e se tornar de vez um ser superior.

Apesar da força física, ela já não tinha mais força emocional para lidar com tudo isso.

Pensava em Howard.

Pensava em Peggy.

Pensava em Steve.

Pensava em James.

Seu peito doía ao concluir que provavelmente ela nunca pudesse voltar aos braços do amado. E toda aquela história de fio vermelho era apenas isto, uma história.

O destino já não mais existia e tudo pareceu tão bobo.

 

O soar do destrancar de uma porta chamou-lhe a atenção.

Arkuin a veio buscar novamente.

Sempre pontual.

O soldado de postura exemplar chutou-a nas pernas mandando-a se levantar. Ato que a jovem fez com muita dificuldade, devido às lesões corporais recém adquiridas.

Havia menos de uma hora que Schmidt permitiu-lhe um momento de descanso das suas sessões de tortura e já mandara busca-la. Este era o tempo recorde de sua "generosidade".

Harriet pôs as mãos nas luvas de titânio que Zola desenvolveu, qual repreendia a energia que pudesse sair delas, e seguiu Arkuin pelos corredores tão conhecidos da base da HIDRA.

Chegando ao laboratório os dois se depararam com um Schmidt com ódio em seus olhos, quebrando utensílios de grande valor.

— Estão todos fracassando! – Esbravejou – Estávamos perto de uma ofensiva que agitaria o planeta e mesmo assim estamos sendo continuamente atrasados porque não conseguem superar um tolo com um escudo! – Chutou uma máquina de mais de uma tonelada, derrubando-a no chão como se fosse um pedaço de papel. – Ele aniquilou 80% de nossas bases!

Os demais homens na sala nada falaram. O suor escorria por suas testas demonstrando o nervosismo que era estar na presença de tal figura amedrontadora.

— Perdemos o Zola e eu claramente estou começando a ficar irritado!

— Eu sabia, - soltou Harriet, chamando a atenção do homem. – Estão vindo me buscar. – Ela sorriu ainda mais quando viu a careta ranzinza que Schmidt direcionou a ela. Só lhe deu mais incentivo para que ela gritasse: – Ele vai acabar com você!

— Felizmente a única certeza que tenho é que amanhã a HIDRA irá dominar todo o mundo. Levada a vitória pelas asas de valquírias. – Pronunciou adquirindo uma calma suprema e inesperada – As armas de nossos inimigos serão inúteis contra nós. Se eles derrubarem um avião outros milhares farão chover fogo sobre todos eles. – Ele sorriu na direção da jovem – Se cortarem uma cabeça, mais duas cabeças nascerão! Hail HIDRA!

Os demais homens na sala gritaram "Hail Hidra" simultaneamente.

Deixando-a enojada.

— E você, meu bem! – Enunciou puxando-a pelo braço. – Virá comigo!

No dia seguinte fora cancelados os testes matinais e ao invés de levarem Harriet até o laboratório, encaminharam-na até o gigantesco escritório de Schmidt.

A grande janela que tomava a proporção de toda uma parede iluminava o lugar e lhe dava um ar menos sombrio do que realmente era.

Diversas máquinas carregadas com energia do Tesseract estavam espalhadas pela sala e, por isso, depois de um tempo que ela adentrou o local percebeu uma movimentação diferente por entre elas.

Em sua frente, cercado de seguranças que o escoltavam, estava Steve Rogers vestido com seu uniforme de Capitão América e sangue escorrendo pelo rosto.

Oh não, ela pensou, pegaram-no também.

Assim que Steve pousou os olhos em Harriet ele se agitou, chamando-a por seu nome: - Harriet! Você está bem?

Ela estava completamente diferente desde a ultima vez que se viram. Sua pele estava completamente pálida - se não contasse as diversas cicatrizes espalhadas por ela -, o corpo magro refletia à fragilidade, um de seus olhos estava com sangue entre sua córnea, o lábio rachado e com sangue seco sobre ele, o osso do nariz fraturado, os cabelos opacos e desarrumados além dos diversos cortes recém apertos em suas mãos.

— Steve! – Ela esbravejou de volta, sendo contida por Akuin assim como Steve estava sendo contido por outros guardas.

Rogers quis avançar naquele desgraçado que a segurava violentamente. Mas teve que se conter.

Ele tinha um plano.

— A arrogância pode não ser uma característica exclusivamente americana, mas vocês estão melhores nisso do que qualquer um! – Pronunciou Schmidt saindo das sombras e aproximando-se de Steve vagarosamente. -  Há limites para, o que até mesmo você, pode fazer. Ou Erskine lhe disse o contrário?

