Através das Máscaras escrita por Apaixonada sama


Capítulo 2
A dança.




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Chegando lá, adentrou a casa e trancou a porta, dirigindo-se diretamente para o seu quarto e depositando o convite na cômoda próximo ao relógio. Abriu as portas do armário, começando a procurar algo que soasse bonito para vestir. Apesar de já ter decidido o que ia colocar, Alphys ainda ficou alguns minutos, quem sabe até mesmo horas, testando possíveis combinações para ir ao baile.

“Pff, isso é ridículo... Não entendo o porquê de tanta dedicação... É só um dia, apenas um. E olha, ninguém vai me notar lá.", pensou esbravejando consigo mesma.

Suas mãos tatearam um tecido macio e puxou, revelando um traje antigo que havia colocado em uma festa há séculos. Não lembrou quem tinha comprado essa roupa, mas sabia que era de presente. O cheiro ainda lembrava o shopping da região. Separando a roupa de outras, Alphys entrou para o banho às pressas. É claro que não teria que se preocupar tanto, pois o baile era durante a noite inteira. Desligou o chuveiro e, encarou seu rosto molhado no espelho.

E depois de tanto tempo, estava se sentindo insegura. Apontou para si mesma, murmurando frases que pudesse lhe causar uma motivação. Era policial, insegurança e receio era a última coisa que podia sentir.

— Vamos lá, Alphys. É só um único dia... Nos outros você pode deixar de lado e trabalhar. — Expressou, passando a toalha em seu rosto. Pendurou novamente no porta-toalhas, deixando estendida para secar.

Vestiu-se e organizou as bordas da roupa, tentando não parecer muito chamativa, mas nem tão largada. Saindo do banheiro, segurou a borda do vestido para que não tropeçasse. Em sua mente, tentava se lembrar de onde estava sua máscara desejada. E sabia que provavelmente estava perdida em algum canto do seu quarto, que era uma bagunça.

Retornou para o quarto, buscando em todas as gavetas e todos os lugares possíveis, a máscara. Frustrada, pôs a mão na cômoda. E quando retirou, reparou que havia purpurina entre seus dedos. Seu objeto desejado estava ali o tempo todo. Alphys reclama consigo mesma, afinal gastara no mínimo uns 10 minutos.

Correu para a cozinha, abrindo a geladeira. Pegou o último pedaço de doce que estava restando e saiu de casa, certificando-se de carregar o cupom nas mãos. Buscava o endereço do local, indicado no pedaço de papel colorido.

Com os passos apressados e com total certeza, chegou ao lugar. Estava maravilhada pela grande estrutura colorida e enfeitada com o tema proposto. Não conseguia esconder o quão estava impressionada com o tamanho da máscara que estava presa no topo da construção. A princípio, não reconheceu do que era feito o material que segurava, mas ainda sim, estava encantada. E em segundo lugar, pôde ter a total certeza que ali era a tal festa.

Olhou para baixo, se deparando com a quantidade de pessoas que estavam no caminho, se locomovendo e outras chegando. Respirou fundo, começando a sentir suas mãos tremerem de forma tímida. Fora se aproximando e pedindo licença às pessoas que estavam paradas no meio do caminho. Como Sans havia proposto, havia cosplayers. Apesar de serem poucos, era satisfatório encontrar alguns. Localizavam-se no canto, porém não havia nenhum rosto conhecido.

— Mas o que temos aqui? — Uma mão toca as costas de Alphys, fazendo-a desferir um grito assustado. No entanto, em meio à grande multidão, a música estava bastante alta e ninguém pôde escutá-la. — Alph, calma. Sou eu!

Ela se virou, de forma irritada, fazendo o esqueleto rir.

— Sans, não me assuste dessa forma! Eu quase enfartei. — Alphys pôs com a mão no peito, respirando rapidamente. O olhar do esqueleto para a amiga era cômico, como se anotasse mentalmente que isso deveria se repetir.

— Você está bonita. — Ele pronuncia, olhando de cima a baixo. Tirou sua mão do ombro dela, recuando um pouco, sem perder a postura cômica e confortável.

— Agradeço... Você está adorável.

Analisou cuidadosamente como o amigo estava vestido: Roupas formais e uma máscara de esqueleto que realmente combinava com ele. Mesmo que fosse mais realista, como o de um humano. Era totalmente diferente de seu rosto, dando um aspecto mais assustador.

— Obrigado, Alph. — Agradeceu de forma tímida, passando a mão atrás da cabeça. Sua amiga também deu um olhar constrangido por ter se dado conta agora do “você está bonita”. — Espera, foi um elogio ou você só usou novamente seu sarcasmo?

— Considere da maneira que você quiser. — Através da máscara, ela piscou pondo a mão próxima à boca, rindo.

— Ah, ah... — Preferiu considerar como um “elogio”, deixando suas maçãs do rosto demonstrar um leve azul, ainda permanecia com sua timidez. — Pelo visto, você realmente veio. Espero que se divirta!

Locomoveram-se à entrada, entregando os ingressos ao bilheteiro. Ele carimbou, pondo em um recipiente de vidro. Retirou o lacre da grande faixa vermelha, permitindo com que ambos passassem e em seguida, pôs novamente a faixa no lugar. Parecia repetir o processo com o restante do pessoal na fila.

