Brienne tremia em frente a porta. Ela ainda estava pensando se deveria ou não bater a porta. Nunca havia feito algo daquela forma, mas estava indo para a guerra e ele lhe jurara sua espada. Talvez, com quase toda a certeza, Jaime tinha apenas o interesse de lutar ao lado dela de novo. Mas ele havia deixado a irmã, não?

Ela respirou fundo. Havia enfrentado a própria morte, então porque agora sentia tanto medo de encarar um não? Ela ergueu a mão e bateu na madeira grossa, torcendo para que quem estivesse lá dentro atende-se antes que ela mudasse de ideia, mas não pareceu acontecer.

Ela virou as costas para a porta e começou a partir quando a porta rangeu até se abrir. Jaime estava sem a mão de ouro, provavelmente estava cuidando dela ou do toco, mesmo assim, ele continuava sendo o homem mais lindo que ela já vira, mais lindo até do que Renly.

Brienne não sabia dizer quando isso mudou, mas Renly sempre fora o homem de seus sonhos até que um dia Jaime passou a tomar seus pensamentos.

— Posso ajudar, sor? — ele perguntou, com o toco junto ao peito. Os olhos verdes brilhando na escuridão.

— Não, sor Jaime — ela respondeu, hesitando, sem saber o que dizer, não queria entregar o seu desejo por ele — Achei que era o quarto de outra pessoa. — Jaime deu um risada abafada após a fala de Brienne — O que é tão engraçado, Sor Jaime?

— Você sempre foi tão apaixonada por Renly, nunca imaginei que fosse se envolver com um bruta-montes como Thormund — ele respondeu, ainda com aquela risada no canto da boca e então percebeu o rosto dela adquirindo o tom de vermelho que ele já se acostumara a ver quando falava de sexo com ela.

— Não é o que você está pensando — ela respondeu, baixando a cabeça e encarando o chão — Eu queria conversar com Lady Arya.

— Então sinto informar que sua Lady Arya esteja um pouco ocupada — ele disse, se afastando da porta e dando espaço para a mulher passar. — Entre se quiser, eu acho que tenho uma jarra de água — ela o encarou por um bom tempo antes de abrir um sorriso sacana e dizer — Eu não vou lhe morder, sor.

Ela bufou e então passou por ele. Ela se sentou sobre a cama e ele ficou em pé do outro lado do quarto a observando.

— E qual o assunto que queria discutir com Arya? — ele perguntou enquanto a mulher ainda encarava os pés, ela claramente não tinha interesse em Lady Arya — Eu ouvi que ela lhe venceu em uma luta treino em Winterfell.

— Sim, Arya é uma ótima guerreira — afirmar aquilo, naquela altura era inútil, afinal a garota havia matado o rei da noite há apenas alguns dias.

— Eu não acho que ela ainda precise de uma protetora

Brienne se levantou da cadeira e andou em direção a porta, colocando a mão sobre a maçaneta — Isso não muda o fato que fiz uma promessa a mãe dela. Agora se me da licença, Sor Jaime.

— Espere! — Jaime falou segurando a mão dela sobre a maçaneta. Os rostos tão pertos que suas respirações se misturavam — Eu adoraria lhe beijar, se isso não for um incomodo — ele falou, acariciando os fios loiros pálidos.

Ela hesitou e então lhe disse algo que já havia lhe dito várias vezes — Não espere que eu acredite nisso, homens como você sempre fizeram graça comigo.

— E você sempre os colocou no chão — ele completou — E eu já lhe mostrei que eu não me importo de estar no chão por você e segui-la aonde for.

— É melhor eu ir.

Ela não havia lhe dado permissão para um beijo, mesmo assim, ele aproximou o rosto do dela e lhe beijou o canto dos lábios — Boa noite, M’lady — ele se despediu, sabendo que aquele não era o momento de trata-la como um homem — Durma bem.

— Boa noite, Sor Jaime — ela respondeu, sentindo os dedos se afastarem dos dele com uma sensação de perda que ela não poderia superar. Só depois de ter passado pela porta foi que se perguntou porque não deixou que Jaime a beijasse, porque não ficara?

Mas agora, deitada em sua propria cama, conseguia sentir os lábios formigando onde ele havia encostado e seus dedos também.