Através das Máscaras escrita por Apaixonada sama


Capítulo 6
Existem respostas.


Notas iniciais do capítulo

+ Postada no Wattpad e Fanfiction.com (Nyah!).
+ Não possui spoilers, mas acho bom ter jogado Undertale.
+ Postada no Amino de Undertale!
+ Possui "shipp" homossexual, prossigam com cautela; Mesmo que seja levíssimo. ♥
+ Boa leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/777210/chapter/6

Apesar de poder deitar sua cabeça no travesseiro e se enrolar com a coberta até a altura do pescoço, como sempre fez, dormir parecia impossível: Havia muitas dúvidas e incertezas na cabeça. Alphys estava sentindo que poderia perder a insanidade, se tornando enlouquecida em poucos minutos.

Não conseguia entender a dificuldade: Já havia resolvido inúmeros casos, dos mais aterrorizantes e macabros possíveis, até os mais simples... Como um assalto. E estranhamente, achava utópico poder acreditar que Undyne poderia ser uma assassina, junto com outros parceiros.

Era pelo seu jeito humilde de se apresentar? Ou pela tamanha delicadeza?

É... Sabia que as coisas eram difíceis. E sabia que o problema era maior quando pensa que Sans tem razão, em dizer que a peixe era uma assassina. Pois, as provas eram simples e fajutas.

“Que bela furada você me meteu, Mettaton.”, pensou, enquanto alcançava a mão no abajur estampado com um anime, desligando-o e pondo-se a dormir. Após finalmente cair no sono, Alphys imaginava que certamente deveria pensar em uma maneira de arrancar as respostas necessárias para as suas perguntas sobre Undyne.

E se... Criasse uma emboscada?

Era doloroso e complicado, pois não havia entendido o motivo de toda aquela confusão interna. Se forem sentimentos novos, por qual motivo eles estavam atrapalhando seu trabalho? Poderia simplesmente abandonar tudo e seguir feliz com Undyne. Se pudesse, negaria com a cabeça. Parou para pensar na falta de calmaria e paz em sua cidade tranquila. A justiça nunca morre. Então ela deveria fazer o que fosse justo para manter a cidade remansa e plácida.

Não conseguia dormir...

E por conta disso, acordou mais cedo que o planejado. Foi até a sala e pegou o notebook, que suportava um bloco de notas com uma caneta. Anotou pequenos diálogos possíveis que vieram em sua mente, para chegar até o ponto desejado. Sorriu vitoriosa, pois sabia que o lado de ficwriter iria ajudar em algum momento. Alphys pôde pressupor que não era tão invasivo se jogasse com cautela.

“Jogar com cautela fará efeito?", questionou; Sua caligrafia era a mais caprichada possível para no momento certo se lembrar do que estava escrito. E olhou a bagunça que estava sua casa. Abandonou o bloco de notas no notebook, iniciando uma arrumação domiciliar. Lavar a louça recitando as perguntas era uma tarefa mais divertida. Após fazer as tarefas de casa e organizar as coisas, sentou-se no sofá, exausta.

Já havia na cabeça todas as perguntas e como traçar a rota até suas respostas.

“O que poderia acontecer de ruim?"

Já se tornou uma rotina natural ir ao trabalho e encontrar Sans, sentado na cadeira remexendo as pastas, dirigiu a cadeira até a outra mesa do computador, teclando rapidamente em uma página de relatório. Outro hábito natural era arrumar a toda a casa por tédio e odiar poeira. O esqueleto acena com a cabeça, parecendo estar feliz em ver a amiga.

No entanto, suas íris luminosas se voltam para o monitor de tela azul, aparentando estar focado em seu objetivo.

E então... — Alphys iniciou, depositando a bolsa na mesa. — Alguma boa notícia?

Enquanto escutava o amigo murmurando algo, vestia o uniforme que se encontrava pendurado no cabide, colocando-o por cima da roupa leve. Subiu o zíper, observando como as costas do Sans tremeram, parecendo arrepiado. Não vestia o uniforme em casa, por sua cabeça estar preocupada demais para levar o uniforme para casa. E além do mais, poderia perdê-lo facilmente em uma de suas saídas rápidas.

— Bem... Posso ter boas notícias. — Respondeu. — Mas, dependo de você. Basta acreditar que Undyne é a assassina dessa região.

Esboçou uma reação surpresa, pois diferente de anteriormente, Sans agora parecia pronunciar sua sentença com um tom decidido. E então, imaginou que o que tinham em mãos deveria ser bastante autêntico e digno de ser dito: “Está aí, a prova de tudo.", trazendo a verdade à tona.