— Só vim pelos cosplays. — Depois de um silêncio tranquilo, a monstra brinca, dando um soco de leve no braço do amigo.

— Ai, Alphys! — Ele passou a mão no lugar atingido, fingindo estar sentindo dor. Empurrou-a levemente, mas a puxou de volta, antes que esbarrasse em uma pessoa que se servia com ponche. — Qualquer coisa, eu estou ali na mesa do canto. Estou vigiando, para ver se não tem nenhum suspeito.

Alphys afirma com a cabeça, observando o esqueleto ir para o local onde dissera que estaria. Ao lado dele, estava uma moça com aspecto de cabra. Ela era alta e usava um longo vestido lilás. Usa máscara havia detalhes florais dourados, lindo. Parecia estar acompanhada da pequena criança mascarada, onde estavam de mãos dadas. A criança usava uma máscara com listras rosa e azul, como se fosse uma bandeira, era fofo.

Para não ficar parada, Alphys começou a caminhar lentamente. Os convidados estavam arrumados e cheirosos, o que ela não estava acostumada. Entre eles, havia uma grande diversidade de humanos e monstros.

Que incomum.

Não que ambas as raças fossem inimigas, mas sempre foi algo muito separado: Humanos em um lado e monstros do outro, para que evitasse grandes problemas. E ao ver as duas espécies tão unidas dessa forma, ela não pôde deixar de esboçar um sorriso. Alguns pares estavam bailando na pista de dança, outros dançavam sozinhos. Todos estavam se divertindo de suas maneiras, até mesmo “beber" uma dose exagerada das bebidas era diversão. E viu algo que não pensou em ver:

Um humano dançando com um monstro em uma maneira totalmente romântica.

Durante essa caminhada até chegar um ponto seguro, grupos de monstros e humanos cumprimentavam a policial. Elogiavam a máscara que ela estava usando e uns se arriscavam em pedir para tirar uma selfie. E esta era concedida, sem dúvidas.

Não era ruim, como havia pensando.

Depois de toda agitação com fotografias, selfies e qualquer outra coisa que havia direito, se aproximou da mesa de ponche. Pôs um pouco no copo descartável, olhando ao longe Sans e a amiga cabra. Eles pareciam assistir a pequena criança dançando.

As músicas competiam um estilo de calma com dançante. Os casais aparentavam ficar mais unidos ao dançarem essas músicas. Isso era perceptível pela forma como se encaravam apaixonadamente, mesmo que fosse através daquelas máscaras.

Sentiu um frio nos ombros e passou a mão, tentando se aquecer. Deu conta da temperatura do lugar, que se rivalizava pelo frio do ar-condicionado e quente por causa do passa-passa de pessoas ali, chegando ao ponto de se esfregarem. Mas, o ar gélido parecia maior quando se deu conta de algo: Estava sozinha ali... E também se sentia observada.

Mirando ao redor preocupada, encontrou vários rostos. Nenhum deles parecia estar olhando em sua direção, muito menos, pesando em suas costas. Respirou fundo, deixando o ar escapar, quando sentiu o alívio:

A sensação havia sumido.

Resolveu se apropinquar da pista de dança, parando em um dos cantos próximo à pilastra do salão. Não queria estar no meio do caminho, pois não sabia da educação das pessoas e não queria se estressar com isso. Estava contemplando o quão eram encantador os pares dançando em sincronia. Parecia algo de filme clichê, que a Catty e Bratty tanto insistiam em assistir.

Cada detalhe como os toques entre si, a respiração em união e os sapatos saltitantes era incrivelmente... Bonito, e por um minuto, desejou estar ali, dançando. Negou com a cabeça.

Uma noite.

Nada mais.

— Olá, moça. Está sozinha?

Alphys foi retirada do transe, olhando em direção de onde veio à pergunta, encontrando apenas uma mulher alta e mascarada, parada ao seu lado. Longas mechas ruivas caíam sob seus ombros, chegando ao ponto de ser indescritível o quão ela era linda.

— Oh, oi... É bem... — Estava sentindo o frio e suor em suas mãos se apossarem, tentando desviar o olhar para longe. Lembrou-se então de sua dificuldade em se comunicar com as pessoas, principalmente quando estavam tão perto. Secou as mãos no vestido, na tentativa de disfarçar, olhou para o Sans fazendo gracinha com a criança que estava com a monstra de lilás. — Estou com um amigo. Mas ele está em outro canto.

— Ah, compreendo...

A mulher se aproximou mais, parando mais ao lado, deixando Alphys admirar o quão ela estava caracterizada perfeitamente: Um longo vestido preto, com uma abertura na perna e uma máscara de peixe no tom mais azul marinho e seus pés eram protegidos por um salto-alto. Os dentes afiados e brancos faziam a moça se tornar mais selvagem, no entanto.

Alphys questionava silenciosamente o que uma moça tão bonita poderia querer com ela.

— Concede-me uma dança?

Indagou, estendendo a mão educadamente e parecendo estar paciente, aguardando a resposta da policial. Alphys hesitou, antes de por fim dar sua resposta com um sorriso:

— Claro, por que não?


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