Última Linhagem dos Morgenstern escrita por Kerolin329


Capítulo 21
20- Apenas Lembranças


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS FINAIS



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                            Point of View Jonathan Morgenstern

          Eu não poderia estar mais feliz do que isso, a garota que eu amo acabou de aceitar ser a minha futura esposa, depois de tudo que passamos, e vamos passar, eu finalmente a tenho por completo, corpo e alma, assim como ela me tem. Eu posso até arriscar dizer que eu sou o homem mais feliz deste planeta, eu quero sair por aí gritando que eu a amo, eu a amo mais do que tudo.

         Sem parar o nosso beijo, eu a pego no colo e vou em direção ao quarto. O beijo que antes era de carinho e paixão se transformou em um beijo quente e cheio de desejo. Abro a porta do nosso quarto e nos levo em direção a cama, deito a Clary com cuidado e fico por cima dela, percorro o seu corpo com as minhas mãos, ouço ela gemer quando coloco a mão em cima de um dos sus seios.

         Abandono a boca dela e começo a distribuir beijos pelo seu pescoço, dou mordidinhas e chupo-as, ela inclina a cabeça para trás deixando seu pescoço mais exposto para as minhas caricias e beijos, uma de minhas mãos está na sua cintura e a outra acariciando seu seio. Abro uma de suas pernas com o meu joelho e preciso nossos sexos, ouço seu gemido manhoso escapar de seus lábios, ela enrosca uma das pernas no meu quadril nos colando ainda mais e um gemido rouco sai da minha boca. Coloco a mão dentro da blusa dela e aperto o seu seio por cima do sutiã. Começo a tirar a sua blusa, ela levanta o tronco para ajudar, logo ela só está com seu sutiã preto de renda e sua calça moletom.

         Ela, em um movimento rápido, troca as nossas posições ficando por cima de mim. Seus olhos estão tomados por desejo e luxúria, iguais aos meus. Ela começa um beijo intenso e quente enquanto coloca as mãos por dentro da minha camisa e passa as unhas pelo meu abdômen, o que faz aumentar a minha ereção. Num piscar de olhos, estamos os dois nus, com pilhas de roupas jogadas pelo chão do quarto, e o quarto, antes silencioso é preenchido por nossos gemidos.

===

         À noite já caiu, eu estou sentado na poltrona olhando a Clary dormir, o fino lençol branco cobre o seu delicado corpo, seu cabelo está espalhado pelo travesseiro, sua boca rosada entre aberta, a Lua entra pela fresta da cortina e ilumina um pedaço do seu rosto a deixando com um ar angelical. Eu não consegui dormir com tanta coisa rondando na minha mente, apenas fiquei acordado olhando-a dormir como um anjo. Quando penso que o plano pode dar errado um frio sobe a minha espinha, não tenho medo que algo aconteça a mim, mas sim a Clary, eu não poderia pensar em viver uma vida sem ela, sem os seus sorrisos, a sua delicadeza, os seus beijos, talvez seja meio meloso o que acabei de dizer mas eu realmente não imagino um mundo sem ela, quando eu pensei que a perdi a meses atrás eu simplesmente perdi a cabeça, voltei a ser o mostro que era antes, matando todos a minha volta, e com sede de vingança. Quando ela não está perto eu perco a cabeça, apenas a quero.

         Estou totalmente vestido; com a roupa de caça dos caçadores de sombras. Enquanto eu a olhava dormir eu tomei uma decisão: eu irei sem ela para essa luta. Sairei de fininho e a deixarei aqui, irei fazer um novo acordo com a Clave, irei me entregar se eles deixarem a Clary em paz, irei falar que ela fez tudo o que fez nesses meses porque eu a obriguei, que eu estava ameaçando os seus amigos e a sua mãe se ela não ficasse ao meu lado, que eu os mataria. Eles, provavelmente, irão aceitar porque eu criei uma guerra, matei muitos nephilins, e fiz muitas outras coisas. Assim que ela acordar eu provavelmente já terei partido, ela irá me odiar, mas eu não posso deixar nada acontecer a ela, eu nunca me perdoaria. Ela voltará a ter uma vida normal, ou quase normal. Eu mandarei Rixon pergunta-la se ela quer que ele apague suas memorias, para que ela não precise enfrentar os olhares maldosos dos nephilins quando ela voltar, que ela volte a ser uma simples mundana. A Clave pode deixa-la em paz, mas eles não, as coisas nunca serão as mesmas para ela.