— Sans, eu acredito. — Afirmou confiante, se aproximando do parceiro que transmitiu uma feição incrédula.

— Ótimo. — Clicou em um dos vídeos presentes na área de trabalho, abrindo o reprodutor de mídia e deixando a tela em fullscreen, enquanto aumentava o volume. — Só tenha certeza do que você irá ver. Pois após isso teremos que capturar o peixe com a rede.

Uma pessoa anônima resolveu entregar por e-mail filmagens de algumas câmeras escondidas de um estabelecimento. Pela ambientação, ambos conseguiam imaginar que era uma padaria: Os balcões coloridos e toalhas de mesa estampadas, além de grandes cestos de pães desenrolados no chão. As pinturas coloridas deixavam explícito que era um lugar para se degustar de comida. – E como Sans havia pressuposto, Undyne também fazia parte daquela gangue de assassinatos em séries, não estando totalmente sozinha: Havia uma jovem moça, que a acompanhava, entrando em um carro e fugindo. Onde aparentava haver alguém pilotando.

O vídeo encerrou-se. Sans minimizou a tela, utilizando o mouse para fixar a prova em uma pasta específica para isso. Alphys estava incrédula, pois achava aquilo totalmente surreal. Não conseguia associar a assassina com a moça do vestido preto juntamente de sua máscara de peixe.

Apenas... Permaneceu muda.

— Incrível, não? Se tivéssemos essa gravação desde o primeiro assassinato, teríamos pegado ela imediatamente. — O esqueleto incitou, virando a cadeira giratória para a amiga, encontrando apenas um semblante triste e perdido, que vinha dela. — Alph... Não fique assim. Com certeza existem pessoas maravilhosas que farão um bom par com você.

Alphys olhou para Sans por trás de seus óculos. E deduziu que, seu sorriso havia segundas intenções. Acaso o monstro discordasse, era mentira.

— Vamos lá, Sans. Temos que pegar esse peixe com nossa rede. — Alphys pronuncia, dando um sorriso determinado, após socar o braço do comparsa.

— Esse é o espírito!

Ao cair da noite, ambos estavam bem arrumados e acompanhados de alguns policiais disfarçados. Apresentavam-se divididos em um grande grupo para se misturar ao público e pegar Undyne – e quem sabe, sua parceira – desprevenida. Alphys olhou a distância, vendo a mesma moça da gravação. Usava roupas pretas, no entanto, seu cabelo não estava coberto. Era possível ver a cabeleira marrom cair sobre seus ombros.

Sans, olha lá... — Sussurrou, apontando disfarçadamente em direção à garota. Uma pequena multidão se dissipou, adentrando o baile. Em seguida, revelou Undyne conversando com a outra parceira. O esqueleto assobiou, chamando a atenção dos guardas disfarçados.

Em passos cuidadosamente trabalhados e ensaiados, os guardas se aproximaram de lá. Para Sans e Alphys, ver a peixe conversando com aquela humana, era capaz de dar calafrio em ambos. Afinal, não sabiam o que elas estavam discutindo. Após deixar os guardas irem até a multidão próxima a elas, ambos entra no salão.

— Alph... Eu estou próximo à pilastra ali. Qualquer coisa grita! Não vá deixar nosso peixe escapar.

— Ah, ah Sans. Quantas vezes terei que te dizer? A justiça nunca morre. E não me fragilize, afinal eu sempre te salvo!

Os dois riem em uníssono, indo para suas posições indicadas. Alphys se sentia cada vez mais ansiosa, graças aos minutos que passavam de forma lenta. Em sua cabeça, todas as perguntas se repetiam – todo o ensaio era para aquilo. Respirou fundo, olhando em direção ao Sans. Ele permanecia quieto, próximo de alguns guardas mascarados.

E lá vinha ela: Desfilava calmamente, ajeitando o cabelo e a borda do vestido, tentando deixar mais justo. Seus olhos encontram com a policial, em seguida oferece um sorriso.

— Alphys! E aí, menina? Estava preocupada. Pensei que você não viria para a última noite. — Iniciou se aproximando da pequena. A música estava alta e todos estavam próximo um do outro, excelentes para uma enrascada.

— E-eu tinha que vir, não? Afinal, não podia deixar a terceira noite passar em branco.

A mulher peixe se aproximou repentinamente, segurando Alphys. Na opinião da monstra pequena, Undyne parecia mais intensa e calorosa. Por poucos minutos, fez a policial perder sua linha de pensamento. Olhou para o longe, vendo que Sans parecia expressar para seguir naturalmente. – Por mais que parecesse impossível, afinal havia esquecido até como se dançava.