— Ele me disse que você era louco. – respondeu Steve frente-a-frente com Schmidt.

— Ah, - o homem soltou, olhando o Capitão de cima à baixo para prosseguir: – ele se ressentia da minha genialidade e tentou me negar o que era meu por direito, mas a você ele deu tudo. Sorte a minha que a Srta. Stark caiu dos céus para que eu pudesse concluir nossa tese.

Steve não desviou os olhos por um instante sequer.

— Então, - Schmidt prosseguiu – o que tornou você tão especial?

Steve riu sarcasticamente antes de revelar: - Nada. Sou apenas um rapaz do Brooklyn.

Schmidt não se conteve e socou o rosto do rapaz com a maior força que lhe era capaz. Em seguida continuou o espancando até que o loiro caísse em seus pés.

— Não! – Esbravejou Harriet.

— Posso fazer isso o dia todo! – Steve anunciou ofegante, erguendo a cabeça para encarar Schmidt.

— Claro que pode. É claro que pode. Mas infelizmente eu tenho pouco tempo para isso. – Dito isso Schmidt retirou a arma de seu porta-armas na perna e apontou para a cabeça do loiro.

— Não, não, não! – Esbravejou a jovem que, até então, só assistia a cena.

Ela deu uma cabeçada em Arkuin e correu até o outro lado da sala enquanto ele caía ao chão inconsciente. Harriet bateu as luvas de titânio contra a mesa de madeira maciça enquanto, ao mesmo tempo, liberava toda a energia que podia de suas mãos.

Em um instante a luva se rachou junto com a mesa, liberando-lhe suas mãos. Com elas livres ela pôde correr até a maleta de titânio onde Schmidt guardava o Tesseract e destrancá-la com uma pequena descarga elétrica.

Os soldados tentaram correr para impedi-la, mas era tarde demais.

Ela já estava com o Tesseract em mãos.

— Um movimento e eu faço esse cubo virar pó! – Ela ameaçou à Schmidt, que se engasgou ao ver o que ela tinha em mãos.

— Srta. Stark, sejamos sensatos. – Pediu-lhe o homem vermelho, se recompondo. – Este cubo é muito mais poderoso que todos nós juntos. Você não poderia...

— Quer apostar? – Ela indagou apertando o cubo em sua mão. Sua luz ia se intensificando à medida que era pressionado.

— Não! – Esbravejou o homem, abaixando a arma. – Tudo bem, tudo bem!

Ela parou imediatamente, ordenando aos soldados que seguravam Steve: - Soltem-no! Agora!

Os soldados olharam de Harriet à Schmidt duvidosos.

— O que estão esperando, obedeçam-na! – Ordenou Schmidt.

Assim, os soldados libertaram Steve, que se adiantou em ficar ao lado da amiga.

Ele verificou o relógio em seu pulso antes de revelar: - Temos companhia.

Pouco tempo depois o vidro da maior janela do escritório se partiu em milhões de pedaços e por lá entraram homens armados, quais já se adiantaram em sair atirando nos soldados de Schmidt.

O caveira vermelha, por sua vez, correu por entre os tiros e fugiu pelos corredores.

Steve correu em seu encalço.

Harriet, ainda com o cubo nas mãos, não percebera que se agarrara ao objeto no momento da invasão.

Ao não medir sua força pressionou-o até que se iluminasse por completo.

Estranhamente sentiu seu corpo, parte por parte, se esvaindo. Começou pelos pés, tranferindo esta energia nova por suas pernas, braços e cabeça.

A energia era tamanha que ela não pôde manter os olhos abertos nem se quisesse.

Era como se tivesse sido completamente petrificada viva.

Sentiu seu corpo ser empurrado para trás e o objeto que estava em sua mão desaparecera.

Junto com toda a sala e as pessoas que lá estavam.


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Notas finais do capítulo

Tcharam!!!

Eis que você, caro leitor, chegou ao final desta trama!

Antes de todos os comentários e revelações que tenho à fazer, quero agradecer por ter lido até aqui. É muito importante para mim saber que existem pessoas que apreciam esta arte e acabaram criando um vínculo com os personagens tanto quanto eu.

Espero realmente que tenham gostado e se divertido.

Agora, vamos aos comentários:

— Não, ela não morreu.

— Sim, Steve conseguiu pegar o caveira vermelha e seu final foi exatamente como no filme. Ele pousou o avião no mar e virou picolé.

— Sei que este final foi muito confuso, MAS... é só porque eu tenho uma surpresa para você, caro leitor.

Portanto, prossiga até o próximo capítulo.

Se você gostou deste capítulo, considere deixar seu voto.



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