         Dou um suspiro e me levanto em silêncio da poltrona e em passos silenciosos vou em direção a porta, mas assim que coloco a mão na maçaneta, a voz rouca dela invade o quarto.

         — Aonde você vai vestido desse jeito? — ela pergunta com a testa franzida me observando.

         — Volte a dormir, querida — peço com um sorriso doce.

         Ela me analisa por um tempo e uma expressão de dor e raiva invade seu belo rosto.

         — Por acaso você não ia sem mim... ou ia?

         Fico em silêncio e isso é toda a resposta que ela precisava.

         — Jonathan... por favor, me diga que você não ia sem mim — sua voz está carregada de tristeza e decepção.

         Fico em silêncio.

         — Por quê? — sua voz sai num sussurro triste.

         — Eu não podia deixar que algo te acontecesse, eu não iria me perdoar... — digo culpado.

         — E você acha que eu não iria me perdoar? Você acha que eu não ia ficar triste e perder a cabeça se algo te acontecesse, Jonathan? — ela explode. — O que você ia fazer quando chegasse lá, ia pedir um novo acordo? Você se entregava e pedia que me perdoassem por tudo que eu fiz? — acusa.

         A culpa estampada no meu rosto responde tudo e ela explode mais uma vez.

         — Eu não acredito! — grita indignada. — Você ia fazer isso mesmo, Jonathan? Isso é suicídio!

         Ela começa a se vestir até ficar com as mesmas roupas do que eu e vem em passos firmes até mim, ela para na minha frente.

         — Eles sempre estiveram atrás de mim, Clary, não era pra você estar no meio disso, não era pra eles quererem você também. Eu apenas ia fazer um novo acordo e você finalmente ia ter a sua liberdade — protesto.

         — Você ia me deixar, Jonathan! — exclama.

         — Você precisa entender, Clary, eu ia fazer isso por você...

         — Eu nunca pedi pra você nada disso — me corta. — A minha liberdade não vale nada sem você, idiota. Eu quero que você esteja comigo, mas você estava prestes a me apunhalar pelas costas!

         — Clary...

         — Você ia me deixar — lagrimas começas a cair de seus belos olhos verdes.

         Vê-la chorando me destrói, principalmente sabendo que ela está chorando por minha causa.

         — Oh, meu amor, não chore. Eu achei que era a melhor opção. — Abraço ela e acaricio seu cabelo ruivo alaranjado.

         — Eles iam te matar...

         — Me desculpe, pequena — peço.

         — Eu vou junto. — Limpa as lagrimas e me encara. — Nós estamos nessa junto.

         — Clary... Eu não acho uma boa ideia...

         — Eu vou — repete. — Não importa o que diga, eu vou com você. Eu não posso me casar sem um noivo. — Lança um sorriso encantador e isso me derrete.

         — O.k. — cedi. — Mas a qualquer sinal que o plano dê errado, fuja — peço.

         — O.k.

==

         Passos ecoam pelo galpão indicando que eles chegaram, guardas da Clave começam a vir em nossa direção e formam uma fileira a poucos metros de nós. Os guardas abrem espaço e logo a Consul Penhallow aparece seguida por Jace, Isabelle e o Alexander. Clary aperta a minha mão mais forte ao ver os três a poucos metros de nós.

         — Vocês vieram mesmo — comenta a Consul Penhallow com desdém.

         — Achamos que estavam blefando — confessa Alexander.

         — Mas nós viemos — declaro.

         — É, estamos vendo — Jace fala com desdém.

         Ele nos olha de cima a baixo com nojo, principalmente para Clary, que balança negativamente a cabeça ao olhar as nossas mãos entrelaçadas. A mão de Clary está suando em sinal ao nervosismo, sua respiração está acelerada e parece desconfortável com o olhar que Jace a dirige, ele a fuzila com o olhar, seu olhar desce para o anel dela e, por um momento, choque toma conta do seu rosto, mas ele logo trata de esconder, como se nunca estivesse ali. Ele nega com a cabeça e dá um riso de escarnio.

         — Vocês estão noivos? — sua voz é maldosa.

         Logo todos os olhares se dirigem ao anel dela, Isabelle a olha com choque, como se não acreditasse no que estava vendo. A Consul Penhallow dá um sorriso zombeteiro, mas a sua expressão é uma mistura de nojo com desdém. A voz maldosa da Jia soa pelo galpão.

