Mr. Clichê escrita por BCarolAS


Capítulo 4
Capítulo 4




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Elisabeta era vizinha de Darcy já tinha algumas semanas. E ele sabia que alguma coisa era estranha na história dela. Ele começou a tomar notas no terceiro dia. Quando Elisabeta falou que tinha uma irmã, ele não achou estranho. Entretanto, no dia seguinte, uma memória veio na sua cabeça, como aquelas músicas chicletes, surgindo do nada. Assim que ele e Charlotte se mudaram para a rua das mangueiras, Dona Rosinha os convidou para jantar. Ela se afeiçoou a Charlotte logo de cara, pois disse que tinha uma neta da idade dela. Mas a neta era doente, coitadinha. Mas então ela pegou uma foto de cinco meninas. Darcy não lembrava do rosto das meninas, mas se lembravam que eram cinco. Dona Rosinha até fizera piada sobre o assunto.

— E olha que uma comprei uma televisão de presente de casamento para aqueles dois.

Dona Rosinha tinha cinco netas, não duas. Então, por que Elisabeta havia mentido? Darcy ficou com aquilo na cabeça. Poderia não ser nada. Provavelmente não era nada, e ela teria uma boa explicação para aquilo. Mas novamente, ele ficou com a aquilo na cabeça. E como nada mais interessante aconteceu no Vale naqueles dias, Darcy teve tempo para observar sua nova vizinha.

Darcy observou a rotina de Elisabeta. Ela sempre acordava cedo. Era fácil saber, depois de um tempo. Ela sempre colocava música. Lily Allen, Alanis Morissette, Amy Winehouse, Elis Regina, Rita Lee. Então ela deixava o filho na escola e seguia para o café. Elisabeta sempre usava os cabelos presos num rabo de cavalo. Ela usava quase sempre jeans e camisa de manga, mesmo quando estava quente. Ela usava muito pouca maquiagem, Darcy reparou também. Almoçava pelo trabalho. Saía para pegar Tom da escola e o deixava na natação ou no inglês. Voltava para o café. Saía às seis, pegava o garoto e ia para casa. Ela nunca saía a noite. Nos fins de semana, ela gostava de trabalhar no jardim da casa. Comentou com Darcy que estava plantando uma horta. Thomas só brincava na rua quando ela estava lá fora. Por vezes Darcy viu ela por uma cadeira na calçada e ler um livro. Mas quando ela entrava, Thomas era obrigado a entrar também. A rotina dela era fixa e tranquila. A única coisa que ela não fazia como as outras mulheres do Vale era ir a igreja. Darcy ouviu quando Ludmilla perguntou no café, e ela lhe respondeu que não acreditava em Deus. Ludmilla se considerava agnóstica, então perguntou para ela o motivo. Era difícil encontrar alguém no interior que disse aquilo tão abertamente. A resposta de Elisabeta foi tão profunda, que ele anotou em sua caderneta.

— Vi coisas o suficiente para ter certeza que se Ele existe, é alguém sarcástico e cruel. Então prefiro acreditar que não exista.

Foi mencionado que Darcy tinha um caderno dedicado a Elisabeta? Porque ele comprou uma caderneta vermelha, e agora andava com ela no bolso da jaqueta. No início, era claro, ele só achava que tinha algo estranho. Até o dia em que ele a viu instalando um sistema de segurança na casa. Ela colocou câmeras nos fundos e na frente da casa. Todo mundo da rua achou estranho. E então Darcy teve certeza que ela estava escondendo algo. E que queria manter alguém afastado, ou proteger alguma coisa. Enquanto ela instalava a câmera, Darcy foi até ela.

— Bom dia vizinha. - Ele sorriu. Tinha uma caneca de café nas mãos, era uma manhã de domingo muito fria. Elisabeta usava uma blusa de lã vermelha. Darcy reparou que era uma blusa cara. Ele se lembrava porque Suzana tinha uma igual e contou quanto custava.

— Ah, oi Clichê. Como estamos no dia de hoje? - Ela se voltou para trás apenas para sorrir para ele. Ela havia passado a o chamar assim. Darcy achava divertido.

— Estamos curioso. Por que você está instalando um sistema de segurança? Porque você já está no Vale há algumas semanas. Quantos crimes viu acontecer aqui? - Ela parou, ainda em pé na escada.

— Nenhum. E devo tudo ao maravilhoso delegado que nós temos. - Ela fez uma careta e mordeu a pontinha da língua. Ela sempre fazia aquilo quando fazia uma piada e achava divertida. Na lista de Darcy de coisas positivas sobre ela, esta estava no topo. - Mas eu sou um pouco paranoica.

— Por quê? - Darcy perguntou. - Se algum bandido invadir sua casa você só precisa me gritar. - Ela riu.

