Rivach Academy - Interativa escrita por JJAlbuquerque


Capítulo 4
Dois




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A casa estava intacta por dentro, não havia nenhum sinal de luta. Quem passava por fora, nem imaginava que ali haviam dois corpos mutilados de forma violenta, o pai estava sem a cabeça, sem um dos braços, cortado ao meio e seu coração fora arrancado, a mãe teve os olhos arrancados, parte do intestino arrancado pelas partes íntimas que estavam destroçadas, o coração de seu marido se encontrava na sua boca. Era uma cena aterrorizante. Os garotos, um de 13 e outro de 16, foi quem contataram a polícia, de onde conseguiram forças para isso, ninguém sabia. Mas quando a polícia chegou, eles estavam catatônicos, seus olhares estavam longe e o garoto de 13 anos nem mesmo se mexia. Quem contou o que aconteceu fora o mais velho, Jason Preston.

Ele contou que o pai havia escutado um som estranho vindo da cozinha, quando voltou, Jason, seu irmão e sua mãe estavam em estado de choque. Jason explicou que ele não conseguia se mexer ou falar; sequer respirava direito. Estava erguido no ar, assim como seu irmão e sua mãe. Foi então que Jason presenciou a criatura mais horrenda que havia visto na vida: mantinha-se erguido em dois pés, sua cabeça era de porco, seus pés de bode, seu tronco e braços pareciam de um lobo, garras enormes sujas de sangue e na cabeça de porco, dois chifres curvados onde escorria sangue escuro. A criatura nada dizia, apenas soltava grunhidos, quando o pai se virou, a criatura agarrou em seu pescoço e então tudo fora rápido demais: sua mãe sofria sem poder gritar ou se soltar daquele feitiço, ela era rasgada por algo invisível, como se aquela criatura estivesse fazendo aquilo com a mente. Depois foi a vez do pai, e no fim, ela enfiou as garras no peito do homem, arrancou o coração e o colocou de forma violenta na boca da mulher. Antes de ir embora, a criatura rugiu alto para Jason e rasgou o peito de seu irmão menor, que pareceu morrer ali mesmo.

Ambos desmaiaram. Segundos depois, Jason acordou, torcendo para que fosse um sonho. Mas seus pais estavam mortos, brutalmente assassinados, entretanto seu irmão, respirava normalmente, sem nenhuma marca em seu peito. 

Era óbvio que os policiais estavam com um pé atrás em relação a criatura, mas alguns já especulavam que era o famoso Carniceiro, que esfola a suas vítimas e as assassinava de forma brutal. Acreditavam que os garotos estavam drogados, outros até comentaram que os próprios cometeram tal atrocidade, porque, duas horas depois de chamarem a polícia, os garotos haviam desaparecido da ambulância onde se encontravam. Ninguém sabia o paradeiro dos dois.

Jason estava convencido de que aquela coisa horrenda voltaria para terminar o trabalho, de que aquilo voltaria e os mataria, exatamente como fez com seus pais. Alford ainda não havia dito nenhuma palavra sobre isso, nem mesmo parecia estar respirando. Seu olhar permanecia longe, em algum universo distante, ele ia para onde Jason o levaria, bastava o mais velho puxar ele pelo braço que ele ia sem pestanejar. Ao fugir da ambulância, a dupla seguiu pelo quintal da casa vizinha, atravessando um pequeno bosque até o conjunto habitacional seguinte. Lá existiam algumas casas que ainda estavam sendo construídas, para venda posterior. Na verdade, o conjunto inteiro ainda estava sendo erguido, portanto, se haviam duas casas habitadas, já era um número alto.