         — Mas eu acho que vocês não terão tanto tempo assim.

         Ela e Jace trocam olhares maldosos.

         Vocês que pensam, tenho vontade de dizer.

         — Bom, vamos logo com isso — fala Jia. Sua expressão fica seria, assim como a sua voz. — Clarissa e Jonathan Morgenstern, vocês estão presos por todos os crimes cometidos contra a Clave.

         Dois nephilins se aproximam de nós e mostram algemas, mas essas algemas não são iguais as algemas mundanas, essas drenam o nosso poder, as runas não funcionam e elas são indestrutíveis. Eles vêm até nós e colocam as algemas em nossos pulsos, no mesmo instante, eu sinto uma fraqueza percorrer o meu corpo e posso ver que o mesmo acontece na Clary, pela leve tremida que seu corpo dá.

         — Vocês têm uma última coisa a dizer? — indaga Jia.

         — Irei aquecer o lugar de vocês no inferno — Clary provoca com um sorriso perverso no rosto, eu sorri com ela.

         O rosto da Consul foi tomado por uma coloração avermelhada por causa da raiva, todos ficaram sérios, menos um, Rixon. Eu podia ver o sorriso discreto que ele esboçava pelo que a Clary havia falado.

         — Tome cuidado com a língua, Clarissa — avisou ela.

         — Quem deveria tomar cuidado é você, Jia — lhe falei.

         — E o que você vai fazer, Jonathan? Me matar? — provocou.

         Esbocei um sorriso e dei de ombros, deixando a resposta no ar.

         Os guardas estavam começaram a nos conduzindo a saída do galpão quando a Consul Penhallow parou bruscamente e começou a fungar e logo todos começaram a fazer o mesmo, um forte cheiro de gasolina e pólvora encheu o local e foi nessa hora que eu soube que o plano estava começando.

         — Que cheiro é esse? — perguntou Alexander.

         Isabelle fungou mais uma vez e lhe respondeu com um tom apavorado:

         — Gasolina e pólvora.

         — O que? — exclamou Jia horrorizada.

         Um cheiro de queimado invadiu o meu nariz e um brilho começou a se formar a frente e outro se formou no fundo, bloqueando quase totalmente as entradas e saídas do galpão, logo percebo que se trata de fogo.

         — O que tá acontecendo? — Jace grita.

         O fogo vai subindo entre as pilastras e as vigas de madeira, as consumindo com rapidez. Panos e objetos que estavam no galpão também estavam sendo consumidas pelo fogo, deixando um cheiro insuportável de fumaça, fazendo todos tossirem freneticamente.

         — Saiam daqui! — Jia ordenou aos gritos. Ela apontou para nós dois e disse: — Não deixem eles escaparem — ordenou.

         Dois nephilins seguraram cada lado do meu braço e o da Clary com força e começaram a nos arrastar até uma das saídas, quase tomada pelo fogo. Meus olhos já estavam começando a lacrimejar por conta de toda a fumaça, as tosses já não paravam, meus pulmões imploravam por ar, todos estavam correndo até a saída, alguns já estavam saindo, a Consul foi a primeira a sair (é claro), os outros foram logo atrás. Os guardas que nos seguravam conseguiram sair, mas quando nós íamos passar para fora do galpão, uma viga em chamas caiu a nossa frente, o que nos fez recuar.

         — Saiam daí! — Jace gritou do lado de fora do galpão.

         — Estamos presos! — Clary gritou de volta.

         Outra viga de madeira caiu quase nos atingindo, nós começamos a dar passos para trás. Um barulho ensurdecedor veio do fundo do galpão, virei a cabeça para ver a explosão e reparei em uns barris que havia lá, Clary também reparou nos barris e falou em pânico:

         — Aquilo são barris de pólvora? Isso estava no plano?

          — Com toda certeza isso não fazia parte do plano.

         Havia centenas de barris de pólvora, como eu não havia reparado nisso antes? O galpão estava escuro quando chegamos, mas agora com toda essa luz por causa do fogo dá para ver os barris, eles estavam muito próximos um do outro e nada disso estava no plano. As chamas começaram a dançar perto dos barris, se ele chegasse apenas em um, ele iria explodir, e como os barris estavam próximos um do outro, eles também iriam explodir juntos, e isso dificultaria a nossa saída. Já que o galpão tem um tipo de magia que não dá para criar portais, as únicas saídas eram as portas, mas o fogo bloqueava elas, nós estávamos sem saída.