— Oh, help me Mr. Darcy! - Ela pôs a mão na testa para ser teatral, e então a escada balançou. Darcy correu até ela, mas ela conseguiu se segurar. - Ops.

— Desce daí, vai. Eu arrumo isso para você.

— Não precisa, Clichê. Tenho tudo sob controle. - Ela fez um positivo com  a chave de fenda.

— Não faça isso com meu cavalheirismo. Minha mãe me mataria se visse uma situação como essa.

— Como assim?

— Em que eu poderia ajudar uma dama e não estou ajudando.

— Que antiquado.

— Faça uma carta para o além e reclame com dona Francisca. - Ele estendeu a mão para ela que sorriu e entregou a chave de fenda. Ele tomou o lugar dela na escada. - Mas realmente não entendo essa sua fixação. Você tem medo de alguém específico? Está escondendo drogas aí dentro?

— Bom, se você concordar com meu filho sobre o meu rocambole de carne, então talvez uma droga. Quem é o paranoico agora?

Darcy balançou a cabeça. Ela sempre tinha uma maneira muito evasiva de responder as questões. E era exatamente por isso que ele estava agora, nesse exato momento, olhando a lista de procuradas do estado. Mas não havia nenhuma Elisabeta Silva. Não havia nenhuma Elisabeta. Então Darcy ficou repetindo o nome dela até soar estranho. Elisabeta não era um nome comum. E se aquele não fosse nem o nome dela? Ela poderia muito bem ter inventado aquele nome. Então ele olhou para o relógio no canto do monitor. Três e meia. Hora dessa ela devia estar pegando Thomas. Então ele teve uma ideia.

“Lud, preciso falar com você. Está no café?” - Darcy mandou uma mensagem para a amiga. Ela demorou para responder Tanto que Darcy resolveu ir ao café. Chegou lá, no entanto e encontrou Ludmilla e Elisabeta conversando animadamente sentadas nos banquinhos. Viu também que os meninos estavam desenhando em um canto.

— Darcy! - Ludmilla o chamou animado quando ele entrou. - Ainda bem que você chegou. Estou tentando convencer a Elisa a ir no bar do Olegário na sexta de palco livre. Já disse a ela que toda essa postura de mãe dedicada e exclusiva está fazendo todas nós parecermos péssimas!

— E eu estava dizendo a Lud que não sou uma pessoa da rua. Realmente gosto de ficar em casa. Ler um livro. Netflix and Chill foi uma expressão que criaram pensado em mim.

— Desiste Lud, se ela não se dispôs a sair de casa para um encontro comigo, não vai ser para ouvir a  Julieta e o Aurélio fazerem um cover de sinônimos. - Elisabeta sorriu para ele. Naquela hora ele sentiu vacilar. Tinha sentimentos muito conflitantes sobre a vizinha. Sentia no fundo de sua alma que ela estava escondendo algo, e tinha desenvolvido uma necessidade quase visceral de descobrir o que era. E ao mesmo tempo, rezava para todos os santos que não fosse nada demais. Porque ele gostava dela. Elisabeta, quando não estava sendo evasiva e fechada, era doce, inteligente e divertida. Ela sorria com se aquilo fosse novidade para ela. E isso deixava o coração de Darcy mole.

— Falando no prefeito e na primeira dama, como anda seu casinho com Ema?

— Ema está em Monte Alto, na faculdade. As aulas recomeçaram, então ela deu uma sumida. Só lembra de mim quando está na cidade. - Ele fez um biquinho. E Elisabeta fez a careta de sempre, então ele esperou o comentário dela.

— E imagino que você esteja de coração partido com toda essa situação.

— Você não sabe o quanto. - Ele fez uma cara triste.

— Ai Clichê, quase me convenceu. Sabe, corações partidos são um dos meus fracos. Se esforce nesse clichê específico, quem sabe eu não lhe convide para jantar. - Elisa sorriu.

— É impressão minha  ou você está flertando comigo? - Ele perguntou.

— É impressão sua. - Ela respondeu.

— Já era, senhorita Elisabeta. Isso foi o mais próximo até agora que senti de ter uma chance. - Ele tirou a caderneta do bolso e fingiu anotar algo. - Querido diário, hoje a Elisabeta flertou comigo. Não sei se devo, mas já estou escolhendo o cardápio do nosso casamento. - Ele sorriu  e ela gargalhou, jogando a cabeça para trás. Deus como ele queria desvendar aquela mulher. Cada camada, cada segredo. Queria despir Elisabeta, se todas as formas possíveis. Queria vê-la nua, em todos os ângulos.

— Estou sentindo que estou sobrando aqui. - Lud olhou de um para o outro, com a sobrancelha levantada.

— Não está não. Na verdade, vim aqui falar com você. Podemos ir até o seu escritório? - Ludmilla pareceu confusa, mas concordou.