Jason era o mais velho, portanto se sentia legalmente responsável por Al, que havia acabado de fazer 13 anos e ainda encontrava-se em estado de pânico. Haviam passado um pouco mais de três horas, - não que realmente tivessem colo saber com precisão quanto tempo estavam ali, mas Jason já estimava que passava das três da manhã. A casa em que se alojaram estava quase pronta, alguns cômodos precisavam de pintura, mas Jae foi capaz de achar um colchão grande e sujo por ali, ele sabia que viciados frequentavam a região, que costumava ser isolada por um grande bosque, vendido pelo estado a uma grande construtora do pais, que havia desmatado tudo para a criação do tal complexo residencial.

— Bons sonhos, Al. Amanhã daremos um jeito — disse Jason, após limpar o colchão e acomodar o mais novo.

No dia seguinte, Jason acordou após um sono profundo, nem mesmo lembrava de ter se deitado, apenas de se sentar perto da janela e observar a cidade além do campo grande a frente do quintal da casa. Para seu espanto, Al havia desaparecido.

Jackie estava na companhia de Alexia e Bellatrix, a morena insistia em uma mecha negra do cabelo curto, a enrolando no dedo, não olhava para as outras duas, que pareciam com o olhar tão perdido quanto da mais nova.

— Já estava na hora. Ezra morreu quase sete anos atrás e Luke se matou há nove anos — disse Kato, encostado perto de uma das gigantescas janelas da sala do Mestre Professor Judas Grand, o grande diretor atual da Academia. Ele ainda estava pensativo, mas se os aneis amarelos e cinza acordaram, significava que os dois jovens fugitivos, os Prestons, eram os novos donos deles.

— Alford, o mais novo foi o mais afetado, de acordo com a declaração dada pelo mais velho, ele deve ficar com os aneis amarelos — enquanto Jason, caso estivesse pronto para assumir aquele destino, tomaria conta do anel cinza pelo resto da sua vida. — Temos que encontrar os dois o mais rápido possível. Se aquela criança despertar e utilizar seus poderes, vai ser mais difícil controlar.

— O que pode acontecer?

— Algo muito ruim — respondeu Kato.

— Não vamos deixar acontecer.

Calmo, quase sereno, Judas Grand encostava-se na cadeira de veludo vermelho, atrás da enorme mesa de madeira maciça, que se encontrava posicionada a frente de um grande quadro da mansão.

— O pequeno Al vai renascer logo. Ele deve estar desorientado, sem qualquer consciência, deve ser achado antes de um estorvo qualquer achar o corpo dele... Ou até pior. Jackeline, leve Pietro e vão atrás dos irmãos, devem estar em algum lugar próximo ao bosque.

— Sim, Mestr...

Uma Bella inconformada levantou.

— O quê? Ela nem sabe usar os poderes dela, como pode deixá-la ir sozinha?

— Ela não irá sozinha, pequena Bella — o Mestre Professor sempre era carinhoso e gentil quando se tratava de seus alunos. — Você será designada para outra missão.

Bella nada disse, apenas observava enquanto o Mestre se levantar e seguir até a frente da mesa, onde segundos depois, uma batida pode ser ouvida na porta e o professor Adrian se mostrou.

— Mestre Professor — ele se curvou, em respeito.

— Professor Wazowski, já deve saber das notícias sobre o triste ocorrido em Grayville. Os pobres Preston que desapareceram após serem socorridos pela polícia.

— Sim, Mestre Professor. Isso é obra do nosso amigo Carniceiro, imagino — Adrian se aproximou, sentando, enquanto Judas confirmava, apesar de não poder de fato comprovar suas suspeitas, mas ele precisava fazer algo a respeito.

— Adrian, você e Bella precisam seguir o rastro deixado pelo Carniceiro, precisam ir logo, pois ele só ataca durante a noite. Seu cheiro ainda deve estar fresco, precisamos tê-lo em nosso poder o mais depressa possível, e eliminar de vez sua existência.

— Sim, Mestre Professor — respondeu um Adrian educado e impecável, seguido de uma Bella mais conformada.

— Kato, você e Alexia precisam ir atrás dos outros caçadores. Precisamos fazer a cerimônia bem rápido.


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