         — Nós vamos morrer, está dando tudo errado. — Ela virava a cabeça a cada explosão.

         — Não fale isso, isso é só um... erro — tentei aliviar.

         — É, é sim um erro, um grande erro.

         — Tente se livrar dessas algemas — falei.

         O fogo só crescia a cada segundo, chegando perto e mais perto dos barris de pólvora, o galpão já estava tomado pelo fogo, o calor, a fumaça e as cinzas só aumentavam, respirar estava se tornando insuportável.

         — Essas algemas são indes... — Clary foi interrompida por outra explosão, que foi tão grande que nos jogou para trás.

         Nós caímos de frente no chão, com um baque. Meus ouvidos zumbiam, eu estava suando e com a roupa cheia de fuligem, cada vez que eu respirava o meu pulmão doía. Abri os meus olhos e tudo estava turvo, um pouco a minha frente, Clary estava tentando se levantar, apoiando as mãos no chão, mas a cada tentativa ela caia, sua pele branca estava cheia de fuligem e cinzas, ela respirava com dificuldade, ela lutava para deixar seus olhos abertos.

         — CLARY!

 Me arrastei até ela.

— Ei, meu amor, fica acordada — toquei seu belo rosto.

         Ela abriu um pouco os olhos e me disse com a voz embargada:

         — Me desculpe — pediu baixinho.

         — Pelo que?

         Ela tentou respirou e tossiu, tocou a minha mão que estava em seu rosto.

         — Por te fazer concordar com esse plano maluco — tossiu. — Eu sinto tanto, Jonathan, e por causa disso a gente vai morrer.

         — Ei, não fala isso, meu amor, a gente não vai morrer — contradigo.

         — Jonathan, olhe em volta, está tudo pegando fogo, nós vamos morrer e é tudo culpa minha. — Seus olhos começaram a marejar.

         — Não, não é. A culpa não é sua, eu concordei com esse plano, nenhum de nós dois tem culpa. O plano falhou, nós vamos morrer, e eu sinto muito que isso tenha acabado assim, mas nós não podemos mudar isso.

         — Nós somos como Romeu e Julieta — falou com um sorriso triste.

         — Um casal bonito com um final triste — completei.

         Me deito no chão ao seu lado, entrelacei nossas mãos que estavam presas, olhei no fundo dos seus olhos verdes, lagrimas rolavam dos seus olhos, assim como os meus. O fogo ao nosso redor só aumentava, ainda não tinha nos pegado, mas era questão de tempo até isso acontecer.

         É, então é isso, eu nunca mais vou ver o mundo de novo, não vou ouvir mais as minhas músicas preferidas, não vou mais comer as comidas que tanto gosto e não vou me casar. Hoje era para ser o dia da nossa liberdade, mas está sendo o dia em que iremos viras meras lembranças, um quadro na estante, apenas isso.

         — Eu te amo e sempre vou te amar, seja nessa ou em outra vida. — Apertei a sua mão.

         — Nós fomos felizes, mesmo... — tossiu — mesmo sem ter nos casados eu te considero o meu... o meu marido, e mesmo se nã-ão sobrevivermos eu sempre vou te amar. — Mesmo chorando ela conseguiu sorrir.

         Aos poucos a minha visão começou a ficar turvar, prendi a respiração porque não aguentava mais inalar tanta fumaça. Os olhos da minha ruiva foi fechando aos poucos, mas ela lutava para deixa-los abertos, o aperto da sua mão foi ficando fraco, nossas respirações estavam entrecortadas.

         — É, acho que é isso — sua voz era fraca.

         — É, acho que é isso — concordei.

         Minha consciência começou a se esvair, meus olhos começaram a pesar e os fechei, apenas ouvia o fogo consumir tudo a nossa volta e a respiração fraca da ruiva, ela apertou uma última vez a minha mão e depois ela ficou mole, e as minhas lagrimas rolavam descontroladamente. A única pessoa que eu já amei pode estar morta agora. Por fim, senti a escuridão me engolir por completo.

         Nós fomos como Romeu e Julieta, um belo casal, mas com um final tão triste. Nós vivemos, amamos e morremos. E hoje nós viramos apenas lembranças.


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Notas finais do capítulo

Olha quem voltouuu: Eu mesma.
Esse foi o penúltimo capítulo, o epílogo será postado no dia 26/12.
Beijos, até lá



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