— Eu fico de olho nos meninos, vai lá. - Elisabeta ainda sorria, enquanto Darcy olhou uma última vez para ela.

Ludmilla tinha um quarto nos fundos do café que ela usava de escritório. O quarto tinha uma mesa de madeira antiga, com cadeiras antigas, mandalas, apanhadores de sonho. Plantas na janela, e dezena de livros de culinária, botânica e misticismo.

— Então, Darcy Williamson. Qual é a sua com a Elisa? - Lud sentou-se na mesa.

— Eu acho que tem alguma coisa errada com ela. - Ele respondeu, abertamente.

— Como assim? - Ludmilla ficou séria. Darcy sentou-se em uma das cadeiras.

— Eu acho que ela está escondendo algo. Acho que ela não é quem diz ser. - Ludmilla ficou calada por uns instantes.

— Essa, definitivamente, não era a resposta que eu esperava. Desenvolva. - Ela fez um gesto para Darcy continuar.

— Você não acha estranho? Ela desconversa toda vez que fazemos qualquer pergunta mais pessoal. Ela nunca fala sobre o passado. Ela mantém uma distância segura de todos.

— Nunca achei exatamente estranho. Só acreditei que ela era uma pessoa reservada, que está lidando com o luto.

— Pois é, mas ela nunca fala do marido. E não é só isso. - Então Darcy tirou o caderninho do bolso e começou a falar com Ludmilla sobre todas as coisas estranhas, todas as coisas suspeitas. Quando acabou Ludmilla estava estarrecida.

— Você vem investigando a Elisa? E eu que achei que você estava apaixonadinho por ela.

— Ela é uma mulher interessante, obviamente. Mas algo me diz que tem alguma coisa estranha. E você me conhece a vida toda, eu quase nunca erro essas coisas.

— Sim, sua intuição é quase feminina. - Ludmilla concordou e se levantou da mesa, começou a andar pelo escritório. - E qual sua teoria final?

— Ainda não tenho, mas por hora, eu creio que talvez ela não seja quem diz ser. Talvez ela não seja neta de dona Rosinha.

— Uma golpista?

— Talvez. Por isso queria sua ajuda. Você poderia me passar os números dos documentos dela? Eu posso rodar no sistema, ver se eles realmente existem.

— E se não existirem? Você vai fazer o que?

— Não sei. - Darcy foi honesto. Não tinha pensado naquela parte ainda. Queria informações, mas não sabia o que iria fazer quando as obtivesse.

— Eu concordo com você, Darcy, quando diz que ela não está nos contando tudo. Mas ao mesmo tempo, eu sei que ela não é má pessoa. Então me prometa que não fará nada para prejudicá-la. Seja lá o que ela fez no passado, está querendo recomeçar, construir uma vida para ela e para o filho.

— Você sabe que eu não posso prometer isso.

— Então sinto muito muito. Não vou ajudá-lo.

— Lud…

— Darcy. Olha para ela. Ela tem um filho. São só os dois. Não vou ajudar a destruir uma família que só quer recomeçar.

— Façamos um trato então. Se ela não cometeu nenhum crime hediondo, eu não farei nada. Descobrirei a verdade e saciarei meus instintos. Agora, se ela for procurada por algo grave, infelizmente eu terei que reportar. - Ludmilla ponderou por algum tempo, então foi até um armário no canto do escritório. Abriu e puxou uma pasta.

— Está bem. Mas só porque tenho certeza que Elisa não é uma pessoa perigosa. - Ela parou com a pasta nas mão. - Cumpra sua palavra.

— Alguma vez já não cumpri? - Ele pegou a pasta e abriu. Havia o contrato da Elisabeta assim como uma cópia de seus documentos. Iria voltar para delegacia. Quando saía, olhando para a pasta, ela o chamou.

— Ei, Clichê! - Ele voltou para trás e ela segurava um copo de café e um saco com pão de canela. - Lanche da tarde. - Ele foi até ela e pegou os dois. Ele a olhou nos olhos, sério.

— Você é completamente indecifrável para mim.

— Bom, deixa tudo mais divertido, não acha? - Darcy a encarou calado. - Poxa, não? Tinha soado melhor na minha cabeça, então. - Ela deu de ombros. - Bom trabalho. Mantenha meu sistema de segurança sendo totalmente inútil.

Darcy caminhou para delegacia dividido. Uma parte dele se sentia quase… um traidor? Não, não era exatamente isso. Ele sentia como se investigar Elisabeta era uma quebra de confiança da parte dele. E ao mesmo tempo, ele queria confiar completamente nela. precisava tirar qualquer dúvida sobre quem ela era. E não sabia exatamente porquê. Então, enquanto tomava o café e comia seu pão de canela, ele rodava os documentos de Elisabeta no sistema.