As duas começaram a gingar levemente, ao ritmo da música. A agente se sentia estranha, por estar dançando com a dona do caos de sua cidade. E, parecia pior, quando passou a notar como Undyne estava possessiva e tomando Alphys só para si. Como ponto seguro, olhou para Sans que estava com uma feição tomada de azul, mas parecendo irritadiço. Os parceiros tentavam o acalmar, batendo em seu ombro.

Negou com a cabeça, retornando a dança em passos lentos.

— Hum... Undyne? — Indagou, recebendo um aceno de cabeça que simbolizava um “continue”. — É verdade que você tem uma amiga?

Como uma jogada de coringa, a pergunta inicial fora essa. A dançante se tornou surpresa, tornando a desviar o olhar, antes mesmo de responder, quase tropeçando em seu próprio salto:

— Tenho bastantes amigos...

A resposta fora recebida de uma forma arisca, como se aquela não fosse uma boa pergunta a ser feita. Ou era muito explícita e se batesse na mesma tecla, sabia que Undyne iria “dançar” rapidamente. Satisfeita, Alphys continuou a questionar, recendo retornos de forma mais rude e tensa possível. De todas as perguntas feitas, conseguiu poucas respostas úteis e que serviriam como prova:

Sua amiga se chama Chara e ela tem alguns colegas que pilotam carro. E ainda são namorados. Útil, porém não tão útil.

A música então se tornou mais romântica, fazendo o clima se tornar algo mais leve e apaixonante. Alphys sentia seu coração palpitar de forma mais dolorosa e perdida e parecia mais como um tiro, ao ver que Sans sugeria para continuar a jogar o jogo, pois estava chegando o momento certo.

O par de mãos azulados – que se encontravam adornados com luvas pretas –, levanta Alphys no alto, roubando um beijo dela. Undyne mantinha seus olhos fechados, semelhando ter a total certeza do que fazia. Antes de fechar os olhos, apenas encontrou Sans incrédulo e mais cerúleo ainda. Aos poucos, o beijo fora terminando.

— Alphys... — Undyne murmurou, olhando para a moça em seus braços. — Você acredita que uma hora, todas as máscaras caem?

— U-Undyne? C-como assim?

Antes de receber sua resposta, a policial sentiu algo lhe encravar nas costas. Aos poucos, a arma foi retirada e Undyne abaixou Alphys. Deu uma última volta com o corpo da parceira, antes de se curvar:

— Obrigada por ter me concedido a dança, policial Alphys.

Undyne abandonou a companhia que se encontrava cambaleante e desnorteada, caminhando tranquilamente até à saída, pois percebeu que Sans estava atento e iria correr primeiramente para socorrer a amiga. Antes de começar o escândalo no salão, era auditivo um barulho de pneu cantando às pressas. Em seguida, o barulho da sirene ressoa na rua, indo à busca do veículo.

— Alphys?! — Sans finalmente conseguiu chegar à amiga, e se ajoelhou, pegando-a no colo. Murmurava frases desesperadas, tentando mantê-la consciente. Graças à música da festa ter sido desligada para comunicado de emergência, escutou atentamente as pessoas ligando para ambulância. — Ah, não, não! Por favor, resista cara!

San... — Sussurrou, tomada de dificuldade de se pronunciou. Estendeu a mão vagarosamente, secando o rosto do parceiro que já escorriam lágrimas. Com a mão livre, Sans segurou a que estava em seu rosto. — A parceira dela... É a Cha...ra...

O esqueleto deu de ombros, desconsiderando a informação. Estava literalmente desesperado.

— Alphys, não morra agora... — Pediu, fechando as órbitas de forma dolorosa. O sangue da amiga já se espalhava por toda a veste dele, mas já não era tão importante. — L-lembra? A-a j-justiça nunca morre...

— Exa...to... Eu agora só vou descansar... Para sempre, hah... Hah.

— Alphys, não se-

Como um ciclo natural na vida dos monstros, Alphys começou a se desintegrar. Seu corpo desfazia em uma poeira suja, que se desmanchava no chão, juntamente com sangue. Sans não conseguia aceitar que aquilo tudo estava acontecendo, torcia para que fosse um sonho ruim.

E que acordasse.

— Por favor, fique aqui... Não se vá tão docilmente...

Pronunciou.

Sentiu suas mãos se tornando mais leve e por fim sobrou apenas a máscara com os olhos estilosos, além do distintivo que estava por dentro do vestido da amiga. O esqueleto apenas queria voltar no tempo e salvar a amiga, mas sabia que isso era impossível.

“Alphys... Desculpe-me...", sentenciou sabendo que ela jamais escutaria aquilo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Minha pobre Alphys. 3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Através das Máscaras" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.