Sentiu um alívio profundo quando eles apresentaram ser verdadeiros. Ela não tinha nenhum processo em seu nome, nem mesmo uma multa de trânsito. Todos os dados apontavam para a capital, e num geral, parecia normal. Então, por que ele não estava satisfeito?

Darcy correu naquela noite o dobro do de costume. Seu cão o abandonou na metade do trajeto e foi para casa. A música nos fones estourava seus tímpanos, mas era a melhor forma que ele tinha de pensar. Talvez estivesse só sendo paranóico. Talvez Elisabeta só fosse uma mulher reservada, que não caiu no charme dele. E ele se tornou um daqueles otários obcecados, que achavam que tinha algo errado com ela, só porque não quis nada com ele. Darcy sentiu uma um arrepio passar por ele. Detestava aquele tipo de cara. Jurou que não seria aquele tipo de cara. Precisava tirar Elisabeta dos pensamentos. Era isso. Uma desintoxicação. E sabia exatamente como fazê-la. Pegou o celular. Ela atendeu no terceiro toque.

— Como anda minha ex-esposa favorita?

Susana e ele sempre se deram bem na cama. Quando seus pais morreram, eles namoravam e ele acreditou que Charlotte precisava de estrutura, de uma família. Então propôs a ela, que aceitou. Susana largou tudo na capital e se mudou para o Vale com ele. Mas então, ele percebeu no auge de seus 21 anos, que precisava de muito mais que um bom sexo para se casar com alguém. Ele e Susana brigavam com a mesma intensidade que transavam, discordavam em tudo. Ela ficava frustrada e gastava absurdos em roupas de marcas. Darcy ficava irritado e gritava. Ela começou a acusá-lo de arrastá-la para o fim do mundo. Ele, de ela ser interesseira. Até que eles se separaram, onze meses após o casamento. Ela se mudou para Monte Alto, e com a distância, eles voltaram a se dar bem. Desde que não conversassem sobre nada sério, eles se davam bem. O sexo era bom. Ela agora tinha a própria clínica de estética ( que montou com o dinheiro do acordo do divórcio). Ainda detestava o Vale, então Darcy a visitava quando eles estavam afim de relembrar os velhos tempos.

Entretanto, nem mesmo o sexo com Susana havia sido capaz de exorcizar Elisabeta dos seus pensamentos. Mesmo quando estava dentro dela, sua cabeça estava na sua vizinha. Quando Susana ria, ele comparava com a risada de Elisabeta. Quando Susana dizia algo picante, ele pensava em como ela iria reagir aquilo.

— Mas que diabos! - Ele praguejou, enquanto pilotava de volta para o Vale.

Precisava de outra coisa para tirá-la da cabeça, mas não tinha ideia do que seria. Entretanto, quando estacionou a moto em sua casa, percebeu que havia um carro estacionado na porta da casa de Elisabeta. Um carro estranho, que ele nunca havia visto antes. Era tarde, se aproximava da meia noite. As luzes da casa dela normalmente, já teriam sido apagadas, mas agora ele podia ver a luz da sala acesa. Darcy se preocupou. Correu até lá, pulou o portão e bateu na porta.

— Elisa! Elisa! - Levou um minuto para ela abrir.

— Darcy. Oi. - Ela abriu apenas um fresta, e pôs a cabeça para fora.

— Está tudo bem aí? Vi as luzes acesas, um carro…

— Ah. Sim, está tudo certo. Não se preocupe. - Ela deu uma olhada para dentro da casa.

— Está com seu telefone aí? - Ele perguntou bem baixinho. Ela fez que sim com a  cabeça. Darcy estendeu a mão e ela o encarou por um tempo. - Me dê. - Ele cochichou.- Ela pareceu ponderar e então o entregou. Darcy digitou seu número e então ligou para si. Seu celular chamou uma vez e ele desligou. - Qualquer coisa me liga, gata. - Ele falou alto. - Caso não queira passar a noite sozinha, e tudo. Sabe que não demora nem um minuto e eu estarei aqui.

Elisabeta então sorriu, parecendo finalmente entender. Então seu sorriso se espalhou para os seus olhos e ela segurou a mão dele, antes de responder.

— Quem sabe um dia, Clichê. Mas essa ainda não é sua noite de sorte. - E então fechou a porta. Darcy ficou parado ali alguns instantes, antes de receber uma mensagem no seu celular.

Está tudo bem, não se preocupe. Amigos dando uma passada. Boa Noite, Clichê. Tente não sonhar comigo.”

Darcy sorriu, e tentou não achar estranho o fato dela não apresentar os amigos dela que estavam ali, ou fato deles estarem ali no meio de semana, tão tarde. Mas quando ele deu uma última olhada para a casa dela, viu apenas duas sombras pela janela. A dela, e a de um homem de cabelos compridos.


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